Na manhã seguinte, Jon acordou e encontrou nos pés da cama um bilhete cuidadosamente enrolado, juntamente com um grande embrulho. Ele desfez o pequeno laço da mensagem e leu seus dizeres. – “Abra o pacote e esteja em frente ao represeiro ao meio dia. Não se atrase!” — Soltou o papel e logo abriu o pacote. Nele havia uma bela e pesada túnica cinza, cuidadosamente bordada com símbolo dos Starks. Um lobo branco se destacava em relevo.

Jon saiu de seu quarto e procurou por Sansa em seu aposento, como não a encontrou, buscou por todos os cantos do castelo. Perguntou às criadas na cozinha e elas não souberam responder. Foi até o salão e encontrou Davos tomando o desjejum.

— Lorde Davos, o senhor viu Sansa hoje?

— Ah sim, ela passou por aqui, ela estava com uma expressão muito animada. Tomou uma xícara de chá e se retirou. Ah... e antes de ir, disse não queria ser incomodada por ninguém, nem mesmo por você Lorde Snow.

Jon saiu apressando e nem percebeu que havia deixado Davos falando sozinho. Pegou seu cavalo e cavalgou ao redor de todo o castelo. Sansa teria seus motivos para não querer ser incomodada e ele não a atrapalharia.

Ao retornar, se deu conta de que havia ficado fora durante toda a manhã. Correu para seu quarto, tomou um rápido banho, vestiu a bela túnica que permanecia em sua cama e como mandava o bilhete, foi até o represeiro. Enquanto caminhava pelo bosque, concluiu que a túnica era a surpresa que a menina havia prometido na noite anterior. Ele só não entendia aquele bilhete, o mandando aguardar naquele local.

Jon chegou a seu destino e parou em frente a árvore-coração. Notou que o lago estava completamente congelado e a água estava tão sólida quanto o chão que pisava. Não demorou muito até que seus olhos viram ao longe, a figura angelical se aproximar. Parecia muito com o sonho que Jon tivera uma vez. Mas agora, ele tinha certeza de que sua visão era real.

Sansa caminhava em sua direção, estava com um vestido novo, num cinza muito claro, quase prateado, era repleto de ricos detalhes e pedrarias cintilantes, seus cabelos estavam meio presos e esvoaçavam com a leve brisa gelada que passava por eles. O rapaz estava atônito com tamanha beleza.

Sansa se aproximou com um doce sorriso nos olhos. Tomou as mãos frias do rapaz para si e quebrou o silêncio. - Não faz muito tempo que descobri que te amava. E quando isso aconteceu, tive uma visão exatamente parecida com este instante. Você me tomava com esposa.

Com lágrimas nos olhos Jon a interrompeu - Eu até mesmo sonhei com este momento Sansa.

— Eu sei, você me contou.  – A menina sorriu docemente. - Sei que não podemos nos casar perante a lei dos sete, mas podemos selar nossa união de forma única. O represeiro será nossa testemunha.

Sansa sorriu e entregou um pequeno papel para Jon, ela não sabia se ele conhecia os votos ditos em casamentos, então, preferiu se prevenir.

— Tive que mudar um pouquinho os votos, mas acho que isso não será um problema. Você está pronto?

— Sim. – Disse emocionado.

Suas vozes foram proferidas em uníssono:

— “Na presença dos sete, agora selamos nossas almas, ligando-as como uma, pela eternidade.

Pai, Ferreiro, Guerreiro, Mãe, Donzela, Senhora, Estranho.

Eu sou dela, e ela é minha.

Eu sou dele, e ele é meu.

Deste dia em diante, até o fim dos meus dias."

Minha senhora. - Jon a puxou para perto de si e a beijou. Ele não podia acreditar que aquilo tudo era verdade. – Me diga que isto não é um sonho.

— Não está sonhando Jon, serei para sempre sua.

Ele pretendia tirá-la do bosque e levá-la para seus aposentos, mas Sansa o impediu.  – Jon, não podemos ser vistos juntos, não se lembra? Tomei cuidado para que ninguém estivesse perto do bosque quando te encontrei. Fique aqui mais um pouco, eu irei na frente e te encontrarei em meu quarto.

Jon ficou mais um tempo no bosque. Ainda se sentia entorpecido com o que acabava de acontecer. Sentado na raiz da grande árvore branca, refletia sobre sua sorte. No passado, jamais imaginou que se casaria. Muito menos com Sansa.  Ainda que não fosse um casamento legítimo, estava feliz pela cerimônia tão bela preparada por ela.

Depois de decidir que já havia esperado tempo o suficiente, Jon se levantou e partiu em direção ao castelo. No pátio, encontrou Davos conversando com Podrick, que tinha acabado de voltar de Correrrio com Brienne.

— Lorde Davos, vou para meus aposentos, durante todo o dia não estarei disponível para ninguém.

— Davos concordou e viu Jon entrar pela grande porta e sumir pelo interior escuro do castelo.

