Gênese: A Saga da Rosa - Temporada I escrita por FireboltVioleta


Capítulo 1
Prólogo




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"Não poucas vezes esbarramos com o nosso destino pelos caminhos que escolhemos para fugir dele."

Jean de La Fontaine

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ROSE

Eu vou contar uma história.

Sem querer parecer meio egocêntrica, vou contar, dentre tantas outras, a minha história.

Antes que um revirar de olhos seja seguido à minha afirmação, devo esclarecer uma coisa.

Minha história tem um início realmente diferente.

Ela começou bem antes do meu nascimento.

Meu nome é Rose. Rose Weasley.

O sobrenome soa familiar, não é? È quase impossível algum ser humano, que residisse na Inglaterra, não ter tido a ventura de conhecer alguém de minha extensa família.

E, igualmente, não existia criança, adulto ou idoso que não conhecia a história de nossos pais.

Todos nós aprendemos, desde pequenos, sobre o que ocorreu há mais de vinte anos atrás. A Segunda Guerra Bruxa, o tempo das Trevas, o domínio do terrível bruxo chamado Voldemort.

E a lenda dos Três.

Há muito tempo, três jovens bruxos haviam se unido para encontrar partes da alma de Voldemort – enclausuradas em objetos mágicos –, com o intuito de destruí-lo e, assim, libertar nosso mundo de sua perversa ameaça.

Após salvarem o mundo bruxo, todos eles se tornaram os pilares no qual nosso povo se debruçou, finalmente aliviado e livre das amarras das Trevas. Tornaram-se nosso modelo maior, nosso exemplo e a certeza de um futuro melhor para as próximas gerações.

Todos conheciam a história deles.

E eu a conhecia melhor do que ninguém.

Por que, não bastando eu apenas ser da família dos Três... sou filha de Dois deles.

Harry Potter, meu tio, era o chefe do Quartel-General dos Aurores no Ministério da Magia. Ele coordenava, há mais de dez anos, todas as operações de nossa polícia mágica, sendo o rosto e a alma dos bruxos que protegem nosso mundo.

Uma posição quase singela, no entanto, se comparada à de... outras pessoas.

Meu pai, Ronald Weasley, foi condecorado, assim como os demais, com a Ordem de Merlim, Primeira Classe. Sendo um dos mais antigos aurores dos últimos quinze anos, não me era estranho ver olhares de admiração se voltando para ele todo o tempo, quando estávamos em público. Sozinho, colocou mais da metade dos seguidores foragidos de Voldemort dentro de Azkaban. E, como se já não fosse o suficiente, também era representante do Departamento de Jogos e Esportes Mágicos da Grã-Bretanha.

Mas, apesar de todo o arrebatamento provocado por eles, algo me fazia pensar que, dos Três, ninguém impunha mais respeito e admiração do que minha mãe.

Hermione Weasley acumulou apelidos com o tempo, desde que se tornou Juíza definitiva da Corte Ministerial da Magia.

Olhos de Prata, Garra-de-Ferro... uma porção de denominações estranhas, supostamente referindo-se ao seu serviço impecável como auror-chefe da Inteligência do Quartel-General, cargo que ocupava quando não estava presidindo algum julgamento.

Representante do Departamento de Cooperação Internacional em Magia, era amiga íntima de nosso Ministro da Magia, Kingsley Shackebolt, e era cotada para ser a vice-ministra em alguns meses. Não era preciso intimidação ou coisa alguma para que qualquer olhar se baixasse em sua reverência. Sua simples presença parecia causar a deferência dos demais.

Mas eu sabia que não eram apenas os cargos exuberantes ou as condecorações que faziam mamãe, papai e tio Harry provocarem tanta veneração nas pessoas.

Eles eram sobreviventes.

Haviam passado a vida batalhando contra o mal, sobrevivido às mais terríveis tragédias, para tornar nossa comunidade um lugar melhor e mais seguro, e deixar um legado inestimável para as futuras gerações. Isso merecia mais consideração do qualquer outra coisa.

Bem, essa seria a sina que carregaríamos. Sermos filhos dos bruxos mais famosos e admirados do mundo.

E, ao menos para mim, meu destino era fazer com que, mesmo que nunca atingíssemos sua grandeza, nossos pais se orgulhassem de nós.

Devíamos fazer jus ao nome deles.

O que eu não esperava era que isso fosse significar algo bem maior do que eu jamais pensara.

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Poucas pessoas me eram tão extraordinárias quanto às da minha família.

E, como eu já disse, ela era realmente muito grande.

Minha avó Molly e meu avô Artur tiveram, no total, sete filhos; meu tio Fred, que falecera na Guerra, seu irmão gêmeo, Jorge, minha tia Gina, meus tios Carlinhos, Percy e Gui, e meu pai, Ronald.

Assim como meus pais, depois da Segunda Guerra Bruxa, eles também tiveram filhos. Tio Jorge e tia Angelina tiveram dois, Fred II – ou apenas Fred - e Roxanne. Tio Percy e tia Audrey tiveram Lucy e Molly II – apelidada de Mo. Tio Gui e tia Fleur tiveram três crianças, Victoire, Dominique e Louis. Tio Harry e tia Gina tiveram os três filhos da família Potter: Alvo Severo, Lílian Luna e Tiago Sirius. Meus pais tiveram a mim e meu irmão, Hugo. Tio Carlinhos foi a exceção, e até então permanecera solteiro e sem filhos.

Meus primos eram a mistura mais inusitada e admirável que poderia haver. Victoire iria para o último ano de Hogwarts. Dominique era um ano mais velha do que eu, e entraria para o segundo ano, assim como Tiago e Roxanne. Louis tinha a minha idade, e entraria em Hogwarts junto de mim, Lucy e Alvo. Meu irmão Hugo entraria no ano seguinte, juntamente de Lílian Luna, Molly e Fred.

Eu simplesmente adorava cada um deles. Nunca tive problemas para me sentir querida dentro da família Weasley.

Mas se alguém queria saber o que significa um amor incondicional, era só ver o como fomos criados por Rony e Hermione Weasley.

Aqueles dois eram pessoas maravilhosas. Desde que eu e Hugo nascemos, eles pareciam viver para nós, nos dando toda a atenção e carinho que quaisquer genitores poderiam oferecer. Não poderia haver pais melhores neste mundo.

Ao mesmo tempo em que nos cercavam de agrados, também nos ensinavam todo o necessário. A sermos altruístas, empáticos, bondosos. A refletirmos o que significava ser verdadeiros bruxos de valor em meio à nossa sociedade.

Ao menos para mim, isso nunca foi necessário. Papai e mamãe já eram, por si mesmos, modelos nos quais queríamos nos inspirar. Desde pequena, eu levantava os olhos, deslumbrada, para aquelas minhas duas figuras heroicas, decidida á ser tão habilidosa e admirada quanto eles.

Mas, às vezes, eu achava que havia muito mais por trás de todo o cuidado que recebíamos.

Havia uma porta em nossa casa que estava sempre trancada, onde éramos proibidos de nos aproximar. Ninguém entendia como a grande sebe que circundava o imóvel permanecera vistosa e verde pelos últimos onze anos. Eu não podia brincar com nenhuma das crianças trouxas de nossa rua.

E, por alguma razão, até mesmo alguns adultos pareciam nos temer.

Mas por quê?

Eu e Hugo éramos apenas mais duas crianças bruxas. Tudo bem, éramos filhos de dois dos três maiores bruxos da atualidade. Mas apenas crianças.

Pelo menos, foi nisso que piamente acreditei por um longo tempo.

 

 


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