Casamento Mafioso escrita por Mah Ray


Capítulo 7
O presente


Notas iniciais do capítulo

Eu escrevi esse cap em base a muito Bones que ando assistindo kkkk, sei que parece loucura, mas vai fazer muito sentido para a história ♥



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— Porque foram tão estúpidos?! – minha mãe gritava atrás de sua mesa de vidro toda decorada da forma mais criteriosa.

 

 

— Achamos que alguém da Realize esteja nos traindo – completou Harry sentado no sofá de couro marrom ao lado de uma estante de livros que eu duvido que ela tenha lido.

Eu estava de pé, como sempre, observando tudo e apenas engolindo as palavras dela. Era corrosivo, talvez até mortal, cada palavra estava me matando um pouco, mas eu aguentava firme o que ela dizia já que eu não faria diferente se fosse ao contrário.

Ela olhava tão firme em direção a mim que eu sentia como pequenas facas me atacando. Harry estava quieto, eu estava quieta, todos estavam quietos. Mas a respiração forte da minha mãe e seu passar de dedos pelos cabelos chamou a nossa atenção.

— Então descubram quem é.

Ela se levantou e colocou as mãos na mesa como um apoio para o corpo levemente curvado para frente.

— Eu quero que procurem em cada sala, cada centímetro e ratoeira. Quero todos nesse caso porque se perdermos um milhão por dia, em um mês estaremos na rua comendo nossos braços. – Seu olhar tinha tanta raiva que podia ser pesado, sua voz estridente e seus dedos se entortando como um punho me davam medo, tal medo que Harry não sentia e me fazia invejar a coragem dele.

— Estamos investigando, interrogando cada funcionário – interferi.

— Harry, poderia sair da sala? Quero falar com minha filha a sós.

— Claro, Senhora Jenner.

Me deixar a sós com minha mãe é o mesmo que coloca um macaco para matar um dragão. Quem sai morto dessa?

— Estamos cada vez no fundo do poço. – ela disse com o mais calmo tom, coisa que não acreditei. Me sentei em uma das cadeiras de couro a frente de sua mesa e cruzei as pernas, mal percebi que ela fez o mesmo. – Tem certeza que Robert está envolvido?

— Os números da conta para qual está havendo a transferência é dele.

— Não está certo. – ela balançou a cabeça em negação e olhou para o computador. – Eu conheço o Robert, é um antigo cliente e sei que não seria idiota a ponto de deixar todas as provas ligadas a ele.

— Mas não temos outro suspeito, só sabemos que é alguém da empresa que está fazendo a transferência do dinheiro.

— Temos que descobrir tudo logo.

— Estou em campo para isso.

— Procure Robert, por mais que isso esteja ridículo para mim, ainda sim é um suspeito.

Sai da sala dela a passos rápidos e fui logo para a minha.

Me sentei na minha bela cadeira de couro preta olhando fixamente para o computador em busca de qualquer dica ou milagre. Minha mente voava em pensamentos entre a Realize, Leonardo e o insuportável Gabriel.

Como ele conseguiu mexer com minha intimidade de uma forma que Leonardo nunca nem tentou mexer. Eu estava fugindo do pensamento fechando meus olhos e batendo freneticamente a caneta na mesa.

A porta se abriu e levei um susto saindo de meus devaneios. Era Harry com uma pasta bege cheia de papeis dentro dela. Jogou em cima da minha mesa e o encarei com curiosidade logo a abrindo.

— O que é isso? – a pasta tinha inúmeras painas cheias de números, 5 folhas com muitos números.

— Encontramos o ID do computador que está fazendo a transferência.

— Eu quero um endereço, Harry, não um número. – joguei a pasta na mesa e mexi em minhas têmporas.

— Essa é a questão, esses números são da casa de Robert. – ele abriu ela novamente e apontou para o número que se repetia por toda a página. – Mas esse número não é da casa dele. – ele passou algumas páginas e mostrou um número diferente do que eu tinha visto.

— Então alguém usou outro computador para fazer a transferência, mas cadê o endereço?

