Daydreaming escrita por Tisbe


Capítulo 3
Capítulo 3 - Quebrando o silêncio


Notas iniciais do capítulo

Oi gente, quero finalizar logo essa fic e dar um finalzinho mara pra esses dois. Mas tem muita coisa ainda pra acontecer! Beijos pros leitores que estão acompanhando. Me desculpem pelos eventuais erros!



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O grupo continuou seu trajeto até chegar ao castelo comandado por lady Lyanna. E se não fosse pelo discurso simples e honesto de Lorde Davos, Sansa e Jon seriam massacrados pela aspereza e hostilidade da pequena Mormont.

Depois do acordo selado, foram convidados a passar a noite no castelo. No dia seguinte, partiriam para um novo acampamento em busca de mais aliados, porém, uma forte tormenta tomou conta da Ilha e todos foram obrigados a permanecer no local por muito mais tempo que o planejado.

Lyanna cedeu seu antigo quarto a Sansa, disse que não o usava desde o dia em que assumiu o lugar de sua mãe, no comando da Ilha. Jon e Davos foram acomodados num pequeno dormitório num andar acima.

Sansa já estava cansada daquela espera e não queria permanecer na ilha por tantos dias. Era sempre requisitada para participar nos conselhos de guerra, mas quase nunca lhe permitiam manifestar sua opinião. A falta de apreço por suas ideias a incomodava, mas o que mais doía, era o fato de que Jon passou a tratá-la com uma frieza cortante.

Sansa voltava de uma dessas reuniões e quando finalmente chegou em seu quarto, pôde ficar sozinha com seus pensamentos. Sentou-se numa larga poltrona próxima a janela e passou a observar a forte chuva que caía. Ela começou a refletir sobre sua atual situação. Estava grata pela ajuda recebida, mas sentia que aquele pequeno número de soldados, somado ao exército de selvagens, não seria páreo para a numerosa armada de Ramsey. Além disso, ela notava que lady Mormont a via com certo desprezo, achava que a menina a considerava fraca e sem o ímpeto guerreiro, tão natural às mulheres da Ilha dos Ursos. Chegou a sentir raiva de si mesma ao lembrar que censurava sua irmã Arya pelo seu desejo de se tornar uma cavaleira. Se fosse como a irmã, ela teria muito mais valor e participação nas táticas de combate.

— Inútil! É isso que sou! Enganada por Mindinho, torturada por Ramsey, odiada por Jon e agora, subestimada por uma fedelha. - Sansa falava para si mesma, enquanto se preparava mentalmente para o jantar que em breve seria servido. Ela não sentia fome, mas se viu obrigada a participar do banquete, pois não seria de bom tom fazer tal desfeita para sua anfitriã.

Ao começar a desatar os laços de seu vestido para tomar um banho, percebeu que havia enroscando seus cabelos nos colchetes de suas vestes. Os fios se emaranharam e ela não conseguia alcançar suas costas para se desvencilhar das cordas e presilhas de sua roupa. Cansada de tentar sozinha, foi até a porta do quarto na esperança de encontrar alguma criada para ajudá-la.

Já em seu quarto, Jon olhava para uma velha pele de urso que fora estirada na parede. Sentiu pena do pobre animal e sentiu ainda mais pena de si mesmo. Não conseguia entender como o destino o tinha trazido até ali. Não entendia o motivo de seu retorno à vida, nem mesmo a razão de seu nascimento. – Sou a droga de um bastardo de pai e mãe! Fui um patrulheiro que quebrou seu juramento, um comandante traído pelos próprios irmãos e pior ainda... estou sendo impiedoso com Sansa!

 Durante o trajeto à Ilha dos Ursos, Jon decidiu não pensar no segredo revelado por Sansa, mas ao passar dos dias, já se sentia um pouco mais aliviado pela positiva da casa Mormont então, se permitiu cuidar de suas próprias angústias. Decidiu que não questionaria mais seu passado, nem se lamentaria por seus infortúnios. Trocou suas roupas e foi até a penteadeira próxima a cama para despejar numa bacia um pouco da água gelada que estava em uma jarra metálica. Lavou seu rosto para afastar o cansaço e renovar os pensamentos.

