Tudo sua culpa! escrita por Isa


Capítulo 1
One


Notas iniciais do capítulo

Olá pessoas e pessôos!
Que dia legal para se postar uma one, não é mesmo?!
Mil carinhas felizes...



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A noite estava sendo maravilhosa, pelo menos na visão de Annabeth, seu time tinha capturado a bandeira pela segunda semana seguida.
Ela e Percy foram postos em times separados, por vontade do chalé de Ares, então isso significava Annabeth dando uma surra no namorado pela segunda semana seguida. Ele não parecia muito contente com a derrota,todo o seu time o culpava por sua estratégia não ter dado certo… Mais uma vez.
Annabeth o observava com um sorriso no rosto do outro lado da fogueira enquanto tomava o milésimo sermão da noite de um campista novo que ela não lembrava o nome, Percy parecia querer voar no pescoço do garoto dois palmos menor que ele, porém preferiu só acenar positivamente como um soldado para o garoto e caminhar na direção da namorada.
Percy estreitou os olhos quando percebeu que a garota segurava uma gargalhada.
– Eu realmente deveria ter deixado os Stolls jogarem as aranhas no seu território – ele resmungou e a garota parou de rir imediatamente.
– Isso seria golpe baixo, Cabeça de algas.
– Foi o que eu disse a eles, mas agora não me parece má ideia.
Ela sabia que Percy só estava blefando, toda a vez que o garoto via uma aranha, sua namorada estando perto ou não, ele fazia questão de esmagá-la.
Piper se aproximou deles com um sorriso e uma expressão satisfeita demais para alguém que acabara de ser derrotado e riu da cara emburrada de Percy.
– Você parece um bebê mimado de quem acabaram de arrancar um brinquedo.
Ele a encarou como se tentasse lembrar de algo.
– Nós estávamos no mesmo time e eu não te vi um momento sequer no jogo. Onde você estava, Piper?
A morena corou e Annabeth mirou Jason que estava queimando marshmallows na fogueira a alguns metros deles, ela também não se lembrava de ter visto Jason em nenhuma batalha durante o jogo, ela se voltou pra Percy com um sorriso maldoso.
– Eu não me lembro de ter visto Jason ocupado com o jogo também.
Percy encarou a namorada com confusão, tentando entender o que aquela informação tinha a ver com o assunto e então seus lábios formaram um pequeno “o”.
– Eu disse pra você tirá-lo do jogo, e isso se faz com uma pancada na cabeça, seu charme ou algo do tipo, não com beijos. As pessoas deveriam te culpar também.
Ele disse isso praticamente ao vento, já que Piper havia dado meia volta e estava caminhando para o lugar em que Jason queimava seus marshmallows, Annabeth passou os braços pelos ombros de Percy e lhe deu um beijo estalado na bochecha, um sorriso tímido deu lugar ao bico aborrecido do garoto.
Annabeth pegou um marshmallow de uma sacola, pôs em um graveto e deu a Percy para queimar, quando o graveto retornou, a chama em volta do doce era azul e ela riu baixo.
– Tudo o que você toca, tem que ficar necessariamente azul depois?
Ele assoprou a ponta do graveto, mordeu metade do doce e deu a outra parte para a garota.
– Você ainda não é um Smurf – respondeu mastigando o marshmallow.
Annabeth riu.
O garoto bufou e se levantou batendo a poeira da bermuda. Ela notou duas coisas: a primeira foi o garoto baixinho que tinha dado um sermão em Percy ainda o encarava como se imaginasse a mortalha do moreno queimando naquela fogueira, a segunda foi um corte fundo na lateral de sua panturrilha, mas Percy não parecia muito incomodado.
– Quem fez isso? – ela olhava fixamente para o corte.
– Eu não sei, estava escuro, pode ter sido um galho ou uma espada, não parei pra ver – ele avaliou o corte e suspirou – Me acompanha até a praia, Sabidinha?
