Praga – 1856

            A noite em Praga era magnífica. O cenário perfeito para um artista vivenciar sua arte a cada dia como se não fosse acordar jamais. No caso de Cristhian, como se nunca fosse dormir novamente. A imortalidade era boa, mas se tornava maçante com o passar dos séculos. Mas ele tinha muito o que viver. Ao menos em Praga. Uma cidade tão bela, repleta de construções magníficas. Aquele era eu sonho se tornando realidade.

Cristhian era um rapaz em seus trinta anos. Tinha a cabeleira loira batendo em seus ombros. O cabelo solto dançava com o vento na noite, enquanto caminhava. Apesar da aparência jovial, ele era muito velho. Mais velho que qualquer um saberia dizer.

Na mão direita, ele carregava a case do violino. As mulheres o cumprimentavam quando o viam passar. Um jovem e belo artista de rua como ele não podia passar despercebido. Parou em uma esquina, sob a luz. Tirou o violino e o posicionou.

As notas ganharam vida sob seus dedos. Começou uma melodia suave, combinando com a noite de frescor. Sua música atraia a todos que passassem por ele. O violino encantava, e nunca ninguém conseguiu quebrar o feitiço. Apenas quando parava de tocar as pessoas acordavam do transe.

Ele era magnífico. Encantador, hipnótico. Uma mulher de longos cabelos cor de fogo parou para admirá-lo do outro lado da rua. Cristhian continuou sua melodia, sabendo que não voltaria para casa sozinho.