Esnobando o Amor 2 escrita por Clara Gomes


Capítulo 4
Capítulo 2 – À Procura de Escolas.


Notas iniciais do capítulo

Olá!
Primeiramente, eu sei que hoje não é domingo, como eu havia combinado de ser o dia de postagens, mas como esse final de semana já é Natal, decidi postar antes.
Segundo, eu gostaria de me desculpar pela demora para atualizar. Dessa vez nem posso dizer que foi por causa da escola, porque estou de férias há dias. O problema é que ando com um tremendo bloqueio criativo, porque apesar de ter o rumo da história na cabeça, estou numa parte um tanto quanto entediante, porém necessária para chegarmos onde quero.
Bom, sem mais delongas, espero que gostem do capítulo e boa leitura!



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Já faz uma semana que minha mãe e eu nos mudamos para São Paulo. Esses dias passaram voando, e eu nem acredito como tem sido tudo ótimo! Meus pais estão naquela fase de início de relacionamento, num chamego imenso, e Vera ainda está matando a saudades, então ela anda nos mimando ao máximo.

Mas as coisas mudam de cenário quando o assunto é o Caio. Ele mal conversou comigo essa semana, apenas o necessário, e isso meio que me mata... Mas não posso parecer ligar para isso, afinal eu nem deveria gostar dele! E não gosto, eu não gosto, só me sinto mal por ter dito aquelas coisas a ele...

Acordei pela manhã com uma disposição que não é típica de mim. Levantei da cama num pulo, e fui direto abrir as cortinas da porta que levava à varanda, deixando o sol invadir o quarto. Liguei o rádio num volume alto e fui para o banheiro, tirando a roupa enquanto cantava a música que tocava. Tomei um banho rápido e coloquei uma roupa não muito quente, pois apesar de ser inverno, não estava tão frio.

Desci para tomar café da manhã, e encontrei todos na mesa: meu pai, minha mãe, e até mesmo Gerson e Caio, que normalmente faziam parte das refeições conosco.

— Bom dia! – cumprimentei sorridente, me sentando de frente para minha mãe, ao lado de Gerson.

— Olha só quem decidiu acordar cedo hoje... – disse meu pai num tom brincalhão, dando um gole em seu café.

— Estou animada hoje... – respondi rindo fraco, enquanto me servia de leite.

— Bom saber, porque hoje vamos atrás de uma escola para você. – afirmou minha mãe, dando uma colherada em seu mamão logo em seguida.

— Ah não! – reclamei, revirando os olhos – Vou ter que fazer metade do nono ano de novo?!

— Sim, a culpa não é minha se o sistema daqui é diferente do de lá. – defendeu-se a mulher à minha frente.

Apenas bufei, me concentrando em meu café.

— Para o ano que vem, você poderia fazer a prova para aquela escola, igual o Caio... – Gerson sugeriu, dando de ombros.

— Que prova? – perguntou meu pai, franzindo o cenho levemente.

— É uma prova para entrar na melhor escola pública daqui... É aqui perto, e é extremamente concorrida, até mesmo pelo pessoal da escola particular, por causa da tal da cota para o vestibular. – explicou o motorista.

— Interessante... Já vai se preparando Elisa, que é pra lá que você vai! – minha mãe falou, me fazendo arregalar os olhos.

— Escola pública, mamãe?! Por favor, não... – contestei, indignada.

— Sim, qual é o problema? – questionou, me olhando sem entender.

— Eu tenho uma reputação a presar, né. – respondi como se fosse óbvio.

— Ai Elisa, não inventa, vai... – rebateu minha mãe, suspirando – E acaba logo aí, que já vamos numa escola aqui perto. – afirmou se levantando da mesa – Com licença.

Não respondi nada, apenas voltei a focar no pedaço de bolo que comia, tentando imaginar a nova escola, as pessoas que conheceria... Se eu faria algum amigo, esse tipo de coisa.

