Floresta Negra escrita por Luh Costa


Capítulo 8
8. Emilly - Livre




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O dia seguinte foi praticamente a mesma coisa do anterior. Quando eu não estava olhando fixamente para o professor, eu estava sendo sugada pela existência do Namjoon. 

Nos olhávamos descaradamente, sem vergonha nenhuma e dando a mínima importância de  alguma pessoa ver. Mas também, não era como se eu conseguisse controlar isso...

No segundo horário vi que uma garota foi falar com o Namjoon, eu me entupi de raiva - mentira, era ciúmes mesmo, mas deixa baixo... -, mas ela se esvaiu e se transformou em dúvida no segundo seguinte. Era a Luma. Mas porque ela estava sussurrando no ouvido do Namjoon? 

Ele se levantou no minuto seguinte, pegou suas coisas e foi parar no lugar da Luma. Fiquei sem saber o que dizer e quando olhei pra ela de novo ela sorriu pra mim e logo em seguida me mandou uma piscadela. Olhei pro Namjoon e ele sorriu de lado pra mim, era um sorriso simples, porém cúmplice. 

E com isso voltamos ao nosso lindo joguinho de encarar.

 

Depois, na hora do intervalo eu fui agradecê-la quando ela resolveu voltar pra sala - ela sempre saía, pegava seu lanche e em poucos segundos estava de volta à sala, na maioria das vezes sozinha - e lá estava ela, trocando saltitante mais uma vez de lugar. Dessa vez ela foi parar ao lado da parede, mas fundo ainda a uma carteira da última da fileira, bem longe do Woozi.

— Oie!

— Oi. Valeu.

— Pelo quê? - Perguntou claramente se fazendo de desentendida.

— Ah... Você sabe!

— Não... Eu não sei. Se me disser fica mais fácil, sabia? Não sou muito boa nessas coisas de adivinhações. - Sorriu pra mim descaradamente.

— Aff! Nem vem, Luh! Valeu! Brigada, de nada, tchau! - Saí bufando da sala enquanto ouvia seu riso de dentro da sala.

...

Os dias foram se passando, eu e Namjoon acabamos nos tornando quase... amigos. Era uma relação bem estranha pra falar a verdade.

Luma começou a ter companhia na sala, os meninos do grupo do Namjoon quando a viam não iam mais embora ou já ficavam lá como ela quando o sinal batia e MiJoom agora está com mais dois novos shippers super ativos, V e J-Hope - fora os meninos que de vez em quando também resolviam entrar no meio de brincadeira junto com as meninas. -  E com isso agora tenho os três na nossa cola fazendo coraçõezinhos ou dizendo que nos shippam ou até mesmo com corinhos de "Own..." quando estamos simplesmente conversado ou quando ele faz alguma coisa, como por exemplo por meu cabelo no lugar. 

Ok, isso eu também acho fofo, mas não preciso de plateia, sabe?

— Vem comigo. Quero te mostrar um lugar. - Não pude nem responder, Namjoon já foi me pegando pelo pulso, mal demos um passo senti alguém separar nossas mãos com força.

— Você não vai a lugar nenhum com esse cara. - Jeonghan estava sério e fuzilava Namjoon com o olhar, mais um pouco e ele matava alguém com aquilo. 

— É claro que vou! - Fiquei irritada também, e com isso, louca pra fazer justamente o contrário do que ele "mandou".

— Não, não vai.

— Ei! Que gritari... - Luma surgiu da porta, olhou pra todos nós, revirou os olhos e disse: - Aff! De novo? Desculpa, mas hoje a baixinha revoltada tá de folga. - Nisso ela voltou pra sala, mas segundos depois voltou. - Ah! Será que dá pra parar de gritar, Jeonghan? Meus ouvidos agradecem, viu? Obrigada. - Traidora...

— Ela vai aonde ela quiser. - Que beleza!... A discussão continua...

— Ela vai onde eu quiser. - Fiquei chocada. Desde quando virei sua cachorrinha, hein, Jeonghan?

— Eu vou onde eu quiser. Você não manda em mim.

— Até parece... - Riu sarcasticamente.

— Quer apostar? Vem, Namjoon. - Peguei ele pela mão e o levei na direção em que íamos antes já que não tenho a mínima ideia de onde ele pretende me levar, enquanto isso Jeonghan ficou lá parado nos olhando como se estivesse em estado de choque.

— Ei.

— Hum? - Eu estava tão irritada xingando o Jeonghan mentalmente que até me esqueci que estava puxando Namjoon pra sei lá onde.

— Está me levando pra onde?

— Oi? Ah... Desculpe, eu me distraí. - Soltei sua mão. - É que ele é tão... possessivo, fala como se nós realmente tivéssemos alguma coisa. Me dá nos nervos!

