Wonderstruck escrita por Nonni


Capítulo 1
Capítulo Único.


Notas iniciais do capítulo

Oi gente!
Aqui estou eu com a minha primeira fanfic e não vou mentir, to bem nervosa.
Pra quem ta se perguntando "ué, essa história não era da Natasha?" Sim gente, a primeira parte é. Mas ela cedeu os direitos a mim para escrever a continuação, sendo assim, cá estou eu. Parte dos créditos dessa fanfic são dela, porque ela escreveu duas partes bem importantes e me ajudou muito.
Eu queria agradecer a Jeane Karla que me deu total apoio para escrever essa história e queria dizer que sem você essa fanfic não teria saído.
Também queria dedicar Wonderstruck ao SS Squad, adoro vocês gente!
Aqui esta o link de Enchanted > https://fanfiction.com.br/historia/655831/Enchanted/
Lembre-se que vocês tem que ler a primeira parte para entender essa.
Espero que gostem e boa leitura!



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Robin acordou naquele dia e ficou observando a preciosidade que dormia em seus braços. Ele a amava tanto. A forma serena que ela dormia, a respiração calma, os cabelos jogados no travesseiro formando formas distintas. Sentia-se o homem mais sortudo do mundo e, com toda a certeza, ele era.

Tinha ela só para ele, e isso foi tudo o que ele sempre quis. Desde que a viu encharcada, entrando na loja do seu pai anos atrás.

Naquele dia, quando entrou desesperada pedindo por ajuda em uma loja de aluguel de carros, Regina nunca teria imaginado que conheceria o amor de sua vida.

Mas, conheceu.

E não o deixou escapar. De jeito nenhum.

Alguns anos atrás...

Regina entrou em casa e se encostou na porta, sorrindo abobada. Ainda podia sentir as borboletas no estômago, seu coração palpitando, e estava se perguntando se ele havia reparado o rubor em suas bochechas. Estava parecendo uma adolescente vivendo o seu primeiro amor.

Balançando a cabeça em negação, ela ouviu o carro de Robin dar partida e em poucos segundos sair da rua. Respirou fundo e levantou o braço, ligando o interruptor e acendendo a luz da entrada.

— Pai? Henry? — chamou, caminhando em direção as escadas. Se a luz do quarto do menino estava acesa, é porque ele deveria estar acordado. Mesmo não devendo.

Subiu o lance e andou pelo corredor, parando na porta do quarto do filho assim que ouviu sua voz:

— Por que ela ainda não chegou, vovô? — perguntava com a voz arrastada, denunciando o sono, e a morena se amaldiçoou por não poder colocar o garoto para dormir quase todas as noites.

— Sua mãe avisou que chegaria tarde, querido. — a fala do mais velho era calma, e a prefeita o conhecia bem demais para saber que ele estava fazendo carinho na cabeça do neto.

Henry Mills, pai da Regina, era um homem totalmente diferente da esposa, Cora. Não concordava com esse casamento arranjado, apenas queria que a filha fosse feliz. Um bom homem com um coração enorme, era o que lhe descrevia melhor.

Ele sempre fora um pai presente, sempre apoiou a filha e era sua luz nos piores momentos.

Pouco tempo antes de adotar o garoto, o senhor adoeceu, beirando a morte. Regina achava que o pai não sairia dessa, então, para homenageá-lo e trazer alguma alegria, Henry ganhou o nome do avô, que, felizmente, melhorou do estado em que estava.

Empurrando um pouco a porta, ela colocou a cabeça para dentro do aposento e deu um sorriso, ao ver o menor sorrir também.

— Será que ainda há tempo para um beijo de boa noite? — abrindo totalmente a porta, ela entrou no quarto e desprendeu os braços. Henry levantou da cama e correu na direção da mãe, abraçando-a com força. A mulher riu e o apertou, beijando o topo de sua cabeça em seguida.

Depois que o filho dormiu, Regina seguiu para o seu quarto. Precisava tirar aquelas roupas molhadas e, principalmente, tirar Robin de sua cabeça. Despiu-se, ligou o chuveiro e deixou a água quente cair sobre sua cabeça, levando embora todo o estresse do dia.

