Plane Crash escrita por VitóriaWolf, SparrowJackson


Capítulo 42
Kriss


Notas iniciais do capítulo

Boa leituraa



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 Pov América

Saí do salão o mais rápido que pude aquele dia. Claro que fiquei emocionada com todo o coro, mas acabei de expulsar uma pessoa de um país que nem ao menos é o meu. E ela nem sabe ainda! Acabei dormindo do mesmo jeito que estava, só retirando o vestido e ficando de langerie, dispensei minhas criadas e me joguei debaixo dos cobertores para acordar na manhã seguinte com um gosto amargo na boca.

 Estendo o braço esperando tocar Alex, mas só encontro os lençóis remexidos. Olho para o relógio na cabeceira e constato que já está quase na hora do almoço. É claro que ele não conseguiria ficar deitado até essa hora. Como se sentissem minha presença, Mary e Anne entram no quarto.

 _Está melhor senhorita?- pergunta Anne.

—Para falar a verdade, sim. Estava precisando de uma boa noite de sono. - respondo sincera e quase que combinado, as duas se entreolham e me lançam olhares maliciosos. - Parem com isso! Não é nada do que estão pensando. - coro.

 _Se nos apressarmos consegue chegar para o almoço. - Mary diz abrindo meu armário jogando as combinações de roupa em cima da cama.

 _Ótimo. - troco de roupa e muitos minutos estou pronta para descer. - Sabem onde está Alex?- pergunto.

—A última vez que o vimos ele estava no escritório com Anastacia. - respondem e se retiram. Se ele realmente estivesse no escritório, que é exatamente ao lado de nosso quarto, somente uma porta de conexão os separando, ele teria ouvido a movimentação e viria me ver. Mas não custa tentar. Abro a porta lateral do quarto e vejo o corpo de Maxon se virar assustado para mim.

 _Achei que fosse outra pessoa. - suspira aliviado e se volta para um tapete estendido no chão, cheio de brinquedos, onde Nastia está deitada.

 Dou de ombros e caminho até ele, que continua brincando com minha filha, que não consegue parar de rir. Ela parece tão feliz e ele, tão diferente de quando o revi, do dia em que apareceu pálido, fraco e mal-humorado para o baile. O mesmo que Maxon que vi brincando alegre com os sobrinhos.

 _O que está fazendo aqui?- me sento na poltrona.

 _Alex disse que poderia vê-la durante as manhãs. Posso sair se quiser?- ele se levanta pronto para sair.

 _Não fique. - digo e ele se senta novamente.

 _Obrigada.

—Porque está sozinho aqui?

 _Porque ninguém pode saber?- noto um tom de raiva em sua voz, mas decido ignorar.

—Eu quis dizer, porque Alex não está aqui. - explico.

 _Acho que ele não gosta muito de mim. - ri para si mesmo. - O que eu acho uma completa estupidez. - dá de ombros. - Afinal, não sou mais uma ameaça, sou?- noto o último respingo de esperança em sua voz, mas não consigo retribuir.

 _Me desculpe. - digo de cabeça baixa.

 _Não precisa se desculpar por isso, afinal eu causei tudo isso, como você adora me relembrar. - acusa sem olhar nos meus olhos.

 Não o respondo, na verdade me levanto e sento ao seu lado o chão. Esquecendo completamente todo o trabalho que minhas criadas tiveram para me aprontar.

—Ela já te reconhece. Isso é bom. - comento e vejo um sorriso brotar em seus olhos.

—Passei bastante tempo com ela nos últimos dias. Quero que ela se lembre de mim, do meu rosto, porque em pouco tempo irei embora e quero que ela reconheça o pai na próxima vez que o ver.

 _Tenho certeza que ela te reconhecerá. - pela primeira vez lembro que Maxon irá embora e que suas visitas para Nastia acabarão, mas ele continuará sendo seu pai e assim, deve vê-la com frequência. Não tenho ideia de como poderemos fazer isso, afinal Illéa e Rússia não são nem mesmo aliados para se visitarem algumas vezes por ano, e mesmo se fossem, a frequência ainda não seria justa para Maxon ou para ela.

 _Eu espero. - suspira.

