Folhas de Papeis escrita por SofyLiddell


Capítulo 5
Refrigerante e Sono são uma péssima combinação


Notas iniciais do capítulo

Oi gente! Demorei? Não sei, depende da linha do tempo :3 ~se desvia de Nokias
Gente, eu sei que eu demorei, mas eu apareci né?
Bom, vamos agradecer a minhas leitoras maravilhosas que comentaram e estou querendo aqui fazer propaganda!
~coloca camisa do Nyah!
Eu recomendo as duas histórias da nossa leitora divosah: Cheerryyy!
Tia Cherry: Oi ^^
E vamos falar também da nova história da Bona:
Bona: Howdy ºuº

Passem lá e deem uma olhadinha!!
—----
A NOVA RODADA DE ACHAR REFERÊNCIAS COMEÇOU JÁ NO CAPÍTULO 4! (vai ser de 3 em 3 capítulos)
— E PRA DAR UMA DICA RÁPIDA: 6 referências nesse capítulo!

Leitoras: URRA, 6?
Eu: É! Mas deixei algumas fáceis!
Leitoras: Algumas?
Eu: É, uê, pensou que eu ia dar as referências mole? Nananananinanão! Vou começar a complicar o negócio! ~risada da Flowey

Fiquem com o capítulo ^^



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Eu acordei com alguém me balançando. Abri os olhos e vi Sans me olhando com um sorriso sarcástico no rosto. Me levantei e fiquei sentada na cama:

— O que foi, que horas são?

— É sério que você fez isso no meu rosto? - Então eu olhei pra ele e observei o bigode que eu fiz, e comecei a rir. Depois, ouvi sua risada também - São quase oito horas. Papyrus está fazendo o café da manhã junto com Alphys.

— Eu fui a última a acordar? - Perguntei.

— Não, Undyne está ali no sofá, dormindo profundamente - Nós dois olhamos para a ruiva completamente esparramada sobre o cômodo da casa - Devia ter acordado mais cedo, a reação da Alphys foi hilária.

— Eu fui a última a dormir, não tenho culpa! - Exclamei.

— HEY, VOCÊS! A COMIDA TÁ PRONTA! - Me levantei e fui andando até a cozinha. A mesa era grande. Me sentei em uma cadeira qualquer e Sans se sentou do meu lado. Havia panquecas, waffles, um bolo que já estava sem alguns pedaços e dois tipos de suco. Optei por um waffle e um copo de suco de... Quê isso? Não sei, mas é bem gostoso.

— Bom dia, darlings - Mettaton chegou com uma pose bem dramática, provavelmente também se espreguiçando.

— Bom dia, Mettaton - Eu falei com um sorriso no rosto.

— Estão vendo? A Frisk é educada, ela responde os bom dias! - Ele fingiu estar bravo e todo mundo da mesa riu.

A celebridade pegou um copo do mesmo suco que eu e um pedaço de bolo. Alphys reclamou que quem comia aquele bolo era apenas o Mettaton, ele deu língua e deu uma grande mordida no pedaço em sua mão. Percebi que o meu copo estava vazia, então o enchi mais uma vez, espero não ter problema nisso.

Conversamos durante o café da manhã. A conversa no início de resumiu em comidas preferidas, depois foi para quem sabia cozinhar melhor, depois foi parar em jogos! Não me pergunte como isso aconteceu, só foi esse o rumo da conversa.

Undyne havia acordado e dava passos pesados e cansados até chegar na cozinha. Ainda estava com um peixe na testa, acho que ela ainda não percebeu. Deu um bom dia pra gente e pegou um copo de suco e um pedaço de bolo, acho que esse bolo é uma coisa muito boa para todos estarem pegando. Continuamos conversando sobre qualquer coisa até eu ouvir uma buzina do lado de fora da casa. Eu reconheci, era o do carro da minha mãe. Engoli praticamente o resto do waffle, e engasguei, dando um grande gole no suco. Eu pedi pra Alphys pra avisar pra minha mãe me esperar porque eu iria me trocar, eu ainda estava de pijama. Peguei minha mochila e corri para o banheiro, tranquei a porta e tirei o pijama rapidamente. Coloquei o meu short e uma regata lilás. Saí do banheiro e me despedi do pessoal:

— Tchau Papyrus - Dei um abraço no mesmo.