Sorriu, repassando toda sua conversa com Robin. Pensou em como ele fora prestativo em lhe oferecer uma carona, e sorriu mais ainda quando se deu conta de que pela primeira vez em tempos um homem havia se preocupado com ela.

Assim que se vestiu, desceu até a cozinha e foi recebida com um aroma delicioso. Seu pai lhe esperava com o jantar e um copo de suco de laranja.

— Que cheiro bom! – disse, dando um beijo na bochecha dele. – Obrigada por ter ficado com Henry essa noite.

— Imagina, querida. Eu adoro passar o tempo com ele, Henry é um garoto muito especial. – falou, e ela sorriu, apertando-lhe a mão. Enquanto comia, perdeu-se em pensamentos e nem notou que um sorriso deslizava por seus lábios. – Posso saber o motivo desse sorriso radiante no seu rosto? – Sr. Henry perguntou, assustando-a.

— Que sorriso? – perguntou, se fingindo de desentendida.

— Filha... – repreendeu, sorrindo.

— Não sei do que você esta falando, pai. – tomou um gole do suco e mudou de assunto rapidamente. Ela claramente estava agindo como uma boba, pensando em um homem que havia visto apenas uma vez. Se xingou internamente, pois estava pensando naqueles olhos azuis de novo.

***

O dia seguinte amanheceu ensolarado, fazendo um contraste com a noite anterior. Robin acordou feliz e com uma estranha disposição. Levantou da cama apenas com a calça de moletom e se dirigiu ao quarto do seu filho, acordando-o com cócegas, como sempre fazia, e se dirigiram para a cozinha do sobrado.

Roland estava sentado na cadeira e bocejava, coçando os olhos. O loiro ligava a cafeteira e preparava o cereal do menino, quando uma terceira pessoa entrou no recinto.

— Bom dia! — exclamou, alegre ao ver a irmã, Lacey, de dezesseis anos. A garota passou as mãos pelos cabelos castanhos avermelhados, franziu o cenho e sentou-se junto ao sobrinho, os três ainda estavam de pijamas.

— Bom dia? Por quê? — questionou, indignada. — Por que seria um bom dia, Robin? Eu não dormi a noite toda! Nosso vizinho, o cara da loja de iscas, sabe? Resolveu… — olhou para o menino ao seu lado, que parecia mais dormir em cima da mesa que prestar atenção no assunto. — Coisar… Com a parceira. — o mais velho arregalou os olhos, mas logo soltou uma risada. — Não ria, idiota! Estou traumatizada!

— Desculpe, querida. — falou, ainda rindo um pouco. — Mas, você fez uma cara engraçada!

Lacey cruzou os braços e se recostou na cadeira, revirando os olhos. Robin conseguia ser um irmão chato quando queria.

O mais novo reclamou de fome e o homem levou o café da manhã para a mesa, servindo o filho e a irmã.

Quando acabaram o café, Robin, com a ajuda de Lacey, arrumou a cozinha e, enquanto Roland ficou deitado embaixo das cobertas assistindo Frozen, Robin se arrumou e seguiu para a loja. Depois de abri-la se deparou com a Mercedes de Regina estacionada do outro lado da rua.

O loiro seguiu até o carro, levantou o capo e mexeu em alguns fios. Quando descobriu o que causou a parada súbita do carro, deu um leve sorriso. Ele deu a volta na Mercedes, parando do lado do motorista, tentou abrir a porta e deu uma risadinha ao ver que a prefeita havia deixado aberta.

Descuidada, pensou.

***

Regina caminhava pelas ruas de Storybrooke com o braço enganchado no de Henry. Os dois riam e conversavam enquanto caminhavam em passos lentos. O garoto estava feliz e Regina percebeu que devia levar ele para a escola mais vezes. Como estava sem o carro, eles fizeram todo o caminho a pé.

O garoto plantou um beijo demorado e estralado na bochecha dela quando chegaram na porta da escola, logo depois correu para dentro e não percebeu o sorriso bobo que Regina tinha nos lábios.

