Ressurreição escrita por Eve brt


Capítulo 14
Capítulo 14


Notas iniciais do capítulo

Oie
Então, não acho que tenha algum leitor da época que estava postando essa história, mas, se tiver:
1- É um milagre
2- Explicação nas notas finais
Enfim, espero que gostem do capítulo!
Bjs, Eve



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  Jack sentia que estava voando.

  Não era um bom cavaleiro, nunca fora. Mas agora, fazia o máximo para acompanhar o ritmo do galope acelerado da monarca de Arendelle. Mesmo que isso o fizesse sentir que cairia a qualquer momento.

  Estavam cavalgando a caminho do lugar onde esperavam obter ajuda. Jack se divertia ao se lembrar dos dois passando rápido pelos corredores, escondendo-se nas sombras e passando de cômodo a cômodo até a biblioteca. Estava até acostumado a fazer isso, mas ver a rainha se dobrando para passar despercebida pelo próprio castelo era, no mínimo, cômico. Entendia que não era muito seguro ser vista andando com o empregado no meio da noite. Quando acharam o mapa, correram até os estábulos e partiram para o meio da floresta. Agora, Jack só se concentrava não cair do cavalo e seguir a monarca que ia a sua frente.

  Ainda estava abismado com  a conversa que haviam tido naquela noite. Há meses tentava contar para ela a verdade e conquistar sua confiança. Agora, estava feito. O ex guardião só podia ser grato por toda a fé que a rainha de Arendelle tinha depositado nele, ela era alguém realmente especial... Mesmo que nada fosse dar certo, sentia que valeria a pena por tê-la encontrado e ter vivido todas as estranhas sensações que, de alguma forma, apareceram quando ela estava por perto.

  “Jack, acho que chegamos!” Disse a monarca, parando enquanto o outro fazia o mesmo.

  Elsa segurava o mapa enquanto caminhava junto ao ex guardião ao lugar exato. Ela se lembrava de ter estado ali... Embora o desespero e o medo da época atrapalhassem as suas memórias, recordava-se um pouco do ambiente.

 “Sim, é aqui!” Finalmente disse, exibindo um largo sorriso. Jack retribuiu, mesmo que, nos segundos seguintes, não tenha entendido muito bem o motivo da animação. Não havia nada. Só um monte de... Pedras? “Por favor, senhor Pabbie, está aí?” Indagava ela. O moreno percorria seus olhos pelo ambiente, mas não encontrava ninguém. Por quem exatamente a rainha poderia estar procurando?

  “Ahn... Elsa, mas o q...” Antes que o ex guardião pudesse terminar sua frase, uma tremedeira sob seus pés tirou sua atenção enquanto as pedras rolavam em direção aos dois. Jack quase deu um pulo para trás, mas foi impedido pela monarca, que segurou sua mão e lhe lançou um olhar tranquilizante. Num segundo, as rochas mudaram sua forma para trols... Eram trols!

  Eram criaturas estupendas, pequenas e de aparência muito rudimentar. Jack já havia estado com elfos, yets, fadas e coelhos gigantes, mas trols era a primeira vez. Permitiu-se ficar admirado e paralisado por alguns segundos. Fazia uma década que não se deparava com seres mágicos e exóticos, daqueles que tiram o seu fôlego quando põem seus olhos neles na primeira vez. Sentiu até uma lágrima querer descer pelo seu rosto de tão emocionado que ficou. É, Jack Frost provavelmente nunca achou que teria saudades dos elfos ou de cangurus gigantes.

“Meu deus! É a rainha!”

“É a Rainha!”

“É a rainha de Arendelle!”

  As pequenas criaturas  se juntaram em torno da figura da monarca e exclamavam seu nome, dando graças e acolhimento a jovem governanta. Elsa agradecia e tentava acalmá-los inutilmente, o ex guardião só observava a situação com humor, ainda tentando entender como havia chegado àquele ponto.

  “Rainha Elsa, és muito bom revê-la!” Uma voz grave se destacou no ar, chamando a atenção de todos. O dono dela era um trol aparentemente mais velho e tinha vários ordenamentos, certamente era uma espécie de ancião. Ele se aproximou dos viajantes, fazendo uma curta reverência ao chegar na monarca. “Estava mesmo ansioso por vê-la! Mas, o que a traz aqui?” Perguntou ternamente.