— Tchau Mettaton - Dei um abraço na celebridade, que retribuiu com o maior prazer.

— Obviamente nos veremos de novo Frisk - Ele falou e deu uma piscadinha.

— Tchau Undyne - Me despedi da ruiva com um 'Toca Aqui'.

— Tchau Sans - Me despedi do albino com um abraço também. No início, ele não retribuiu, mas depois senti seus braços me envolvendo. Eu não queria soltar, e pelo jeito, nem ele. Mas depois me afastei e deu mais um tchau.

Na porta, me despedi da Alphys:

— F-foi m-muito legal v-você ter vindo, F-frisk!

— Eu realmente gostei, Alphys! Espero poder vir para mais noites como essa!

— C-com certeza você v-vai vir para todas! - Me despedi  com um abraço e depois sai correndo para o carro da minha mãe.

Entrei, fechei a porta e acenei para a garota loira que estava na porta uma última vez. Depois me virei para minha mãe, eu ia começar a falar sobre como foi legal passar uma noite na casa de Alphys, mas um susto me impediu de falar qualquer coisa:

— ASRIEL! - Reprimi, mas ele estava ocupado demais rindo - Vocês já chegaram? - Ignorei o susto e dei um abraço no mesmo.

— Chegamos hoje de manhãzinha, eu, Chara e o papai - Ele explicou, ainda estávamos abraçados - Só que aí, perguntamos sobre você e a mamãe disse que iria lhe buscar, então eu pedi pra vir junto! - Assim que terminou a explicação, nos afastamos, cada um com um sorriso maior que o do outro.

— Isso é incrível - Dei mais um abraço, o que não é o suficiente para recompensar o tanto de tempo separados - Hey, você cortou o cabelo - Falei me afastando e tocando os fios cremes do meu irmão. Foi uma mistura entre a cor do cabelo do papai e o cabelo da minha mãe, ficou bonito - E cresceu também - Falei observando a altura de Asriel,  e não só a altura, não vou mentir que ele também ficou mais masculino... Tiremos essas ideias da cabeça, Frisk, ele é seu irmão!

— Sim, eu também fiquei impressionada, a quanto tempo não nos vemos, querido? - Toriel perguntou com seus olhos vidrados na estrada.

— Desde natal do ano passado. Ah, eu tenho uma novidade pra vocês, mas é melhor vocês esperarem nós chegarmos em casa pra isso - Droga, minha curiosidade ataca. Asriel sabe que eu sou curiosa nível 100, e ainda faz esse joguinhos!

Por pura sorte, estávamos bem perto de nossa casa, minha mãe estacionou. Desci rapidamente do carro e corri pra dentro de casa, logo dando de cara com um homem alto e cabelos castanhos:

— PAPAI! - Gritei e corri em sua direção, dando um pulo e agarrando seu pescoço, enquanto ele me girava - QUE SAUDADES!

— Digo o mesmo - Asgore foi parando aos poucos de me girar até que finalmente me colocou no chão - Você cresceu! Está batendo quase batendo no meu ombro - Falou e eu não conseguia fazer nada além de rir.

— Que gritaria é essa? - Chara apareceu na sala com a mesma cara de sempre, quando me viu, foi andando na minha direção, quando chegou perto, ficou um pouco receosa. Eu que tive que dar o abraço, que por incrível que pareça, ela retribuiu.

— Wont, Chara tem sentimentos! - Asriel disse aparecendo na sala também.

— Claro, eu não sou uma flor sem alma, tá? - Respondeu mostrando a língua para Asriel.

— Crianças, sentem-se - Toriel pediu, e todos nós, inclusive Asgore, nos sentamos na mesa da sala. Agora, com a família inteira reunida, a nossa mãe pegou três caixas e deu para cada um de nós - Abram.