Ela amava o filho, com todas as forças.

Seguiu o caminho decidida a ir buscar a Mercedes. Seus pensamentos a levaram para um homem de olhos azuis, e logo se viu na frente da loja dele. Quando olhou para o seu carro estranhou. Alguém estava mexendo nele.

Ela se aproximou já preparada para botá-lo para correr. Caminhou apressada, os sapatos de salto faziam barulho pelo chão.

— Que diabos... – ela vociferou. Ia continuar a xingar, mas perdeu a fala quando viu quem era.

Robin estava parado, de frente pra ela, com uma regata branca que deixava os músculos de seus braços a mostra.  As mãos estavam sujas de graxa, mas Regina não conseguia deixar de encará-lo. Percorreu seu corpo de cima a baixo, quando voltou o olhar para seu rosto percebeu o sorriso que estava no rosto de Robin, ela perdeu o ar. 

Percebeu que estava olhando para ele descaradamente e voltou a por a máscara de durona no rosto.

— O que, diabos, você está fazendo? – pergunta, empinando o nariz.

— Bem, eu acabei de arrumar o seu carro. – respondeu, enquanto limpava as mãos em um pano - A bateria pifou completamente ontem, eu a troquei.

— Você simplesmente achou que podia arrumar meu carro sem minha autorização? – perguntou, fingindo-se de irritada. Robin sorriu com a ousadia dela.

— Um simples “obrigado” seria suficiente. – disse, debochado. Isso fez Regina ficar sem graça. Ela limpou a garganta e disse:

— Desculpa. Você foi muito gentil comigo ontem, qualquer outro me mandaria embora, mas você me ofereceu uma carona. E agora, chego aqui, e você arrumou meu carro. Eu não sei como te agradecer. – aproximou-se dele.

— Talvez você pudesse aceitar meu convite e jantar comigo. – falou.

— Robin...

— Eu acho que você não pode negar, Regina. É tão ruim assim a idéia de jantar comigo? – perguntou e se fingiu de ofendido.

— Não, não é isso. – Ela suspirou – Tudo bem, eu janto com você. Mas é só um jantar. – concordou, convicta.

— Só um jantar. – ele repetiu, sorrindo pra ela.

**

Após trocar seu número com Robin e seguir o caminho, agora já com o carro funcionando, Regina se perguntou que merda estava fazendo. Aceitar jantar com um homem que estava, perigosamente, se sentindo atraída, era um risco. Não queria se envolver em um relacionamento agora, tinha medo de se magoar. Sua vira era perfeita como estava, com ela e Henry vivendo muito bem, só eles dois.

O dia na prefeitura passou cheio de estresse. Muitos relatórios para assinar, muitos gráficos para analisar, muitos problemas para resolver. As vezes ela odiava ser prefeita. Na verdade, tudo que ela queria era poder ir para casa e aproveitar o dia com o filho. Porém sabia que não podia, tinha trabalho a fazer.  Um pouco depois das 19h, viu uma notificação em seu celular. Sorriu ao ver que era Robin.

Não quero parecer desesperado, mas devíamos marcar nosso jantar. Beijos, Robin.” 

“Digamos que você já esta parecendo meio desesperado. Mas, devemos marcar sim.”

Largou o celular e voltou á atenção para os documentos a sua frente, porém, logo recebeu outra mensagem.

“Então, o que você acha de sexta-feira, as 20h, na minha casa?”

Ela pensou por um momento, e logo enviou sua resposta:

“Sexta está ótimo! Espero que você consiga suportar até o final da semana para me ver, de Locksley.”

“Vou contar os segundos, prefeita. Nos vemos sexta. Beijos!”

Regina leu a mensagem e sorriu que nem boba. Deuses, o que aquele homem estava fazendo com ela?

**

Sexta havia chegado rápido demais. Para a felicidade de Robin e apreensão de Regina. Ela estava nervosa, como se fosse uma adolescente. Tinha saído do trabalho um pouco mais cedo, para passar um tempo com Henry antes do jantar. Agora estava andando de um lado para o outro na frente do closet, e só porque não conseguia decidir o que vestir. Queria ser provocante, mas também tinha medo de exagerar demais. Esse era só um jantar de agradecimento. Nada mais.

