Anatomia de um amor imortal escrita por Eduardo Marais


Capítulo 11
Mais dias e mais informações




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— Eu peço desculpas por não ter avisado que viria à sua casa...

— A casa não é minha Regina. Eu a aluguei, porque a minha casa fica em Bucareste.

Regina abre caminho usando a força de seu corpo e entra na casa. Vira-se para a parenta.

— Minha mãe me confirmou que você é uma habilidosa como ela e como minha irmã...

— E como você, Regina. Por que se isenta disso?

Olhando para os lados, Regina vê o velho Lenine surgir carregando uma bandeja com xícaras fumegantes. O chá estava cheirando muito bem e sua fome dava boas vindas aos biscoitos sobre a pequena gamela.

— Você é uma notável também, Condessa?

Reynina acha graça na definição da jovem.

— Notável? Não. Apenas detenho algumas habilidades incomuns, assim como todas as mulheres de nossa família. – ela gesticula e convida a jovem para alimentar-se. – Apenas não uso meus conhecimentos sem que haja um excelente motivo para isso.

— Poderia curar-se.

— Isso não. Não temos forças contra a força da velha senhora com foice na mão. Quando ela se aproxima, ela se aproxima.

— Seja sincera comigo, Reyninna. O que você realmente quer conosco?

Encostando-se no espaldar do sofá, a mulher cruza as pernas e apoias suas mãos sobre os joelhos.

— Quero apenas conviver com quem tem o meu sangue. E depois que eu morrer, quero deixá-los bem amparados. – ela dá de ombros. – Apenas isso.

Ainda cansada e incomodada pela agitação dos últimos dias, Regina suspira e pisca pesadamente. Queria apenas relaxar.

— Eu sei que vi você na noite da rebelião naquele presídio. Não me diga que estou louca, porque sei que você esteve lá. E o saldo de corpos mutilados, confirma isso.

— Vai escrever isso em seu relatório, minha querida? Minha tia habilidosa invadiu o presídio e usou uma espada para matar bandidos rebelados.

— Quero saber por que fez isso?

Retirando a longa madeixa amarela que lhe traía a aristocracia, Reynina sorri amável.

— Porque a pessoa que mais amo neste mundo, estava lá dentro e poderia perder a vida. Eu jamais me perdoaria, sabendo que poderia ficar sem a pessoa que preenche o meu coração e a minha vida sem cores. Não viajei de tão longe, e nem esperei tanto tempo, apenas para vez a razão de minha existência, fenecer diante de meus olhos.

Flashback...

“Quando Vlades retornava de suas batalhas ou reuniões, enchia o leito da esposa com flores silvestres e a amava loucamente sobre elas. Reynina era o seu raio de sol e sua luz da lua; era sua primavera eterna e a fonte de seus sorrisos. Ela era a sua princesa e sua maior preciosidade sob o manto azul do céu. Era muito amor, mas era um amor egoísta que o impedia de dividi-la com o nascimento de um filho.

Vlades, lindo com seus cabelos longos e escuros como as penas de um corvo, era a visão mais que perfeita para começar e terminar o seu dia. Másculo, barbudo e com sua constante expressão de zanga, era estimulante à criação de novos desejos secretos e ousados, sussurrados somente no ouvido dele, na proteção da noite.”

Reyninna pisca várias vezes para espantar as imagens do passado e sorri para a jovem sentada ali à sua frente. Um sentimento de vergonha invade o coração de Regina e ela enrubesce imediatamente. Havia julgado mal a sua parenta distante e desconhecida. A mulher havia provado o seu amor.

Naquela noite, Regina se senta na cama e continua enxugando os cabelos. Ao seu lado, Vladimir observava seus movimentos e não demonstrava estar de acordo com a atitude de Reyninna.

— Quando Cora e você me contaram sobre o segredo da família, eu lutei muito para conseguir entender e aceitar. A condição para que nosso casamento desse certo, era não conviver demonstrações dessas habilidades. Cora me respeitou, você me respeitou, Zelena me respeitou...mas sua parenta quer mesmo me fazer engolir a presença e as habilidades dela.

— Reyninna foi me proteger, Vlad.

— Ela foi cometer crimes e colocar em cheque a nossa credibilidade profissional. Imagine como será, se ela for a todos os nossos trabalhos e mutilar os criminosos!

— Killian e você atiram em criminosos, quando é preciso. Qual é a diferença?

Vladimir ri diante das palavras da esposa.

— Somos atiradores de elite institucionalizados e em último caso, costumamos matar os criminosos. Fizemos isso na rebelião, porque eles iriam queimar os carcereiros vivo. Não me compare a uma bruxa que está morrendo e que ficou desesperada por isso.

— Ela me disse que apenas quis proteger a pessoa que mais ama.

— Peça para que não faça mais isso. Somos treinados para proteger nossos companheiros de farda. – ele sobe na cama e acomoda-se ali. – Caso ela tente mais uma vez, irei denunciá-la. Bruxa ou não, ela vai ser presa.


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