As aventuras de Fleamont Potter escrita por Mariana


Capítulo 3
Amores e ódios


Notas iniciais do capítulo

É hoje que Fleamont finalmente se declara a Euphemia
Mas sempre tem algum recalcado pra estragar o dia! Isso quando não é sua atitude insensata que põe tudo a perder



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Leonard sorria ao se lembrar de seu período em Hogwarts e dos velhos amigos. Aparentemente, contar essas histórias fazia bem a ele, já que suas bochechas estavam mais coradas e seus olhos brilhavam. Gina ficou abismada ao ver que um senhor que aparentava estar muito adoentado tivesse energia para falar tanto, e ainda tivesse uma memória excelente. Ele só parou para beber água uma única vez. Ofereceu um pouco ao casal, que recusou educadamente, e continuou falando.

Flea era muito corajoso nos duelos, mas no amor ele era um zero à esquerda. Nunca conseguia falar com Euphemia, sempre que se encontravam ele ficava vermelho e gaguejava. Uma das amigas de Euphemia, a Laila Skeeter, sempre que encontrava Flea o chamava de Po-Po-Potter, imitando o meu pobre amigo, que mesmo ficando chateado com essas brincadeiras, nunca revidou, afinal era um cavalheiro e nunca destratava uma dama. Então, certo dia Rocky foi à biblioteca, encontrou Euphemia e contou-lhe sobre o amor que Flea sentia por ela. Euphemia foi bastante gentil, combinou com Rocky que ele levasse Flea para o Três Vassouras e lá, a sós, Flea finalmente conseguiu dizer tudo o que sentia. Rocky, Sep e eu ficamos escondidos espiando e ansiosos pela resposta de Euphemia. Fleamont falava tão rápido que mal conseguia respirar. Mas logo que ele parou, ela lhe deu um beijo tão longo e apaixonado que nós vibramos, gritamos, aplaudimos e assoviamos mais alto que pudemos.

"James tinha boa relação com Euphemia, eram colegas de time, e tinha certeza de que ela não gostava do McLaggen. Então, certo dia ele a seguiu até a biblioteca, decidido a ajudar o amigo.

— Boa tarde, Euphemia, desculpe interromper sua leitura, mas eu gostaria de ter uma conversa séria com a senhorita.

Euphemia, uma bela jovem de cabelos longos e olhos cor de âmbar, fechou o livro Hogwarts – Uma História e fitou James.

— O que deseja? McLaggen marcou outro treino secreto?

— Não, não tem nada a ver com o time. É sobre meu amigo, Fleamont Potter

— O Potter? - Questionou ela, surpresa - Ele te mandou aqui?

— Não. Ele nem sabe que estou aqui e gostaria que continuasse sem saber. Ele te ama.

— Não diga... - disse ela, entediada

— Sim, Euphemia, Fleamont Potter é apaixonado por você desde a primeira vez que te viu, sentada, olhando para os novatos durante a Seleção. Ele disse que só pensava em ir para a Grifinória, não só porque era a casa dos corajosos e destemidos, além de ser a casa de seus pais, avós e bisavós, mas também porque você é grifinória e ficou feliz ao te ver sorrir quando ele foi escolhido para essa casa. Ele disse que acha fascinante você ser apanhadora e soube que duelou com todos os que criticaram a sua escolha para o time. Ele assiste os treinos da grifinória só pra te ver. Sempre que vai falar com você, ele tenta dizer tudo o que eu acabei de dizer e mais um pouco, mas não consegue porque fica muito nervoso na sua frente e suas amigas estão sempre rindo dele. No entanto, ele fala tantas coisas de você pra mim que eu chego a ficar exausto. Ele pensa que você gosta do McLaggen, por isso acha que não tem a menor chance. Mas você não gosta dele, não é?

Euphemia ouviu tudo de queixo caído. Sabia que Fleamont gostava dela, mas não imaginava que era tanto. Até simpatizava com ele e esperava sinceramente que ele conseguisse concluir uma frase, mas sempre se decepcionava. Ficou um minuto refletindo e respondeu:

— Claro que não! Imagina, eu e o McLaggen... - James sorriu e ela continuou - O Potter vai poder ir a Hogsmeade no próximo fim de semana?

— Vai! - disse James, empolgado.