  “Senhor Pabbie...” Começou Elsa. “Uma vez, ajudou a minha irmã a reverter os efeitos da magia... Estava pensando, se poderia nos ajudar...” Disse ela, levando seu olhar ao ex guardião. “Este é Jack Frost, e, se nos permitir, ele lhe tem uma história para contar!”

  Sua voz soava doce, encorajou Jack a se aproximar do ancião. O velho trol o examinou bem, encarando seus olhos como se pudesse enxergar sua alma e, depois de uns breves segundos, abriu um largo sorriso.

  “És um prazer, garoto!” Disse ele, finalmente se dirigindo ao moreno. “Agora, creio que és teu dia de sorte... Adoro ouvir histórias!”

                                                    ~~~~~*****~~~~~

  Pelas suas contas, era a terceira vez que ele contava essa história. A segunda só naquela noite.

  Embora a tenha narrado tantas vezes, não ficava mais fácil. Não poupou detalhes ao ancião, que ouvia tudo com extrema atenção. Em alguns momentos, ele olhava para a rainha de Arendelle, que também escutava serenamente ao seu lado. Seu suporte deixou as palavras fluírem mais levemente do que das outras vezes que contou, só poderia ser grato. Quando enfim terminou, Pabbie ficou por vários segundos em silêncio absorvendo as informações que lhe foram dadas.

  “Céus, meu jovem!” Disse ele, cortando o silêncio. “Então tu eras um guardião mesmo! Não terias como saber da existência deles se não estivesses falando a verdade...” Comentou ele, deixando Jack abismado.

  “Como assim? Você já sabia deles?” Indagou o moreno.

  “Ho-ho! Certamente! Estudo a magia há muito tempo! Esses seres são invisíveis para mim, mas é claro que acredito na existência deles! E no Homem da Lua!” Enquanto ele falava, exibia um incrível brilho nos olhos, daqueles de crianças que se encantam com tudo que veem. “Embora eu nunca tenha ouvido falar em um Jack Frost...” Falou pensativo.

  Tudo bem, ninguém nunca ouviu falar.

  Pensou Jack, com humor. Era bom recordar-se dos 300 anos que passou invisível com graça ao invés de dor, para variar.

  “Creio eu...” Continuou Pabbie. “Que seu tal amigo Vincent está certo! Provavelmente tu fostes mandado para cá na mesma época que caistes no lago, há dez anos atrás. Porém, o Homem da Lua deve ter errado em algum momento ao te mandar e acabaste por parar num outro lago, em Alesund...” Ele falava completamente absorto em seus pensamentos. “E quanto à lógica da língua, creio que também está certa! Não pôde ter caído muito longe de teu antigo lar...” Jack prestava muita atenção. Falar sobre aquilo lhe dava calafrios. Ele estava ansioso, acreditava que era melhor tentar partir logo para a solução, seu tempo já estava curto. Porém, havia uma única coisa que ele ainda precisava e fazia questão de entender.

  “Senhor Pabbie...” Chamou a atenção o ex guardião. “Uma coisa me intriga... Se o Homem da Lua é um ser perfeito, como ele poderia ter me mandado para o lugar errado?” Essa pergunta lhe amaldiçoava, mas precisava saber a verdade. “S-Será, que ele queria que eu fosse parar lá...?” Essa pergunta soou como um sussurro, um questionamento que ele mesmo se fez.

  “Sobre isso, confesso que realmente não saberia lhe dar uma hipótese apropriada...” Respondeu o ancião.

  Foi um erro.  Foi só um erro. E ele repetiria isso quantas vezes fossem necessárias até que se tornasse verdade.

  “Mas então, Pabbie...” A voz de Elsa acabou por despertar o ex guardião de seus pensamentos. “O senhor consegue pensar em algum jeito do Jack voltar para o século XXI?”

  Agora, seria o momento da verdade. Os jovens se encaravam preocupados, enquanto Pabbie se mostrava muito pensativo. Por fim, ele resolveu se pronunciar.

  “Eu não sei, crianças.” Começou. “Talvez aja um jeito, mas seria muito perigoso e eu não saberia como fazer...” Comentou.

  “Apenas deixa-me saber! Por favor....” Pediu Jack.

  Pabbie via que o ex guardião já não tinhas mais alternativas. Com um pesar na consciência, resolveu que começaria a falar.

