Plane Crash escrita por VitóriaWolf, SparrowJackson


Capítulo 52
Epílogo


Notas iniciais do capítulo

Chegando a reta final
Boa leituraa



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Pov Maxon

Muitas coisas mudaram em 15 anos. Eu me casei, finalmente formei a família com que sempre sonhei. Restaurei meu país a sua antiga glória, formei aliados e agora os rebeldes estão tão fracos e desorganizados que é praticamente impossível que se reorganizem novamente, pelo menos não durante o meu reinado. Mas uma coisa ainda continua igual, e talvez a mais importante delas. Anastacia Romanov ainda é Anastacia Romanov, a futura imperatriz russa, a filha de America Singer e Alexander Romanov, a primogênita, orgulho da família. Não existe eu na história, só um padrinho que supostamente possui como únicos interesses, uma aliança.

Muitas vezes tentei argumentar, muitas vezes tentei dizer que Anastacia já era grande o suficiente para saber a verdade e compreendê-la, muitas vezes fui tentado a gritar para o mundo a real verdade, muitas vezes Diana teve que me convencer dos motivos, poucos, para continuar com toda a farsa e eu a ouvi todas às vezes, magoado por dentro.

 _Não se preocupe, meu amor, as coisas não serão assim para sempre. - Dianna senta-se em meu colo e cola sua bochecha em meu peito. _É o que você sempre diz. - a puxo mais para perto de mim.

—Eu estou...

 _Sempre certa. Você está sempre certa. Eu sei. - ela sorri para mim, que é retribuído, fazendo minhas energias se renovarem. Estamos no jato a caminho de Moscou. É o baile de dezesseis anos da minha filha e como padrinho é meu dever comparecer.

Não demorou muito para que pousássemos e em menos tempo ainda estávamos no palácio real, sendo recebidos por amigos e familiares que antes haviam chegado. Por escolha própria decidimos chegar dias antes da festa, para que possamos resolver assuntos políticos e comerciais, mas principalmente para que possa ver minha filha por mais tempo. Há quatro meses não a vejo e nunca imaginei que a saudade poderia ser maior. Diversas vezes Alex e America nos visitaram em Angeles nesse meio tempo, mas todas elas sem aquela que mais importa, sempre com desculpas fajutas.

Hoje é seu aniversário de dezesseis anos, a noite anterior a grande celebração, e como tal, estamos todos reunidos no salão para o jantar. Marlee, Celeste, Aspen, Nicoletta, Daphne, Nicolau, minha mãe e outras dezenas de convidados não tão íntimos. Foram raras as vezes que vi Anastacia durante a festa, mas me surpreendi ao ver tamanha beleza. Os cabelos ruivos ondulados e os olhos azuis penetrantes a fazem uma cópia idêntica da mãe quando a conheci, exceto pelo temperamento forte e, às vezes, mimado, o que já é de se esperar de uma princesa. Ela pode não ter percebido, mas eu a acompanhava com o olhar aonde quer que fosse. Eu a vi conversando com Kile, milímetros de distância entre suas bocas e nessa hora, Diana precisou usar toda a sua força para conseguir me manter sentado na cadeira e não levantar e bater nesse garoto que acha que pode se aproximar da sua filha.

—Se acalme. Ela já tem dezesseis, sabe se cuidar sozinha. - sussurra para mim e inspiro fundo.

 _Eles estão juntos? Oficialmente?- pergunto para America e Alex, que também estavam na mesa, mas não pareciam ver o que eu via.

—Quem? –pergunta América sem entender.

—Anastacia e Kile. - meus dentes estão trincados e eles provavelmente notaram o tom hostil em minha voz.

—Não oficialmente, mas acho que todos já sabem. - Alex diz com a maior tranquilidade, como se aquela cena dos dois se esfregando na frente de todos não o incomodasse.

—E vocês permitiram isso? Porque fiquei sabendo só agora?- me levanto incomodado.

—Me desculpe, Maxon, nós não...- ela começa a tentar encontrar uma desculpa, mas para assim que vê a filha em pé ao lado da mesa, nos olhando. –Oi filha. Está se divertindo?- America se esquece de toda a discussão.

 _Sim. - consigo ver que está mentindo. - Mas na verdade eu gostaria de saber se eu pod...

 _Nastia! Que saudades. - a interrompo. Provavelmente não foi a coisa mais educada a se fazer, mas tive a certeza do que ela poderia ao olhar para trás e ver o filho de Marlee a esperando do lado de fora do salão. - Você não vem mais nos visitar. - comento e ela sorri, escondendo seu desapontamento e a provável raiva.