— Eu entendo ele.

— Oi?

— Também sou possessivo com aquilo que é meu. - Ele me olhou tão intensamente que até me fez engolir em seco.

— É. Mas não sou dele. - Cruzei os braços. - E nem de ninguém. - Completei.

— Ainda. - Como é? - Vamos. - Ele foi na frente, nem consegui ver sua expressão depois do que ele disse, só me restou mesmo era segui-lo para onde quer que estivesse me levando.

Após algum tempo nós fomos parar em um lugar escondido em mais pro fundo da escola, era uma construçãozinha que guardava o gás da escola, tinha três grandes bujões mais ou menos dentro daquela "casa". Subimos bem em cima na pequena laje - não mais tão pequena assim depois que cheguei até lá em cima com apenas um salto nada normal. Quer dizer... Não para humanos... 

— O que...? - Olhei pra ele sem saber o que dizer, do nada ele tirou uma sacola cheia de comida de trás de uma caixa de cimento e sorriu.

— Sente-se.

— Namjoon, por que me trouxe aqui?

— Sente-se. - Me sentei onde estava, cruzando as pernas como costumava fazer na nossa antiga escola. Fiquei em silêncio enquanto ele tirava as coisas da sacola. Pão, bolo, suco, refrigerante, Nutella, geleia... Espera! Nutella?! - Opa! Nem pense nisso!

— Mas eu nem me movi! - Protestei.

— Mas ia. - Como ele sabia? - Espere. - Fiquei quietinha namorando o pote de Nutella bem à minha frente.

— Gosta tanto assim? 

— Hum? - Viajei total na Nutella, nem percebi que estava mordendo o lábio.

— Gosta tanto assim de Nutella?

— Hum... Um pouco. É que faz muito tempo que não como.

— Ah...

— Mas, ei, por que me trouxe até aqui afinal?

— Olhe pra cima. - Ele apontou, apenas fiz o que ele me pediu e fiquei sem palavras.

— É... Lindo! - O céu estava sem nuvens e a lua estava linda apesar de mal estar na metade.

— Não é? Como esse espaço tem menos postes e luzes dá pra ver bem mais as estrelas.

— Sim. Elas parecem mais brilhantes e... prata? - Ele riu do meu comentário.

— É, pode ser.

— Mas, e aí? Me trouxe aqui pra me mostrar o céu? - Ele parou o que estava fazendo e olhou fixamente pra mim. Ops, talvez tenha me expressado mal. - N-não que e não tenha gostado, é só que...

— Só que?

— Nada. Esquece. - Ele bufou.

— Odeio quando fazem isso.

— Isso o quê?

— Começar a dizer algo e depois dizer: "esquece".

— Oh, desculpe. - Ficamos num silêncio que pouco a pouco foi se tornando muito constrangedor. - Acho que não vamos ir jantar, né? Você trouxe tudo isso.

— Sim. - Praguejei baixinho. - O que foi?

— É que ficou climão. - Me movi desconfortável.

— Quer que eu te distraia? - Sua expressão mudou rapidamente pra uma brincalhona.

— E como pretende fazer isso? - Perguntei cautelosamente, desconfiada, porém sorrindo.

— Você quer? - Ele está bem perto de mim agora, queria que estivesse ainda mais.

— S-sim. - Ele chega ainda mais perto de mim, apoia sua mão ao lado da minha, seu rosto está a milímetros do meu.

— Respire. - Nem percebi que estava prendendo a respiração, até ele dizer, e então, estávamos nos beijando.

— Nossa... - Tive que parar o beijo. Ele realmente me deixou sem ar. Acho que nunca encontrei alguém que beijasse tão bem na minha vida. Ele apenas sorriu pra mim e puxou minha cabeça com a outra mão livre, apenas pra voltarmos a nos beijar novamente.

— ...Nada mal...

— O quê? Pensou que eu beijava mal? - As palavras saltaram da minha boca antes que eu pudesse contê-las.

— Não. - Ele riu rapidamente, mas parecia relaxado. - Só imaginei que talvez o Jeonghan fosse te tirar dos trilhos... - Sabe quando você sem querer derrama algo gelado em si? Foi bem assim que recebi o comentário do Namjoon naquele momento. Um balde de água bem gelado nas minhas costas descendo bem lentamente.

— Não. Até que ele beija direitinho. - Rebati e quase me arrependi no mesmo instante.

— Ah, é? - Ele me fitou bastante sério e arqueou uma sobrancelha.

— Er...

— Direitinho?

— Sim.

— E como é um beijo direitinho?

— É... - Droga, nessa ele me pegou. - Sei explicar não. - De repente minha ousadia voltou. - Acho que só beijando ele pra saber, sabe?

— Não. Não sei.

— Então por que você não beija ele pra saber?