 _Marlee me disse que você sabe sobre Kriss. Me desculpa, eu deveria ter te contado.

—Nem me fala. Estou esperando chegarmos em casa para decidir o que fazer. Não posso simplesmente contar para meu pai. - bufa de cansaço e esconde o rosto entre as mãos.

 _Pode vir tirar férias de Kriss, de Clarkson, da coroa, sempre que quiser. As portas de Moscou estão abertas para você. Espero que saiba disso.

—Obrigada. Vou cobrar, porque tenho certeza de que precisarei.

—As coisas estão tão ruins assim?

 _Você não tem ideia. - deita a cabeça no chão, se esquecendo de qualquer postura e formalidade. - Tento contatar August, qualquer um, mas eles parecem ter sumido.

—Tenho certeza que estão pensando em alguma coisa para resolver o problema pacificamente. - tento consolá-lo.

 _Eu não acho que isso vá acontecer. Você não está lá, não viu o que está acontecendo. Estamos ruindo, America, e não acho que dessa vez conseguiremos escapar. Deixo um grunhido escapar e tapo a boca com medo. As coisas não podem estar tão ruins assim, podem?

—Tenho certeza de que seu povo sabe o quão se importa com eles e o quão frustrado está com o governo atual.

 _Se sabem, não se importam.

 _É por isso que atrasam sua volta? É por isso que não vão embora? Estão com medo de algum ataque?- pergunto em choque e ele balança a cabeça.

—Me desculpa usar vocês assim, mas se algo acontecer, temo que na próxima, não sairemos vivos para uma próxima. - O silêncio se instala. Estava tão amedrontada para dizer qualquer coisa e Maxon estava tão desolado que nenhum dos dois disse nada, simplesmente observamos Nastia brincar com o ursinho que Alex a presenteou mês passado.

—Sua família está feliz aqui?- me pergunta finalmente.

 _Acredito que sim. May parece ter nascido para a realeza e nunca vi Gerard tão alegre, pode seguir seus sonhos. Kenna e James praticamente passam o dia fora trabalhando, mas tenho certeza que ficam feliz por ter um lugar para se voltar no fim do dia. - ele sorri cada vez que digo o nome de cada um deles- Eu não sei quanto a minha mãe. Desde que meu pai foi embora ela se fechou dentro de si mesma. - deixo as palavras no ar e penso no estado deplorável de minha mãe.

 _Por falar nisso...- ele bota a mão no bolso e retira um brilhante de dentro.- Você deixou isso em Angeles um ano atrás. Eu guardei comigo na esperança de que você voltasse para mim. Bom, acho que isso não vai acontecer. - ele me entrega o cordão de pássaro que meu pai me deu anos atrás. O mesmo que doei para o rebelde na coroação. Uma lágrima escorre por minha bochecha ao me lembrar de tudo e trato de secá-la.

 _Eu nunca achei que o veria novamente. Muito Obrigada!- me jogo em seus braços. Ele se assusta, mas retribui logo. - Significa muito pra mim.

—O que te trouxe da Nova Ásia e seu bracelete da condenação também estão guardados. Mas não acho que vá querer eles de volta. - suspira triste.

—Obrigada por guardar. E acho que achei um jeito perfeito de eles serem usados novamente. - ele me olha intrigado. - Você poderia dar para nossa filha quando ela for maior. Se ela for o mínimo igual a mim, tenho certeza de que ela amará. - sorri alegre.

—Ela será uma princesa, America. Terá centenas de joias a seu dispor.

—Eu sei. Mas qualquer uma que vier de você será especial. Afinal, ela é sua filha, e mesmo que ninguém possa saber disso por hora, não significa que não possa mimá-la.

 _Verdade. Eu a amo tanto America. Nunca achei que poderia ter sentimentos assim por uma coisinha tão pequenininha, não é mesmo amor?- seus olhos brilham enquanto ele pega Nastia em seu colo. Sorrio ao ver a cena bonita, mas no pior momento a porta se abre e nos viramos para a parede assustados ao ver a imagem de Kriss parada na entrada, com os braços cruzados e uma expressão dura e indecifrável.

—Então essa coisa é sua filha também?


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Notas finais do capítulo

VISHH e agora o que será que Kriss vai fazer??



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