—Me desculpe. Tive alguns problemas para resolver aqui. - Problemas com o namoradinho, tive vontade de dizer, mas me contentei em abraça-a. Ela me solta e abre a boca novamente, ameaçando continuar com o seu pedido.- Aproveitando que está aqui, gostaria de lhe entregar seu presente.- ela olha para a mãe em busca de ajuda, mas a mesmo só a reprime com o olhar. Em vez disso ela engole o mau humor e abre um sorriso.

 _Claro. Eu adoraria. Diana me entrega as duas caixas e as deposito na mesa, em seguindo as abrindo, para que todos possam ver o antigo bracelete de America vindo da Nova Ásia e suas joias da Condenação. A mesa fica em silêncio e consigo ver Ames sorrir, minimamente.

—Essas joias foram meus presentes para a sua mãe quando a conheci. Espero que faça um bom uso, do mesmo modo que ela fez. - introduzo e ela alterna seu olhar entre mim e as caixas. Acredito que ela realmente gostou do presente, sendo uma apreciadora de joias e vestidos como é, mas também acredito que sua vontade de ir embora era muito maior no momento.

 _Só não as entregue para um ladrão, como eu fiz.- ela, que observava a porta, não havia prestado atenção no que a mãe tinha acabado de falar

. _O que?-pergunta ao finalmente se virar para nós. - Ah sim, muito obrigada dindo. Eu adorei. Vou botá-las agora. - fecha as caixas e ameaça sair. _Espera!- ela para de caminhar e se vira para nós. -Aonde vai? Essa é sua festa, Anastacia. - admito que não queria soar tão frio.

—Mãe, pai, posso sair por alguns minutos? Kile quer me mostrar seu presente de aniversário. - pergunta por mera formalidade, me olhando brava.

—Acho que sua mãe e seu pai concordarão comigo ao dizer que, sendo essa a sua festa, sua presença é imprescindível.

—Você é meu padrinho! Não é meu pai. Então pare de agir como um!- grita e sai empurrando todos no caminho até a porta, onde some.

 Eu, que estava em pé nesse momento, desabo. Sim, talvez eu tenha passado dos limites, provavelmente a fiz me odiar, com certeza fui um chato, mas por quanto mais tempo terei de sofrer? Quando começarão a pensar no que eu sinto? Se a música não estivesse tão alta, a festa inteira teria ouvido a gritaria, mas felizmente, as pessoas ao redor da mesa foram as únicas que ouviram, mas também não deram muita importância para o acontecido. Ninguém disse nada, mas eu conseguia ouvir o zumbido da tensão que crescia naquele lugar. Diana me abraça, em uma tentativa de me consolar, de me mandar forças para mais uma vez ter que suportar o rejeitamento. _Me desculpe, Maxon, nós vamos...

—Nós vamos o que?- não suporto mais ficar quieto, deixo que toda a angústia e rancor fluam. - Há dezesseis anos espero que vocês façam o certo, há dezesseis anos vocês me enrolam dizendo que ela não está preparada, que precisa de mais tempo, há dezesseis anos sofro sozinho, engolindo fofocas e esnobações. Eu esperava mais de você, America. - me levanto novamente- Depois de tudo o que vivemos, achei que pelo menos você me entenderia, que me ajudaria, não achei que fosse se tornar uma daquelas mulheres egoístas que só olha para o próprio interesse. Acho que estava errado. - deixo a mesa nem mais nenhuma palavra e me dirijo para o quarto de hóspedes. Deito na cama, no completo escuro, e deixo que minha mente vagueie. Ouço o som da porta rangindo, mas não olho.

—Alguém ficou preocupado com seu sumiço. - reconheço a voz da minha amada. - Não é mesmo filhos?- ouço o barulho da correria e da gritaria e em seguida sinto seus pequenos corpos em cima de mim, sem o menor pudor em pular no meu estômago. Logo em seguida Diana se junta a nós, e, olhando para a cena, para minha pequena e linda família, percebo que talvez eu não precise de Anastacia tanto quanto imaginava.

—Sua Majestade. - somos interrompidos pelo guarda que aparece na porta. - Os imperados o chamam no escritório. Dizem que é urgente. - assinto e me encaminho para o ninho de cobras.