Então por quê seu coração dizia outra coisa? Por que só de pensar em Robin as borboletas em seu estomago faziam a festa? Por que não conseguia se acalmar e escolher um maldito vestido que ficasse bem nela?

Foi tirada de seus pensamentos quando ouviu batidas na porta, era Henry.

— Mãe? – perguntou, botando a cabeça por uma fresta da porta.

— Sim, querido? – indagou, sem olhar para ele.

— Precisa de ajuda? – ofereceu, percebendo o olhar apreensivo da mãe. Ela resmungou em resposta. O garoto chegou mais perto e analisou os três vestidos expostos em cima da cama. Regina observou o filho, que estava muito concentrado, com a mão no queixo e a sobrancelha levantada. – Eu acho que o azul vai ficar perfeito. Ele vai gostar. – sorriu travesso.

— Ele quem, Henry? – perguntou, alarmada.

— O moço que anda roubando os seus pensamentos, ué. Eu e vovô não somos bobos, mamãe... – riu ao ver os olhos arregalados de Regina.

— Henry Daniel Mills! – gritou, cerrando os olhos.

— Eu vou deixar você se arrumar, tchau. – virou as costas e saiu, sem falar mais nada.

Regina suspirou e olhou para o vestido azul. Seu filho era um menino esperto.

Depois de mais ou menos uma hora, estava pronta. Se olhou no espelho e ficou satisfeita com o que viu. Pegou sua bolsa e desceu as escadas, encontrando dois pares de olhos prestando atenção nela.

Henry assobiou e disse:

— Caramba, mãe, você esta linda! 

— Obrigada, querido! – disse, se aproximando dele e depositando um beijo em sua bochecha. – Não vá dormir tarde, se não eu vou puxar a orelha dos dois. – ameaçou, olhando de cara feia para o seu pai.

— Você esta muito bonita, filha. Se divirta e não se preocupe com a gente, não é, Henry? – o senhor disse, com aquela paciência que Regina amava.

Ouviu mais alguns elogios e se despediu, indo para o carro. Antes de seguir o caminho, mandou uma mensagem para Robin, avisando que estava chegando.

**

Dizer que Robin estava ansioso para esse jantar era pouco. Ele nunca tinha se sentido assim por uma mulher antes. Regina estava o tirando de seu estado normal e ele não sabia o que fazer. Ele sabia que estava pisando em um terreno perigoso, já que ela era uma mulher decidida e ele devia respeitá-la, acima de tudo.

A semana, para ele, fora a mais difícil de sua vida. Havia buscado o pai no hospital na quinta e o mesmo, percebendo a agitação do seu filho, perguntou o que diabos estava acontecendo. Robin tentou fazê-lo esquecer o assunto, mas o velho era muito persistente. Depois de tudo, ele abriu-se para o pai, e o mais velho só riu, dando dois tapinhas nas costas dele.

Então, assim que Regina mandou o SMS dizendo que estava chegando, o coração de Robin parou. Ele terminou de arrumar a mesa do jantar, que ele resolveu fazer na loja, porque havia mais espaço e os dois poderiam ficar a sós. Depois de checar tudo, foi até a rua para esperá-la.

Quando Regina estacionou o carro, percebeu Robin vindo em sua direção e não pode deixar de sorrir. Ele estava lindo. Ela poderia facilmente chamá-lo de “seu Deus de olhos azuis”.

Ele abriu a porta para ela descer e a morena levantou a sobrancelha.

— Que cavalheiro. – sorriu, dando um beijo na bochecha dele. Robin pousou as mãos na cintura dela, de imediato.

— Você não viu nada, Milady. – respondeu, sorrindo de canto. Regina perdeu o fôlego. – A propósito, você esta deslumbrante, em todos os sentidos.

— O-Obrigada! – disse atrapalhada e desviou o olhar do dele. Robin, percebendo que a deixou sem graça, pegou-a pela mão e a levou para a loja. – Por que esta me levando para a loja?