— Já descobrimos, fica em uma área afastada de Nova York.

— Quero equipes prontas para o campo, vamos sair daqui ainda está noite.

***

Estou em casa pronta para sair, minha calça social e minha regata branca me dão boa movimentação, ainda que estamos no verão e o tempo colabora com a missão. Peguei minha arma e coloquei em meu cinto, prendi o cabelo num rabo de cavalo alto e respirei fundo.

Não estava nervosa com a missão, mas nervosa com toda a vida.

Às vezes eu queria um tempo para respirar, um momento só para mim e sem pensar em nada.

Fechei os olhos e tentei não pensar em mais nada que não fosse a missão desta noite. Eu estava pronta.

Alguém bate na porta do meu quarto.

— Quem é? - grito

 - Taiana, senhora Luy.

— Quem? – sussurrei para mim mesma

Abri a porta e fui recebida com uma mulher baixinha de cabelos castanhos presos em um coque muito bem feito, sua pele era extremamente branca com algumas pequenas marcas redondas no rosto, seus olhos eram pequenos e pretos, duas jabuticabas muito bonitas e seus lábios bem finos e rosados. Ela segurava uma bandeja com um bule maravilhoso de prata e uma xícara branca com detalhes em dourado.

— Olha, senhora Luy.

— Quem é você? – indaguei com a maior simpatia que consegui.

— Sou a criada do senhor Luy, trabalho aqui faz anos.

— E como não nos encontramos nesse tempo que estou aqui?

— A senhora sempre está no trabalho e não sai do quarto, provavelmente nos desencontramos. Moro no andar de baixo num quarto atrás da cozinha.

— Ah, sim. Eu não saio muito daqui.

— Gostaria de um pouco de chá?

Coloquei a mão no batente do quarto impedindo que ela entrasse

— Foi o Leonardo quem mandou você me servir?

— Não, senhora. Só achei que gostaria de um chá, está presa aqui dentro desde cedo.

Tirei a mão da porta e dei passagem para ela que entrou e colocou a bandeja na escrivaninha servindo o chá na punica xícara que tinha ali, colocou o mel e mexeu com delicadeza enquanto eu a encarava com dúvida. Como uma mulher tão bonita foi parar nas mãos de um homem tão nojento?

— Desde quando você disse que trabalha aqui? – peguei a xícara e assoprei um pouco o líquido fervente

— Desde meus 19 anos.

— E quantos anos você tem?

— 35

— Nossa... E nunca pensou em sair daqui? – me encostei na mesa e bebi o chá que estava incrivelmente bom.

— Já pensei inúmeras vezes, mas tenho um contrato com ele

— Somos duas... - sussurrei

— Bom, preciso arrumar a cozinha, se precisar é só gritar meu nome, Senhora.

— Pode me chamar de Kat. – toquei levemente seu ombro e sorrimos como se ambas estivessem trocando um “sinto muito” uma para a outra.

Vejo que não sou a única que se prendeu a esse inferno chamado Leonardo. Sinto por ela, sinto por mim, e por todos que caem na armadilha que ele mesmo faz com as pessoas.

Sentei na cama com a xícara esquentando as pontas dos meus dedos, respirei fundo uma última vez e estava pronta para toda uma noite que seria longa.

***

Eu dirigia enquanto Harry estava sentado ao meu lado, atrás de nós tinham mais dois carros cheios de pessoas que ajudariam a achar o cara que está nos roubando. O rádio tocava uma música que eu não conhecia e a tensão era óbvia naquele carro.

— Espero que a gente pegue o filho da puta – comentou Harry enquanto mexia no celular

— Todos esperamos, foram 30 milhões em uma semana, se não o pegarmos em um mês falimos totalmente.

Um silencio se apossou do carro e seguimos caminho por uma rua cheia de árvores e nenhum poste de luz, um lugar tão afastado que nos dava medo de seguir. A noite não caia bem, estava calor, mas a brisa era gelada. Algumas gotas caíram sobre o vidro e a chuva se fez mais forte a cada minuto. Nada estava a nosso favor.

