W's escrita por Luana Almeida
Notas iniciais do capítulo
Aguardo comentários!
—Vampiros então – Bobby estralou o pescoço enquanto falava.
—Tio, sinceramente – falei olhando dentro de um armário acima da pia da cozinha – Eu não vou comer isso aqui, nem você devia, é por isso que sofre tanto do estômago – o olhei.
—Não esperava que quisesse comer isso – ele me olhou um tanto desapontado.
—São enlatados e a maioria está vencido – levantei os ombros sentindo um pouco de culpa.
—Vá ao mercado comprar algo – ele levantou e a mesa cheia de papéis balançou – Sua comida deve ser melhor que a minha.
—Eu sei cozinhar – rebati sua falta fé e ironia.
—Se está dizendo – Bobby deu de ombros e me deu algumas notas de dinheiro.
Saí porta fora e parei no pé da escada da varanda lembrando onde o mercado ficava e se a chave do carro de Bobby estaria na ignição. Caminhei pelo pátio abarrotado de coisas e por sorte, ou melhor, falta de atenção do velhote de boné rasgado a chave estava lá.
Liguei o carro e as tranqueiras do quintal impedia um pouco minha visão, então dei ré meio às cegas e só parei quando ouvi um ‘’Cuidado’’ alto.
—Quer me atropelar?- Sam gritou se aproximando do carro.
—Você me assustou! - deixei o carro morrer.
—Eu posso ir com você? - ele perguntou um pouco tímido.
—Claro – a resposta automática me fez corar e religar o carro foi ótimo para disfarçar.
Sam entrou no carro desajeitado e não falou até que saímos da propriedade de Bobby, ele ligou o rádio e mudou de estação até encontrar uma tocando clássicos do rock.
—Você e meu pai, ele era legal com você? - Sam perguntou quando ‘’Last Kiss’’ acabou.
—Eu ainda não digeri a ideia de ele estar morto – a última palavra fez minha garganta doer.
—Pois é – ele ficou em silêncio e o acompanhei.
—Ele era incrível, o meu pai morreu antes que eu nascesse, você soube não é – o olhei por uns segundos e logo prestei atenção na estrada novamente.
—Soube – a voz soou baixa – Eu tinha o que… uns sete anos.
—É, e eu nasci no dia que ele morreu, não tem como ficar feliz com aniversários – dei de ombros quando ele me olhou.
—Desculpe pelo Dean – Sam apontou uma vaga para estacionar – Ele me disse que meio que, explodiu com você de manhã.
—Aquilo é o máximo que ele pode fazer? - sorri o olhando, realmente era engraçado.
—Quando ele está no modo zen sim – ele riu abrindo a porta.
Caminhamos até o mercado ainda rindo daquilo.
—Acho que se ele souber dos nossos comentários maldosos sobre seu modo zen não vai ficar muito feliz – minha intenção era pegar uma cesta, mas ele foi mais rápido.
—O Dean é meio imprevisível – Sam me ajudou a escolher alguns tomates – Você se acostuma.
—Ele me disse de manhã que eu ficaria com o tio Bobby, acho que não vou ver vocês sempre – uma nota de ‘’não me deixe com um velho rabugento’’ ecoou na frase.
—Eu acho melhor – ele amarrou o pacote rapidamente – Bobby pode cuidar de você muito bem.
Não concordei nem discordei, somente mudei de assunto para o valor que achava que tinha em mãos para as compras.
—Torta? Na hora do almoço? - perguntei quando Sam voltou do seu ‘’volto já’’.
—O Dean não escolhe que hora vai comer torta – ele ajeitou na cesta – Graças hm – ele pensou – a Deus, vamos ter uma boa refeição em muito tempo.
—Olha não confia muito não, que não sou a melhor cozinheira do mundo – lembrei de certas gororobas que inventava.
Assim que pagamos a conta, saímos em direção ao carro entramos nele, agora de lugares trocados, pelo comentário de Sam sobre meu modo de dirigir. Senti algo pousar sobre meu ombro e paralisei quando Sam olhou pra ele com os olhos arregalados.
—Não me diga que é uma aranha por favor – minha respiração começou a acelerar.
—Não é uma aranha – ele respondeu aproximando a mão de mim.
—Está dizendo a verdade? - talvez ele só tivesse dito o que eu queria ouvir.
Sam puxou a mão e nela estava uma borboleta, não qualquer borboleta, uma morfa azul. As conhecia porque adorava coisas que raramente se encontrava. Ele a observava encantado enquanto eu não sabia se olhava a morfa, ou Sam.
—Não vejo isso faz muito tempo – ele sorriu.
—Eu nunca vi uma dessa – deixei minha mão ir até a dele e esperei que a borboleta subisse em meu dedo.
Nós ficamos como dois bobos olhando a borboleta e depois sugeri que a soltássemos quando a barriga de Sam roncou alto.
—Que demora – Dean andou com o computador até Sam – Onde foi?
—Ao mercado, com a Aurora – ele pegou o computador – O ninho é em outra cidade?
—É, e aparentemente são muitos, mais dois casos, mas são desaparecimentos e uma morte – ele olhou para mim – E não contando a da sua mãe.
—Você rastreou o ninho – Sam me olhou – Sabe quantos tem lá?
—Pelas minha contas, dos que estavam do lado de fora, era sete.
—Qual é, você foi até o ninho e ninguém sentiu seu cheiro? - Dean falou incrédulo.
—Não, eu vi uma foto em tempo real de um satélite, tenho um amigo que mexe com essas coisas.
—O cara é bom hein – Dean ironizou e virou as costas voltando a mesa cheia de papéis.
—Aurora – Bobby entrou na cozinha.
Ele nunca me chamava de Aurora.
—Gilliard me ligou e disse que, você fugiu de casa.
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