Para muitos de nós, chega um momento na vida em que acendemos um cigarro só pra vê-lo queimar e todas as coisas prazerosas tornam-se um fardo, assim como as coisas que odiamos. E é aí que surge o pensamento: o que estou fazendo?

  Pergunta difícil.

É claro que estamos fazendo algo. Estamos sempre fazendo alguma coisa, mesmo quando não estamos “fazendo nada”. Mas a questão é o que estamos fazendo acima de tudo o que estamos fazendo, além de toda a banalidade, na vida como um todo.

  A maioria de nós, para não generalizar, não está fazendo o que queria . Viver dia após dia, acordado á mesma hora, vestindo as mesmas roupas, pegando o mesmo trem para o mesmo lugar é o que temos de fazer. Estar nessa rotina por uma vida inteira e obter êxito nela é para poucos, e mesmo os que sobrevivem á ela há muito tempo, podem um dia acabar acendendo um cigarro só para vê-lo queimar, alguns com a barba por fazer, outros com a maquiagem borrada.

 Culpemos o despotismo subjetivo da sociedade, culpemos nossos pais por terem nos colocado neste mundo, e não em marte!

Nada muda.

 O mundo ainda será mundo. O sistema de que tanto falam, a “lei e ordem”, o “faça  ou morra” ainda estará entre nós.

 E podemos acender um maço de cigarros só para vê-los queimar e odiar qualquer Deus que possamos ter.  Nosso amanhã será como o dia de hoje.