— Então diga para ele me encontrar no Três Vassouras às dez e meia. Ou o leve até lá, dê seu jeito. Estarei esperando.

James concordou e saiu, sorridente. Foi trabalhoso para ele evitar que o amigo evitasse confusões por uma semana. Ele confidenciou o plano a Leonard e Septimus, a quem pediu segredo e ajuda para evitar que Fleamont ficasse em detenção.

— Sempre desconfiei que o Flea gostava da Euphemia Prince - disse Septimus, socando a mesa.

— Será que vai dar certo, Rocky?

— Claro, Leo! O mais difícil será evitar que o Flea apronte novamente. Mas foi uma semana tranquila para Fleamont, ele estava louco para ir à Hogsmeade e talvez adivinhasse que algo de bom lhe aconteceria. Até ignorou provocações de Clifford Lestrange, Vernon Crabbe e Abraxas Malfoy, o que foi um sacrifício árduo para ele. O dia de ir à Hogsmeade chegou, mas Fleamont queria muito ir à Zonko’s comprar bombas de bosta e não entendia o porquê de seus amigos o arrastarem para o Três Vassouras.

— Mas eu não tenho sede! Por que não vamos depois para o Três Vassouras?

— Temos que ir AGORA! - Insistia Septimus - Estou apertado!

— E eu estou sedento! - disse Leonard.

— Eu estou faminto - disse James.

— Tá bem, tá bem... Fleamont se deu por vencido e foi com os amigos para o bar. Lá, ele avistou Euphemia e ficou tão nervoso que tentou dar meia-volta, mas os amigos o viraram e o empurraram para lá.

— Vai, Flea, acreditamos em você - incentivou James, empurrando Fleamont em direção a Euphemia. Ele virou para trás e viu que os amigos tinham sumido. Só havia ele e Euphemia. O garçom fingiu procurar alguma coisa lá dentro só para deixá-los mais à vontade.

— Então, Potter... Tem algo a me dizer?

Fleamont congelou. A voz de Laila Skeeter gritando ‘Po-Po-Potter’ ecoava em sua mente. Mas ela não estava lá. Pelo menos ele não conseguia vê-la. Antes que ela entrasse no Três Vassouras, foi detida por Leonard, Septimus e James, juntamente com dois alunos da Corvinal, três da Lufa-Lufa e uma sonserina que teve a sua boca tampada por Septimus. Fleamont continuava mudo, e Euphemia resolveu provocá-lo.

— Não consegue? Não tem coragem?

Fleamont ficou vermelho, não gostaria que Euphemia pensasse que ele era covarde, então desandou a falar.

— Eu te amo. Sempre te amei. Acho-te a moça mais linda de Hogwarts. Amo te ver jogar. Eu te amo desde que te vi na mesa da Grifinória e tive ainda mais vontade de ir para esta casa. Acho legal você ser apanhadora da Grifinória, briguei com todo mundo que disse que não. Duelei com Finnigan, Wood, Lancelot, Grant e Richardson, e se eles tornassem a zombar de você, duelaria com eles de novo. Cada detenção que cumpri por causa deles não me irritou nenhum pouco, pelo contrário, fiquei com orgulho de ficar em detenção por sua causa. Você fica linda segurando o pomo de ouro e fica ainda mais linda segurando a taça do campeonato de Quadribol. Queria muito ter entrado para o time, mas acho que não suportaria te ver brava comigo, acho que não conseguia me concentrar nos testes porque você estava lá. Estou sempre procurando um jeito de te ver, me perdoe se sou inconveniente, me perdoe se te incomodo, mas é que...

Fleamont não conseguiu dizer mais nada, porque Euphemia o interrompeu com um beijo. Um beijo longo e apaixonado. Fleamont se sentiu pleno, pois ela o amava. Euphemia também, mas precisou que James a alertasse para ter certeza de seu amor. E todos os que assistiam escondidos a cena vibraram. Septimus destampou a boca da garota da Sonserina, que assoviou tão alto que todos no vilarejo ouviram. James chorava de emoção. Leonard urrava de alegria, juntamente com Laila Skeeter, que aplaudia freneticamente. Duke Fletcher, Kenneth Cattermole, Howard Prewett e Jonathan Scott, que chegaram depois, também vibraram. Até mesmo Vernon Crabbe, que passava por ali, foi ver o que era e desejou que Margareth Parkinson o beijasse também. Septimus se deparou com a garota da Sonserina, que se chamava Cedrella Black, emocionada e reparou o quanto ela era linda. Mas para Fleamont e Euphemia, nada mais importava. Eles eram um só”.

