Camellia escrita por Hazel Levesque


Capítulo 2
Capítulo 2 - Como Usar Um Secador


Notas iniciais do capítulo

Boa Leitura, espero que todos gostem!!



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— Ei moça.

Sakura olha para seu lado e vê um garotinho de aproximadamente uns 7 anos de cabelos loiros e olhos azuis como o céu, usando uma camiseta laranja e uma bermuda preta e estranhamente com três riscos em cada bochecha.

Parece um gato. Que fofo.

Seus olhos se encontram novamente com os olhos do garotinho e sem saber o porquê, Sakura se vê afundar naquele oceano de um azul límpido e profundo. Não consegue desviar a sua atenção e se sente mais atraída por seu olhar.

— Ei. Esta me ouvindo moça? – pergunta o garoto chamando a sua atenção mais uma vez.

— Hã? – pergunta saindo do seu transe. – Hã, o que foi?

— Posso sentar do seu lado? – aponta para o lugar vazio do banco ao seu lado.

— Claro.

O garoto se senta e os dois ficam em silencio. Mas não um silêncio constrangedor, e sim um silêncio confortável. Sakura olha para o parque e observa as crianças brincarem nos balanços e sorrirem sem se preocupar com nada. Ah o tempo em que era criança e sorria alegremente sem se preocupar com o futuro e deliz por seus pais estarem ali.

Por estarem vivos ao seu lado sempre.

 Uma brisa sopra um ventinho gelado no rosto dos dois ali sentados no banco, ela sai de seus devaneios e olha disfarçadamente para o garoto e o vê observando a movimentação das pessoas.

Já havia uma semana que o gato tinha sumido ali naquele parque e desde aquele dia Sakura passou uns 3 dias procurando pelo mesmo, e nada de encontrá-lo. Realmente queria ver se o gato estava bem, ou pelo menos vivo. E desde então mesmo que não esteja procurando incessantemente pelo gato, passou a ir ao parque sempre que podia. Em uma semana isso se tornou uma rotina e mesmo sem que percebesse, procurava pelo gato com os olhos na esperança de encontrá-lo. E nesse dia não foi diferente. Estava de volta ao parque em uma tentativa inútil de esperança de ver o gato de novo.

Mais um vento lhe soprou no rosto, olhou mais uma vez para o garotinho que nem parecia se importar com a sua presença ali no banco ao seu lado. Parecia ter se esquecido dela. Como uma criança não iria ter medo de um estranho? Onde estariam seus pais para o deixar sozinho sentado no lado de uma estranha? Não que ela fosse fazer algo a ele. Nunca. Mas algo sobre esse menino a incomodava.

Curiosidade talvez.

Ele despertava uma certa curiosidade nela. Sakura não sabia explica o porquê de uma criança despertar isso nela. Foi a mesma coisa quando olhou em seus olhos. Em nenhuma pessoa que já tenha olhado lhe deixou assim até mesmo o gato fora diferente desse garoto.

Ah, o gato.

Aquele maldito não sai de sua cabeça. Principalmente seus olhos. Mesmo que na hora não lhe tivesse causado tanto efeito ao olhar em seus olhos, mas agora só de lembrar já lhe dava um leve arrepio.

Já estou ficando incomodada com o silencio. Acho que vou puxar assunto. Mas o que eu devo falar? Não posso perguntar onde os pais dele estão e muito menos se mora aqui por perto! Vou parecer uma seqüestradora de criança ou algo assim!

— Hum... Cadê seus pais? – pergunta para se arrepender logo depois. Por que eu perguntei isso?!

— Não tenho pais. – responde o menino com um sorriso meio triste.

— Oh, me desculpe. – se apressa em dizer. – Eu não devia ter perguntado.

— Ah não se preocupa. Isso já tem um tempo, agora eu tenho uma nova família que cuida de mim. – responde o garoto mostrando um largo sorriso. – E por que você vem sempre aqui nesse parque?

— Eu gosto daqui. – comenta com um sorriso. Como ele sabe que eu venho aqui sempre que posso? Deve morar aqui perto talvez.

— Mas não é só por isso. – afirma o menino ainda mantendo o sorriso. – Não se preocupe Sakura, você vai encontrá-lo muito em breve. Agora tenho que ir.

O garoto se levanta do banco e começa a andar na direção de um aglomerado de pessoas que estavam passeando. Sakura fica perplexa com as palavras do garoto. Como assim não é para ela se preocupar? Vê-lo de novo? Quem? Seria o gato? E como ele podia ter certeza?

Com muitas perguntas se passando em sua mente e ninguém para responde-las, Sakura se levanta e vai atrás do menino loiro e o segue através de algumas pessoas.

— Ei! – chama, mas ele não se vira. – Ei! Como pode ter certeza que eu procuro alguém? Vou encontrar com quem? – Pergunta alto para que o garoto consiga ouvir e luta para se desviar das pessoas que então indo ao seu contrario. Estica a cabeça para tentar achar o garoto.

Um vento mais forte sopra e por impulso Sakura fecha os olhos e escuta uma frase falada aos ventos para que somente ela escutasse.

``Em breve vamos nos encontrar novamente... ´´

Sakura olha em volta e não vê mais o garoto. Anda procurando por ele, mas na sua cabeça só se lembra da frase que foi sussurrada em seu ouvido repetidamente. Mas o que foi aquilo? Tinha certeza que era a voz do garotinho, mas não sabia como ele tinha feito isso. Era impossível uma pessoa conseguir fazer isso.

