Uma noite na casa dos gêmeos escrita por Tira os oios


Capítulo 1
Oneshot




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Era tarde da noite quando eu e o Armin estávamos jogando a última e decisiva partida de FIFA. Sobre a mesa de centro do quarto dos gêmeos estava aberta a terceira caixa de pizza, com os dois últimos pedaços que ninguém daria conta de comer, e por todo lado havia latinhas de refrigerante, umas amassadas outras não. Eu vou ter que treinar muito depois de uma janta como esta!
Alexy estava deitado em sua cama, com os braços atrás da cabeça prendendo a língua em uma latinha e a balançando, distraído. Vez ou outra olhava para nosso jogo e comentava algo, me parabenizando quando conseguia marca um gol (afinal eu sempre perdia de lavada pro expert do Armin). O furão cochilava sobre o abdome de Alexy.
Armin gritou um "uhul" no fim da partida, levantando os braços com o controle na mão. Eu jamais ganharia com a desconcentração que eu estava, o sono já começando a chegar e nem mesmo os refrigerantes de cola estavam sustentando. Não sabia que horas eram mas da última vez que conferi era meia noite, e isso já fazia um bom tempo.
—Quer jogar outro jogo?- ofereceu Armin.
—Hoje não, estou cansado.
—E um de tabuleiro?- propôs Alexy.
—Não é muito diferente, não acha?
Aparentemente os gêmeos estão acostumados a passar as madrugadas acordados. Mesmo assim era imprecionante como ele continuavam dispostos, sugerindo coisas pra fazer mesmo estando tão tarde. Eles me convidaram para dormir -ou melhor, não dormir- na casa deles, e por isso eu estava um pouco sem jeito de dizer que queria ir pra cama.
—Podemos ver um filme. -Alexy continuava chutando idéias.
—Acho melhor irmos logo pra cama.- Armin me salvou, finalmente.
Um tempo depois, eu estava satisfeito por estar acomodado no meu colchão -que ficava entre as camas dos irmãos. Obviamente já tínhamos escovado os dentes e posto os pijamas. Guardamos o que restava da pizza e, por preguiça, deixamos o resto da bagunça pra arrumar no dia seguinte -ou melhor, pra depois que acordarmos.
Fechei os olhos.
Abafei os pensamentos para conseguir dormir e no segundo seguinte, um som torna a me despertar. Parecia ser um gemido. No fim das contas, eu era o único acordado pois meu sono é leve e qualquer coisa me atrapalha, bem ao contrário de Armin e Alexy.
Virei de lado, subindo a coberta até milha orelha e apertando as pálpebras. E novamente, quando eu penso que nada mais ia me incomodar, o som se repete.
E de novo.
Mais uma vez.
Em desistência, sentei na cama e olhei para os lados procurando de onde vinha. Percebi então que Alexy sem contorcia lentamente e era o responsável pelos gemidos. De joelhos perto de sua cama, fiquei preocupado que ele pudesse estar ficando doente ou algo assim. Tentei chacoalha-lo e chamei seu nome, mas ele não acordava. Coloquei a mão em sua testa, por debaixo da franja, e não estava febrio. Conclui então que pudesse ser só uma interação com o sonho- quem nunca teve isso?
Voltei a medeitar.
Algum tempo se passou -eu até tinha pegado no sono- quando fui acordado com um peso que caiu em repentinamente em minha barriga, me fazendo até levantar a cabeça e as pernas em reflexo.
—Alexy! - Exclamei ao velo deitado sobre minha barriga em cruz. Me sentei, puxei ele pela gola, o pondo cara a cara comigo. Ele ele estava de olhos fechados e respiração funda. Sonâmbulo?! Nunca me contaram isso!
Chacoalhei ele, desta vez com bastante força fazendo questão que ele acordasse. Parecia um boneco de pano, era leve e movimentava para frente e para trás conforme eu o mexia. Quando parei de fazer isso ele caiu sobre mim...
Com sua boca
colada
À minha!
Poderia ter sido só um toque, nada haver com um beijo, se ele não tivesse se movimentado. Estava claramente me beijando! E eu não reagi, estava congelado achando aquilo surreal, sem ter certeza se eu estava acordado.
Por falar em acordar, Alexy finalmente abriu o olho e afastou instantaneamente. Fazia a mesma expressão de surpresa que eu.