— Porque vamos jantar aqui hoje. – respondeu, abrindo a porta para ela entrar.

— Não vamos jantar com seu filho e sua irmã? – perguntou, sem graça. Ela não confiava em si mesma para ficar sozinha com Robin. Engoliu em seco e procurou os olhos dele.

— Não. A noite é nossa. – ele disse, levantando uma sobrancelha. Vendo-a respirar fundo e cruzar os braços, riu. – O que foi, Milady? Esta com medo de ficar a sós comigo? – perguntou, se aproximando.

Regina assim que vê ele se aproximando, prende a respiração. Eles estavam muito, muito próximos. Ela entreabre os lábios e respira fundo, enquanto olha nos olhos dele. Quando pensa que Robin vai fechar a distância entre eles, ele se afasta, indo até uma garrafa de vinho, pegando duas taças em cima da mesa. Depois de normalizar a respiração, Regina fala:

— Sabe, Robin, eu não tenho medo de você. Mas... – se aproxima dele. – Você deveria ter de mim. Aliás, dizem por aí que eu gosto de brincar com corações, já ouviu algo parecido? – perguntou, sorrindo maliciosamente com uma sobrancelha levantada.

— Já fui informado disso, sim, Milady, e tenho que lhe confessar: eu adoro o perigo. – falou, e sorriu. Regina se arrepiou inteira e abaixou os olhos.

Robin se afastou dela, apontando para a mesa.

— Eu achei melhor jantarmos aqui do que te levar para um lugar onde as pessoas podiam tirar conclusões precipitadas. – ele piscou. – Espero que goste do jantar, é a minha especialidade. – disse, puxando uma cadeira para ela sentar. – Me dê um minutinho, só. – ele pediu e saiu pela portas dos fundos, deixando Regina perdida em pensamentos.

Ele havia arrumado uma mesa linda, com uma toalha vermelha, talheres cuidadosamente arrumados e um vaso com rosas brancas e vermelhas no centro. Regina chegou a conclusão de que nenhum homem havia feito um jantar assim pra ela antes. Percebeu o quanto Robin era especial.

Foi tirada de seus pensamentos quando percebeu ele entrando pela porta, com dois pratos que exalavam um aroma muito agradável.

— Espero que goste da “especialidade do Robin”, como Roland diz. – ele disse, botando o prato de macarrão com molho branco na frente dela. Regina fechou os olhos sentindo o cheiro da comida. Parecia deliciosa.

— “Especialidade do Robin”? – perguntou, sorrindo.

— Uhum, Roland é muito criativo, as vezes. – disse e se sentou. Começaram a comer em silencio, e Regina jurava que nunca tinha provado um macarrão tão delicioso.

— Está muito bom! Tem certeza que foi você quem vez? – brincou.

— Por acaso você, senhora prefeita, esta duvidando dos meus dotes culinários? – fingiu-se de ofendido. – Quando se é pai solteiro, você tem que aprender a cozinhar, gostando ou não. – respondeu, cordial.

— Eu concordo. Temos que aprender a ser e fazer várias coisas ao mesmo tempo. É um desafio, mas vale todo o esforço quando vemos o sorriso nos rostos deles.

— Realmente, você pode ter tido o pior dia da história, mas se você chega em casa e tem o seu filho sorrindo para você, nada mais importa. – ele disse, sorrindo e ela devolveu o sorriso. Robin podia jurar que era o sorriso mais lindo que ele já tinha visto no rosto dela.

Continuaram a conversar por um longo tempo, contando várias etapas da vida que se sentiam a vontade de compartilhar um com o outro. Falaram sobre os pais, sobre o trabalho,  sobre a mãe de Roland e sobre Cora querer casá-la com Leopold. Descobriram que dividiam o mesmo cantor favorito e Robin não perdeu a chance:

— Eu acho que você deveria dançar comigo. – propôs.

— De jeito nenhum, eu não sei dançar. E não tem musica. – ela disse, rindo enquanto bebia mais um gole de vinho.