— Porque eu prefiro beijar você. - Disse simplesmente me deixando muda por alguns segundos.

— Fico... feliz?

— Loucamente feliz. - Concordou comigo assentindo.

— Ok. Fico loucamente feliz por você preferir me beijar e não ao Jeonghan. - Depois que eu disse isso nós nos encaramos, até que rimos daquela conversa sem sentido. - Certo... - Ficamos alguns segundos bem desconfortáveis em silêncio até que ele diz do nada:

— Fico feliz que esteja aqui.

— Fico feliz por estar aqui. - Feliz não era exatamente a palavra, talvez eufórica. - Você é sempre assim?

— Assim como?

— Quieto. - Ele deu de ombros.

— Não tenho exatamente muitos motivos pra sair pulando por aí.

— Não quis dizer nesse sentido. Quis dizer... Sei lá o que eu quis dizer! 

— Quer dizer calado? - Insistiu mesmo assim, percebi que ele estava tentando me entender tanto quanto eu a ele naquele momento.

— Hum... Acho que sim.

— Não sou tão calado. Já me viu com os outros do meu grupo? - Fiz que não. Eu não estava ali com eles nem a uma semana direito e estava na maioria das vezes enfurnada no meu quarto dormindo ou fazendo qualquer outra coisa. Nós não ficamos muitos momentos com os outros, bem... talvez a Luma tenha ficado, confesso que não ando sendo mais a observadora de antes com uma distração como o Namjoon tão perto de mim. - Bem, nós nos divertimos. Só sou um pouco... reservado na sala. E com pessoas que não conheço muito bem.

— Sei.

— Quer me ver descontraído?

— Você controla isso, é? - Questiono com as sobrancelhas erguidas me sentindo melhor e mais brincalhona a cada segundo que passa.

— Mais ou menos. Na verdade estou meio nervoso.

— Por quê? - Me espantei.

— Não é sempre que estou assim tão a vontade com uma garota.

— Ah...

— ...Que gosto. - Eu abri a boca pra falar a primeira coisa que me veio à cabeça, mas consegui fechá-la a tempo. Acredito que qualquer um deva imaginar qual é... - Sim.

— O quê? - Assustei-me quando estava prestes a ter mais uma conversa interna.

— Eu gosto de você.

— Gosta, é? - Espantei-me.

— Claro. - Me beijou de novo rapidamente. - E espero que seja recíproco. - Eu quase derreti olhando pro sorriso que ele deu.

— Sim... - Estou parecendo uma débil mental agora, mas o que posso fazer? Meu cérebro derreteu aqui! Dá um desconto! - Quero dizer... Sim. - Digo mais firmemente. - É lógico que é!

— Então não volte a mentir. - Franzi o cenho, confusa.

— Mas eu não menti pra você!

— Ah... Mentiu sim. Ou pelo menos a partir de agora é uma mentira.

— Do que está falando, Nam?

— Não minta mais dizendo que não é de ninguém. Por que, sim, você é de alguém. Você é minha. Toda minha... - Nisso ele se aproximou de mim, me pegou firme pela cintura, e me beijou novamente.

— Já... ouviu... falar... em oxigênio? - Falei, ou melhor, tentei falar, mas estava completamente sem fôlego. - Então. Nós... precisamos disso... pra viver. - Ele riu e prensei seus lábios fortemente contra os meus por um momento.

— Ouvi dizer que de amor também. - Fitei-o até que ele acabou sorrindo pra mim. - E de comida. Quer comer? - Fiz que sim, ele me passou um sanduíche e uma lata de refrigerante, nós comemos em silêncio apenas nos olhando ou desviando vez ou outra, e até mesmo viajando no céu. Eu queria mais, não sabia exatamente do quê, mas queria mais. Ele me parecia calmo, porém inquieto ao mesmo tempo e aquele falta de assunto só me agoniava ainda mais.

— Vamos fazer um trato? - Digo repentinamente e o assustando.

— Hum?

— Podemos dizer qualquer coisa um ao outro. Sem vergonha, nem nada. Seja lá o que for. - Ele ficou em silêncio por alguns segundos me fitando até que deu sua resposta.

— Combinado. - Estendi o dedo mindinho.

— De mindinho?- Ele enlaçou o seu dedo mindinho no meu e o puxou fazendo com que eu fosse impulsionada pra frente e nossos lábios se tocassem.

— De mindinho. - Sorri pra ele e ele me devolveu um sorriso sacana. - ...Sua calcinha é da cor do meu cabelo. 

— Oi? - Até ajeitei a saia quando ouvi isso.

— E eu adorei seus peitões. - Puta que me pariu... A culpa não é minha! É da minha mãe! Puxei dela essas bagaça! Aff... Isso até me fez lembrar a época de terror que passei na minha antiga escola, a Luma ficava me chamando de Tsunade... - E quando eu te vi eu te achei muito gostosa.

