O que há depois escrita por WildCat


Capítulo 3
Encontrando-se




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Sarah está com dor de cabeça. Muita. Uma luz ofuscante  está sobre os seus olhos, ela tentou sentar-se o que definitivamente foi uma péssima idéia pois isso fez o quarto girar a sua volta. Há uma garrafa de água ao lado da cama juntamente a uma aspirina. Depois de beber o remédio ela obteve coragem de se levantar caminhar até o banheiro. No espelho ela está horrível, a pele está pálida e a maquiagem borrada, o vestido, ainda em seu corpo está amassado “Mas é claro que estou com o mesmo vestido. Por quê não estaria?” o fato de pensar em Chuck despindo-a fez Sarah corar e parar imediatamente de pensar nisso. Ela tomou um banho frio e vestiu roupas confortáveis.

—Chuck?- ela chamou entrando na cozinha.

—Sarah?- ele estava fazendo o café da manhã e virou para olhar para ela- Hey, querida como está?

—Fala baixo Chuck! Estou bem, mas fale baixo! Minha cabeça está doendo!

Ela sentou em uma cadeira e apoiou a cabeça na mesa. Chuck pôs as mãos em seus ombros, e começou a massagear o pescoço, ela instintivamente ficou tensa, mas o toque suave e quente a fez relaxar novamente, semanas atrás quando ele a convidou para fazer uma massagem ela estava tão nervosa  que não reparou o que o toque dele lhe fazia tão bem. Ela queria fechar os olhos e ficar ali, na mesa mesmo e dormir... E ele a soltou para verificar as panquecas.

Tomaram o café-da-manhã juntos, com o mínimo de conversa sobre a noite passada. Chuck lavou a lousa e foi trabalhar. Sarah, ainda exausta da noite anterior, resolveu ir para a cama novamente, ao sentar na cama ela percebe uma foto deles ao lado do abajur. Ela está vestida com uma roupa que não consegue identificar realmente o que é, a parte de cima se parece com um sutiã de biquíni e a parte de baixo é quase um saia. Ela tem certeza de que não é um modelo que ela usaria por livre iniciativa, isso é confirmado pelo sorriso no rosto de Chuck. Assim como todas as outras fotos que há na casa eles parecem estar felizes, um com outro, um para o outro e um por outro. “Como, dentre todas as pessoas nesse mundo, eu, Sarah Walker, foi se apaixonar?” ela se pergunta incrédula, mas ela sabe a resposta.  Ao olhar para o relógio percebe que já são 10 da manhã  e, sentindo-se melhor,  decide sair para fazer uma breve corrida.

—E então?...- Morgan pergunta para ele logo quando chega no trabalho.

—Foi uma noite agradável. Saímos, comemos, conversamos, ela bebeu e fomos para casa.- Chuck respondeu impacientemente, ele só queria ter um dia normal, fazer algumas planilhas, terminar de desenvolver uma  atualização de um novo antivírus, esquecer de ontem à noite e de como a vida pode piorar a cada segundo que passa...

—Cara, sinto muito.

—Tudo bem Morgan, acho que eu no lugar dela beberia bem mais! Sinto-me muito mal por tudo o que aconteceu e mesmo ela dizendo que não tive culpa, ainda me sinto responsável pelo que houve. 

Morgan assentiu, ele sabia que desde quando conheceu Chuck ele se esforça para fazer todos se sentirem bem, principalmente as pessoas mais próximas a ele. Não que isso fosse ruim, mas em situações como essa, em que ele não podia fazer nada para evitar ou resolver a questão deixava Chuck realmente aborrecido.

—Que tal a gente fazer um encontro duplo? Vocês podem vir para minha casa.

—Morgan, não precisa...

—Chuck não se preocupe, eu cozinho. Pode ser hoje à noite? Podemos jogar algo como War...

—Você não vai parar até eu dizer que sim, vai?

—Claro que não!- Morgan disse sorrindo.

—Então ok Morgan, vou falar com ela...

Sarah está na praia. Parece que não importa onde ela for, por mais que caminhe ou dirija durante o dia a praia é como um imã natural que sempre a atrai de volta. Ela particularmente não gosta muito de ficar lá, tentando lembrar-se de um passado incerto, mas é quase como estar na presença de Chuck, ela se sente nostálgica e ao mesmo tempo confortável. O fato de que quase todos os seus sentimentos têm Chuck como base faz uma parte de Sarah ficar preocupada. Sentada na areia da praia ela pensa um pouco nessas ultimas semanas. Ela quer gritar de frustração, mas a simples verdade é que ela está se apaixonando por Chuck novamente “se é que a primeira vez existiu”. Enquanto divagava sobre isso, percebeu que o seu celular vibrava em seu bolso. Ela atendeu.

— Oi, Sarah...— a voz de Chuck ecoou em seus ouvidos como se ela estivesse tomado um choque.