Asriel abriu e ali mostrou um suéter verde e amarelo, ele sorriu e abraçou a roupa em sua mão. Chara abriu sua caixa e ali dentro havia duas barras de chocolate, uma ao leite e uma meio amargo. Abri a minha, dentro havia um pingente de coração:

— Mas, mamãe, Asriel não já tinha um suéter assim? - Perguntei, vendo o meu irmão ainda abraçado com aquela peça de roupa.

— Ele me ligou pedindo mil desculpas dizendo que rasgou, pois prendeu em um galho de árvore. Então, nada mais justo que eu fazer outro - Toriel respondeu com um sorriso no rosto.

A família reunida continuou a conversar. Eu apenas sorria e falava mais com meus irmãos e respondia as perguntas do papai. Asgore se levantou de sua cadeira e foi andando até a janela:

— Hey - Chamou a nossa atenção - Está um lindo dia lá fora. Pássaros cantando, flores desabrochando, clima perfeito para brincar de bola! - Falou com um grande sorriso no rosto - O que acham?

— Nunca mais brincamos juntos, vamos! - Asriel foi o primeiro a se levantar, indo de encontro com o papai. Depois eu e Chara nos juntamos aos dois. Toriel falou que ia pegar sua bolsa e depois ia.

Com os cinco reunidos, fomos todos para uma praça perto dali. Meu pai foi com uma bola de vôlei na mãe e ele e os irmãos foram juntos para um pátio que tinha ali. Começamos um jogo qualquer de ficar jogando a bola um pro outro, enquanto minha mãe ficava observando de um banco ali perto. Chara deu a ideia de jogarmos queimada, meninas contra meninos, todos nós aprovamos a ideia.

Eu e Chara estávamos no mesmo time e eles sabem muito bem que isso não dá certo. O jogo começou e em menos de três minutos vencemos dos dois. Resolvemos mudar os times, Chara e Asriel e eu e Asgore. Fiquei apenas tentando queimar logo o Asriel, pois sei muito bem que é meio impossível queimar a Chara. Consegui queimar o meu irmão e minha irmã queimou meu pai:

— Agora só eu e você, maninha - Chara falou com a bola em suas mãos, me olhando atentamente de cima a baixo.

— Você sabe que isso não dá certo - Eu disse rindo. Chara logo jogou a bola em minha direção e consegui segurar, jogando na direção dela, que segurou também.

Ficamos assim durante muito tempo, nenhuma das duas conseguia queimar nenhuma. Toda vez que eu jogava na Chara, ela conseguia segurar, e toda vez que ela jogava em mim, eu segurava. Ficaríamos ali por horas, e nós sabíamos disso, desde quando éramos menores esse jogo demorava muito tempo. Meu espírito competitivo falava mais forte, então é obvio que perder estava fora de cogitação.

A única maneira de uma de nós duas perdermos é alguma distração.

Percebemos depois que já tínhamos plateia. Asriel e Asgore já saíram do campo do morto e se sentaram do lado de Toriel, ficaram apenas observando o jogo também. Muitos meninos que passavam por ali, crianças ou sei lá mais quem pararam para observar o jogo:

— Há quanto tempo já estamos aqui? - Perguntei jogando a bola com força na direção de Chara.

— Não sei, pensei que você estava contando - Respondeu jogando a bola em minha direção que eu resolvi desviar ao invés de segurar. A bola caiu dentro da trave que tinha ali no pátio e corri em sua direção. Assim que eu tinha a bola em minha mão, joguei inesperadamente na direção de Chara, que conseguiu desviar, por pouco.

— Droga - Xinguei.

— Hm, posso ver seu espírito competitivo em você, maninha. Esse jogo está ficando divertido - Falou com o seu famoso sorriso em seu rosto. Agora o jogo ia começar de verdade.

As vezes penso que Chara e eu temos um conflito, como se ela fosse totalmente diferente de mim e tentasse mudar meu jeito de pensar e de agir, e às vezes, eu ajo como ela. Muitas pessoas pensam que isso não acontece, mas naquele jogo podiam perceber isso.