— Daquele dia em diante, os dois ficaram juntos para sempre. Foram felizes, mas a única coisa que faltava era um filho. Quase todos que conhecíamos tiveram os seus, e Fleamont e Euphemia ficavam um pouco tristes quando viam uma família com crianças. Eu mesmo cheguei a achar que eles nunca teriam filhos, mas fiquei muito feliz por eles quando me contaram que Euphemia estava esperando um bebê. Eles ficaram eufóricos, e Flea não deixava que a mulher fizesse nada, temendo que ela perdesse a criança. Fiquei surpreso em ver como Fleamont era ótimo com afazeres do lar. Mais eficiente do que seus elfos domésticos. E então o menino nasceu, eles lhe deram o nome de James em homenagem ao nosso amigo da escola e me escolheram para padrinho.

— O senhor foi padrinho de meu pai?

— Sim, seu pai adorava nos visitar. Eu sempre lhe dava sapos de chocolate e o ensinei a jogar snap explosivo e xadrez. James era bom nisso, adorava vir aqui e sempre trazia seu amigo Sirius, que saiu da casa dos pais e adorava o bolo de chocolate que minha mulher Louise costumava fazer. Ela é esta mulher do retrato, que eu mesmo pintei. Sempre fui bom desenhista, meu passatempo favorito era pintar retratos, e ela adorava os meus desenhos. Ela tinha acabado de entrar em Hogwarts em meu último ano, mas naquele tempo eu não reparava nela, pois além dela só ter onze anos, eu estava focado nos N.I.E.Ms e sonhava em ser auror, achava fantástico perseguir bruxos das trevas, naquele tempo eles eram muito atuantes e eu queria ajudar a detê-los. Infelizmente não consegui as notas necessárias, então me contentei em desenhar retratos para grandes famílias bruxas e fotografar para o Profeta Diário, onde trabalhei até os anos 70, quando me aposentei. Lembro-me como ontem da última vez que vi seu pai. Ele trouxe Lílian, sua esposa, uma mulher belíssima, que tinha olhos tão belos quanto os seus e contou-me que eles estavam esperando você, Harry. Eu ainda estava muito triste, pois tinha acabado de perder minha esposa e seus avós, que foram meus amigos até o fim. Eles me fizeram prometer que sempre cuidaria de James, mas nunca me conformei com o que aconteceu a ele...

Leonard começou a chorar, e Harry tentou consolá-lo:

— O senhor não teve culpa, não poderia ter enfrentado Voldemort...

— Eu sei que não, mas mesmo assim queria ter feito algo. Até tentei adotá-lo, enviei um pedido formal para o Ministério da Magia e tudo, mas acho que não permitiram que eu adotasse você, pois já estava velho e minha saúde não era muito boa.

— Agradeço por ter tentado me adotar, sei que aqui eu seria muito bem tratado.

— Voltando ao Sr. Fleamont – interrompeu Gina, tentando alegrar o velho Leonard – Ele era bom em que em seus tempos de estudante?

— Ah, o Flea era excepcional em Poções. Acho que era a única matéria que gostava, fora Defesa Contra as Artes das Trevas e Feitiços, que ele buscava ser o melhor por causa dos duelos. Ele trabalhou com isso depois que saiu da escola, era um dos favoritos do Slughorn, que logo em seu primeiro ano como professor fundou o seu clube e teve que evitar um quarto duelo entre Flea e Abraxas na reunião de Natal. Quem estava lá me garantiu que foi por pouco.

“No Natal de 1931, Slughorn deu uma festa reunindo os membros de seu clube exclusivo. Inicialmente, ninguém entendeu porque Slughorn escolhera Fleamont Potter, um dos alunos mais rebeldes de Hogwarts, como um de seus integrantes. Mas suas habilidades em Poções eram exaltadas pelo professor orgulhoso por todo o castelo. Porém, havia um sujeito que nunca se conformou com a escolha: Abraxas Malfoy. O sonserino acreditava que apenas os membros das famílias do Sagrado Vinte e Oito poderiam ser dignos de admiração. E ao ver o jovem de cabelos arrepiados, alto, magricela e de joelhos ossudos entrando no salão, fez questão de bradar em voz alta:

— Não sabia que traidores de sangue poderiam estar no clube.