—-

Depois de visitarmos quase todas as escolas particulares da região, era hora de decidir. Nenhuma tinha realmente me chamado a atenção, mas eu teria que escolher, o que parecia uma coisa impossível para mim.

— Preciso de um tempo para pensar. – indaguei, sentada no banco de trás do carro.

— Não pode demorar muito, afinal algumas escolas voltam as aulas semana que vem... – disse meu pai, enquanto dirigia.

— Eu sei, só me dá um tempo, okay? – retruquei desviando o olhar da janela do carro para ele – Aonde vamos agora?

— Estava pensando em dar uma passadinha na casa da Luísa, o que acham? – respondeu minha mãe.

— Acho ótimo! – exclamei animadamente, me ajeitando no banco.

— Eu só vou poder dar uma passadinha, porque tenho que resolver umas coisas na empresa... – afirmou meu pai.

— Não tem problema, nós ligamos para o Gerson nos buscar.

— Tudo bem então, vamos lá. – meu pai concordou, e seguimos para a casa da minha tia, que ficava um pouco distante dali.

Alguns minutos depois, já estávamos na porta do apartamento da minha tia, esperando-a nos receber.

— Se não é minha família preferida! – exclamou Luísa, abraçando minha mãe, primeiramente.

— Maninha... – disse minha mãe, sorrindo ao abraça-la – A gente sabe que você nos ama!

— Já tinha me esquecido de como você fica convencida quando está com o Rodrigo... – reclamou minha tia, se separando dela – Quem diria, não? E não é que a pestinha da minha sobrinha conseguiu juntar vocês?! – falou, agora voltada para meu pai e eu.

— Vou fazer o que, se sou melhor que o cupido? – dei de ombros, fingindo modéstia.

— Mas é exibida igualzinha aos pais! – riu e me abraçou apertado – Ah, que saudades da minha sobrinha preferida!

— Não caio nessa, tia. – ri e correspondi ao abraço – Mas mesmo que tivesse milhares de sobrinhos, eu ainda seria a melhor deles.

— Essa menina é a pior. – indagou, se afastando – Rodrigo... Quando eu iria imaginar que te veria aqui de novo? – perguntou, olhando meu pai.

— Pois é né... Você não vai se livrar de mim tão cedo, cunhadinha. – disse sorrindo irônico – Apesar de que você deve estar feliz por me ter como cunhado, não é todo mundo que tem essa sorte.

— Mas hoje vocês tiraram o dia, hein! – revirou os olhos e abraçou meu pai rapidamente – Já sabe, dessa vez se você pisar na bola de novo... Você vai morrer. – afirmou, seriamente.

Todos ficamos num silêncio meio tenso, até que minha própria tia quebrou o clima.

— Vem, vamos entrar! – chamou-nos, entrando no apartamento.

Entramos logo atrás dela, e eu olhei tudo em volta. Quase nada mudara desde a última vez que estive aqui, além de alguns vasos de flores.

— Oi gente! – exclamou Mariana, vindo até nós – Que saudades! – disse cumprimentando um por um de nós – Finalmente conseguiu o que tanto queria, hein... – completou, olhando para mim e depois para meus pais.

— Pois é, até que enfim esses teimosos decidiram se dar outra chance. – sorri os olhando também.

— Vamos nos sentar! – convidou minha tia, apontando para o sofá.

— Infelizmente, já está na minha hora... – disse meu pai, um pouco sem graça.

— Por quê? Fica aí! – contestou a mulher, o olhando com o cenho franzido.

— Eu tenho coisas de trabalho para fazer...

— Mas mal começaram de novo, e já está com essa de trabalho?! Abre teu olho, hein Cristina! – alertou Luísa, inconformada.

— Eu sou um homem mudado. – afirmou meu pai, piscando para sua cunhada – Vejo você depois? – se aproximou bastante de minha mãe, falando com uma voz fofa.

— Claro! – minha mãe respondeu um pouco sem graça, sorrindo fraco.

— Mal posso esperar. – indagou e a beijou carinhosamente.