— Namjoon!!!

— O que foi? Só estou dizendo...

— Ok, ok... Qualquer coisa. Mas pelo menos com um pouquinho de... sutilidade? - Ele riu, até jogou a cabeça pra trás enquanto gargalhava. - Poxa...

— Desculpe. - Ele ainda estava rindo, mas eu não tinha levado à mal, na verdade eu adorei ver ele assim, ele estava começando a se descontrair. - Exagerei.

— Tudo bem, você só disse o que estava pensando.

— Não. Desculpe a risada. Exagerei.

— Ah... Tudo bem isso também. Eu gosto da sua risada. - "Eu gosto da sua risada." Que porra de fala é essa?

— Por quê? - Ele cruzou os braços e me olhou sugestivamente.

— Hum... Posso te contar um segredo? - Ele fez que sim, eu fiz sinal para que ele se aproximasse e disse no ouvido dele: - Eu sou apaixonada por covinhas. - Vi-o sorrir enquanto ele se afastava de volta pro seu lugar.

— Posso te contar outro segredo? - Minha vez e fazer que sim, ele fez o sinal pra que eu me aproximasse. - Eu tenho covinhas. - Sussurrou no meu ouvido de volta.

— Bem... Então acho que vamos nos dar muito bem. - Sorrio.

— Sim. Com toda a certeza. - Depois disso a nossa conversa finalmente se tornou mais fluida e graças a Deus aquele constrangimento foi embora e agora estamos conversando livremente. 

Quando estávamos quase prontos pra ir - até porque já estava amanhecendo - ele me fez um pedido um tanto... estranho. 

— Ei, será que você poderia não dizer que viu isso aqui? - Ele ergueu a última caixinha de Toddy ainda cheia.

— Por quê? Só porque ela tá cheia? Pode ficar, eu não me importo. - Respondi meio rindo.

— Não. Estou dizendo todos os toddynhos.

— Por quê?

— Bem... Digamos que estes toddynhos eram do Cookie, e que eu peguei sem ele saber...

— Você roubou os todinhos do Cookie?! - Quase gritei de surpresa.

— Hum... Mais ou menos...

— Mais ou menos? - Fitei-o.

— Ok. Sim, roubei. Mas não conta pra ele, pelo amor de Deus! Ou ele vai me matar!

— É um só toddy!

— Não. Não é só um toddy. Nada praqueles moleques é "apenas" quando comida está envolvida.

— Ah, sei como é. - Digo assentindo e pensando em mim e na Luma quando comida surge como assunto principal. Aí danosse... a coisa muda de figura. - Ok, então.

— Finge que nem sabe o que é.

— Tá. Mas isso vai ser meio difícil. - Digo rindo.

— Ah... Você entendeu! - Ri ainda mais, mas concordei.

Acabou que tive que voltar sozinha pro dormitório, ele teve que voltar lá no refeitório pra guardar o que sobrou porque... digamos que é meio proibido pegar comida mas o pessoal pega mesmo assim.

Sinto alguém me abraçar por trás e paro, ele deve ter guardado as coisas bem rápido pra já voltado e me alcançado ainda no corredor.

— Oi, Namj- wooaaaa!!! Jeonghan?! - Meu coração acelerou tanto que pensei que ia ter um ataque do coração com o susto.

— Precisamos conversar.

— Não temos nada a conversar. - Me desvencilhei de seus braços.

— Temos sim! Que droga! Esse tempo todo e você nunca me deixou dizer porra nenhuma!

— Porque nada que você diga me interessa.

— Interessa sim.

— Não, não me interessa. Agora dá licença que eu-

— Não. - Disse rispidamente. - Você vai me ouvir. Por bem ou por mal.

— Vai fazer o quê? Me bater? - Rebati no mesmo tom. - A única droga que você fez foi me transformar na droga de uma vampira sem nem ter trocado uma merda de palavra sequer comigo! E não me venha de novo com aquele papinho furado de que gosta de mim!

— Caralho! Você é igualzinha à Luma!

— E se eu for? - Cruzei os braços. - Qual o problema?

— Vocês são impossíveis!

— Somos possíveis sim. Com quem merece.

— E eu não mereço?

— Não. - Respondo na lata.

— Bem, de qualquer forma isso não me importa.

— Ótimo, agora me deixa ir. - Dei um passo em direção ao quarto mas ele me fez votar pra onde eu estava.

— Eu gosto de você, caralho! É tão difícil assim você entender?

— É. Você nem ao menos me conhecia. Não sabia nada de mim. E nem sabe.

— E por acaso você sabe alguma coisa sobre esse tal de Pink aí?

— É diferente. E não chama ele assim!

— Diferente por quê? O que tem de diferente?