Slughorn ficou zangado, e olhou constrangido para os três nascidos-trouxas que estavam no mesmo recinto e olhavam o Malfoy com indignação.

— Sr. Malfoy, todos os bruxos talentosos podem participar do meu clube, não importando sua origem.

Malfoy desdenhou e prosseguiu com suas ofensas:

— Mas pelo menos poderiam barrar quem chegou atrasado porque acabou de acordar!

Ele e seus amigos sorriram. Fleamont ficava ainda mais vermelho de fúria. Mas era contido por Donald McLaggen, que tentava em vão segurá-lo, e por Euphemia Prince, que sussurrava em seu ouvido:

— Não dê ouvidos ao Malfoy, não vê que ele quer justamente te provocar?

Mas de nada adiantou, pois Fleamont fez questão de responder:

— Realmente, foi uma tristeza ter acordado agora e me deparado com um sujeitinho que se parece com uma coruja petrificada!

Malfoy se calou e foi a vez de Fleamont gargalhar. Até Euphemia, que não costumava rir das provocações do Potter aos desafetos não aguentou e riu também. Mas McLaggen ficou preocupado. Temia que a Grifinória perdesse a Taça das Casas por causa das travessuras de Fleamont, e a derrota do ano anterior ainda o incomodava.

— Muito bem, os senhores já se cumprimentaram, agora vamos aproveitar a comida, que parece deliciosa!

Slughorn concordou e logo tratou de colocar os rivais em lugares opostos. Mas Abraxas não gostou de ficar por baixo. Ainda estava engasgado com o último duelo que teve com Fleamont, no qual perdeu novamente sua varinha e ainda ficou cuspindo lesmas por três dias. Então, provocou novamente:

— Não sabia que este era um clube de caridade e que perdedores poderiam entrar, não é, Pulguento?

Fleamont se levantou com a varinha em punho antes que alguém o segurasse e disse:

— Creio que se esqueceu das últimas vezes em que perdeu sua varinha, Malfoy.

Era a deixa para que Abraxas pedisse a revanche que sempre sonhara. Os dois ficaram se encarando, ambos exalando confiança e irritação, e Slughorn interrompeu – de novo.

— Já chega! O grito assustou a todos, embora Fleamont não demonstrasse, pois gostava de dizer que não tinha medo de nada, e Abraxas sustentasse o olhar desafiante, para não mostrar inferioridade ao adversário. Slughorn amenizou o tom. - É Natal, meninos! Para que ficar se agredindo, se provocando? É tempo de confraternizar, esquecer as diferenças, lembrar do exemplo de amor que Jesus nos deixou! Vamos, apertem as mãos. Envergonhados, Fleamont e Abraxas abaixaram a cabeça, mas não apertaram as mãos. Slughorn teve que insistir:

— Vamos, não vão querer que eu envolva o diretor Dippet nisso, não?

Fleamont e Abraxas ficaram ainda mais um tempo se fitando, um esperando que o outro estendesse a mão, até que os dois se cansaram de esperar e as estenderam ao mesmo tempo. E trocaram um aperto tão forte que os dois quase quebraram as mãos”.

— Fora Slughorn, Flea não era muito querido entre os professores, por causa de sua indisciplina. Ele tinha atritos com Dumbledore por causa das confusões que provocava, que sempre tiravam pontos preciosos da Grifinória. No nosso terceiro ano, perdemos a Taça das Casas por um ponto para a Corvinal porque Flea acidentalmente azarou um professor.

“O termo bullying ainda não existia nos anos 30, mas se existisse certamente Fleamont Potter seria uma das vítimas. Seu nome, seu cabelo e seu pai eram os principais motivos, mas Abraxas Malfoy e sua gangue gostavam de arranjar novos. Fleamont se impressionava e até invejava a capacidade que Malfoy tinha de nunca ser pego. O sonserino até fez amizade com Apollyon Pringle, o zelador, um homem alto, forte e mal-encarado que sempre o deixava escapar de punições. Em compensação, Malfoy sempre o presenteava com uma boa garrafa de hidromel.

