Livre.

Uma palavra de cinco letras que tinha um grande significado. Ele estava livre. Eles estavam livres.

Aquele desespero terrível que os havia corrompido há certo tempo, coisa que ele jamais pensou que seria possível se recuperar, finalmente havia ido embora, dando lugar a uma esperança avassaladora de um futuro melhor.

Kuzuryuu finalmente poderia ser feliz.

E, de quebra, com Peko ao seu lado. Era tudo o que ele precisava. Ela, não como ferramenta, não como guarda-costas, não como assistente ou qualquer uma dessas baboseiras. Ele nunca precisou disso! Apenas queria que ela, Pekoyama Peko, estivesse ao seu lado.

Ela fora sua primeira amiga. A primeira pessoa que se aproximou dele sem interesses.

Ela sempre o protegeu, mesmo com medo, e na época aquilo o destruía por dentro. Ela era um ser humano, ela estava com medo. Eu devia ser capaz de protegê-la, ele pensava. Ah, Fuyuhiko nunca se esqueceria da forma como ela tremia quando foram sequestrados.

Tudo o que ele queria era confortá-la.

Quando ela entrou em coma ele pensou que seu mundo acabaria. Dane-se os Remanescentes do Desespero. Dane-se Enoshima Junko. Dane-se tudo, caramba! Tudo o que importava era salvá-la. Peko era a única pessoa que ele tinha, a única que se importava com ele, a única que ele se importava... ela era única.

—Jovem mestre? – Ele escutou aquela voz que ele tanto gostava irrompendo em seus ouvidos. Nada tinha mudado, afinal, ela continuava com aquele porte sério, mas agora parecia carregar menos peso sob os ombros.

—Peko. – Foi o que ele conseguiu dizer. – Peko!

A abraçou com força, como se a qualquer segundo seu corpo fosse se dissipar e voar para longe. Mas não, ela estava ali. Eles realmente estavam livres.

—Jovem...mestre? – Ela balbuciou, sem entender.

—Vamos para casa, Peko.

Ela sorriu e segurou sua mão.