Plane Crash escrita por VitóriaWolf, SparrowJackson


Capítulo 24
Pov - Maxon O desfile


Notas iniciais do capítulo

Desculpe o atraso
Boa leitura



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Inesquecível. Essa é o adjetivo que melhor descreve todos os acontecimentos da noite anterior. A festa estava normal, nada que eu já não tivesse visto, mas em apenas alguns minutos todo o meu mundo deu uma reviravolta, descobrir que America estava viva iluminou todo o meu coração, para depois de apagar novamente ao vê-la nos braços de outro homem. Pode parece egoísmo ou prepotência, mas durante todo esse ano tive a certeza de que se nos reencontrássemos, ficaríamos juntos novamente, mesmo sem um compromisso, que ela de algum jeito me perdoaria e esperaria por mim. Não perdi a esperança enquanto a via dançar ao lado de Alex, ao descobrir que ela possui um filho com ele e ao assisti-la feliz em sua nova vida. Mas assim que suas delicadas mãos tocaram meu rosto, eu soube que todas as mínimas chances que eu praticamente não tinha antes, agora estavam oficialmente acabadas.

 Não queria que as coisas terminassem assim, não queria que nada disso acontecesse, tudo o sempre quis foi encontrar o amor da minha vida, e agora que a encontrei, a perdi em menos de minutos. Eu nem estava tentando beijá-la para que ela pudesse se defender assim, se bem que talvez um pouco, mas você finge que nem me conhece e isso dói.

 Penso em quando estávamos juntos, quando você disse que nunca esteve tão feliz e me sinto sozinho, porque sei que era amor, mas o que me lembro é da dor que senti ao vê-la partir. Sei que fiz isso acontecer, e agora sofro com as consequências, mas realmente precisava me cortar da sua vida? Fingir que nada aconteceu e que nunca fomos nada? Achei que o pior já tinha passado quando fui estapeado, mas ao entrar no salão percebi que as coisas sempre podem piorar. Me encostei no fundo do salão enquanto via Alex tomar o microfone começar um discurso.

 _Estava te procurando por todo o lugar!- Kriss tampa a minha visão.

—Estava pegando um ar. - minto desinteressado.

 _Entendi. Vamos, seu pai quer falar com você. - ela pega meu braço e me puxa pela festa até chegar em nossa mesa, onde todos olham vidrados para o centro da pista, onde Alex continua falando. Paro também e começo a prestar atenção no que ele diz. Me arrependo profundamente. Ao entender do que aquilo se tratava, tenho vontade de vomitar. Olho para o colar grandioso e não poderia me sentir menor. Sei que não é certo a comparar a um prêmio, mas é o que consigo pensar no momento sobre mim, um perdedor.

A confusão no corredor só aumentava tudo isso enquanto eu fazia o meu máximo para diminuí-la. Estávamos indo para nossos quartos quando encontramos Marlee, Aspen e os outros subindo as escadas. Estavam de malas e tudo, pareciam ter acabado de chegar ali e não poderiam estar mais perdidos e atordoados. Tentei contornar pelo o outro lado, para não deixar meu pai ver os amigos de America, que ele inclusive acredita que vivem miseravelmente como oitos, mas não consegui. Assim que seus olhos entenderam o que estava acontecendo, nada conseguiu pará-lo, até Alex chegar. Não consegui acalmá-lo, muito menos contar a verdade sobre o porque de estarem vivos, mas não precisei separar a briga, America e Alex chegaram antes. Assim que viu Aspen, o rosto de America se encheu de pura alegria. Uma onde de ciúme me bate e me lembro que foi em uma situação parecida com essas que tudo começou.

 Desvio o olhar para Alex e vejo seus olhos hipnotizados, mas não como eu, seus olhos brilham, e tenho a impressão se que é felicidade ou algo do tipo. Não entendo. Ele deveria ficar bravo por ver sua namorada nos braços de outro? Aos poucos os outros começaram a aparecer nos corredores, deixando que meu pai se humilhasse cada vez mais por Alex que cortou toda a briga com poucas palavras e fez meu pai fechar o bico.

