O que há depois escrita por WildCat


Capítulo 5
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...You won't ever be alone
Wait for me to come home...

O sol em seu rosto a fez acordar de seu sonho, desde que decidiu que estava pronta para voltar a dormir com Chuck, na mesma cama, o que aconteceu semana passada, surpreendentemente ele vinha dormindo cada vez melhor. Ela tinha chegado ao ponto de esquecer como era bom descansar depois de um dia estressante, como era bom falar sobre algumas coisas, conviver com Chuck lhe dava a sensação de estar mergulhando em um copo de leite morno, era tão suave, e ao mesmo tempo lhe transmitia tantos sentimentos. Quando tudo começou, na praia, ela duvidara bastante se esse tipo de relacionamento daria certo, mas cada dia que passava ao lado dele, ou de Morgan e de Alex a fazia perceber que a vida de Sarah Bartowski era bem mais completa em ralação a tudo do que a vida de Sarah Walker.

Ela não lembrava exatamente sobre o que estava sonhando, mas tinha a certeza de que não importava neste momento, pois ela estava muito contente em acordar do lado de seu marido. Ela virou-se para o lado que era de Chuck só que a cama estava vazia. Antes que a sua mente pudesse se encher de paranóias sobre o que poderia ter acontecido, ele estava lá, de frente para o espelho, ajeitando o nó da gravata.

—Bom dia. – ele sorriu para ela enquanto sentava na cama para calçar o all star.–Como foi a noite?

—Bom dia, foi muito boa e a sua?

— Foi boa também. Hoje não vamos poder sair com Morgan e Alex, por que... Bem, hoje é o aniversário de namoro deles... E Morgan está planejando um jantar mais a sós... Tipo... Só eles.

Houve um minuto de silêncio constrangedor antes de Sarah voltar a falar.

— Tudo bem, então. – Foi a única coisa que conseguiu responder de imediato, logo depois acrescentou:- Chuck, me desculpe, mas nós podemos ficar em casa? Eu não estou muito disposta a sair hoje, podemos pedir alguma coisa, e assistir à algum filme... o que acha?

Chuck lhe ofereceu um sorriso compreensivo. Ele terminou com os cadarços e beijou a testa dela.

—Não se preocupe, está tudo bem em querer ficar em casa... Vou ter que ir, tenha um bom dia!

Ela o segurou pelo braço e lhe deu um rápido beijo. – Bom dia para você também Chuck.

A melhor parte de seu dia, definitivamente era sair e “redescobrir” a cidade, hoje, depois de adiar tanto, seria o dia de ir visitar a casa, não uma casa, A Casa. Só de imaginar ela sentiu certa ansiedade, ela mesmo não lembrando sabia que a casa é como um marco para o seu relacionamento, ou o relacionamento que tinham antes. Depois de estacionar o carro ela suspirou ainda no volante observando o jardim. Era perfeita demais, como um sonho. O fato dela não ter as chaves não a impediu de entrar na casa, mesmo não estando mais em ativa no campo da espionagem, ela ainda tinha os seus “instrumentos” para arrombar a porta. A sala, a cozinha, tudo, estava da mesma maneira desde a última vez que ela esteve ali. Sarah sentou na escada que, semanas antes, havia jogado Chuck abaixo. Ela simplesmente odiava aquela memória, ela ficou ali por um longo período, chorando, por aquele vazio que por mais que negasse estaria lá. Como, em um milhão de anos poderia ter se esquecido de sua vida anterior? Todos os dias ela tentava ao máximo forçar a sua mente para se lembrar, mas o máximo de coisas que conseguiu em semanas foi detalhes. Sair com Morgan e Alex a tinha ajudado bastante, mas há muitas páginas em branco, muitas lacunas a serem preenchidas. Ela deu uma caminhada pela casa, ficou imaginando o que teriam pensado em fazer com cada espaço, em que canto colocaria o sofá, em quais paredes pendurariam as fotos do casamento, e os pôsteres.

 Eles estavam sentados no chão da sala, havia velas espalhadas pelo cômodo, e...

Ela tentou segurar aquele momento por mais um instante, mas assim como veio, de repente, a lembrança se apagou. Sarah soltou a respiração que nem tinha percebido que estava prendendo. Depois de passar mais um tempo a vagar pela casa ela percebeu o quanto o dia já havia escurecido, ela saiu da casa tendo o cuidado para trancar novamente a porta e contemplou a vista do lado de fora. Um dia.  