POV Anastacia

 Admito que não queria uma festa. Apesar de adorar ser o centro das atenções, não estava no humor para cumprimentar parentes queridos e conversar com pessoas que não conheço, essa parte é com Shalom, o segundo filho que é um ano mais novo do que eu. Então sempre o levava comigo para as conversas, assim eu poderia dar uma desculpa e sair de fininho. Mas hoje Arthur aquela peste, o mais novo com 11 anos, decidiu segui-lo durante toda a comemoração, arruinando meus planos. Ele vive implicando com Shalom, que se faz de indiferente, mas é óbvio que se incomoda por ser chamado de fantasma. Só meu pai mesmo para dar um apelido desses para uma pessoa. Mas se tem uma pessoa que gosta mais dos holofotes do que eu, essa é Alexia, uma das gêmeas. Ela e Aurora tem 13 anos e, mesmo sendo parecidas fisicamente, não poderiam ser mais diferentes em suas personalidades. Para completar, Victor, de doze anos, é um verdadeiro intelectual. Mesmo com as mínimas probabilidades de um dia assumir o trono, ele estuda mais e possui mais conhecimento do que todos os seus irmãos juntos. Ás vezes invejo sua capacidade de aprender, de gostar de estudar, não é a toa que ele vive com o vovô, vive aprendendo aquele crânio. É com esse pensamento que deixo a festa. De todos os meus irmãos, de todas as crianças e adolescentes que conheço, porque Tio Maxon tem que ser assim comigo? Ele não consegue entender que tenho uma vida?

 _O que aconteceu Anya?- Kile me pergunta assim que o encontro nos jardins.

—Nada. - suspiro. - Só me abraça. - peço e assim ele faz. Ficamos assim por um tempo, abraçados em silêncio, observando a lua.

 _Alteza. - um guarda aparece. - Seus pais a chamam no escritório. - ameaço retrucar. - É uma ordem. - bufo e me encaminho para a bronca certa. Abro a porta e encontro exatamente as pessoas que esperava encontrar. Meu pai está encostado na parede, quieto, alheio a discussão de mamãe e tio Maxon,que parecem não me notar.

—Você não tem o direito de me chamar de egoísta!- ela acusa.

—E o que você tem feito nesses dezesseis anos que não seja egoísmo? Você mudou America, não é mais a garota assustada pela qual eu me apaixonei. - abro a boca, estática.

—Acho que temos visitas. - meu pai anuncia e os dois se viram para mim, como se a discussão não tivesse nem ao menos acontecido.

 _Porque me chamaram?- pergunto aborrecida.

—Melhor sentar-se, querida, temos uma coisa para contar. - faço o que ela manda. Vejo os dois se entreolharem, o rosto de minha mãe apavorado, completamente hesitante.

 _ Por favor, America. Me prove que estou errado, por tudo o que já vivemos, por favor.- Tio implora e se afasta e, se é possível ficar mais confusa do que eu já estava, fiquei.

 _Anastacia, meu amor, seu pai não é seu pai. Maxon é seu pai biológico, não Alexander. É claro que Alex é seu pai também, - ela tenta consertar- mas só que não de sangue. - sinto meu mundo ruir. Foi como se toda a minha vida, tudo o que sou e tudo o que conheço, não existisse mais, como se eu tivesse voltado a ser uma ninguém.

— O quê?- é a única coisa que tenho capacidade de falar.

 _Maxon é seu verdadeiro pai, não...

 _Eu entendi essa parte, mãe. - a corto e ouço seu coração se quebrar. - Agora eu entendo. Agora eu entendo as conversas escondidas, as palavras mal trocadas do seu passado, as piadinhas internas e toda essa conversa de “quando eu era apaixonado por você.”- respiro fundo e sinto a raiva me atingir em cheio. - Vocês tiveram um caso. Você traiu meu pai. - sussurro para mim mesma. - Você traiu meu pai!- explodo.- Você... você...- me viro para meu tio, que na verdade é pai.- Eu não vou permitir que arruine minha família.- ameaço. Não sei o que faria a seguir, ou o que falaria, mas não precisei pensar.

—CHEGA!- meu pai, Alex, grita, vejo fogo saindo de seus olhos. - Nunca mais diga isso. – ele diz se aproximando e pela primeira vez sinto sua fúria. - Sua mãe nunca me traiu e Maxon não separará nossa filha. - respiro fundo, temendo pela minha vida. Minha mãe encosta a mão em seus ombros largos, o fazendo relaxar na hora. - Eles tiveram um romance antes de eu conhecê-la. Ela já estava grávida quando a conheci. Nem tudo deu certo, sua mãe foi viajar para a Itália, nós estávamos no mesmo vôo e acabamos por cair em uma ilha no Mediterrâneo.

