Plane Crash escrita por VitóriaWolf, SparrowJackson


Capítulo 37
Natasha


Notas iniciais do capítulo

boa leituraa



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Pov America

 Não é como se eu estivesse com raiva de Alex, eu não estou, mas não acredito que ele realmente fez o que fez. Passei a manhã deitada, a me recuperar se todas as brigas do dia anterior, mas nada poderia me fazer relaxar. Então quando ele finalmente chegou do escritório antes do almoço e me contou o que aconteceu, fiquei furiosa.

 Estava agradecida pelas coisas terem finalmente acabado, ou pelo menos parcialmente, mas grata por enfim poder parar de discutir com Maxon, por ele enfim aceitar que agora eu tenho uma vida e que ela não envolve, mas uma parte de mim não pode de ficar desapontada por não ter feito parte de tudo.

 Enquanto os dois decidiam meu futuro, eu estava deitada lendo um livro, como se o que eles conversassem não me importasse. O que é uma completa mentira, porque o que mais quero é que possamos finalmente esclarecer tudo. Eu tinha o direito de dar minha opinião, o direito de concordar e discordar. Inspiro. Afundando meus problemas para mais dentro de mim e abrindo um sorriso. Já passou afinal, e não importa o que eu falaria ou faria, o acordo já foi selado e nada importa.

 O almoço correu em silêncio. Acho que ninguém tinha muita coisa para dizer, mas não fui a única que reparou a energia renovada ao redor de Maxon. Todos perguntaram o que aconteceu, abismados e felizes ao mesmo tempo, mas ele só respondia que nada tinha acontecido, que tinha dormindo bem e nada mais. Ele poderia ter encontrado uma desculpa, mas quem sou eu pra dizer isso para ele.

Depois da refeição, Alex voltou para o escritório. Algo sobre ter passado um mês inteiro não fazendo nada e agora ter que repor tudo. Tentei convencê-lo de que um dia a mais sem fazer nada não faria muita diferença, mas ele não me escutou.

 Eu o admiro por sua responsabilidade, mas não nesse momento. Deixo Nastia com uma babá e me dirijo para o escritório de Alex. Não tenho o que fazer então ele também não terá. Bato na porta. Ninguém atende. Bato novamente. A mesma coisa. Então decido abrir.

 Giro a maçaneta e a abro, me deparando com a última coisa que pretendia ver. Alex está sentado na sua poltrona, como sempre faz, a novidade é a loira sentada em seu colo. Seus rostos estão próximos, muito próximos, quase se beijando. Não consigo ver o rosto de Alex, mas consigo ver o sorriso cínico de Natasha. Minha boca se abre e perco o dom da fala. Permaneço parada, esperando ser notada ou conseguir formular uma frase. Todo o meu mundo cai e pela primeira vez consigo entender como Maxon deve ter se sentido ao me ver com Aspen. Destronado. Arrasado. Quebrado. Todos os adjetivos possíveis não parecem se encaixar no que sinto no momento.

Todo o sentimento de traição de raiva se passou em um segundo pela minha mente, o tempo suficiente para que Alex notasse o barulho e se virasse para ver o que acontecia. O susto e o desespero em seus olhos pareciam com os meus exatamente iguais ao dia da escolha. Ele tenta dizer alguma coisa e imediatamente joga Natasha no chão, que cai sem tirar o sorriso do rosto. Sorrio triste e saio correndo. Pode parecer covardia estar fugindo, mas eu não aguentaria dizer nada, ou ouvir qualquer coisa que ele teria para falar.

 Não sei para onde vou, só sei que meus pés se mexem mais rápido do que jamais os vi antes. Intuitivamente chego ao jardim, e sinto que posso finalmente me deixar cair no chão, abraçada à grama. Tinha certeza de que o tinha despistado, mas ali estava ele. Em pé na minha frente, me encarando sem saber o que dizer.

