Ains e Klauss se encaravam avaliativamente. Um movimento em falso poderia começar uma guerra entre eles e, sem dúvidas, o mundo inteiro saberia. O morto-vivo olhou de relance para o filho em sua forma de “meio-demônio” e sua raiva cresceu, mas logo se acalmou.

— Você é um verme desprezível, Klauss! – Ofende o pai de Naruto.

— Não somos tão diferentes, somos? Você mentiu descaradamente sobre seu filho ter morrido anos atrás. – Devolveu Klauss. – Não que eu tenha acreditado, é claro. Então eu pensei que se matá-lo você ficaria com a guarda baixa, assim permitindo que o matasse.

— Porque não tenta? Só eu e você. – Ains preparou seu cajado em sinal de guerra. – Vamos ver que termina menos quebrado.

— O ódio está visível na sua voz. – Provoca Klauss gargalhando. – Tem certeza de quer lutar aqui com todo esse pessoal aqui? Ninguém sobreviveria. – Ains trincou os dentes. Ele tinha razão. – E por quanto tempo acha que pode protegê-lo de mim? Você sabe muito bem que apenas um deles será escolhido. De uma forma ou de outra, sua criança vai morrer.

— Você está certo. Ele vai morrer mais cedo ou mais tarde. – Admite Ains. – Mas lutando contra você é injusto, não? Eu sou o único neste universo que pode enfrentá-lo.

— Então estamos em um impasse. Eu não vou sair daqui sem matá-lo. – Klauss foi firme em suas palavras. Ains ficou pensativo. Uma luta deles agora seria devastador. Mesmo que de algum jeito, Ains levasse todos para Nazarick, Klauss iria atacar seu lar. Quando ele decidia uma coisa, ele ia até o fim.

— Que tal uma proposta? – Questiona o morto-vivo. – Se concordar ambos sairemos ganhando nessa situação.

— Despertou meu interesse. Continue. – Pede o líder dos números.

— Retire-se junto com seus homens. Em troca te darei uma das joias do infinito. – As palavras de Ains despertou a surpresa em seus subordinados.

— Ains-sama! A joia do inifinito é um dos maiores tesouros da Tumba! Vai mesmo entregar algo tão valioso por um... – Demiurge começa a falar incrédulo, mas seu líder ergue a mão e ele parou de falar.

— Uma joia do infinito? Maldito! Quando diabos você conseguiu uma? – Klauss ficou irritado ao saber disso. As joias do infinito são os maiores tesouros do jogo capaz de manipular completamente a realidade ao seu bel prazer. São seis no total. O objetivo do jogo era reunir todas elas, mas o jogo foi cancelado antes que alguém fosse capaz de tal feito. – Está me dizendo que conseguiu um item de classe universal?

— É exatamente o que estou dizendo. – Responde o líder de Nazarick.

— Isso realmente é algo que eu tenho interesse. – Klauss continua mais calmo. – Mas isso não vai salvar seu filho para sempre. Ele precisa morrer pelo bem do meu objetivo.

— É por isso que estou colocando uma condição. – Ains ergueu os dez dedos das mãos. – Você e seus subordinados vão deixá-lo em paz por dez anos.

— Qual sua intenção com isso? – Klauss questiona duvidoso.

— Se dentro de dez anos ele não tiver o poder para se defender... – Começa sério. – Ele merece morrer com certeza.

— Que dureza dizer isso do próprio filho. – Volta a zombar rindo. – Me dê a joia e teremos um acordo. – Ele estendeu a mão para pegar.

— Vou entregá-la dentro de dez anos. – Afirma o morto-vivo.

— Como vou saber que cumprirá a promessa?! – Rugiu furioso. Ele não gostava do rumo daquela conversa.

— Eu juro pelo pacto de Hagen. – Ainsa fez umas linhas com poder mágico no ar e o céu brilhou em amarelo por alguns segundos. – Você também vai ter que jurar.

— Muito bem. Eu também juro pelo pacto de Hagen. – O mesmo processo aconteceu com ele. Já que o acordo foi firmado, Klauss deu as costas. – Se não cumprir sua parte, sabe o que acontecerá. Estamos indo.

XxX

A grande tumba de Nazarick era a sede da guilda de Ains Ooal Gown quando ainda era um jogo online, amplamente conhecida por ser uma masmorra inconquistável em todo YGGDRASIL (jogo). Nenhum jogador jamais conseguiu de maneira nenhuma sequer ameaçar Nazarick. Sua guilda era composta apenas por inumanos.

Antes de Ains Ooal Gown ter conquistado essa masmorra, ela era recomendada para jogadores de level +2000. Ao completarem com sucesso em sua primeira tentativa, eles receberam o Item Mundial, “O Trono dos Reis”. Nazarick está localizado nos mais profundos alcances do enorme pântano venenoso, O Pântano de Helheim (jogo). Agora está localizado no Oceano ao sul do continente de Ishigar.