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Eles estavam assistindo filme e comendo pizza. Chuck estava sentado em um lado do sofá e ela em outro. Ele nunca sabia ao certo o quanto deveria ficar próximo, estava em dúvida se devia abraçar ou não. Antes que sua mente começasse a divagar demais ele chegou mais perto.

Sarah deveria estar pensando o mesmo que ele, visto que ela estendeu os braços convidando-o a abraçar-se com ela. A noite foi agradável, mas Sarah parecia um pouco cansada, então foram para a cama cedo. Chuck estava lendo um livro na cama quando ela saiu do banheiro. Estava vestindo uma camisa dele com as pernas totalmente à mostra, ele deu uma espiada rápida por cima do livro e retornou à leitura antes que ela o visse.

—Chuck?

—Hum? -ele tentou com toda força olhar apenas para o livro enquanto ela falava.

—Tudo bem se eu usar uma blusa sua?

—Uhum. –ele assentiu com a cabeça.

—Mesmo se for essa?

Ele não tinha idéia do que ela estava tendo fazer. Chuck levantou os olhos do livro e contemplou sua bela esposa antes de fixar o olhar em seu rosto.

—Claro. – tentou responder da forma mais controlada possível.

Ela deitou ao lado dele. Ele repousou o livro no criado mudo e deitou-se também, cobrindo- se com o lençol até a nuca.

—Boa noite Chuck.

—Boa noite Sarah.

Os dois ficaram encarando o teto por um momento.

—Estive na casa hoje. – ela disse.

— E como foi? – ele tentou não parecer tão ansioso, mas a voz o traiu.

— Bem, eu não me lembrei de nada. Mas algo me passou tão rápido pela mente, que pensei até que foi minha própria imaginação. Nós estávamos sentados no chão, e conversávamos sobre algo... e haviam velas por toda a sala.- ela suspirou.- não consigo lembrar de mais nada, só sei que me sentia feliz. Assim como agora. Você me faz sentir confortável, segura, como se estivesse em casa.

Ele estava abrindo a boca como se fosse falar algo, mas ela o impediu.

 -Eu te amo, Chuck. –ela o segurou pelo rosto olhando dentro dos seus olhos castanhos. – Me desculpe por ter demorado tanto para perceber isso. 

Ele estava totalmente perplexo. As lágrimas começaram a cair pelo seu rosto enquanto ela falava.

— Chuck, me desculpe por não conseguir lembrar muitas coisas, sei que não tem sido fácil para nenhum de nós dois, mas obrigada por não desistir de mim, de nós. Eu te amo.

— Eu também te amo Sarah, muito. - ele a abraçou.

—Eu sei.

Ela o beijou. O beijo estava salgado com as lágrimas que escorriam dos olhos de Chuck e dos seus próprios, era suave e, ao mesmo tempo, urgente. Não foi como os outros beijos, este era como uma promessa, uma certeza de que ficariam bem, se estivessem um com o outro. As mãos de Sarah deslizaram sobre o seu pescoço, passando sobre as costas de Chuck tocando suavemente a bainha da camisa. Antes que percebesse sua camisa já estava sendo puxada sobre sua cabeça. Continuaram se beijando cada vez mais demoradamente, era algo novo para ela, mas ela estava totalmente pronta para esse novo passo em seu relacionamento. As mãos de Chuck pararam de repente quando chegaram aos botões da camisa que ela vestia.

— Tudo bem? – ele perguntou timidamente, ela assentiu. – Eu posso esperar mais se você não estiver preparada...

— Eu sei que sim, mas Chuck, já esperamos tempo demais. Eu estou pronta.

Isso foi o suficiente. Chuck sorriu e começou a desabotoar a camisa, quando terminou ele parou por um instante contemplando a visão do seu corpo, ele sempre fazia isso, ela nem precisava lembrar para saber que ela sempre a olhava como se fosse a primeira vez, como se fosse a única mulher no mundo. Ela sorriu e continuou a beijá-lo.

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Antes Sarah não era desse tipo de garota que acreditava em destino, amor ou todas essas baboseiras de filmes de romance, quando ela o viu na praia mesmo ouvindo a história que ele havia contado, jamais imaginaria que ela Sarah, era realmente aquela pessoa de quem ele falava, mas o cotidiano com Chuck começou mostrar diariamente, que tudo era real, que amar não é uma mentira, e muito menos uma fraqueza, que mesmo que não existisse um “beijo mágico” no sentido literal, a magia estaria presente nas sutilezas dos detalhes; olhando para ele agora ela sabia que não importa quantas vezes sua memória fosse roubada, quantos obstáculos tivessem, ela sempre voltaria para ele, e se apaixonaria quantas fosse necessário.


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