— Nossaaa, que gracinha! Alguém está tentando fazer a linha de bom moço! – exclamou a irmã da minha mãe, rindo alto – Quero só ver se daqui alguns meses vai estar assim ainda... Ou se já vai estar com outra... – murmurou a última parte, mas não pude deixar de ouvir.

Neguei com cabeça, enquanto meus pais paravam o beijo, ambos rindo sem graça.

— Isso tudo é inveja, só porque não tem um “mozão”. – retrucou meu pai, vindo até mim – Tchau filha, até mais. – me deu um beijo na bochecha e se afastou.

— Ouch, essa doeu. – disse minha tia, fingindo uma cara de dor – Mas eu estou torcendo por vocês, sério...

— Okay, tchau invejosa. – falou o homem, em um tom brincalhão, antes de dar um beijo em sua bochecha. Se despediu de Mariana, acenou mais uma vez e saiu do apartamento, depois de lançar um olhar para minha mãe.

— Então vejo que estão firmes novamente. – indagou Luísa, se sentando no sofá – Conte-me mais sobre...

— Não tem muito o que contar, decidimos tentar de novo, só que dessa vez vamos mais devagar... Tentar fazer funcionar antes de nos casarmos de novo. – respondeu minha mãe, calmamente, enquanto se sentava também.

— Ah, qual é mamãe! – cortei-a indignada – É que você não esteve presente para ver tia, mas foi lindo... Ele tocou violão e cantou no meio do aeroporto, dá para imaginar?!

Minha tia deu uma risada debochada, nos olhando em seguida.

— O Rodrigo? Fazendo uma serenata? Isso só pode ter sido ideia sua, Elisa.

— Ah, a ideia foi minha, mas ele a executou com perfeição... – dei de ombros e sorri, relembrando o momento – Na verdade eu até tenho gravado aqui... – falei pegando o celular.

— Eu não acredito que você gravou, Elisa! – exclamou minha mãe num tom reprovador, revirando os olhos.

— Essa eu quero ver... – murmurou Luísa, se aproximando de mim para ver melhor.

Dei play no vídeo e ficamos todas em silêncio, assistindo atentamente. Conforme a música ia tocando, eu acompanhava com a cabeça, revivendo o momento. A gravação terminou apenas quando os dois se beijaram, com os gritos e os aplausos das pessoas presentes.

— Viu? Foi digno de cena de filme de comédia romântica! – indaguei, bloqueando o celular.

— Bem fofo mesmo, até eu fiquei comovida... – disse minha tia, colocando a mão sobre o peito, com uma pitada de ironia.

— Foi lindo, não me admira que vocês tenham voltado, tia. – Mariana se pronunciou, assentindo com a cabeça.

— Mas então, vocês já estão pensando em casar de novo, né? Afinal estão morando na mesma casa, e agindo praticamente como se estivessem casados. – questionou a dona da casa.

— Sim, mas estamos querendo colocar esse casamento para daqui vários meses... Para vermos se vai dar certo mesmo, sabe? – respondeu a irmã mais velha.

— Eu acho isso tudo uma baboseira, não tem nada a ver... Dessa vez vai dar certo sim, gente! – contestei.

— Elisa, você não sabe como um casamento é difícil. – afirmou Luísa.

— Bom, tecnicamente nem você, né tia... – rebati.

— Elisa! – repreendeu minha mãe, me olhando feio – Mas é realmente algo complicado, e queremos muito ir com calma. – continuou, tentando mudar de assunto.

— Não vou dizer que estou mega satisfeita com isso, mas eu espero que dessa vez dê certo... E eu não estava brincando quanto a minha ameaça de morte, se ele vacilar, já sabe! Chama Annalise Keating para me livrar desse assassinato!

Todas rimos e mudamos de assunto, como coisas mais aleatórias do dia-a-dia.

—-

Nossas mães se encontravam na cozinha fazendo o almoço, enquanto Mariana e eu estávamos no quarto dela. Eu me encontrava jogada em sua cama, enquanto a mesma pesquisava alguma coisa no computador.