Nazarick era dito ser um dos mais temidos e lendários calabouços de IGGDRASIL. Houveram muitas tentativas de tentar capturar a masmorra, mas todas foram repelidas sem exceção. No entanto, o único ataque que atingiu acima do 6° andar era uma aliança de oito guildas e mercenários NPCs, numeração com cerca de mil e quinhentas pessoas agrupadas. Porém, a invasão de uma aliança de guildas, não foi o suficiente. Eles conseguiram ir apenas até o 8° andar onde foram parados por Victim e os NPCs que habitam lá.

Como um calabouço, A Grande Tumba de Nazarick tem inúmeros sistemas incorporados em seus dados que regulam sua manutenção e defesa.

Sistema de Defesa: A Grande Tumba de Nazarick tem um sistema administrado por Albedo, de modo que mantem invasores ocupados ao entrar nos andares de dentro do próprio domínio da Tumba. Ains deu a Albedo o comando para fazê-lo, ela pode mesmo usar armadilhas que custam dinheiro. Isso inclui a pulverização de gás venenoso ou inundações repentinas de mortos-vivos ou qualquer coisa que ela pudesse pensar. Agora a existência da Tumba é absoluto sigilo e poucas pessoas sabem.

Nazarick possui 10 andares protegidos por guardiões:

Victim: Guardião do Oitavo Andar

Demiurge: Guardião do Sétimo Andar

Aura Bella Fiora e Mare Bello Fiore: Guardiões do Sexto Andar

Cocytus: Guardião do Quinto Andar

Gargantua: Guardião do Quarto Andar

Shaltear: Guardiã do Primeiro, Segundo e Terceiro Andar.

Nazarick também possui uma área especialmente própria para armazenar seus tesouros, protegida pelo Pandora Actor, lá pode-se encontrar várias armadilhas e contramedidas para invasores. Devido à falta de conhecimento da Tumba nunca chegou a isso.

Ains levou todos pelo seu anel de teletransporte de volta para a tumba. Chegando lá ordenou que todos fossem tratados. Ains pessoalmente levaria Naruto para uma sala especial no qual forçaria sua “volta” a ser humano.

Os membros da Fairy Tail eram os piores. Mesmo que eles tivessem sido curados por Bonney, o dano causado pelo poder mágico de Klauss agravou a situação deles. Se não houvesse o cuidado necessário eles poderiam morrer de fadiga mágica. Erza estava ainda mais crítica devido ao último golpe de Naruto a acertar em cheio. Feridas de demônios não são curados facilmente.

0s gritos de Naruto eram ouvidos por toda a tumba. Por mais que fosse doloroso para Ains ver seu filho gritar, aquilo era necessário. Cinco horas mais tarde estava terminado. Naruto agora descansava tranquilamente no quarto do líder supremo.

Aos poucos, Naruto foi abrindo os olhos se acostumando a baixa iluminação do ambiente onde estava, mas não demorou para reconhecer aquele quarto. Era do seu pai, sem dúvida alguma sobre isso. Quando o mesmo pensou em chamar alguém, a porta foi aberta e de lá entrou Nabe que logo viu que o loiro estava acordado. Antes que a mesma pudesse dizer alguma coisa, Naruto já tinha pulado da cama e a abraçado.

— Eu senti tanto a sua falta...Nabe! – Naruto admite chorando no ombro dela.

— Eu também senti...Naruto-sama! – Mesmo que um pouco, Nabe derramou lágrimas também com saudades dele. Naruto desfez o abraço quando viu seu pai entrando no quarto.

— P-Pai... – Murmura o loiro fazendo Nabe se tocar e se curvar perante seu líder. Ains os encarou por alguns segundos antes de dar uma ordem para a empregada plêiade.

— Retire-se e cuide para que mais ninguém entre aqui. – A voz dele saiu fria e sem sentimento algum. Naruto sentiu um arrepio na espinha. Mesmo que seu pai fosse um morto-vivo ele nunca sentiu tamanha frieza em sua voz. – Você cresceu. – Foi tudo que Ains conseguiu dizer depois que ficou a sós com Naruto.

— É tudo que tem para me dizer depois de doze anos? – Naruto questiona com frieza na voz também. – Porque você se meteu na minha luta? Você me odeia! Ao ponto de ameaçar me matar se contasse onde ficava Nazarick! Não pode vir até aqui e agir como se nada tivesse acontecido! – Enquanto falava Naruto olhava para o chão o tempo inteiro, sem coragem de encarar o pai nos olhos.