Pov Alex

—America. - abro a porta do quarto para encontrá-la do mesmo jeito que a deixei: jogada na cama.

 _Você está de volta. - ela se levanta e caminha em minha direção, claramente feliz por ter companhia. -Nastia trabalhou direitinho?- semicerro o olho, sem a certeza de como explicar para ela sobre Maxon, então decido ser direto, e jogar as palavras na esperança de que ela não as entenda.

 _Eu chamei Maxon e disse que ele podia ficar com Nastia, mas com descrição e ele passou a manhã comigo então chegamos a um acordo!- não dou espaço entre as palavras, então em pouco tempo perco o fôlego. Inspiro fundo enquanto observo seu rosto sereno de dúvida passar para compreensão e depois para raiva. Instintivamente dou alguns passos para trás, com medo de seu olhar. Ela respira fundo, para se acalmar e não brigar comigo, o que eu particularmente agradeço.

 _Está tudo bem. Fico feliz que tenha dado tudo certo. - suspiro aliviado e ela volta para a cama, um sinal de que não está tudo bem, que eu devo sair pelo mesmo lugar onde entrei. É exatamente o que faço. Passo o caminho em pensamentos, tentando encontrar um jeito de me desculpar, mas sempre chego à conclusão de que eventualmente ela vai perceber que não fiz por mal, que estava tentando ajudar e então poderemos seguir em frente. Me sento na poltrona e bufo de cansaço ao perceber a quantidade de papéis e documentos em cima da mesa. Folheio alguns, em uma clara tentativa de enrolar qualquer chance de trabalhar, mas chega uma hora em que percebo que se eu não começar logo, nunca terminarei.

 _Acho que alguém está estressado? Quer uma massagem?- o pescoço de Natasha passa pela porta meio aberta e a xingo mentalmente.

 _O que está fazendo aqui?

—Não precisa ser hostil. - reclama e passa o corpo pela porta. - Não tenho o que fazer e achei que seria bom te fazer companhia, sabe, aprender algumas coisa já que meu pai é o primeiro-ministro e tal.- dá de ombros como se outra justificativa estivesse fora de questão. Semicerro os olhos, não acreditando em sua desculpa ridículo. -Por favor! Acha que vou aprontar alguma coisa?

—É exatamente o que acho. - ela cruza os braços e faz bico, brava. - Tudo bem. Mas se fizer alguma coisa...

 _Já entendi. - bate palmas atravessa o cômodo. Ela se inclina sobre a mesa, se aproximando, e é quase impossível não reparar em seu decote. Juro que revirei os olhos e algo do tipo, fiquei totalmente desconfortável, mas parecia exatamente o que ela queria. Idiota eu que já devia ter percebido antes toda besteira que estava prestes a acontecer.

 _Você não vai se sentar?- me levanto a faço se acomodar na cadeira do outro lado da mesa.

—Claro. - volto para meu lugar e noto que ela olha o retrato de mim, Ames e Nastia na Itália, pouco tempo depois de sermos resgatados.

 _America é muito bonita, esse cabelo é realmente maravilhoso. Acha que é natural?- a olho inexpressivo. - Porque se você souber o nome do nutricionista dela, você poderia me passar. Sabe, também quero esse corpo. - ela passa as mãos pelo vestido colado e lança um sorrio malicioso.

 _Você pode até ser bonita por fora, mas seu coração é podre, Natasha. - ela me olha em desafio.- Você é interesseira, mau caráter, traidora, e nunca será mais do que isso. Você nunca será como America- ela engole o próprio ego e abre um sorriso falso.

—Porque tamanha hostilidade? Você definitivamente precisa de uma massagem. - se levanta e saltita em minha direção. Tento dizer qualquer coisa pra mandá-la embora, mas é como se nada que eu fosse dizer ou fazer a fizesse esquecer de seu objetivo principal: eu.