— Eu sinto uma ligação com ele... É... diferente.

— Puff! É tudo o que você tem a dizer? - Abri a boca pra tentar defender com algo mais substancial, mas não consegui pensar em nada. Isso pra mim não significava nada. Eu entendia, eu sabia que não era simplesmente aquilo. Eu não preciso que Jeonghan entenda nem nada parecido porque ele entender ou não, aprovar ou desaprovar, não vai fazer a menor diferença pra mim. - Viu. Nem você mesma acredita no que diz.

— Eu não disse isso. Nem cheguei perto. - Como é possível ele me fazer ficar num nível de raiva tão grande em míseros segundos?

— Não diretamente.

— Nem indireta!

— Estou perdendo a paciência...

— Você ainda tem? Tá com sorte então. Porque a minha foi pro espaço faz tempo. - Tento ir embora novamente, mas mais uma vez ele me para. Dessa vez me pondo contra a parede, e antes que eu conseguisse processar o que ele iria fazer já estávamos nos beijando.

Não consegui resistir e retribuí. Sei que eu deveria tê-lo afastado, não é isso que sempre faço? Ou pelo menos tento? Mas dessa vez eu não consegui. Não sou de ferro e ainda por cima tinha aquela coisa que nos unia, eu querendo ou não, que só fazia me fazer querer ainda mais continuar com aquilo. Não foi fácil, sei que parece, mas se de alguma forma estivesse aqui, veria como é.

Quando resolveu que eu podia voltar a respirar ele se afastou e foi embora antes que eu pudesse fazer qualquer coisa. Provavelmente imaginou que eu bateria nele, o xingaria, ou algo parecido. Bem, se foi, ele estava certo.

Mal ele foi saindo por um lado do corredor percebi Namjoon surgindo pelo outro, e pela expressão dele ele e por onde ele já estava ele com certeza viu tudo.

— Namjoon eu posso explicar! - Ele veio até mim, eu realmente fiquei apavorada com o que ele fosse me dizer ou fazer.

Ele parou bem na minha frente, dava pra ver a raiva em seus olhos, o que me deixou com uma vontade repentina de chorar.

— Nam, eu... - Ele me pegou pelos pulsos e me jogou contra a parede, exatamente como Jeonghan fez a pouco, soltou um dos meus pulsos e passou num esfregão só a parte de trás do braço até a mão pela minha boca com força como se com isso ele tivesse limpando completamente minha boca de qualquer resquício da boca dele e então ele também me beijou, furiosamente.

"É hoje que eu morro..."

— Entendo que você aceitou isso por ter uma ligação com ele, faz parte dos efeitos. Mas vou cuidar pessoalmente pra que isso nunca mais se repita. - Dito isso ele foi para o seu quarto e me deixou ali, ainda contra a parede sem saber como reagir.

— Alguém me diz o que que eu faço com esse garotos? - Murmurei sofridamente e segui pro meu quarto.

— Emilly!!! Como foi? Aconteceu o que eu tô pens... Nossa, que cara péssima é essa?

— Luh, o que que faço da minha vida? - Gemi.

— Sei lá. O que aconteceu?

— Nem eu sei direito.

— Então como quer que eu te ajude?!

— Ain... Deixa pra lá. Eu preciso dormir. E muito! - Me joguei na cama de cara no travesseiro, nem tirei as sandálias nem nada.

— Doida. 

— Hum. - Apaguei.

 

Estou em um grande salão com um vestido até que bonito todo branco com desenhos em prata e preto. O salão é bonito e espaçoso, acho que é aniversário de alguém. Pisco e de repente o salão está cheio de pessoas que penso não conhecer.

— Quer dançar? - Levo um pequeno susto. Um garoto está ao meu lado vestido com um terno  preto que ficou bem nele, ele sorri pra mim de lado e sinto que o conheço, então assinto.

A música começa, estamos rodando e sorrindo um pro outro. Realmente sinto que o conheço mas não sei explicar, era como se aquele sentimento tivesse sido implantado em mim.

— Você está bonita.

— Você também não está nada mal. - Mais um sorriso. Em uma das voltas que damos o rapaz muda a cor dos olhos, em outra seu cabelo troca de cor e assim as mudanças continuam até que estou de frente para o Namjoon.

— É o melhor elogio que pode fazer?

— Bem, é o que você está merecendo no momento. - Digo meio rindo, me sentindo extremamente feliz.

— Nossa. - Rimos. Ele me olha nos olhos, se aproxima e me rouba um pequeno beijo que me faz piscar de surpresa, e então estou dançando com Jeonghan, mas ainda estou feliz. - E então?

— Então o o quê?

— O que vai escolher?

— Escolher pra quê? - Estou realmente confusa.

— Quer ficar?

— Na festa?

— Comigo.

