Vivendo com o Crime escrita por Tuany Nascimento


Capítulo 1
Capítulo 1


Notas iniciais do capítulo

Fanfic nova! Estava com essa idéia martelando a minha cabeça há dias! Espero que gostem.



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(BPOV)

 

Meu braço sangrava muito, meu pé parecia ter quebrado, mas eu ainda apontava a arma para ele.

 

-Renda-se Christian! – gritei.

 

- Nunca.

 

Ele então pulou pela janela atrás dele, andei rapidamente, mancando um pouco e pude ver quando ele bateu contra um latão de lixo encostado na parede, pulou para o chão e saiu correndo atirando contra a janela que eu me encontrava. Agachei e peguei meu rádio-comunicador.

 

- Thomas? Responda!

 

“- Bella? Pode falar.”

 

- Christian fugiu pelo beco norte, vá ao encontro dele e mande alguém me pegar. Estou ferida.

 

“- Já estou a caminho. Ligarei para alguém já.”

 

- Obrigada.

 

Escutei o barulho de um motor alto no fundo do rádio-comunicador e então o desliguei. Sentei-me no chão, pressionando a ferida aberta em meu braço. Meu pé parecia que ia inchar a qualquer momento. Mas não era a dor que me incomodava e sim o que eu iria dizer a Edward quando chegasse à Forks. Aquele vampiro super-protetor! Fiquei pensando nas mil e uma desculpas que poderia inventar para ele.

 

“- Sofri um acidente de carro!” – Não, como eu ia explicar minha camionete em bom estado?

 

“- Me machuquei enquanto fazia trilhas!” – Não, eu NUNCA faço trilhas.

 

“- Encontrei um vampiro sádico idiota que me bateu!” – Nossa, cala a boca Isabella!

 

“- Tropecei em meus pés e caí rolando a escada!”

 

É, essa me convenceu. Como Charlie sabe sobre minha profissão poderei pedi-lo ajuda, falando que eu não quis ir ao hospital e ele preferiu cuidar de mim em casa. Na Agência veriam se eu quebrei o meu pé. Nossa, que dor! Ouvi o barulho da sirene da ambulância subindo a rua, as luzes vermelhas passando pelas paredes opostas. As portas se abrindo e a maca sendo retirada do carro. Um chute na porta, encosto minha cabeça na parede com a pontada aguda em meu braço, ouço passos subindo a escada até o segundo andar.  Outro chute na porta, uma luz de lanterna em meu rosto.

 

- Isabella?

 

- Sim.

 

- Está a salvo.

 

A maca se aproxima de mim. Arrasto-me até ela e lá me deito. Imobilizam a minha perna enquanto colocam gazes em meu braço para estancar meu sangue. Sou levantada por dois homens vestidos de branco e vou descendo as escadas. Lá embaixo, meu chefe me aguarda, com o olhar preocupado.

 

- Você ficará bem, Bella. Cuidaremos de você. – ele diz emotivo.

 

- Apenas avise Charlie. – digo entredentes tentando não sucumbir à dor.

 

 - Não se preocupe, ele já está na clínica te esperando.

 

Aceno levemente com a cabeça e as portas da ambulância são fechadas em meus pés calçados com a bota do salto mais fino e mais alto possível. Jogam um cobertor em mim, pois tremo, mas não é frio, é dor em meu pé latejante. Uma agulha é enfiada em minha mão e vejo o soro pingando ao meu lado, conectado a mim.

 

- Pressão? – um dos homens pergunta.

 

- 15 por 11. – o outro responde.

 

 - Tente se acalmar, por favor. – o primeiro me pede enquanto checa alguns aparelhos conectados a mim.

 

O balançar do carro vai me fazendo pensar mais uma vez como Alice nunca me viu nessas situações. Talvez algo em meu subconsciente me impeça de tomar uma decisão, assim ela não me vê. Edward está “acampando” com seus irmãos, mas sei que está apenas em mais uma viagem de caça. Minha cabeça agora começa a doer. Talvez seja melhor descansar um pouco. A ambulância pára, as portas se abrem de repente, me puxam e correm comigo em direção à clínica no prédio da agência. Um médico conhecido por mim – Dr. John Travis – vem correndo para me examinar, logo atrás dele, Charlie preocupado e aflito.