Ela não pensou duas vezes, estendeu a mão para Percy que a puxou para cima. Ela bateu a poeira da roupa, enquanto ele passava a mão por sua cintura a guiando para a praia.
Percy a soltou e correu, ela entendeu aquilo como uma aposta silenciosa e correu logo em seguida parando só quando estava a centímetros do mar, o moreno entrou no mar sem cerimônias e desapareceu após um mergulho, Annabeth suspirou e andou em direção à doca esperando o namorado voltar de seu pequeno parque de diversão.
A garota ficou sentada por lá admirando distraída as constelações acima de sua cabeça, quando Percy se sentou ao seu lado ela se voltou pra ele e o encontrou a encarando com um sorriso calmo na face.
– Eu ganhei – ela disse.
– Talvez eu tenha deixado – Percy deu de ombros – Uma namorada mal humorada é mil vezes pior do que todo o acampamento.
Ela deu um soco no ombro do namorado.
– Eu estava falando da corrida, Cabeça de Algas.
– É eu deixei você ganhar isso também.
Ela arqueou as sobrancelhas para o garoto que tinha um sorriso divertido na face.
Ficaram alguns minutos em silêncio, aproveitando a brisa noturna.
– Parece que você tem um novo fã – Annabeth lembrou.
Ele lançou um olhar confuso para a garota e ela revirou os olhos.
– O menino baixinho que estava te dando um sermão, Percy.
O rosto do moreno assumiu um tom vermelho de raiva.
– Bem, o chalé da deusa da vitória estava no meu time. E quando a deusa da vitória não ganha, ela tende a ficar irritada e começa a odiar pessoas inocentes que-
Um Trovão cortou o céu límpido, repleto de estrelas interrompendo sua fala.
– Só pare de falar antes que um raio caia na sua cabeça cheia de algas.
Ele sorriu e beijou a garota. Passariam o resto da noite assim, jogando conversa fora, Percy irritando algum deus, ela o advertindo, rindo das bobeiras do namorado e o beijando logo em seguida, porém o som que veio do pavilhão do refeitório avisava a hora de se recolherem.
Percy a olhava com os olhos brilhando e ela sabia o que estava por vir.
– Só mais cinco minutos, sabidinha, por favor.
– Não, definitivamente não. Eu não quero passar outra semana lavando pratos.
Antes que ele pudesse a convencer do contrário ela o puxou e o empurrou pelo caminho de volta aos chalés.
– Você passou o dia todo ensinando grego antigo para os novatos e boa parte da noite me sabotando, seria justo alguns minutos a mais juntos – ele acusou.
– Claro, e então passaremos mais uma semana de nosso verão lavando pratos na cozinha infernal do acampamento.
Um trovão cortou os céus novamente e Percy arqueou as sobrancelhas para a namorada.
– Vocês entenderam o que eu quis dizer! – ela olhava exasperada para os céus, enquanto o garoto soltava uma gargalhada.
– Só pare de falar antes que um raio caia na sua cabeça cheia de algas. – Annabeth revirou os olhos com a péssima imitação de Percy.
– Você é impossível.
Ele riu mais um pouco e a seguiu pelo caminho em direção aos chalés.
Pararam em frente ao chalé seis observando a quantidade de pessoas se dirigindo aos seus chalés, rindo e brincando sem nenhuma preocupação aparente.
Annabeth puxou o namorado e lhe deu o último beijo de boa noite ouvindo assobios que com toda certeza era direcionado à eles.
Antes de o empurrar para a direção do chalé três, Annabeth sussurrou com um sorriso fraco:
– Isso é tudo culpa sua.
Como de costume Percy a olhou confuso e assustando, com certeza ele estava se perguntando qual era a besteira que havia feito.
Ela riu.
– Boa noite, Cabeça de Algas.
Ele sorriu mais aliviado quando ouviu seu apelido, devolveu o “boa noite” e seguiu para o chalé três.