— Por que a pergunta? - Me afasto dele instintivamente. Estamos no meio do salão, todos param de dançar para nos olhar, mas sinto como se ninguém estivesse realmente ali, são apenas um monte de corvos à espreita. 

No segundo seguinte realmente não há nada.

Jeonghan tenta me pegar pelo pulso, mas sua mão passa pela minha como se ele não fosse real.

— Não. Não faça isso! - Ele pede, começa a parecer desesperado.

Eu o olho, apenas. A música continua tocando, mas eu não danço. Não há mais com quem dançar, estou completamente sozinha.

 

Acordo antes da Luma exatamente um minuto antes do celular despertar. Me sinto bem de uma forma estranha, não me lembro mais do sonho que tive.

— Acorda dorminhoca!

— Hum...

— Anda! - Puxo ela pelo pé.

— Ai! Que saco, Milles!

— Anda, sô!

— Hum... - Ele só geme.

— Eh preguiçosa!...

— Sou mesmo. Me deixa!

— Tá, fica sem café então!

— Aff... - Finalmente ela se levanta.

— Tá animada por quê? Ontem você parecia mais perdida do que eu quando tenho que escolher entre duas coisas que amo comer mas só tenho dinheiro pra comprar uma. 

— Estava tão ruim assim? - Ela assentiu. - Porra...

— Pois é. Hum... Melhor ir comer, tô morta aqui.

— Eu avisei.

— Tá prevendo o futuro agora?

— Quem sabe? - Dou de ombros.

 

Entro no refeitório e é como se o visse pela primeira vez. 

Tudo parece novo, as cores estranhamente mais fortes, há pessoas aqui. Não sei porque, mas ver isso é totalmente novo. Realmente percebo que há mais garotos nessa escola do que eu imaginava e me pergunto quantos grupos têm aqui.

O mundo parece totalmente novo.

— Oi. - Susto.

— Ah! Oi! - Namjoon.

— Dormiu bem? - Assinto, ele se senta ao meu lado. Vejo Luma dar um sorriso de lado enquanto finge mais interesse no seu café da manhã do que o normal. - Que bom. - Sorri pra mim.

— É. - Retribuo o sorriso. Ele me parece diferente também. Parece que o vejo... como posso dizer?... É como se eu realmente o visse pela primeira vez. Me sinto mais atraída por ele do que antes, não sei explicar.

— Quer dar uma volta comigo antes de ir pra sala?

— Claro, Nam. 

Nos levantamos e damos uma volta pela escola. Estou olhando tudo, como se realmente estivesse vendo tudo pela primeira vez.

— Como se sente? - Por um momento até me esqueci que estava andando ao lado dele. O silêncio dele desde o momento que levantamos me deu a chance de ver tudo.

— Bem. - Respondo olhando pros olhos dele.

— Como nos outros dias? - Ele sorri, mas vejo mais do que isso. É como se ele soubesse algo que não sei.

— O que quer dizer?

— Nada em especial. - Dá de ombros.

— Hum... Não.

— Não o quê?

— Estou bem de uma maneira diferente. - Sorrio pra valer. Ela ri rapidamente, então pega a minhã mão como aqueles cavalheiros antigos, como se fosse beijá-la. Ele realmente se inclina na direção dela, mas no último segundo vira meu pulso pra cima e o beija.

Fiquei boquiaberta.

Não porque ele beijou meu pulso, mas porque a marca não está mais lá.

— O-o quê? 

Puxo meu pulso pra frente do meu rosto e o analiso como se fosse de outra pessoa, e não o meu. Passo os dedos por ele, o olho quase como se pudesse ultrapassá-lo.

— Como?...

— Eu disse que iria resolver as coisas. - Encaro-o.

Você fez isso?

— Fiz.

— Por quê? Como?

Isso eu já não sou capaz de te explicar direito. Você não entenderia, pelo menos não agora. Antes precisa amadurecer um pouco mais.

— Por que diz isso?

— Você está aqui não faz nem duas semanas. As coisas comuns já não fazem muito sentido pra você. Se eu lhe contar agora, posso dar um nó no seu cérebro nada legal. - Ouvimos o sinal da escola tocar. -  Por enquanto, só tenha a certeza de que está livre. - Encaro o chão no meio de nós e sem me dar conta começo a chorar. - Ei. O que foi? - Ele ergue meu rosto com os dedos.

— Está mesmo falando sério?

— Não está vendo a marca, está? - Nego com a cabeça.

— Então, sim. Estou falando sério. - Suspirei e me joguei em seus braços o abraçando com força.

— Obrigada. Muito obrigada.

— Oh, Milles... Não foi nada. - Ele passou a mão pelas minhas costas carinhosamente.

Quando finalmente parei de chorar o soltei, limpei o rosto, respirei fundo, o beijei e disse:

— Vamos? - Estendi a mão à ele.