Naruto arregalou os olhos quando sentiu os ossos do pai o cobrirem em um abraço carinhoso exalando seu calor, algo que há muito ele não sentia. Apesar da dor e da raiva que Naruto sentia do pai ele também retribuiu.

— Me desculpe. Foi a coisa mais difícil que eu já tive que fazer! – Pede Ains apertando o abraço em Naruto. – Eu não tive escolha! Para te proteger eu faria qualquer coisa! Mas no final eu falhei com você! Pensei que se te afastasse de Nazarick estaria seguro de Klauss! Grande erro!

— Eu também sinto muito! – Naruto grita chorando. – Eu passei que tinha feito algo que o magoou e por isso você tinha me expulsado. Por anos eu pensei que se descobrisse onde tinha errado eu poderia pedir desculpas assim você me aceitaria de volta! Eu senti muito a sua falta, pai!

— Eu também senti muito a sua falta! – Ains responde não querendo nunca mais soltar Naruto de seus braços ou de sua vida.

XxX

Escuridão era tudo que ele podia ver. Natsu correu em vão tentado achar alguma luz. Ele não gostava da escuridão porque o fazia lembrar do sumiço de Igneel. Depois do que se pareceu horas para natsu, um fio de luz se abriu no horizonte e o rosado não perdeu tempo para correr até lá. Assim que ele passou por ela se viu na Fairy Tail.

Tudo parecia normal. Mira servia as mesas sempre com seu sorriso, Levy lendo seus livros em um canto com Jet e Droy sem sair do seu encalço, Gray conversando com Cana e Elfman do outro lado, Naruto dando uma bronca em Makarov junto de Mira pelo fato do idoso estar assediando uma funcionária, Happy comendo seu peixe despreocupado em cima de uma mesa qualquer da guilda. Assim que o viu o chamou.

— Venha aqui, Natsu! – Pede o gato com um sorriso. Natsu foi até ele e sentou na mesa onde estava seu amigo.

— Happy...O que houve? – Questiona o rosado. Ele podia jurar que tinha ido em uma missão, mas não lembrava de ter a completado.

— Como assim? Você está estranho hoje, sabia? – Happy fala, mas logo voltou a comer seu peixe sem se preocupar.

— Onde está Lucy? – Pergunta o mago de fogo curioso. Quando ele olhou para Happy viu uma expressão chorosa nele. Natsu só tinha visto essa expressão quando ele soube que Lisanna tinha morrido.

— Como assim Natsu? – Exclama o gato chorando. – Você sabe que ela foi estuprada.

— O que?! Onde?! Quando?! – Questiona Natsu irritado.

— Você deixou que acontecesse, Natsu. A culpa é sua. – Acusou o azulado apontando para o mesmo. – Isso aconteceu porque você foi fraco.

— A culpa é sua, Natsu. – De repente todos na guilda começaram a acusar Natsu por ser fraco que começou a se afastar de todos.

— O que deu em vocês hoje? – Natsu pergunta, mas sabendo que se sentiu afetado. Quando Natsu tentou correr, mas na porta da guilda Lucy aparecer fazendo o rosado reviver os acontecimentos do estupro.

— Me ajude, Natsu! Por favor! Me salve! – Implorava Lucy aos prantos. Natsu travou sem sair do lugar. De repente todos gritavam a mesma coisa para Natsu ajudar Lucy.

— Lucy! – Grita Natsu com a mão estendida para cima e acordando num supetão.

— Droga, Natsu! Não me assuste assim! – Ordena Gray na cama ao lado. Ele deixou o livro que lia cair com o susto. A parte superior de seu corpo estava todo enfaixado.

— Onde estamos? – Natsu pergunta olhando ao redor.

— Na terra natal do Naruto. – Explica Gray calmamente. – Um lugar chamado Nazarick. E a Lucy está logo ali. – Apontou para a cama de frente a dele. Natsu correu até a cama dela.

— Ela está bem? – Natsu pergunta preocupado depois do sonho que teve.

— Natsu! – Happy entra gritando no cômodo ao ver Natsu acordado. – Ainda bem que acordou! Eu fiquei preocupado!

— Happy! – Natsu exclama feliz devendo o abraço no gato.

— A Lucy ainda não acordou. Já faz ter dias desde o ocorrido. – Explica o gato colocando uma nova toalha na testa da loira.

— Onde estão Erza e Naruto? – Natsu pergunta ao não conseguir vê-los no quarto.

— Estão sendo tratados em outro lugar. – Começa o mago de gelo. – Naruto estava em pior estado e Erza sofreu uma maldição por isso precisava ser purificada senão morreria.

— Como sabe disso? – Natsu parecia desconfiado.

— Uma empregada chamada Nabe está nos mantendo informados. – Gray sabia que o rosado criaria um escândalo quando acordasse e não achava que ele ficaria quieto no quarto. – Vamos esperar Naruto chegar para decidir o que fazer.