— Ah, Regina, vamos! Eu duvido que você não saiba dançar. – ele disse, levantando e pegando o celular, selecionando a sua preferida. A melodia de The Nearness of You começou a tocar.

— Deuses, Robin! Eu amo esse musica! – ela exclamou feliz, e ele a puxou para dançar. Colou os corpos e ela escorou a cabeça em seu ombro, enquanto ele a conduzia num ritmo leve. Depois de algumas pisadas de pés e risos, eles dançavam calmamente. Curtindo a presença um do outro. Robin queria que aquele momento durasse para sempre. Regina podia jurar que nunca se sentira tão bem na presença de um homem.

— Admito, não achei que alguém poderia dançar tão mal! – provocou ele, e ela o beliscou no braço. – Ai!

— A culpa não é minha se tenho um péssimo professor.

Quando os últimos acordes tocaram, Robin não largou Regina. Ele continuou abraçado a ela, e a mesma não se importou. Não se importava, sentiu-se tão em casa nos braços de Robin. Sentiu-se protegida. Sentiu-se amada. Levantou lentamente o rosto e olhou nos olhos dele. Os narizes se encostavam, as respirações se misturavam. Queriam desesperadamente provar do gosto um do outro, mas não sabiam se conseguiram parar depois.

Robin perdeu a luta com a razão, e, calmamente, aproximou seus lábios dos dela. No começo foi só um encostar de bocas, mas então Regina abriu passagem para a língua de Robin explorar e conhecer a boca dela. Se sentia fraca e envolvida demais para resistir. Queria fazer isso, nem que fosse apenas uma vez.

Então, um raio de consciência a atingiu. Ela não podia fazer isso. Não podia deixar ninguém quebrar seus muros com tanta facilidade. O que estava acontecendo com ela?

Se afastou dele rapidamente, correndo para pegar sua bolsa. Robin não entendeu nada e chamou por ela. Mas ela fingiu que não ouviu, deixando-o para trás, perguntando-se se havia ido longe demais.

**

Regina chegou em casa naquela noite e chorou. Chorou porque se sentia apegada a um homem que havia visto apenas três vezes. Estava assustada, os sentimentos que sentia dentro do peito eram muito intensos. Temia deixar Robin entrar e se arrepender.

Tinha medo de ser amada.

Não queria se sentir assim. Feliz, amada, protegida e ao mesmo tempo tão frágil e fraca. Não, Regina Mills não era assim. Ela era decidida e segura de si. Não deixava ninguém ver através da mascara e devia continuar assim.

Ela só não sabia se conseguia. Não com sentimentos tão intensos nascendo no seu peito e um Deus de olhos azuis habitando seus pensamentos. Levou as mãos aos lábios e fechou os olhos.

Oh Robin...

**

Regina chegou na prefeitura e mais um vez encontrou milhares de mensagens de Robin para ela. Ele estava preocupado, claro que estava. Mas ela não podia falar com ele. Seria mais fácil se ele fosse embora, e então os dois seguiram com suas vidas.  Se o visse, ela iria se atirar em seus braços e pedir para ficar ali para sempre.

Quis chorar quando lembrou que Cora havia marcado um jantar para aquela noite e que, provavelmente, Leopold estaria lá. Por que ela se submetia a aquilo? Ela não sabia a resposta. A única coisa que sabia é que não queria mais isso.

Depois de um longo dia de trabalho, chegou em casa e ajudou Henry a se arrumar para o  jantar, se arrumando em seguida.

Quando chegou a casa dos pais, teve uma recepção calorosa por parte de Sr. Henry e Zelena, mas todo o seu conforto se esvaiu quando viu Leopold vindo na sua direção. Quando ele lhe beijou o rosto, ela teve que conter a ânsia que se criava em seu estomago.

O jantar correu com um constrangimento no ar. Cora soltava indiretas para Regina o tempo todo, e todos viam que a morena já estava perdendo a paciência. Depois de mais uma piadinha por parte de Cora, Regina levantou-se e pediu licença, se retirando da sala.

Foi aí que Leopold viu sua chance. Ele se levantou e a seguiu. Sr. Henry quis se levantar para ir atrás, mas Cora o impediu, dizendo que a filha estaria em boas mãos.