— Vamos. - Demos um sorriso cúmplice um ao outro e começamos a andar.

Quase chegando até a sala ouvi gritos que logo reconheci. Jeonghan.

— ...ela está? - Ele parecia desesperado. - Alguém a viu?

— Ela está comigo. - Namjoon respondeu comigo da porta. Não era só impressão, ele realmente está desesperado.

— Caralho... - Ele suspirou do que me pareceu ser alívio. - Pensei que tinha morrido! Você sumiu do nada! - Oi?

— Ela sumiu porque eu cortei sua ligação com ela.

— VOCÊ O QUÊ? - Nossa, meu ouvido até doeu. Olhei pra dentro da sala e só vi a Luma e o DK na sala. Ele estava olhando pela janela e a Luma estava deitada sobre a sua carteira como se nada tivesse acontecendo na porta, ela olhava fixamente pro teto. Deve estar "pegando viagem", que é como eu e ela chamamos quando ficamos olhando pra qualquer coisa do nada, como se estivéssemos desligado.

No quadro tinha um desenho incrível do universo desenhado a giz. Tive que tirar uma foto. Fui parar ao lado dela, que ainda estava "viajando" e tirei a foto.

— Oi. - Ela disse pra mim sem me olhar.

— Oi. Foi você?

— Hum-hum.

— Ficou legal.

— Valeu. O que que tá acontecendo?

— Nada. É só os meninos brigando.

— Ah. - Ela conseguiu tirar os olhos do teto, olhar pros meninos discutindo e voltar pro teto de novo sem interromper a "viagem" dela. - Quem tá ganhando? - Dei de ombros.

— Sei lá.

— Depois me conta quem ganhou. - Nisso ela fechou os olhos e dormiu, eu acho. Ela é toda doida, às vezes parece até que ela tá drogada de tão desconexa que ela fica do mundo, mas eu sei que é só o jeito dela. E isso nem acontece com frequência, ela deve estar meio sobrecarregada.

— Tá.

Voltei pra porta onde os dois ainda estavam discutindo. Jeonghan estava aos berros e Namjoon estava exaltado também, mas longe de estar gritando como Jeonghan e isso parecia estar deixando ele ainda mais com raiva.

Perdi o que eles disseram, os dois estavam se encarando furiosamente e Namjoon estava com a íris dos olhos vermelhas em um tom tão intenso que parecia sangue. Por isso eu havia perdido a conversa, eu fiquei hipnotizada pelos olhos dele.

Ele sorriu de lado pro Jeonghan e então se virou pra mim, ele se aproximou de mim olhando nos meus olhos, por um mísero segundo me pareceu que estava me pedindo permissão, o que eu não entendi até que eu inclinei automaticamente a cabeça pro lado, deixando meu pescoço mais ao seu alcance.

Ele olhou nos meus olhos até o último segundo possível antes de enterrar seu rosto no meu pescoço e em seguida seus dentes, me marcando.

Não sei por quanto tempo foi, mas pra mim foi intenso o bastante pra sentir tudo ao meu redor, eu mesma e ao Namjoon. Ele estava mais presente do que tudo, quase mais até do que eu mesma.

Sua mão me segurando e apoiando pela cintura e a outra no meu pescoço eram coisas de outro mundo, eu estava quase esquecendo que estava na sala de aula e que dali a alguns minutos o pessoal todo ia chegar e também o professor. Ele só parou quando me ouviu gemer por causa da dor misturada ao prazer que aquilo estava me dando.

Olhei bem pra ele depois que se afastou e me marcou. A nossa ligação estava travada, e dessa vez eu estava feliz com isso. Percebi que o mundo continuou o mesmo de quando eu acordei hoje pela manhã  e estava estranhamente animada e feliz, sem saber, porque estava livre da minha ligação com Jeonghan.

Eu pensei nele algumas vezes, confesso, mas nada me fazia feliz nele. Poderia pensar que não tentei nada, que só o chutei, mas eu já questionei se não poderia ser feliz com ele antes na Primeira Escola quando imaginava ainda mais não ter opção de nada. Todas as vezes deram apenas negativas. As únicas coisas boas que eu conseguia sentir em relação à ele era efeitos da marca e isso não era nada. Pra mim era como uma felicidade temporária fabricada, não chegava a ser como drogas, mas imagine como se cada toque fosse como um comprimido anestésico que tinha efeito de felicidade misturada com prazer, porém passageiros, sendo forçadamente enfiados pela sua garganta à força. É a mesma coisa. 

Olhando-o agora quase tenho pena dele, não sei como ele está se sentindo agora, mas pelo o que eu entendi ele realmente se preocupou com a possibilidade deu estar morta então não posso agir como se fosse feita de pedras em relação à ele, mas apenas por isso e apenas isso.