Como ele sabia o meu nome? Eu não me lembro de ter contado pra ele. E ainda por cima ele não respondeu nenhuma das minhas perguntas! Vou fazer ele responder todas quando vê-lo de novo. Espere e vera garoto esquisito!

De volta ao seu apartamento Sakura prepara o jantar e logo em seguida vai dormir. Estranhamente estava mais cansada do que nas outras noites. Talvez fosse por ter se abalado um pouco pelo o que aquele garoto disse. Certificou-se de que estava tudo trancando e foi se deitar. Sem perceber, caiu no sono.

(>O3O)>

A manhã seguinte estava como o dia anterior. Um sol brilhando no céu, calor, ventos refrescantes e um céu azul límpido de nuvens. Sakura acorda assustada com um barulho vindo da direção da sua cozinha. Ela levanta rapidamente e pega o objeto mais perto e anda devagar até a cozinha, a medida que vai se aproximando do cômodo ela aperta mais ainda o objeto em mãos.

Meu Deus deve ser um ladrão! Calma Sakura. Pode ser um rato! Eca! Acho que é tão ruim quanto! Por favor que seja um rato. Por favor que seja um rato.

Sai do corredor e para encostada na parede na entrada para a cozinha, ao qual tem um balcão que divide a cozinha da sala. Com o coração acelerado pelo medo e adrenalina, Sakura pula de olhos fechados na entrada para o cômodo e aponta o objeto na direção do intruso.

— Seja lá quem você for saia agora antes que eu chame a policia! – fala ainda de olhos fechados e com o objeto em mãos. Sakura sabia que devia estar tremendo nesse momento. Como não tremer nessas situações? Mas o que esse intruso queria em sua casa? Não tinha nada de tão valioso. E como ele entrou em sua casa? Tinha certeza que havia trancado tudo na noite anterior.

Como não houve nenhuma resposta e um silêncio estranho se instalou no local, Sakura abre os olhos devagar e paralisa quando vê a figura em sua frente. E só uma palavra veio em sua mente.

Gato.

Não podia acreditar que depois de dias procurando pelo mesmo, ele reaparece no seu apartamento do nada, literalmente do dia para a noite. E como ele conseguiu entrar em seu apartamento? Esse gato era realmente estranho. Sakura abaixa o objeto que estava segurando e suspira de alivio.

Esse gato ainda vai me matar de susto.

— Hum... Como você entrou aqui? – pergunta mesmo sabendo que ele não responderia. Ou era o que uma pessoa normal esperaria de um gato normal.

— A janela estava aberta. – responde o gato a olhando do chão.

— Ah ta...

Espera! Espera! Espera!

— Serio que você pretendia me atacar com um secador de cabelo? Jura? – comenta o gato olhando para o secador na mão de Sakura.

Ele pula no balcão e continua olhando para ela. Sakura paralisa no lugar. Deveria estar sonhando ainda, não era possível que o gato estivesse falando com ela. Gato nenhum fala e ela como uma pessoal que vive em uma realidade normal sabia muito bem disso.

Estava sonhando.

Sim. Só podia estar mesmo sonhando, não teria como o mesmo gato que salvou da rua, que abrigou em seu apartamento e que reapareceu misteriosamente em seu apartamento estar na sua frente lhe encarando com incríveis olhos de ônix, ao qual passou dias pensando em ver novamente.

— Isso... Isso só pode ser um sonho. É isso. Um sonho. – repetia para si mesma enquanto olhava para o gato que fazia uma expressão como se ela que fosse a anormal dali.

Enquanto Sakura repetia para si mesmo que estava sonhando, o gato se levanta e começa a andar pelo balcão na direção da rosada. Ele nunca tinha visto tal mulher. Ela era delicada, baixa e a primeira vista poderia ser confundida com uma estudante, e o que mais lhe chamou a atenção foi o seu exótico cabelo rosa claro. Realmente nunca viu uma mulher tão linda assim.

Ah seus olhos.

Um belo verde esmeralda. Desde que os viu pela primeira vez nunca, ousou esquecê-los mesmo que quisesse não conseguiria. Passou meses na companhia da bela dama Karin, mas não fora capaz de esquecer a mulher que o salvou e o acolheu em sua casa. Bondosa, delicada, linda, gentil. Tinha que agradecer a ela por ter lhe salvado. Pelo menos isso. Mas ele sabia que não era só por isso que invadiu seu apartamento. Foi para vê-la outra vez. Mesmo sendo contra as regras se envolver com mundanos, ele queria mais que tudo ver ela de novo. Mas não iria admitir isso para ninguém.

Atração.

Isso era o que ele sentia ao pensa na jovem de cabelos rosa. Se sentia atraído por ela de algum jeito que não sabia explicar, mas não iria admitir. Nunca fora fraco ao ponto de ceder para algum sentimento, e não seria agora que faria isso. Só estava ali para agradecer a jovem moça por ter lhe salvado e depois iria pra casa e nunca mais iria aparecer na sua frente de novo. Nunca.

O gato sai de seus devaneios quando percebe o olhar de pânico e confusão nos olhos da rosada. Se aproxima mais enquanto esta sussurra coisas para si mesma e fala baixo, rouco e calmamente.

— Isso não é um sonho.

Sakura o olha e sente sua vista escurecer. Estava desmaiando.

Ah... Um ótimo começo de manha...  


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Notas finais do capítulo

Obrigada por ter lido. E quero agradecer aos comentários do primeiro capítulo. Por favor continuem comentando, isso me estimula a continuar. ^^
Obrigada e até ao próximo capítulo!



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