iii. Amarelo

Quando Mello ainda não era Mello ou M, mas sim apenas Mihael, já gostava de moedas douradas. Brilhantes, tentadoras e encantadoras, os levavam até poços com promessas vazias da realização de pedidos e à esquina para comprar pequenos chocolates. Ele tinha uma moeda falsa de madeira que fora cuidadosamente feita por si próprio, pintada e esculpida sob a luz morna do Sol da tarde. Se lembrava dos dedos manchados da tinta amarela mais brilhante que conseguira e de sua mãe o mandar lavar as mãos sujas para poder lanchar, do seu pai rindo e elogiando sua pequena criação. A moeda estava em seu bolso quando entrou para o orfanato e foi por um bom tempo uma espécie de amuleto; o amarelo brilhante o inspirava felicidade mesmo que não fosse dourado. Quando saiu da Wammy’s, a moeda estava embaixo do travesseiro de Matt.