Não fazia a mínima ideia de quando aquele jogo iria acabar. Mas por sorte, foi quando eu percebi um cabelo branco passando pela rua. "Sans?" pensei e me virei para olhar, e não percebi a bola vindo em minha direção:

— Fim de jogo - Chara avisou e fomos andando até o meio da quadra, onde demos as mãos - Foi um bom jogo, maninha!

— Igualmente - Respondi. Havia outra coisa que eu e Chara éramos parecidas. Nós duas éramos justas. Embora Chara não pareça demonstrar isso.

Palmas foram ouvidas assim que saímos da quadro, agora percebemos que tivemos um grande público, Chara e eu agradecemos rindo e depois todos nós voltamos para casa. E ali na sala de jantar, uma torta de caramelo com canela nos aguardava:

— Vocês sempre foram assim, sabiam? - Asgore começou a conversa na mesa.

— Assim como? - Chara perguntou comendo boa parte do seu pedaço de torta, enquanto o garoto ao seu lado se deliciava aos poucos, não queria que terminasse tão cedo, e nem eu.

— Competitivas. Lembro que quando eram menores, sempre competiam qualquer coisa! Lembro-me que já competiram para ver quem passava mais tempo sem apostar nada, ambas perderam - Os mais velhos riram e eu apenas sorri, eu conseguia me lembrar, um pouco, já que eu era muito pequena.

— Ah, Frisk! - Asriel chamou minha atenção - Lembra daquela faculdade de veterinária que eu queria entrar?

— Sim, lembro, o que é que tem? Você conseguiu entrar? - Perguntei animada, quase já sabendo a resposta, Asriel era inteligente, facilmente entraria para qualquer faculdade daquela cidade, mas mesmo assim eu queria ter a certeza.

— Não - Ele disse, com a maior calma do mundo.

— Não? - Perguntei com um rosto de confusão, pude ouvir Chara e meu pai segurando o riso.

— Eu estou brincando Frisk! Eu passei! - Respondeu com um grande sorriso no rosto, pulei da minha cadeira para dar um abraço nele.

— Eu sabia que você ia passar, irmãozinho! - Todos rindo na mesa estavam rindo, bom, Chara estava apenas sorrindo, mas podemos contar isso como se ela tivesse se divertindo com a cena.

Assim que todos terminamos de comer, os irmãos foram colocar o pijama. Eu coloquei uma blusa qualquer, junta com uma calça qualquer também! Fui em direção da sala e logo fiquei procurando os jogos que eu teria por ali. Minha irmã logo se sentou do meu lado e me ajudou a procurar também:

— O mesmo? - Perguntou, só pra ter certeza.

— Sim. O mesmo - Respondi com um sorriso no rosto.

Os adultos se despediram de nós duas com um beijo na testa e um aviso para não queimarmos a casa. Asriel chegou assim que achamos o jogo, se sentou do nosso lado e foi ligando logo o video game. A tela acendeu, mostrando o menu:

— GTA! - Chara falou com um tom animado na voz.

— Nossa, que nostalgia - O meu irmão falou, com os pensamos longe, ele estava provavelmente se lembrando dessas noites novamente.

— Então, quem vai primeiro? - Perguntei oferecendo o controle.

— Frisk, você quer ir? Eu vou fazer pipoca! Asriel pode te ajudar - Chara falou se levantando e saindo da sala em direção à cozinha - E por favor, vocês sempre tentam ser bonzinhos e completam as missões, podiam ser mais rebeldes!

— Sem genocídio! - Asriel gritou para a nossa irmã conseguir escutar - Então, vamos ver qual o objetivo!

Fui fazendo tudo que o garoto ao meu lado dizia, ou seguia o que mostrava na tela. Pude escutar barulhos de pipoca estourando na cozinha, voltei meu olhar para a tela. Pra não ficar andando por todo o mapa, aproveitei e roubei um carro. Assim que Chara chegou, eu completei o objetivo diário:

— Sempre tão boazinha... - Frisk falou com o seu sorriso de sempre - Minha vez?