— Oh- meu-Deus! - Olhei na direção da voz. Luma agora estava de pé e boquiaberta. - Oh-meu-Deus! - Caramba, ela vai explodir! - Porra! Eu sabia! SA-BI-A!

— Ela pirou de vez. - Murmurei. Ela começou a pular.

— Porra!!! Meu shipp é real!!! - Ela começou a dançar e a pular que nem uma louca. - Meu shipp é rea-al! Meu shipp é rea-al! Meu shipp é rea-al!

— O que que está acontecendo? - V brotou na sala.

— Meu shipp é real!!! - Ela gritou pra ele animada.

— Você quer dizer que... - Ela assentiu repetidas vezes. - Então... Meu shipp também é rea-al! Meu shipp também é rea-al! Nosso shipp é rea-al!!! - Ela estendeu a mão no ar pra ele bater, ele pulou as carteiras e eles deram um high five.

— Nosso shipp é rea-al! Nosso shipp é rea-al! - Agora os dois estavam dançando sei lá o que e cantando "Nosso shipp é rea-al!". A cena era muito estranha e eu estava quase morrendo por dentro de vontade de rir.

Repentinamente Namjoon me puxou pelo pulso e com isso fomos parar do lado de fora da sala. Eu só consegui ver o vulto do Jeonghan passando de punho fechado. Ele ia dar o maior soco do Namjoon e eu nem tinha percebido, ele teria acabado me acertado também mesmo que sem querer, ele estava com raiva demais pra ver qualquer coisa.

Com o susto a Luma e o V até pararam. Jeonghan foi parar no chão, Namjoon aproveitou que já estávamos ali fora e me puxou corredor afora correndo pra sei lá onde. Ele só parou um pouco depois e dali eu já deduzi aonde íamos.

— Porque estamos indo pra sala do diretor?

— Eu quero fazer as coisas direito. - Disse simplesmente e continuamos andando. Um pouco depois, quase na porta, ele me parou. - Espera.

— Hum?

— Ainda está sangrando. Esqueci de selar.

— Hum? - Ele me segurou pela cintura e me então avançou em direção ao meu pescoço, sugou um pouco mais e terminou lambendo, o que quase me fez contorcer inteira.- Hmm...

— Pronto, vamos. Você primeiro.

Abri a porta, ele estava trabalhando em alguns papéis, mas assim que ouviu a porta ergueu a cabeça na minha direção e ao ver que era eu ele se levantou e passou pela mesa.

— Emilly! - Ele estava todo animado, mas assim que dei um passo pro lado Namjoon avançou pro meu lado e seu rosto se modificou na hora, ficando bem sério, foi quase engraçado. - Namjoon. - Ele respondeu assentindo. - O que os trazem aqui? Sentem-se. Café?

— Não, já tomamos.

— Ah, claro. - Ele abriu alguma porta embaixo de sua mesa e ergueu um frasco azulado e dois copos. Dessa vez ele assentiu. Ele despejou nos copos um líquido vermelho espeço que tinha um aroma estranho e familiar ao mesmo tempo. Quando tomei senti um gosto muito bom. Eu podia jurar que era sangue, mas tinha mais alguma coisa no meio. - Mas e então, por que estão aqui?

— Não estou mais marcada pelo Jeonghan. - Digo de uma vez.

— Namjoon, por acaso você...

— Sim.

— Então você...

— Sou.

— Vocês vão ficar falando em códigos, é isso mesmo que eu entendi? - Cruzei os braços.

— Ele só está me perguntando se fui eu fiz e se te marquei de volta.

— Ah.

— Marcou mesmo?

— Marquei. - Ele assentiu repetidas vezes, então sua expressão se modificou e ele deu um olhar tão feroz pro Namjoon que eu até fiquei assustada.

— É bom você não fazer ela sofrer, se não vai se ver comigo. E eu estou pouco me lixando se você é um vampiro ou qualquer outra coisa. Entendeu?

— Não se preocupe, eu vou cuidar dela. - Respondeu calmamente.

— Ótimo. Vão. Sua aula já deve ter começado.

Saímos da sala, eu por último, por isso ouvi Rafael me chamar.

— Ei.

— Hum?

— Se cuida.

— Pode deixar.

Chegando na sala, vimos que ele tinha razão. O professor já estava na sala.

— Onde vocês estavam?

— Nós? Er... - Me enrolei toda. Namjoon lambeu o canto da boca e de repente o professor já sabia.

— Ah, na sala do diretor. Da próxima vez vão antes do sinal tocar.

— Sim, senhor. - Ele descruzou nosso dedos, me soltando. Sentei no meu lugar e ele no dele. Foi a primeira vez que não consegui prestar atenção em nada que o professor disse.


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