—Você está muito tenso. - constata enquanto suas mãos passam pelo meu ombro por cima da malha do terno. Sinto um arrepio na espinha como se pressentisse o perigo e giro a cadeira, fazendo com que ela solte as mãos de mim e desequilibre, caindo no meu colo. Claro que qualquer pessoa normal nunca teria caído com um simples movimento como o da cadeira, mas Natasha não tinha nada de normal. Louca, essa é a palavra.

 A olho horrorizado, mas ela sorri sedutora, se inclinando em minha direção. Ela provavelmente teria me beijado, ou teria tentado se não fosse a porta que tivesse aberto. Tento me virar para ver quem é, mas ela segura meu rosto. Mas assim que consigo me desvencilhar de sua lábia, vejo America parada na porta, com o coração despedaçado nas mãos.

 _America!- grito, mas já é tarde demais. Ela já foi embora. - Qual o seu problema?- jogo Natasha no chão. - Eu a amo e nunca, nunca mais quero ver sua cara nesse palácio. Se arranjar um jeito de voltar, eu juro... Eu juro...- desisto da ameaça. Bufo para os céus e corro atrás de America. Não tenho ideia de onde ela está, mas sei exatamente para onde ela vai. Não foi novidade encontrá-la no jardim. Talvez a parte do deitada na grama, mas eu a conhecia o suficiente para saber que ela correria até ali.

—Sou previsível, não sou?- solta uma risada seca e me sento ao seu lado.

 _Não. Eu simplesmente te conheço muito bem. - seguro sua mão e ela se esgueira.

—O que faz aqui, Alexander? Acho que já vi o suficiente. - vira o rosto para o lado. Seguro suas mãos, dessa vez mais forte para que ela não possa se soltar e uso minha força pra fazê-la ficar em pé na minha frente.

—Eu sempre confiei em você, sempre te ouvi e acreditei em tudo que me disse. Só te peço que faça o mesmo por mim. Entenda que ela foi atrás de mim e que ela nunca, nunca poderá ter meu coração, porque ele já está preenchido com você. Então confie em mim, acredite quando digo que te amo, porque não sei o que farei da minha vida se você for embora.

 _Você tem certeza?

 _Por mim eu nunca mais a vejo, mas ela sempre encontra um jeito de aparecer. Mas posso te assegurar que nada nem ninguém vai nos separar. - suplico e ela sorri, com o rosto vermelho e inchado, mas ao mesmo tempo tão bonito.

—Eu também te amo, Alex.

Pov Natasha

Assim que vejo que Alex desapareceu no fim do corredor, me permiti gritar. É o que faço. Abro a boca e deixo que toda a raiva flua do meu corpo. Um guarda aparece perguntando o que aconteceu, mas simplesmente fecho a porta em sua cara. Não quero conversar. Cerro os punhos e limpo da mesa de Alex, jogando tudo que estava em cima para o chão. As folhas flutuam um pouco antes de encostar na madeira, mas em pouco tempo ouço o barulho dos vasos se quebrando e do vidro rachado.Observo enquanto o vidro na frente do rosto de America se quebra, fazendo com que a imagem de Alex seja a única visível. Respiro fundo, diversas vezes, tentando controlar a raiva que cresce dentro de mim.

 Se controle Natasha. Pode não ter dado certo agora, mas você será a futura imperatriz russa. Nenhuma ruiva falsificada tomará seu lugar de direito. Você será czarina, e nada nem ninguém a atrapalhará de alcançar o seu destino. Sorrio já calma e abro a porta. O guarda continua no mesmo lugar em que o deixei minutos atrás, olhando abismado a bagunça que fiz.

 _Limpe isso, soldado, tenho um império para controlar


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Notas finais do capítulo

por 3 segundos tive raiva de Alex
por 3 segundos achei que a história fosse se repetir
espero que tenham gostadooo
até amanhã ou não, tenho que votar então não sei se poderei postar



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