Dei o controle para a garota dos olhos vermelhos e enchi minha mão de pipoca. "Se eu for comer pipoca e doces toda a noite, não sei quanto eu vou pesar", pensei quando lembrei que ontem mesmo eu tinha comido as mesmas coisas que estão agora na minha frente. Resolvi olhar para a tela da TV, Chara não seguia um objetivo, apenas roubava alguns carros, motos e tentava atropelar qualquer pessoa que tinha em seu caminho. Quando o carro explodia, ela saia pelas ruas com uma arma, geralmente é uma faca, que por sinal, eu não faço a menor ideia de onde ela arrumou!

Assim que ela se enjoou e não tinha mais nenhuma ideia do que fazer, deu o controle para o Asriel, que se divertia muito tentando seguir as regras do jogo e tentando fazer o bem sempre. É o que eu faço na maioria das vezes, mas não vou mentir que eu já fui igual a Chara e deu vontade de matar algumas pessoas, só pra saber o que aconteceria. Me levantei e fui pra cozinha, avisando para os irmãos que eu ia fazer o brigadeiro. Peguei um leite condensado, chocolate em pó e, eis o meu segredo, leite ninho. Joguei tudo na panela e fiquei misturando enquanto balançava levemente minha cabeça de um lado para o outro, uma música havia ficado na minha cabeça, tentei lembrar de onde já ouvi essa melodia.

Lembrei! Era a música que o Mettaton havia colocado pra eu ficar rebolando no meio da roda.

Meu rosto ficou totalmente corado agora. Lembrar que eu tive que simplesmente ficar rebolando com "todo mundo" me olhando... Com o Sans me olhando!! Como eu tive coragem de fazer aquilo?

Provavelmente era efeito do refrigerante. E também porque se minha mãe recebendo uma mensagem "Mãe, essa é a última mensagem que eu vou lhe enviar, um assassino entrou aqui, te amo". Quem nunca mais iria enviar mensagem era minha mãe, ela iria entrar em desespero, então tive que ir pela saída mais fácil. Asriel apareceu na cozinha perguntando se eu precisava de ajuda:

— Asry! - Esse era o apelido que eu dei pra ele, acho fofo - Você pode ficar mexendo aqui enquanto eu guardo as coisas? - Ele concordou com a cabeça e se aproximou da panela, e com seu cuidado para não se queimar.

Joguei a caixa do leite condensado no lixo, guardei o resto do chocolate e do leite ninho e depois peguei um prato fundo. Meu irmão despejou o brigadeiro ali e depois eu deixei na geladeira, quando eu me virei, ele já estava raspando a panela. Peguei uma colher e me juntei, Chara apareceu em seguida reclamando:

— Por que os senhores não me chamaram? - Indignada pegou a panela e uma colher e correu para a sala. Ficamos parados durante um tempo, até raciocinarmos o que acabou de acontecer e finalmente começarmos a correr atrás dela.

— Chara, divide! - Gritei.

— Nem pensar! Tem um prato cheio na geladeira, depois vocês comem! - Gritou de volta.

— Você também vai comer ele! Divide a panela também! - E ficamos nesse negócio de ficar correndo pela sala enquanto gritávamos.

— Me dá uma enxada que eu tento dividir a panela ao meio!

— Você me entendeu!

— Você me conhece!

— Gente! Quem ainda vai jogar? - O grito do Asriel fez nós duas olharmos para ele, e como nada respondemos, ele tirou o video game e ficou procurando um filme qualquer para nos aquietarmos e assistirmos. Me virei para encarar Chara novamente, e ela não estava mais ali, fui pra cozinha e a vi lavando a panela.

— Que pena, acabou - Disse lambendo o resto de brigadeiro que sobrou em sua colher.

— Você não vai comer o que tem no prato - Falei.

— Vocês comeram mais na panela do que eu! Como vocês vão cometer a injustiça de comer no prato, eu mereço ganhar também! - Disse jogando a colher na pia - Vamos ajudar o Asriel a escolher um filme, ele vai colocar um todo fru fru, e você sabe que eu não aguento esse tipo de filme!