—Você me beijou enquanto dormia! -acusou alguns segundos depois, quebrando o silêncio constrangedor.
—Fala baixo! Seu irmão está dormindo. E foi você quem me beijou, ô sonâmbulo.
—Oh... -ele ergueu a sobrancelha paredendo entender, depois desviou o olhar. Estava escuro, mas tenho certeza que ele corou essa hora.
Eu também desviei olhar, sem jeito.
—Você sempre teve sonambulismo?
—Só acontece as vezes, é bem raro.- ele respondeu.
Depois de um tempo ele deu um risinho. Eu dei outro. Depois começamos a rir os dois juntos reprisando a situação em nossa situação. Quando notei que o Armin se mexeu e estava prestes a acordar com nossa barulheira, me aproximei do Alexy e tampei sua boca.
Armin apenas virou de costas pra nós e continuou dormindo. Removi minha mão com lentidão da boca do Alexy, passando o dedo em seus lábios. Eu sabia que ele também olhava para minha boca. Sem pensar muito, simplesmente aconteceu...
De novo.
Dessa vez estávamos ambos concientes. Talvez não concientes do porquê, nem do quando, nem de que deveríamos estar dormindo (só que agora aquele sono que me fazia queixar de tudo já era). Só sabíamos que ali, naquele momento, beijar era tudo que queríamos estar fazendo.
Passaram alguns segundos naquele tendo silêncio, apenas com o som do estralo que línguas produziam. Durou longos segundos até afastarmos nosso rosto, mas um rastro de saliva ainda nos unindo.
—Lin surtaria se soubesse- ele disse risonho, se apoiou no joelho para se levantar e ir para a sua cama.
Eu levei um tempo pra conseguir dormir de novo.
E de nada adiantou! Não sei quanto tempo passou, mas deve ter sido questão de segundos quando os pais atrapalhados dos gêmeos vieram nos acordar, puxando nossas cobertas e chamando para o café.
—Dormiu bem? -perguntou a mãe deles pra mim.
Todos olharam pra mim, eu certamente estava com olheiras, cabelo desgrenhado e cara de sono. Os quatro começaram a rir da minha cara- Deus, o que foi que eu fiz pra merecer?
— Passou a noite lá no seu treino militar, foi? -zombou Alexy enquanto íamos pra cozinha.
—Você tem o sono muito frágil, Kentinho- disse o Armin- aposto que o Alexy roncou e por isso você ficou assim.
—Foi mais ou menos por aí...- eu respodi.
Sentados na mesa do café, eles me deram vários cookies de chocolate dizendo que era para me consolar.
Deixei a decisão de contar ou não o que houve de madrugada nas mãos do Alexy, mesmo porque eu não sabia se convinha contar. Qualquer um entenderia que existe algo entre a gente, quando eu não sei o que aquilo significou de verdade.
—Sei que vai sers difícil você aceitar esse convite de novo depois da tortura, mas espero que venha mais vezes.- disse Armin, despedindo de mim na porta.
—Imagina, eu adorei. Volto sempre que quiserem. -Eu o abracei.
Na vez de Alexy, nos olhamos por alguns segundos nos olhos, com pequenos sorrisos no rosto.
—Ahn... A-a gente se vê...- Eu disse.
—Vai pra casa descansar, Kentinho.- ele deu um soquinho no meu ombro.
—Parem de me chamar de Kentinho!- resmunguei, me virando de costar para esconder que estava corado. Eles riram.
Meu pai chegou para me buscar e eu fiquei olhando para eles enquanto partia, e ambos acenavam pra mim.
Essa foi uma noite que nunca esqueci.

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Extra:
—Devíamos ter pedido pra ele ajudar a arrumar essa bagunça antes de ir embora! - reclamou Armin, jogando as latas em um saco de lixo.
—Coitado, bro. Você não viu como ele estava cansado? -Alexy arrumava as camas.
—Por culpa sua!
—Eu não ronquei- revirou os olhos.
—Mas ficou beijando, da na mesma!
—QUE?!!!!!


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Notas finais do capítulo

Me perdoem não ter usado travessão, sou contra substituir ele por outro símbolo, mas é q eu estava pelo tablet e n achei o travessão aqui :P


Obrigada por ler. Um rewiew é sempre bom e n custa nada kk



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