Não tirei os olhos de America por quase tempo nenhum, mas foi só depois disso que fui finalmente reparar em sua roupa, ou a falta dela no caso. Por trás do roupão, a lingerie branca aparecia completamente. Com certeza poderia ter sido mais discreto, mas assim que Alex reparou o que aconteceu, retirou seu roupão e a envolveu rapidamente, deixando seu peitoral a mostra. Parece que os dois resolveram esticar a noite, claro, tendo uma mulher como America, quem não gostaria?

Assim que a multidão se dissipou, nos dirigimos para nossos quartos, meu pai xingando o caminho inteiro. Reclamando de America, da Rússia, de Marlee e chegou uma hora que nem ele mesmo sabia mais sobre o que resmungava. Finjo que ouço o quer que ele dizia e vou dormir, esperando acordar no dia seguinte e descobrir que tudo isso na verdade foi um sonho, que acordarei amanhã ao lado de America, em meu quarto em Angeles. Bom, nada disso aconteceu. Em seu lugar, Kriss dormia profundamente em um quarto que não reconheço. A luz ainda não entra pelo quarto e imagino que ainda deve ser madrugada. Esperava que minha insônia acabaria quando a seleção acabasse, mas pelo jeito estive errado, porque elas acabaram de voltar.

 Me remexo, mas a única coisa que acontece é o tempo passando. Uma criada aparece e nos avisa que está na hora do café da manhã. Me levanto, me arrumo e em pouco tempo estou esperando Kriss, que demora mais um pouco para se aprontar. Nos juntamos aos meus pais e a todos os outros convidados que passam pelos corredores em direção do salão. America e a família já estão sentados nos esperando, nos cumprimentamos e é como se nada tivesse acontecido, como se eu não fosse quem sou, como se tudo o que uma vez tivemos tivesse se extinguido.

 _Então como passaram a noite? As acomodações estão de acordo?- Nicolau tenta puxa conversa. Meu pai sorri falsamente, grato por estar conversando com o Imperador.

—Ah claro! Nada poderia ser melhor!- bajula. Os outros também responde com sinceridade.

—E você America? Como foi a noite?- Nicoletta a olha desafiadora e America engasga com a comida.

—Não sei, estava ocupada demais dormindo para olhar para o céu e ver a noite.- ela responde no mesmo tom, se recuperando da pergunta.

 _Entendo. É só que imaginamos outra coisa depois do que vimos ontem. - Celeste diz antes de Nicoletta, mas provavelmente seria quase a mesma coisa. Cerro os punhos e olho para o meu prato de comida que parece cada vez mais interessante, esperando que o assunto mude, mas eles continuam. America as olha com fúria e elas riem.

 _Ela dormiu sem tomar banho! Acreditam nisso?- Alex a abraça de lado e tenta segurar o riso.

 _Alex! -ela lha da uma cotovelada. - Seu hipócrita! - cruza os braços e faz bico. Tenho uma imensa vontade de abraçá-la e beijá-la, mas Alex faz isso antes.

 _Uma revista de tropas vai acontecer hoje de tarde e adoraria que os senhores se fizessem presentes. - Nicolau se levanta e chama a atenção.- Não será nada demais só com os soldados ativos da Capital.

Pov América

Então, o que espera desse desfile?- pergunto para Alex que está deitado na cama enrolando para se arrumar. Dispensei minhas criadas e tento de algum jeito botar o meu vestido, que é com certeza o mais maravilhoso que vi durante meus dias na Rússia. Ele é todo rosa claro e simples, mas possui uma espécie de capa, encrustada de jóias e pedras, que envolve meus ombros e cai perfeitamente até o chão, com certeza dificultando botá-lo completamente. Não está sendo muito fácil, o que é que for que o prende em minhas costas é inalcançável para minhas mãos.

—Eu acho que é uma completa bobeira. - ouço ele gritar do quarto.- Mas papai quer fazer uma demonstração de poder, ele adora isso.- tenho certeza de que ele deu de ombros e revirou os olhos.- Não precisa se preocupar com nada, simplesmente faça o que minha mãe fizer que se sairá bem.