Revirei os olhos e fui até a sala. Asriel deixou cinco filmes na sua frente e perguntou qual nós queríamos ver. Chara foi ver a sinopse de cada um, até tirar um deles da pilha:

— Eliminado! - Exclamou. Procurou outro - Eliminado! - Novamente. Esperamos ela falar "Eliminado" para mais um, então ficou decidindo entre dois filmes que estava segurando - Eu não sei qual escolher, então vamos ver os dois! - Falou e foi logo colocando o escolhido para vermos.

Peguei o refrigerante, o brigadeiro e mais três colheres. Por sorte o Asriel me ajudou antes que eu derrubasse tudo no chão.

O filme começou, eu não fazia a menor ideia do nome, mas a história até que é legal. Era um médico que  só cuidava de casos especiais, já tinha resolvido 6 que era um mistério pra ciência, e dessa vez ele tinha que resolver seu sétimo caso, que era uma menina que sofria uma certa crise de identidade. Ao longo do filme percebemos que a menina na verdade fingia ser quem não era, e o médico se apaixonou pela face que na verdade não existia. Nesse momento senti pena dele, mas mesmo assim continuei assistindo. Duas mulheres se casaram, e estava passando no telão um cara que tocava violão muito bem, só que mudou pra funk, e as duas começaram a dançar, eu e Chara nos encaramos:

— Não! - Exclamei.

— FRISK, VOCÊ VAI FAZER ISSO NO SEU CASAMENTO! - Ela gritou batendo palmas, enquanto eu simplesmente ria.

O filme continuou, a garota do sétimo caso, gostei de chamá-la assim, conseguiu fazer com que o médico fosse acusado por um homicídio que ele não cometeu, e assim ele teve que fugir, e em outra cidade, ele conheceu uma garota, a verdadeira garota que a menina do sétimo caso fingia ser. Eu e Asriel ficamos torcendo para eles ficarem juntos, o que realmente aconteceu. O filme acabou, dando a entender que a garota do sétimo caso queria matar a verdadeira menina, pois se ela fingisse ser ela pra sempre, todos a amariam:

— Eu aprovo a continuação - Falei, com uma certa lentidão na voz. Refrigerante e sono certamente não são uma boa combinação!

— Gente, quem era quem, eu não lembro - Chara falou caindo para trás, sentando na poltrona - Esperem, cadê o refrigerante que tinha no meu copo? - Perguntou mais para si mesma, virando o copo de cabeça pra baixo, pra ver se algo caia dele. Nada aconteceu.

— Que horas são? - Meu irmão perguntou.

— Ave Maria, cheia de graça... - Respondi junta com Chara, então todos nós começamos a rir. E não paramos. Como eu disse, refrigerante e sono não são uma boa combinação!

E ali ficamos rindo, quando paramos, continuamos a rir novamente. Ficamos assim por uns três minutos, até cairmos no colchão que deixamos ali na sala e ficarmos falando sobre qualquer coisa... Qualquer coisa mesmo:

 - Será que existia dinossauros azuis? - Perguntei.

— Não sei, nunca vi nenhum até agora - Asriel respondeu - Mas girafas azuis existem, certo?

— Não, existem pássaros azuis, e casacos também - Chara respondeu.

— O que uma coisa tem a ver com outra? - Perguntei rindo novamente.

— Tudo tem a ver, tudo está interligado! Como o pudim e a alcachofra - A garota dos olhos vermelhos respondeu com os olhos fechados e fazendo biquinho - Acho que eu, definitivamente, não estou bem - E assim, ela encostou a cabeça no travesseiro, e quando menos percebemos, ela já estava dormindo. Eu e Asriel nos aproximamos com tinta nas mãos, mas - Nem pensem nisso!

— Pensei que estava dormindo - Uma respiração forte foi a resposta para minha pergunta, Chara podia parecer ter sono pesado, mas sempre estava em alerta.

Acabou que eu dormi primeiro que o Asriel, já esperando acordar com minha cara inteiramente pintada, mas não me importei muito com isso.

Ainda estou imaginando uma continuação muito boa para aquele filme.


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Notas finais do capítulo

See Ya in Commeeents ♥
(Referências)



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