Sansa estava parada em frente à janela do quarto. Seu coração estava acelerado pela ansiedade. Ela já não era mais uma donzela, mas mesmo assim, se sentia como uma. Ela sabia que Jon jamais a tomaria como Ramsey o fez. Tentava se acalmar enquanto aguardava a chegada do amado.

Jon bateu levemente na porta e a chamou pelo nome. – Sansa, posso entrar? – Ele parecia tão ansioso quanto ela. Não queria decepcioná-la.

— Entre, estava te esperando.

Ela havia preparado o quarto com diversas velas perfumadas. E a luz baixa e quente do ambiente, tornava aquele momento ainda mais acolhedor e especial. Jon se aproximou de Sansa e pegou em suas mãos. Ele beijou cada uma delas e as repousou sobre seu peito. Disse que a amava enquanto a conduzia até a cama.

Apesar de ansiosa, Sansa não sentiu medo ou receio. Se deixou levar pelo momento e pelo calor que saltava do corpo de Jon. Ela se virou para que ele soltasse as amarras de seu vestido. Jon afrouxou os cordões e a virou novamente para si. – Tem certeza, minha senhora? Não quero que se sinta obrigada a fazer isso.

— Sim, tenho certeza. – Ela sorriu, enquanto descia os ombros de seu vestido. Jon a ajudava a terminar de remover a peça de roupa, enquanto beijava suavemente seu pescoço e a parte de cima de seu torso. Delicadamente, puxou suas vestes até os pés. Ela deu um passo para o lado para se livrar completamente de suas roupas. Agora, estava completamente nua na frente dele. Sansa não sentiu vergonha, mas suas bochechas coraram quando os lábios de Jon encontraram seus seios e os cobriram de beijos.

Ele parou por um instante e contemplou aquela visão. Sansa era pura perfeição. Seus longos cabelos vermelhos se destacavam na brancura de sua pele macia e cheirosa.

Num rápido movimento, Jon a tomou em seus braços e a deitou na cama. Desafivelou cada um de seus delicados sapatos e os colocou no chão. Inclinado sobre ela, puxou delicadamente as finas meias de seda que iam até seus joelhos e as atirou para longe.

Ficou novamente em pé e começou a desabotoar sua túnica. Sansa o observava com um olhar encantador. Ela seguia com os olhos cada movimento seu. Jon atirou a peça de roupa sobre uma cadeira e em seguida retirou suas botas. Ajoelhado sobre a cama a beijou de forma ardente, foi descendo os lábios por todo seu corpo, começando pelo seu pescoço, depois contornou as curvas de seus seios, passando pelo seu ventre. Jon demorou-se ao beijar o interior de suas coxas. A menina sentia o corpo estremecer a cada toque de seus lábios. Jon afastou levemente os joelhos da garota e tocou com delicadeza sua intimidade. Sansa corou com aquilo. Ele sentiu sua umidade quente e decidiu que ela já estava pronta para recebê-lo.

Ele então soltou o nó de suas calças e as atinou no chão. Indo de encontro ao corpo da ruiva, tomou cuidado para distribuir seu peso nos joelhos e cotovelos, de forma que não a esmagasse. Tudo o que queria naquele momento era ser carinhoso e dar todo o prazer que ela podia sentir, não queria machucá-la.  

Já unidos, Jon a olhou nos olhos e então ela sorriu. Ele podia ouvir sua voz falhada dizer seu nome entre gemidos. Aquilo era o paraíso; como era bom estar de volta à vida.

Permaneceram naquele suave embate por mais algum tempo, moviam-se em busca do prazer, até que Sansa começou a perceber que algo único estava por vir e passou a pedir cada vez mais por ele.

— Jon, não pare... sua voz era como música para seus ouvidos.

Obedecendo, Jon aumentou o ritmo de suas investidas. Pouco tempo depois, a garota sentiu seu corpo contorcer-se em uma sensação inteiramente nova. Uma onda de prazer a percorreu por completo.

 Jon sentia que estava quase atingindo seu ápice, mas temia que se ficasse junto a ela até o final, isso traria a eles a possibilidade de gerar um filho.

— Sansa... eu... – Ele sabia que não aguentaria muito mais.

— Jon, eu quero... eu te quero por completo. – Sussurrou em seu ouvido seu desejo.

 Sua fala fez com que ele se libertasse de seus medos e se entregasse àquele momento. Em um último movimento, despejou suas sementes dentro dela. Com os rostos colados, podiam sentir o calor um do outro. Ele a beijou demoradamente antes de separar seus corpos.

Ainda ofegante, Jon deitou sua cabeça sobre o peito de Sansa.  Ela libertou seus cabelos que estavam presos num coque e passou a afagá-los. – Eu te amo Jon Snow. – Disse com uma voz sonolenta.

— E eu amo você Sansa Stark. – Jon moveu seu corpo e a envolveu com seus braços, ela se aninhou em seu peito e dormiu tranquilamente.

Fim.