  “Há um dia especial no ano, em que toda a magia no mundo fica mais forte e a barreira do real e espiritual fica mais fraca...” Ele pegou um pó especial que estava sob a túnica, e fez desenhos mágicos sob a cabeça dos viajantes. Eles ilustravam uma explosão de poder que iluminava os céus. “Não sei se é sorte, azar, ou destino. Mas a cada mil anos esse dia chega num ápice estrondoso, quando muitas possibilidades podem ser abertas! E nesse ano, ele ocorre...” Ele disse com uma voz mais séria, encarando os jovens que o escutavam com atenção. “Não quero criar falsas expectativas, mas talvez um portal possa ser aberto... Ou tu poderias contatar o Homem da Lua! Mas, honestamente, não saberia realizar tais feitos!”

  Ambos os expectadores se encontravam atônitos. Elsa nunca tinha ouvido falar em tamanhas possibilidades e, embora o ex guardião já tivesse passado por portais diversas vezes, a ideia de criar um era completamente incrível e surreal.

  “E quando é esse dia?” Perguntou a rainha, ajudando o outro que parecia ainda atordoado.

  “Daqui a 300 pores-do-sol”

  300

  Parecia que esse número o assombraria para sempre.

  300 não é muito. Jack teria de pensar uma forma de burlar a barreira do mundo real e do imaginário em um período de 300 dias. Seu dia poderia estar sendo melhor.

  Depois de mais alguns preciosos minutos de conversa, a madrugada se fazia mais pesada levando os dois a voltarem para o castelo. Quando estavam por se despedir, Pabbie lhes chamou atenção.

  “Espere! Elsa, antes de ir, preciso conversar contigo... A sós.”

                                               ~~~~~*****~~~~~

  A rainha e o ex guardião cavalgavam a todo vapor de volta à Arendelle.

  Jack esperou a monarca terminar de falar com Pabbie ao lado dos cavalos, quando ela chegou, tinha um olhar fixo e um semblante preocupado.

  Ele não gostava de vê-la assim.

  O incomodava de uma maneira torturante, quase indecifrável. Não sabia o porquê mas era a última coisa com a qual se importava no momento. Ela dizia que estava bem, e isso o acalentava seu coração.

  No caminho, ainda pensava em tudo que foi dito. Era muita loucura. Portais, viagens entre mundos. O ex guardião tinha esquecido como era depois de tanto tempo na vida de mortal. Tudo que queria era chegar ao castelo, ter uma boa noite de sono e ver se conseguiria assimilar tudo que havia se passado naquela noite.

  Estava tão perdido que nem notou quando finalmente chegaram. Descerem e guardaram os cavalos, Jack não teria problemas em voltar despercebido para o porão e Elsa, bem, podia fazer o que queria.

  “Então é isso...” Disse a monarca, enquanto iam em direção ao castelo. “É muita loucura...”

  “Realmente...” Concordou o ex guardião. “É estranho como nossas vidas chegam a uns pontos que jamais imaginaríamos!” Comentou ele com humor, tirando uma curta risada da rainha de Arendelle.

  Jack estaria mentindo se dissesse que nunca havia reparado o quanto o sorriso de Elsa é radiante, ou que seu olhar é hipnótico e extremamente profundo. Porém, agora poderia dizer que tudo isso se ressaltava a luz do luar.

  Sentia-se sortudo por poder olhar para ela naquela noite.

  “Elsa...” Disse ele, chamando a atenção da monarca. “E-Eu não tenho palavras para o que fez por mim essa noite... Obrigado.” Falou quase emocionado. É a primeira vez em 10 anos que sentia algo dar certo em sua vida.

  “Não precisa agradecer!” Retrucou ela. “Não saberia dizer o que você vem sentindo ao longo de tanto tempo... Qualquer coisa que eu puder fazer para te ajudar, conte comigo!” Elsa dizia com um sorriso no rosto, encarando os olhos castanhos-azulados daquele forasteiro que tanto a intrigou e que, agora, lhe pareciam muito claros e sinceros.

  “Talvez, na verdade, saiba. É a primeira vez alguém com os mesmo poderes que eu, imagino o que você sentiu ao ser diferente...” Comentou Jack. Ele não sabia se podia dizer tal coisa, ou devia. Até se esqueceu de que estava conversando com a rainha de Arendelle... Parecia que mais nada importava.