 

- Qual o quadro dela? – John pergunta.

 

- Corte de vinte centímetros de largura, e de cinco centímetros de profundidade no braço esquerdo. Torção leve no pé direito. Possível traumatismo craniano e muitas escoriações.

 

- Levem-na para o Raio-X. E quero uma Tomografia Computadorizada. E Bella, teremos que te colocar em coma induzido.

 

- Ok, John. Faça-me dormir. – disse humorada.

 

- Boa Noite Bella.

 

Apenas o vi injetando algo em meu soro, e logo me voltei para a escuridão.

 

 

 

 

Meus olhos estavam pesados quando os abri, senti uma mão em cima da minha. Virei meu rosto lentamente e vi Charlie dormindo ao meu lado. Levantei minha outra mão lentamente e afaguei seus cabelos. Ele se remexeu e ergueu a cabeça.

 

- Que susto me deu!

 

- Achando que sou fraca, pai?

 

- Eu sei que não, minha princesa.

 

Sorri fracamente para ele e me remexi na cama. Apertei um botão que estava ao meu lado. Logo uma enfermeira chegou.

 

- Deseja algo?

 

- Chame Dr. Travis, por favor.

 

- Claro, aguarde uns segundos.

 

Ela saiu. Charlie logo se levantou e se espreguiçou lentamente. Olhei para a janela e já era dia.

 

- Edward volta hoje. – disse baixo.

 

Charlie fez uma carranca, ele nunca perdoara Edward pelo abandono. E nem pela minha repentina viagem à Los Angeles – sendo que foi para a Itália – para ajudá-lo.

 

- E daí? – ele disse grosseiramente.

 

 Quando abri a boca para lhe responder, John entrou no quarto.

 

- Bom dia Bella. Bom dia Charlie. Como está?

 

- Um pouco dolorida. Qual foi o resultado dos exames?

 

- Muito bons. Sem traumatismo craniano, só está com um galo na cabeça. Seu corte lhe rendeu dez pontos, perdeu uma boa quantidade de sangue, tendo que sofrer uma transfusão. O seu pé só sofreu uma torção, ficará com essa bota ortopédica por quinze dias, passando uma pomada que ajudará a recuperação. E claro, se sentir dores, tome Tylenol. Você já teve resultados piores.

 

- É, eu me lembro. – disse com uma careta.

 

- E você acaba de receber alta. – ele falou sorrindo.

 

Sorri também com essa notícia. John se despediu de mim e puxou Charlie para uma conversa. Levantei-me lentamente e fui em direção ao banheiro do quarto. Despi-me e vi que tinha roxos pela minha barriga, pernas e costas. Meu braço estava com um enorme curativo e meu pé com uma bota ortopédica. Protegi a bota com uma toalha e fui para o banho. Tomei um bem quente e relaxante, levando meus cabelos calmamente. Sequei-me e coloquei um short jeans, uma camiseta preta, um all-star em apenas um pé e meu colete de trabalho. Prendi meu cabelo em um rabo de cavalo alto e coloquei meu crachá. Saí com minha pequena mala do quarto. Charlie me ajudou, fomos para o elevador e apertamos o botão do último andar. Chegando lá, fui cumprimentada por todos e recebi muitos olhares admirados. Paramos em frente a uma porta, escrito “Jackson Sullivan – Diretor Geral”. Bati na porta e ouvi um “- Entre”. Abri a porta e lá estava Jack e Thomas.

 

- Bella! – Thomas exultou.

 

Sorri para eles e sentei no sofá próximo à mesa. Charlie e os outros dois fizeram o mesmo.

 

- Parabéns Bella. Foi uma ótima missão. – Jack disse.

 

- Obrigada. – sorri.

 

- Queremos te dizer que Christian foi preso. Está aguardando o julgamento. Será acusado por todos os seus crimes.

 

- Fico muito contente com essa notícia.

 

- Você foi muito corajosa Bella, poderia ter morrido. Mas foi uma atitude impensada e perigosa. – Charlie disse repreendendo-me.

 

- Eu sei, mas não podia deixar Christian escapar.