— E aí, o que conta? – perguntou, sem tirar os olhos da tela do computador.

— Ah, nada demais... Nova York é um sonho, se não fosse pelos meus pais, eu não teria me mudado. – respondi, dando de ombros – E você?

— Você sabe que eu não quis dizer sobre Nova York, né? Eu quero é saber do Caio... Como estão as coisas desde que vocês, você sabe, se beijaram?

— Normais, ué. Como sempre foram. – menti.

— Eu te conheço, Elisa. – retrucou, se virando para mim – O que está havendo?

— Eu estou feliz com a volta dos meus pais e tentando me acostumar com a rotina, só isso, que saco! – exclamei, hostilmente.

— Tem mais coisa aí, Elisa... Me conta! – franziu o cenho, me olhando com um olhar de pidona.

— Ele está me ignorando completamente, okay?! Satisfeita?

— Você já tentou falar com ele?

— Mas é claro que sim!

— De verdade? Com direito a pedido de desculpas e tudo?

— Não... Pedido de desculpas não, né...

— Então é por isso que ele não quer falar contigo! Você tem que falar direito com ele!

— Não preciso não, eu hein... Me deixa! – rebati, me levantando – Cansei dessa conversa, vou ver se o almoço já está pronto.

— Se você não gostasse dele, como insiste em afirmar, não estaria tão abalada...

— Cala a boca! Não estou abalada, eu hein! – gritei, antes de sair do quarto.

—-

Finalmente, depois de passarmos o dia na casa da minha tia, estávamos em casa. Foi uma tarde agradável, almoçamos e passamos a tarde toda lá, jogamos muita conversa fora, vimos filmes, comemos bobagem... Coisas que mulheres fazem quando estão juntas.

Cheguei em casa e subi direto para meu quarto. Estava exausta e precisava urgentemente de um banho. Entrei no cômodo e tranquei a porta, jogando a bolsa sobre a cama. Abri as portas que davam para a sacada e caminhei até o lado de fora, me escorando no parapeito. Fiquei observando o quintal, as pequenas ondas que se formavam na piscina, as folhas das árvores chacoalhando, o céu estrelado de inverno... Estava deslumbrante. Foi durante meus devaneios que avistei Caio, caminhando lentamente até a edícula.

Escorei a cabeça em minha mão, enquanto o encarava. Estava em um conflito interno, se deveria tentar conversar com ele, ou não. Por um lado, apesar de tentar com todas as forças resistir, eu sentia falta dele, e de falar com ele. Mas, por outro, meu orgulho não me deixava demonstrar o quanto ele fazia falta.

— Caio! – chamei, em um impulso, me arrependendo levemente depois.

O mesmo olhou em minha direção, e, logo que percebeu que se tratava de mim, fechou um pouco a cara.

— Do que precisa? – perguntou, se aproximando um pouco da casa.

Foi então que percebi que não fazia a mínima ideia do que falar. “Nada, é só que acho que estou com saudades de conversar com você, e ser completamente ignorada está me matando!” ? Não poderia dizer isso! É muito ridículo para mim.

— Nada, só queria me certificar que não estou invisível, porque é o que parece. – disse então, com o máximo de arrogância que consegui, para disfarçar o significado daquela frase. Eu definitivamente não consigo expressar meus sentimentos.

Ele se deteve em revirar os olhos e voltar a caminhar até sua casa, sem me responder sequer uma palavra. Acompanhei-o com o olhar, incapaz de dizer algo mais. Cada vez mais eu estragava tudo!

Voltei para o quarto e bati a porta da sacada, descontando um pouco da raiva dele e de mim mesma que sentia. Respirei fundo e entrei no banheiro, pois só um banho esfriaria minha cabeça naquele momento.


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Notas finais do capítulo

O que acharam do capítulo? Comentem, por favor!
Talvez eu poste o último capítulo do ano quarta que vem, então fiquem ligados!
Um feliz Natal e boas festas a todos! Beijos!



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