*
Annabeth despertou antes de a trombeta avisar a hora do café da manhã, seus irmãos ainda dormiam em um sono tranquilo. O sol ainda começava a nascer, se ela olhasse pela janela veria uma harpia aqui e ali.
Tudo estava calmo e tranquilo.
Andou para o banheiro do chalé, antes que alguém mais despertasse e a tradicional fila para o banheiro começasse a se formar.
Ao por o pé pra fora do local ela ouviu a trombeta tocar avisando a hora de se levantarem e ir tomar café, acenou para Malcolm e saiu em direção ao chalé três.
Percy quase nunca acordava no horário certo, as vezes pensava que o garoto fazia isso de propósito só para arrastá-la para dentro do chalé.
Bateu na porta de madeira desgastada e esperou.
Nada.
Bateu novamente.
– Percy, vamos, você tem que dar aula de esgrima aos novos campistas – não ousou abrir a porta, da última vez o vira quase nu.
O pior de tudo foi que uma garota do chalé de Afrodite tivera a mesma visão e passou três dias encarando seu namorado com olhos sonhadores.
Bateu novamente.
Seu pé batia inconsciente e ritmado contra o chão da pequena varanda.
Olhou para os lados constatando que ninguém passava na hora e abriu a porta descobrindo que não havia ninguém lá dentro.
Tentou não entrar em desespero ou pensar na última em que o garoto desapareceu.
Ele devia estar acordado e já está devorando algo no café da manhã, se dirigiu até o refeitório e também não o encontrou por lá.
Seu coração já batia mais forte.
Ele não ia desaparecer de novo, fizeram uma promessa de nunca mais se separarem.
Andou por toda extensão da praia e também não o encontrou por lá, verificou os estábulos (mais precisamente Blackjack que a encarava exatamente como seu dono quando queria alguma coisa), ele não a ajudou muito.
Inspecionou, o lago, os campos de morango, o anfiteatro, a arena e todos os cantos possíveis. Ele não estava em lugar nenhum.
Viu Piper a encarando em completa confusão.
– Hey, o que aconteceu? – a voz dela era suave e não carregava seu charme.
Annabeth a encarou ainda forçando o nó a descer pela garganta.
– Você viu Percy? Eu não o acho em lugar nenhum – ela não pretendia que sua voz saísse tão fraca e abatida.
Piper a olhou com entendimento.
– Vamos ver com Quíron na casa grande, talvez ele possa saber.
Ela sentiu um fio de esperança crescer em seu peito, não passou nem perto da Casa Grande, ele devia estar lá conversando com Quíron.
Ao avistar Quíron descendo as escadas da casa em sua forma original, soube que o garoto não estava lá.
Seu antigo professor sorriu amistosamente.
– Annabeth, suponho que você deva acordar Percy para as atividades- ele interrompeu a frase ao ver a garota engolir o pânico de volta pra dentro de si – O que aconteceu?
Piper tomou a frente.
– É exatamente por isso que estamos aqui, pensamos que talvez Percy estivesse com o senhor.
Quíron alternou seu olhar entre Annabeth e Piper.
– Vocês já procuraram em todos os cantos?
– Sim – a voz de Annabeth beirava ao desespero, se via na mesma conversa de dois anos atrás.
O centauro trotou no mesmo lugar, como fazia quando estava nervoso.
– Bem, vamos perguntar aos espíritos da natureza se eles viram alguém deixando o acampamento durante a madrugada.
Ele coçou a barba mal feita e completou.
– Se ele não aparecer até a hora do almoço, iniciaremos uma busca pelo acampamento e vamos contatar Sally.
Annabeth não se preocupou em sentar e tomar café, iniciou ela mesma o interrogatório aos espíritos da natureza com Piper em seu encalço.
Antes mesmo de o café acabar, a notícia se espalhara pelo acampamento.
Nenhum espírito havia visto estranhas movimentações durante a noite, a não ser pela normal de monstros e harpias na floresta.
A hora do almoço havia chegado e nada de Percy.
Os campistas estavam armados até os dentes, iriam começar a busca. Annabeth recebia olhares de diversos tipos que variavam de pena à raiva, não se importava, iria achar seu namorado.
Seu coração batia desordenado dentro do peito, porém não deixava transparecer a real preocupação que sentia no rosto.
Quíron subiu os degraus do refeitório para repassar os locais onde os grupos buscariam, quando um garoto chegou ofegante ao refeitório abanando um pedaço de papel.
Annabeth percebeu que era o mesmo garotinho da noite passada que deu um sermão em Percy por ser tão lerdo, um sorriso dolorido atravessou seu rosto.
– Quíron- ele tentou continuar, mas estava muito ofegante.
Por fim entregou o papel nas mãos do centauro que sorriu como se alguém lhe tivesse pregado uma boa peça.
– Onde você achou isto, criança? – o centauro indagou risonho.
– Embaixo da escada! Ninguém nunca procura embaixo das escadas!
Annabeth os encarava com a mesma confusão que todos os outros campistas.
– É porque o que estamos procurando não cabe embaixo de uma escada – alguém gritou lá do fundo.
– O que estamos procurando? – a tão familiar voz de Percy atingiu Annabeth e a todos como um soco.
Os campistas começaram a reclamar todos ao mesmo tempo e foram se afastando não sem antes dar socos, beliscões e empurrões em Percy.
– Ei… Vocês ainda… Ai!... estão… Au!... chateadoscom… Ai!... a derrota?... Ei! Você estava no time vencedor!... Au!
Annabeth sentia-se vingada perante a atitude tomada pelos campistas, por fim Percy a alcançou com uma cara de “O que aconteceu aqui?”.
Ela o socou no estômago e ele se dobrou ao meio a olhando ressentido e com lágrimas nos olhos.
Sua voz saiu num fio.
– Porquêestãotodosmeespancando?
A garota ignorou o namorado e se virou para Quíron que esboçava um sorriso brincalhão no rosto, ele lhe entregou o papel.
Em um garrancho estava escrito:
“Emergências no mar, volto logo”
– O vento deve ter levado o bilhete da porta – disse Piper.
O velho centauro e a garota foram embora deixando - os a sós, Percy ainda tentava recuperar o fôlego.
– Por quê todos estão me batendo? E o que estamos procurando?
Annabeth sorriu, sentindo pena ao ver as manchas vermelhas espalhadas pelo corpo do namorado.
Suas batidas cardíacas voltaram ao normal, sentia um alívio percorrer sua espinha e o nó em sua garganta desaparecer.
Percy que estava jogado nos degraus a encarava com a mão repousada sobre a barriga, a pergunta clara como o céu em suas feições “o que foi tudo isso?”
A garota beijou sua bochecha feliz e sorridente.
– Isso é tudo culpa sua, Cabeça de Algas


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Notas finais do capítulo

Perguntem, comentem, critiquem, elogiem...
Não sei, deixe sua presença lá no rewiew
Mais mil carinhas felizes...



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