 

- Vocês dois foram muito bons. Bella, você já pode voltar para Forks. A partir daqui, cuidaremos do julgamento e te informaremos. – Jack falou.

 

 - Ok, obrigada.

 

Levantei-me com Charlie e nos despedimos deles.

 

- Melhoras Bells – Thomas me disse – Fique boa para a próxima.

 

- Não pense em se divertir sem mim.

 

- Nunca, parceira.

 

Saímos do escritório e Charlie e eu fomos em direção ao carro que nos esperava. Logo já estávamos no aeroporto, pegando o jatinho. Aterrissamos em Seattle, e pegamos a viatura de Charlie e fomos para casa. Depois de uma hora e meia chegamos. Charlie me ajudou com a bagagem e para subir as escadas.

 

- Estarei aqui e baixo, prepararei um sanduíche para você.

 

- Não coloque fogo na cozinha, pai.

 

Ele deu uma gostosa gargalhada e desceu, me deixando sozinha.

 

Fui em direção ao meu guarda-roupa, abri a gaveta e retirei algumas meias, logo o pequeno aparelho com números apareceu, digitei uma senha e o meu espelho se abriu. Entrei e andei pelo estreito corredor. Logo uma pequena sala, arejada, e toda pintada de branco apareceu em minha frente. Tirei meu colete, meu crachá e minha arma. Guardei em um pequeno armário, junto com meus outros uniformes e a arma, abrindo um compartimento, coloquei junto com as outras. Depois de arrumar tudo e checar, saí da pequena sala, e fechei o espelho pelo mesmo controle. Guardei e arrumei as meias em seus devidos lugares e deitei-me na cama.

 

Comecei a pensar em um acidente na escada, pensava com tanta convicção que eu até achei que tinha realmente caído. Em poucos minutos, meu celular tocaria. Troquei de roupa, colocando um moletom e deitei-me na cama com meu livro “O Morro dos Ventos Uivantes”, logo senti meu celular vibrando na cama. Olhei o visor que estava escrito: Edward Cullen.

 

- Alô?

 

- BELLA?

 

A voz dele estava muito alterada, latente a preocupação nela.

 

- Sim, pode falar Edward.

 

- Como você está? Alice teve uma visão sua caindo da escada. Estou voltando agora mesmo para Forks.

 

- Apenas torci levemente meu pé, Charlie o imobilizou com uma bota ortopédica.

 

Como em Forks era frio constante, Edward não veria meu braço com os pontos, pois eu só usaria casaco.

 

- Estou indo para aí. Carlisle está comigo e ele te examinará.

 

- Ok, não se preocupe Edward. São apenas os meus pés entrando em meu caminho.

 

- Não brinque com isso, Bella. Em uma hora chego aí. Se cuide.

 

- Tudo bem. Te Amo.

 

- Também te amo. Tchau.

 

- Tchau.

 

Desliguei o celular e deitei na cama novamente. Charlie entrou, me trazendo o sanduíche e um copo com Coca Cola.

 

- Conversando com o Cullen? – Charlie disse o nome dele com um pouco de raiva.

 

- Sim, ele me ligou perguntando se eu estava bem, contei para ele sobre uma queda na escada de casa, onde sem querer, tropecei em meus pés e saí rolando escada abaixo, torcendo o meu pé.

 

- Daqui a pouco não terá mais desculpas para ele, Bella.

 

- Eu sei pai. Mas ele não pode saber de nada.

 

- Faça o que é melhor. Sei que não quer colocá-lo em risco. Mas não pode viver na mentira.

 

- Eu não minto. Eu omito. – falei sorrindo.

 

- Como se fosse muito diferente. – ele disse revirando os olhos, visivelmente divertido.

 

- Obrigada pai, por tudo.

 

Ele me deu um beijo na testa e saiu do quarto. Comi e bebi, escovei os dentes e voltei para a cama, daqui a vinte minutos Edward chegaria.

 

E assim, deixaria de ser a Agente Isabella Marie Swan, a melhor agente do FBI.

 

Para ser apenas Isabella Marie Swan, a namorada do vampiro mais perfeito do mundo.

 


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Notas finais do capítulo

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