 Desisti de tentar fechar o feixo e me dirijo para Alex que se levanta imediatamente. Ele se inclina para me beijar, mas me viro de costas para ele e tiro o cabelo na nuca, esperando que ele entenda que é para fechar o vestido.

—Claro que eu vou fazer isso por você, porque não é nada simples só pedir né? É muito mais fácil me iludir. - se finge de ofendido e sorrio. Quando percebo que suas mãos já não tocam o vestido, giro meu corpo novamente, agora para ficar de cara com seus lindos olhos verdes. _Não recebo um agradecimento por impedir que uma catástrofe como essa aconteça? - faz biquinho e o beijo.

 _Então só copiar sua mãe?- pergunto entre os beijos e ele resmunga.

—Esquece ela!- e volta a me beijar

Pov Maxon

 Eu meio que entendo essa coisa louca de desfile e tropas, se eu fosse um rei de um país desse porte como a Rússia, uma território grande e abundante, também faria o máximo para passar medo a meus inimigos e garantir que eles não façam nada contra mim. Aposto que meu pai já teria feito isso há bastante tempo se tivesse recursos, não pelos certos motivos, mas sim pelo simples fato de se gabar.

Estamos em um palangue na lateral da avenida, onde tudo irá acontecer. No final dela há o palácio mais estranho, de um jeito bom, que eu já vi. Ele é extremamente colorido e bem, não parece exatamente um palácio devido às várias torres circulares. O palanque está no meio da avenida, cercada por diversos monumentos históricos impressionantes.

Admiro a visão com brilho nos olhos quando noto a movimentação atrás de mim. America e Alex chegaram agora e America está mais bonita do que ontem, se isso for possível. Seus cachos ruivos caem nos ombros e realçam seus olhos azuis. Se a intenção foi me deixar sem ar, definitivamente conseguiu. Meu pai me dá um soquinho na barriga e me faz voltar para a realidade, porque provavelmente estava babando.Me endireito e observo enquanto os dois conversam animadamente com outras famílias reais e outras pessoas que julgo serem importantes para estarem aqui.

 Não duvido que Illéa tenha escutado o barulho que considerou o desfile como aberto. De algum lugar, fogos voaram pelo céu, colorindo o azul com as cores da bandeira russa e diversas outras imagens que choviam no espaço para depois desaparecer no horizonte. Olho para o lado e vejo que não sou o único espantado, a grandiosidade não foi percebida só por mim, todos olham o show admirados.  Frotas de aviões surgem no horizonte e entretém a platéia, deixando suas marcas no céu. Homens e mulheres atravessam a rua, em total sincronia, com instrumentos a mão e a soma de suas vozes tomando conta de todo o espaço.

Sinto um arrepio na espinha, a massividade é ao mesmo tempo assustadora e maravilhosamente bela. Caminhões carregados de bombas gigantes que poderiam destruir uma cidade atravessam entre os pelotões do exército, que marcham, como se fossem um só, ao longo da larga avenida. Os soldados, todos carregados com fuzis, cantam o hino russo, ou ao menos é o que imagino ser, e até mesmo as mulheres em serviço parecem tão competentes quanto qualquer um. Generais desfilam em carros luxuosos, e quando foi à vez de a aeronáutica passar em nossa frente, Alex se vira para ele e bate continência, em sinal de respeito. Helicópteros acompanham o desfile, provavelmente gravando o momento para que o mundo possa ver e temer. O imperador não sorri como os outros que admiram a passagem, ele se posta imponente em seu devido lugar e olha para todos os lados como se aquilo não fosse nada demais. Sempre cumprimentando todas as tropas que param em frente ao nosso palanque e o saúdam e reverenciam.

 Não é a toa de que chamam esse lugar de Império Russo, porque se a intenção era intimidar. Olho de relance para meu pai, que morde o lábio inferior, tentando conter a inveja. Atrás dele, Alex abraça America pela cintura, a envolvendo com seus braços, mas assim que olha para trás e percebe que o encaro, ele se volta para America, que se mexe desconfortável e sussurra algo em seu ouvido, a fazendo relaxar, eles conseguiram muito bem.


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Notas finais do capítulo

Até a proxima



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