Mas desta vez ele tinha ido longe demais. Deixou no mural um desenho mostrando três pulgas com trajes humanos e embaixo estava escrito "Família Potter – as pulgas sangues-ruins".

Seus colegas tentaram evitar que ele visse o desenho, e Jonathan Scott até tentou retirá-lo do mural, mas o desenho tinha sido grudado com um feitiço adesivo permanente. Fleamont acabou vendo o desenho, mas nem precisou que alguém lhe dissesse quem foi. Ele já sabia que tinha sido Abraxas Malfoy.

— Agora já chega, Malfoy! – berrou ele com a varinha em punho.

— Nossa Pulga Saltitante acordou brava hoje! – os sonserinos riram com ele – O que foi, Pulguinha? Viu algo que não gostou?

— Você ofender a mim não é novidade, até suporto, mas ofender a minha família não, seu demônio! Retire aqueles borrões do mural agora, ou...

— Ou o quê? – indagava Abraxas, desafiante – Vai me azarar? Deve estar com saudades do chicote do Pringle! – mais risadas sonserinas ecoaram pelo salão – Lá não é só uma verdadeira obra artística, é também a mais pura verdade! – e puxou de sua pasta um exemplar do Profeta Diário – em minhas mãos tenho uma lista altamente confiável das únicas famílias que podem ser chamadas de Sangue-Puro na Grã-Bretanha. Dentre os vinte e oito sobrenomes citados, não achei nada sobre os Potter... – disse ele, fingindo tristeza.

Sonserinos vaiaram, enquanto Abraxas lia a lista em voz alta.

— Olha só! Até os perdedores dos Weasley estão aqui e os Potter não. É, Potter, sua família vale menos que um Monte de Pulgas!

Fleamont fez a Azaração Dedos-de-Geleia, mas enquanto ele dizia as palavras mágicas, o professor de Herbologia Herbert Beery passou em sua frente:

— O que está havend...

Antes que ele terminasse a frase, seus dedos ficaram tão moles que Beery gritou assustado. Fleamont empalideceu. Suas pernas ficaram quase tão moles quanto os dedos de Beery e ele nem conseguia se explicar. O professor ficou vermelho como uma geleia de morango.

— Você... Potter... Você... Menos cinquenta pontos para a Grifinória!

Abraxas sorria triunfante. Fleamont caiu sentado na cadeira. Os grifinórios emudeceram, e um burburinho se ouvia da mesa da Corvinal. Eles, que tinham perdido a final do campeonato de quadribol para a Grifinória e estavam quase perdendo a Taça das Casas, agora estavam à frente da Grifinória. Ou era isso o que especulavam. Corvinos faziam as contas e vibravam de alegria.

Armando Dippet chamou Fleamont para a sua sala, mas não conseguiu saber do garoto o que tinha acontecido. Fleamont ainda estava mudo. Dippet começou a ficar com muita pena dele.

— Já posso preparar as correntes? – perguntava Pringle, ansioso e eufórico.

— Acho que não será necessário. Ver a Grifinória perder a Taça das Casas por uma tolice sua é uma punição mais do que suficiente, não acha, Potter?

Fleamont não conseguia encarar Dippet. Muito menos Dumbledore, que o olhava indignado. Aquela derrota era humilhante demais.

O garoto foi mandado para a enfermaria, agasalhado, e tomou tanto chocolate quente que não coube mais nada em sua barriga. Leonard e James correram até a diretoria, tentando falar com Dippet para tentar reverter a punição que a Grifinória recebera. Encontraram Dumbledore, que os ouvia pacientemente.

— Mas é injusto, professor! O Malfoy provocou Fleamont, todos viram! Ele riu da família dele, o humilhou na frente de todos, disse que os Potters eram sangues-ruins!

— Entendo, Sr. Rockwood, mas acho que o Sr. Potter precisa aprender a controlar seu espírito agressivo, se quiser evitar as correntes e as chicotadas do Sr. Pringle ou mesmo uma passagem para Azkaban. Lamento por tudo isso o que aconteceu, mas não podemos deixar que nossos defeitos se tornem maiores que nossas qualidades.

— Professor, sei que Fleamont errou, mas o Malfoy errou também e ele também precisa aprender a controlar seu espírito enxerido e impertinente!

James sorriu e Dumbledore respondeu.