—Olá, Chuck!- ela quase gritou no telefone, como ele fazia isso com ela?

—Bem...— ele começou a balbuciar- eu..., na verdade Morgan nos convidou para ir jantar na casa deles esta noite assistir um filme, jogar uns jogos...

—Tudo bem, eu quero ir.                                             

— Você quer mesmo ir? Se não quiser a gente pode marcar outra noite...—Chuck estava agora divagando.

—Chuck?- ele parou no outro lado da linha- Eu quero ir.

Tudo bem então. Até depois.  Beijos querida.

—Tchau.- ela respondeu.

A linha ficou em silêncio, mas Sarah sabia que Chuck ainda estava lá. Isso acontecia ocasionalmente quando ele se pegava falando nomes carinhosos  com ela.

Desculpe. -  ele disse de forma quase inaudível.

—Não se preocupe. Beijos querido.

Ela desligou o telefone o mais rápido possível depois que falou essas palavras. Essa não era ela, com certeza não! Ela estava corando! Ela olhou no relógio, já estava tarde. Sarah decidiu voltar para casa e tirar um cochilo antes do jantar.

Tinha alguém no seu quarto, enquanto ainda estava de olhos fechados ela pôde perceber que tinha outra pessoa no cômodo. Ela relembrou mentalmente se havia trancado a porta ou não, sim sem sombra de dúvidas; e a janela, isso ela não tinha verificado. Sarah voltou para casa logo após o telefonema e havia adormecido ainda com a roupa de correr. Ela abriu os olhos devagar e se deparou com um Chuck apenas de cuecas boxer procurando algo no guarda roupas.

—Chuck? – ela sentou-se na cama para poder vê-lo melhor. Ele soltou um grito estridente e tentou se cobrir com uma blusa que tinha em mãos.

—Sarah, Sarah, eu... Desculpe-me, eu só estava procurando... uma roupa para usar, desculpe te acordar eu...

—Tudo bem, Chuck. Pode continuar. Já está na hora também de começar a me arrumar. – ela permaneceu sentada na cama. Chuck continuou procurando até perceber que ela o encarava.

— Sarah...- as orelhas de Chuck estavam vermelhas de constrangimento- não faça isso, por favor...

Isso o quê?- os seus olhos azuis agora brilhavam de malícia.

—Você está me encarando. – ele conseguiu pôr a calça e agora abotoava a camisa.

—Você é bonito, sabia? Não devia ter vergonha de seu corpo.

— Eu sei que sou gatão. –Ele sorriu, mas todo o seu rosto estava vermelho. - Você também não é tão má assim...

Ela jogou um travesseiro nele, sorrindo e se levantou para escolher uma roupa para si mesma.

Quando terminou, estava vestida com uma blusa lilás simples e uma calça jeans. Os cabelos soltos agora roçavam em seus ombros. Resolveu calçar sapatilhas ao invés de saltos, já que caminhara durante o dia e os pés estavam um pouco doloridos.  Chuck estava na cozinha e parou automaticamente o que fazia.

—Estou muito mal? – ela fez beicinho.

—Não mesmo! Você está linda!- ele a abraçou rindo. -Está mais baixa também!

— Meus estão doloridos demais para usar saltos. Mas creio que ainda estou em altura muito boa. - ela ergueu-se nas pontas dos pés e o beijou.

Fazia tempo que eles se beijaram de verdade, depois do dia na praia, apenas raras ocasiões que de tão rápidas, mal poderiam contar como beijo. O de hoje era simplesmente... fantástico. Ele se inclinou para que ela não precisasse fazer muito esforço. Os lábios se encontraram de forma tão suaves e ao mesmo tempo ansiosos.  As mãos de Chuck permaneceram em seu rosto, enquanto as de Sarah vagavam pelas costas dele provocando pequenos suspiros em Chuck, quando as mãos dela chegaram à bainha da camisa e começou a tocar a pele ele ficou tenso, despertou do transe e a afastou suavemente. Ele suspirou em seu ouvido fazendo arrepios percorrer todo o corpo dela. Ambos estavam corados e sem fôlego.

—Bem, a altura continua ótima. –a voz de Chuck em seu pescoço ondas de calor percorrer o seu corpo.

—Vamos?- ela pigarreou, tentando se recompor.

—Vamos.

A noite na casa de Morgan foi ótima, eles pediram pizzas e conversaram  sobre alguma missões antigas de quais Sarah não se lembrava, ela estava um pouco nervosa em estar na presença de Morgan e Alex mas , com Chuck ao seu lado, pôde se sentir confortável e marcaram de se encontrarem a cada mês para passarem uma noite juntos.    

Naquela mesma noite, quando voltaram para casa, Chuck massageou os pés de Sarah e conversaram um pouco sobre tudo, se despediram com um beijo e foi, cada um para o seu respectivo quarto, dormir. Naquela noite, não houve pesadelos, nem gritos.


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