Regina estava servindo um copo de uísque quando sentiu uma presença atrás dela. Virou-se para pedir para deixá-la em paz e percebeu Leopold, muito próximo dela.

Quis chorar, pela segunda vez no dia.

— Com licença. – ela pediu, tentando sair dali o mais rápido possível. Leopold sorriu e se pôs no caminho dela, impedindo-a de sair.

— Sabe, Regina, eu tenho algumas coisas para falar com você. – o homem disse, sorrindo maliciosamente.

— É mesmo? Pois bem, eu não tenho nada para falar com você, Leopold. Se você puder me dar licen... – quando percebeu, Leopold a segurava forte, pressionando sua boca na dela. Ela tentava se afastar dele, mas ele a apertava com força, quase a machucando. Num reflexo, ela deixou cair o copo de uísque no chão, causando um estrondo que assustou o velho. Aproveitando a distração, Regina se afastou dele, acertando-lhe um tapa em cheio no rosto.

— Regina, você está maluca? – ela ouviu Cora perguntar. Os demais haviam ouvido o barulho do copo no chão e correram para ver o que tinha acontecido.

— Você, nunca mais, chegue perto de mim! – Regina exclamou para Leopold, com a voz embargada. Sua visão estava embaçada por causa das lágrimas que ela segurava com força. – Eu não quero mais ouvir falar de você, nunca mais. – prosseguiu, encarando-o com fúria.  O mesmo estava com a mão no rosto, onde havia levado o tapa.  – E você, Cora, se tentar jogá-lo para cima de mim mais uma vez, eu juro, vai se arrepender.  – olhou para ela com toda a raiva que sentia no momento. Assim que desviou o olhar do dela, percebeu os demais a encarando com os olhos arregalados. Procurou Henry e percebeu que o mesmo estava assustado, encolhido, atrás do avô. Foi até ele, pegou-o pela mão e saiu, sem dizer mais nada.

**

Quando chegaram em casa, o menino continuava com os olhos arregalados. Estava assustado. Regina pediu para ele ir se arrumar para dormir e depois seguiu para o seu quarto. Tomou um banho, tentando parar de se sentir suja. Assim que se sentiu um pouco melhor, foi até o quarto de Henry, onde encontrou o menino pensativo. Quando viu a mãe, ele bateu as duas mãos ao lado dele na cama, indicando para ela deitar ali. Regina se aconchegou no filho, sua maior fortaleza no mundo. Ela chorou e o menino acarinhava os cabelos dela, tentando passar o máximo de forças. Não queria ver sua mãe assim. Odiava qualquer um que fizesse mal a ela.

Depois que Regina se acalmou, beijou a cabeça do filho e o ouviu suspirar.

— Mamãe? – chamou baixinho.

— Huh, querido?

— Por que você aguenta a vovó? Ela não é saudável mamãe, não te faz bem.

— Eu sei querido, eu sei. – respondeu, com a voz embargada.

— Não quero que chore, mãe. Só quero que veja o quanto é maravilhosa e bonita, você merece o melhor. Merece alguém que lhe respeite e lhe ame, acima de tudo. Não quero que chegue perto de Leopold de novo. – o garoto disse, sério, olhando bem nos olhos da mãe.

— Eu sei, meu amor. Prometo que vou resolver isso. – beijou a cabeça dele mais um vez. – Obrigado por tudo filho, eu te amo muito! – falou, esfregando o seu nariz no dele. Henry sorriu.

— Eu também te amo, mamãe. – dito isso, deitou a cabeça no peito dela e fechou os olhos. Mas antes de entrar no mundo dos sonhos, disse algo que fez o coração de Regina se aquecer:

— Talvez exista alguém para a senhora.

— Sim, querido, talvez, sim.

E existia. Ele tinha covinhas e lindos olhos azuis. E Regina o amava.


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Notas finais do capítulo

Esse é o link da musica que a Regina e o Robin dançaram > https://www.youtube.com/watch?v=JhaCNIpAnPs
Espero que tenham gostado e até a próxima.
Beijos!



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