— Como vai a vida de casada?

— Quase não o vejo, meu pulso ainda dói.

— Porque?

Lembrei que não tinha contado a ele sobre o incidente que aconteceu e me calei.

Chegamos perto de uma casinha pequena e quadrada, bem simples para alguém que está podre de rico. Paramos o carro perto de umas árvores longe da casa e descemos.

— Está preparada? – sussurrou Harry

— Na verdade não, mas tenho que estar.

As outras pessoas – três homens e uma mulher – desceram dos carros e nos aglomeramos em um monte de árvores esperando algum sinal de vida da casa.

— Acha que tem alguém? – perguntou a mulher

— As luzes estão apagadas, talvez não tenha ninguém, podemos entrar e procurar por pistas. – respondeu um dos homens.

Pensei duas vezes antes de aceitar o que ele disse, mas na terceira vez que pensei eu percebi que não tínhamos muita escolha.

Fiz um sinal para que os três homens irem para os fundos e eu, Harry e a mulher fomos para a porta da frente. Tentei olhar pela janela, mas nada dizia que havia alguém ali.

Abri a porta com força e havia muito papel no chão e um cheiro quase insuportável.

Os três homens entraram logo depois de nós olhando cada cômodo daquela pequena casa

Havia uma mesa com um computador antigo ligado, uma rosquinha na metade e um café ainda quente dizia que alguém estava ali a pouco tempo. Mas o que mais de intrigou foi uma caixa mediana no meio da sala.

Coloquei a blusa no rosto tentando impedir que o cheiro ficasse tão forte, mas era impossível. Cutuquei a caixa com a ponta dos pés e nada aconteceu.

— Tá maluca? – Harry bateu em meu ombro e olhou para a caixa. – Pode ser uma bomba, você viu o que ele fez no avião.

— Se for, vamos morrer de qualquer jeito, precisamos abrir.

— Deixe que a equipe de desarmamento de bomba cuide disso, vamos procurar qualquer prova por aqui. – ele apontou para os dois caras que trabalham com isso e eles foram cuidar da tal bomba, se fosse uma.

Já estávamos cansados de procurar entre papéis qualquer coisa que pudesse nos levar ao cara certo. Entrei pelo corredor estreito e abri as portar, mas uma delas estava trancada com vários cadeados.

— Harry, vem aqui! E trás o alicate – chamei.

Apontei para a porta que ninguém tinha entrado, e peguei o alicate da mão dele quebrando cada um dos dez cadeados. A porta se abriu e eu não conseguia acreditar no que estava vendo.

Várias fotos minha, quase incontáveis. Pela parede toda.

Fotos minha no café, eu na janela de casa, eu no trabalho. Alguém realmente estava me caçando. Não conseguia parar de olhar para aquela parede cheia de fotos quando Harry me cutucou e eu olhei para trás, na parede da porta haviam mais fotos, mas o mais intrigante é a mensagem que foi deixava em spray vermelho.

“Você perdeu”

Aquele recado era direcionado para mim.

— Katerine! – gritou alguém da sala.

Sai em passos rápidos e cheguei no meio da sala onde os dois estavam a frente da caixa de pé e com expressão perplexa.

— Realmente não é uma bomba. – disse um deles.

— Que?

Dentro da caixa era onde saia aquele cheiro insuportável.

A cabeça de Robert estava sorrindo para nós com um pedaço de papel saindo de sua boca.

— Droga.

Esperei um tempo para digerir toda a informação. O que estava acontecendo é o que eu mais queria saber.

— Pegue uma luva para mim. – me foi entregue uma preta e peguei o pedaço de papel abrindo-o.

“Há-há, não fui eu. Ass: Robert morto Galiasso”

— O que significa? – chegou Harry atrás de mim.

— Significa que estamos fudidos.


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Notas finais do capítulo

E ai? Sério, quero muito saber a opinião de vocês e se gostam desse estilo suspense no meio de um romance kk ♥



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