  “Verdade... Eu passei por problemas que as pessoas não conseguem entender...” Comentou mais baixinho. O olhar que ele lhe transmitia era de segurança e confiança, ela se sentia bem ali.

  “Bom, qualquer dia que quiser conversar sobre seus problemas, poderes de gelo ou... Só conversar, eu estou aqui.” Disse ele com uma carinha fofa. Elsa se permitiu sorrir e agradecer.

  “Mas, Jack... Como se sente?” Aquela pergunta nocauteou o ex guardião. Ele não sabia o que eram todas aquelas incômodas, estranhas, calorosas e novas sensações que estavam o dominando. O olhar da monarca era leve, alegre e esperançoso. “Você pode voltar para casa! Não sabemos como ainda, mas pode acontecer!” Disse empolgada, tirando-o de seus devaneios. Ele riu. Era encantador toda a genuína felicidade que Elsa estava sentido por ele. Não é atoa que ela era uma grande rainha.

  Ela se aproximou, sorrindo para ele confiante, arrancado um dele também. Suas mãos foram ao seu rosto.

  Jack se arrepiou com o toque.

  Como já havia sido tipo, era uma noite fria, gélida. Elsa era a rainha das neves.

  Mas sua pele era quente.

  O ex guardião não sabia se estava alucinando, se o calor era psicológico ou o que. Mas o toque dela era quente.

  “Você pode voltar para casa!” Sua voz percorreu a pouca distância da sua boca aos seus ouvidos, o envolvendo por completo.

  Jack sentiu algo estranho, subia pela sua espinha e dominava toda sua cabeça. Quase o fez dar um pulo para traz, ao invés disso, só retribuiu o sorriso que a rainha lhe lançava, permitindo-se ficar feliz por si mesmo.

  Elsa tirou as mãos de seu rosto, envolvendo o ex guardião num abraço. Ela adorava dar um desses. Muitos anos de negação transformaram os curtos momentos de felicidade em alegria sem fim. Jack retribuiu e, pela segunda vez naquela noite, quase deixou cair uma lágrima. Era muita emoção abraçar alguém. E agora, com seu coração batendo, era algo completamente novo, mágico e caloroso.

  “Boa noite, Jack.” Disse, por fim, a rainha. Saindo daquele abraço.

  O moreno ficou atordoado por alguns segundos, mas o retribuiu com a mesma serenidade.

  “Boa noite, Elsa.”

                                                     ~~~~~*****~~~~~

  Jack havia observado a rainha percorrer todo o seu caminho de volta para o castelo.

  Agora, ele descia as escadas para o porão, com mil coisas para pensar naquela noite que, aparentemente, ele passaria em branco.

  “Jack! Te procurei no castelo todo!” Nem acreditava na voz que estava ouvindo. Vincent. Com todo o acontecido, tinha esquecido que o amigo retornaria de viagem naquele fim de tarde. Foi de imediato abraça-lo. “Mas garoto! O que aconteceu?”

  O ex guardião estava ofegante. Completamente atônito. Embora quisesse conversar com o amigo, perguntar da viagem, não conseguiria. Nesse momento, precisava da ajuda dele.

  “E-Eu, tive uma sensação estranha...” Disse Jack, ainda em estado deplorável. Vincent tomou todo o cuidado, pegando o moreno e fazendo-o se sentar. Tinha um olhar caloroso enquanto o esperava se acalmar.

  “Relaxa, vai ficar tudo bem.” Disse ele. “Agora me diga, que sensação é essa?”

  Jack tinha um olhar vago. Enquanto tentava as pronunciar palavras, sentia que ia perder todo seu chão. Por fim, encarou o amigo nos olhos.

  “Eu senti... Que queria beijar a rainha Elsa.”


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Notas finais do capítulo

Então, o problema que aconteceu foi que eu não sou muito boa nisso kkkkkkk enfim, é difícil escrever. Aí, um dia desses, abri o nyah e vi vários comentários de gente querendo o final. Sei que né, faz anosss. Mas se tiver uma única pessoa remanescente daquela époco fatídica kkkkk vai ter valido a pena. Só que a fic vai ter que ser bem menor do que eu havia planejado :( mas vou dar o meu melhor! E oi pros novos *.*
Enfim, espero que tenham gostando do capítulo!

Bjs, Eve



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