— Fico feliz em ver que Fleamont Potter tem dois amigos tão leais e dedicados, que o defendem mesmo depois de cometer um grave erro. Por hora, voltem aos seus dormitórios. Creio que amanhã Fleamont já estará restabelecido e ele certamente precisará da amizade de vocês para enfrentar esse momento difícil.

James e Leonard voltaram, chateados. Septimus, que tinha ficado muito bravo com Fleamont, não quis saber de visitar o amigo na enfermaria. Ele tinha acabado de entrar para o time de quadribol como batedor e foi um dos melhores em campo na vitória da Grifinória sobre a Corvinal. Mas ouviu atentamente Leonard contar a Howard e a Jonathan sobre a conversa com Dumbledore.

— Dumbledore estava muito bravo com tudo o que aconteceu, isso eu pude perceber. Mas acho – disse um pouco mais alto, para que Septimus e outros grifinórios escutassem – que ele o perdoou, e o perdão é uma atitude nobre, digna de homens honrados. Então pra mim, Fleamont Potter nunca prejudicaria a Grifinória propositalmente e eu tenho certeza – disse Leonard, com convicção e mais alto ainda – que ele morreria por esta casa de bom grado!

As palavras de Leonard fizeram efeito, porque no dia seguinte, alguns grifinórios começaram a mandar mensagens de melhoras para Fleamont, que ainda estava em estado de choque. Euphemia não esboçou qualquer reação sobre o estado de Fleamont, ela estava conseguindo controlar sua raiva. Donald McLaggen se sentia culpado por ter desejado que Fleamont fosse expulso e tivesse sua varinha quebrada. Septimus ainda não tinha coragem de olhar na cara do amigo, mas perguntava sempre a Leonard como ele estava. O ruivo só foi visitar Fleamont um dia antes dele ter alta.

Abraxas estava muito contente com tudo aquilo, e até tentou mandar uma caixa de pulgas para Fleamont na enfermaria, mas foi interceptado por James. Contudo, sua alegria durou muito pouco. Dippet o chamou em sua sala e o questionou sobre o desenho, cujo feitiço adesivo permanente – não tão permanente, pois foi feito por um aluno do terceiro ano – tinha sido desfeito.

— Nunca vi esse desenho em toda a minha vida – respondia Abraxas, cinicamente.

— Uma pena, filho. Uma pena, pois a letra aqui é bastante parecida com a sua. E temos testemunhas não só de que este desenho é seu, como também das provocações que o senhor dirigiu a Fleamont Potter e à família dele.

— Eu não quis ofender Fleamont Potter. Estava apenas brincando.

— Suas intenções não interessam, e esta brincadeira de chamar os colegas de sangues-ruins deve acabar o quanto antes. Este termo é extremamente ofensivo, não é, e nem deve ser tratado como mero gracejo. O senhor irá o quanto antes se desculpar com o Sr. Potter.

— Farei isto.

— Terá que ficar todos os sábados até o verão acorrentado e pendurado na sala. O senhor Pringle supervisionará isto pessoalmente.

Abraxas tentava disfarçar seu alívio. Faltavam apenas três semanas para o verão. Era só entregar outra garrafa de hidromel e pronto! Levantou-se para sair, mas Dippet o interpelou.

— E... Terá que escrever mil vezes “Não devo fazer brincadeiras ofensivas com meus colegas”. O professor Dumbledore supervisionará isto pessoalmente.

Abraxas ficou preocupado. Com Dumbledore não haveria moleza. O professor não era comprável como o zelador. Já sentia suas mãos doerem antes mesmo de começar a escrever em seu caderno. Desta vez, não tinha conseguido escapar da punição. E não gostava nada disso”.


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Notas finais do capítulo

Nunca falaram quem seria o padrinho de James Potter - ou pelo menos nunca tinha ouvido falar - muito menos o porquê do pai de Harry ter este nome, então bolei esta homenagem.
Fleamont e Euphemia não são um casal fofo? Adoro os dois juntos, são um par perfeito!
Abraxas Malfoy realmente faz jus ao nome que tem, mas dessa vez ele se deu mal!
Será que Fleamont superou o trauma de ter feito com que a Grifinória perdesse a Taça das Casas? E será que um dia ele e Dumbledore vão se entender?
Aguardem...



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