Não demorou para a porta ser aberta e uma empregada de cabelos e olhos negros que parecia ter entre vinte e vinte cinco anos entrar calmamente. Ela não mostrava emoções e andou direto até onde estavam Natsu e Gray.

— Bom dia, Gray-sama, Natsu-sama. – Cumprimenta a garota respeitosamente.

— Quem é você? – Questiona o mago de fogo.

— Meu nome é Nabe. Sou a empregada pessoal de vocês enquanto estiverem aqui. – Explica a jovem calmamente. – E eu tenho um pedido a fazer a vocês da Fairy Tail.

— Pedido? – Happy questiona pousando na cabeça de Natsu.

— Naruto-sama e Ains-sama estão brigados no momento e eu gostaria que vocês pudessem mudar isso.

— Não mesmo. – Natsu responde sem o menor interesse. – O Naruto precisa resolver seus problemas com o pai dele.

— Ele entendeu na hora! – Gray e Happy se espantam com a afirmação. Nabe tremia de raiva por dentro querendo matar aquele humano arrogante, mas devido as ordens do líder supremo ela precisaria se segurar.

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Erza sentia seu corpo todo doer. Ela tentou se mover, mas não conseguiu. Seu corpo todo gemeu em agonia. Seu estômago ardia como se Natsu tivesse usando seu sopro de dragão direto nela e isso a irritou se fosse o caso. Erza abriu os olhos apenas para ver uma mulher loira de olhos azuis em cima de si nua. Ao olhar para si mesma percebeu que estava da mesma forma. E deu o maior grito que podia.

— Ora, você acordou humana? – Questiona a mulher loira surpresa. – Eu não esperava que acordasse até terminar o seu tratamento.

— O que você está fazendo comigo?! – Erza questiona tentando empurrá-la com as mãos para longe dela. Seus corpos se tocavam de maneira que quem visse de longe pensaria elas estavam em uma relação lésbica. Erza não estava gostando nada de sentir a intimidade daquela mulher roçando na sua e seus seios pressionarem com os dela. Além do fato dela estar abraçando-a como uma amante.

— Estou cuidando de você. – Responde a loira sem se alterar ou se afastar dela. Erza não tinha força suficiente para tal.

— Quem é você?! – Erza pergunta apavorada pensando no que ela fez com seu corpo enquanto estava dormindo ao mesmo tempo se perguntando quanta força ela tinha.

— Eu sou Soluction. Umas das plêiades a serviço do Lorde Supremo. – Se apresenta a mulher e logo lambeu o pescoço da ruiva fazendo-a gemer alto. – Você gemeu? Quer dizer que está gostando disso? Eu não esperava.

— Eu não gosto disso! Saia de cima de mim! – Erza conseguiu enfim empurrar Soluction para longe dela que pousou delicadamente no chão. – Hã? Eu sinto o meu corpo melhor. O que aconteceu?

— Foi o resultado do meu tratamento. – Soluction explica se vestindo. – Eu posso curar qualquer ferida com a minha saliva. Mas em troca eu me divirto com os corpos dos meus pacientes. – Erza corou irritada. – Se vista também. Suas roupas novas estão no balcão. –

Erza pegou as roupas e correu para o provador se vestir. Erza queria bater em Soluction depois que terminou de se vestir, mas achou melhor não. Ela usava uma saia de pano cinza com uma faixa vermelha por cima e ainda adornado com uma fivela marrom. Usava uma sapatilha fina, mas confortável nos pés. Na parte superior do corpo apenas dois pedaços de tecido cinza cobriam seu seios que davam a volta em um colar vermelho fino. Ela ainda tinha alguns adornos como braceletes vermelhos com detalhes em ouro. Usava ainda um brinco circular também feito de ouro e para finalizar óculos de ouro puro (imagem da capa).

— Quanta ostentação... – Erza comenta se olhando no espelho.

— Ficou boa em você. – Elogia Soluction. – Naruto-sama vai ficar doidinho ao te ver.

— E-Eu n-n-não s-sei do que está falando! Eu não faço por um homem! – Erza se embolou toda para responder.

— Vamos seus amigos estão esperando. – Ela não disse mais nada e apenas começou a caminhar em uma direção aleatória.

— Onde estamos? – Questiona Erza curiosa depois de ver vários seres não humanos andando pelo local.

— Na Grande Tumba de Nazarick. O país dos inumanos. – Responde Soluciton que logo em seguida abriu uma porta fazendo Erza ver o tamanho daquele lugar. Era incrivelmente belo além de enorme.

— Naruto veio de um lugar assim? – Erza pensa com espanto ao mesmo tempo se perguntando como Naruto estava naquele momento.