—A  nossa Ilha?-pergunto involuntariamente.

 _Sim. Passamos um ano presos. Descobrimos que sua mãe estava te esperando e lá você nasceu. Mas sua mãe é illeana e o pai de Maxon, o rei, era muito...- ela tenta procurar pelas palavras certas.

—Rabugento? Mau? Tirano? Injusto? Miserável? Vingativo? A pessoa que mais odeia America nesse mundo?- meu outro pai joga as palavras no ar.

—Sim, acho que elas resumem tudo. Sua mãe temeu pela vida de vocês duas, existiam leis que condenavam, tanto você como ela à morte. Então decidi lhe dar meu nome meu amor. Sou seu pai, mas Maxon também é, mais ainda se duvidar, porque ele sofreu mais do que ninguém, sofreu calado, ele te amou durante todos esses anos em silêncio. Então pare de pensar só em você, porque nós não te criamos desse jeito egoísta, nem a você nem a seus irmãos, e pense nos outros, só assim poderá ser uma boa czarina.- ouço bem suas palavras e sinto a culpa e a vergonha me consumirem.- Então abrace seu pai, porque ele também merece o seu amor. Caminho até Maxon desajeitadamente, sem saber exatamente o que falar, como começar. Ele parece não saber também.

 _Vamos dar um tempo para vocês dois conversarem. - minha mãe diz e puxa o marido para fora do escritório.

 _Não espero que aceite essa notícia bem, até porque se fosse eu, acho que surtaria. - abro um sorriso e ele parece ficar feliz. - Também sei que, para mim, é impossível compensar dezesseis anos que não estive presente na sua vida e não espero que vá me chamar de papai da noite pro dia, mas só peço por uma chance, uma chance para mostrar que você um dia poderá me amar do mesmo jeito que ama os dois, uma chance para compensar o tempo perdido. - seus olhos brilham em uma intensidade que jamais havia visto antes.

—Você não tem nada para compensar. Esteve aqui durante todos esses anos, bem debaixo do meu nariz, talvez não da maneira ideal, mas ainda assim aqui. E eu não dei valor a isso, então a culpa é minha que tudo esteja acontecendo assim. Me desculpe por ter gritado com você durante a festa, me desculpe mesmo... Meu deus! Eu me sinto tão idiota!- boto o rosto entre as mãos e deixo que as lágrimas rolem. Em um gesto inesperado, Maxon me envolve em seus braços e toda a situação parecia tão certa, tão normal.

 _Eu nunca sei o que fazer quando mulheres choram. - ele comenta e rio.- Já fazem dezesseis anos e eu até hoje não aprendi.- ele limpa as lágrimas da minha bochecha, delicadamente, e por um momento consegui imaginar o motivo pelo qual minha mãe se apaixonou por ele. - Eu tenho que me desculpar também. Fui um chato. Estava morrendo de ciúmes ao ver minha garotinha com aquele sem vergonha.

—Sem vergonha? Kile?- não aguento, gargalho e em pouco tempo ele também.

 _Mas eu lhe dou minha benção, se ela ainda significar alguma coisa. Se o filho for o mínimo parecido com a mãe, bem, digamos que você estará em boas mãos.- o ouço sem compreender direito.

 _Espera. Você e tia Marlee? Meu deus! Com quem mais você já ficou? Tia Celeste também?- foi uma pergunta retórica, e me surpreendi ao ver seu rosto corado. - Meu deus!- grito extasiada.

 _Nós temos muitas histórias no passado, minha filha, muitas intrigas, aventuras, romances que eu provavelmente não deveria te contar. - o olho suplicante e ele sorri. - Como resistir a você?- ele me abraça novamente. - Só se prometer que será o nosso segredo. - condiz. Me separo, o mínimo para ver seu rosto.

—Combinado. Pai. - termino e me jogo em seus braços, me sentindo completa pela primeira vez em muitos anos.

 


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado
só esclarecendo Ames e Alex tiveram 5 filhos
Shalom o fantasminha, as gêmeas Alexia a maluca e Aurora a gentil, Victor o crânio e Arthur a peste kkk vcs conhecerão melhor eles em os herdeiros Romanov, mas não temos previsão para postar esses caps, porém os esboços estão prontos e muito engraçados
Só uma pergunta: alguém faz ideia pq Alex deu o apelido de fantasma pro filho Shalom??
até a proxima



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