Já arrumado, decidiu procurar Davos para planejar a saída da ilha. Desceu dois lances de escada e se viu obrigado a continuar seu caminho no corredor do quarto em que Sansa estava acomodada. Sempre que passava por lá, temia dar de frente com a garota. Não tinha certeza do que faria se estivesse sozinho com a menina. Ainda estava confuso e se acostumando com sua nova realidade.

Sansa estava impaciente do lado de fora de seu dormitório, estava tentada a descer até o salão principal e pedir ajuda para se soltar. Quando deu o primeiro passo em direção à saída, viu a sombra de alguém se aproximando. – Ah então é você! – Riu timidamente, já que era Jon que vinha em sua direção.

— Algum problema milady? Estava aguardando alguém?

— Bem... ninguém em especial, eu preciso de alguma senhora para me ajudar, estou com os cabelos enroscados em meu vestido e é impossível desatar estes nós sozinha. Estou aqui a um bom tempo e você é a primeira pessoa que passa por mim. Minha água do banho está esfriando. – Concluiu sua frase com um sorriso de resignação.

— Se a senhorita não se importar, posso tentar ajudá-la. – Aguardou a positiva da garota e pediu que ela se virasse para tentar observar o nó. – Está muito escuro nesse corredor, precisamos de luz. – Disse, enquanto tocava seu ombro e a conduzia até o interior do aposento.

Sentaram-se na cama e de costas, ela podia sentir a respiração atrás de si. Aquela era a primeira vez em que ficavam tão próximos desde o momento da revelação de Sansa. Por estar tão perto da garota, as mãos de Jon tremiam e suavam frio, seus dedos vacilaram e demoraram um pouco mais para libertar os cabelos vermelhos daquela situação. – Pronto, já está livre!

Ela girou seu corpo, ficando diante do rapaz. Agradeceu, mas queria dizer muito que aquilo, queria perguntar quais eram seus pensamentos, mas permaneceu calada por temer sua reação.

Depois de um instante de silêncio, Jon foi o primeiro a falar. – Sansa, quero me desculpar pela reação que tive depois do que me contou. Perdoe-me por tê-la mantido na agonia de meu silêncio. Eu não tinha colocado meus pensamentos em ordem e por isso não fui capaz de me manifestar. Tanta coisa ao mesmo tempo me fez perder o sentido. Pensei muito a respeito de tudo e a menos que o tio Benjen reapareça, jamais saberei de minha verdadeira origem. E mesmo sem compreender as razões de seu pai, sinto que ele realmente me queria bem e que sempre me tratou como um filho de verdade. Quanto a você, eu tenho que ser grato, pois me revelou a verdade. Fez o que achava certo e me libertou de um sentimento que me castigava. - Jon terminou suas palavras e se deu conta de que segurava as mãos da garota e ela lhe olhava com ternura e lágrimas nos olhos.

— Jon... Senti muito sua falta. Durante todo esse tempo, passar por você e não poder conversar, nem olhar direito em seus olhos estava me matando. Obrigada por estar aqui!

Jon sorriu de modo triste. – Sansa, como sabe, meus sentimentos por você não são os de um irmão e o que eu realmente sinto não mudou durante esses dias, mas sei que nunca poderemos ficar juntos. Ainda que todos saibam que não sou filho de Ned Stark, ninguém sabe quem eu realmente sou. Posso ser um qualquer; filho de um mercenário, ou de uma meretriz. Não tenho um nome, não tenho posses ou influência. Você é uma lady, uma princesa e merece um lorde a seu lado. Eu sou apenas um bastardo de pai e mãe, nunca poderei lhe dar o que merece.

Sansa tocou levemente o rosto do rapaz. – Jon, você não compreende... estamos livres! Temos apenas um ao outro e não vou abrir mão de você por um simples sobrenome. Já fui humilhada e desonrada por homens que tinham títulos e se diziam lordes. Um rei já me torturou pelo simples fato de eu ser uma Stark, carrego o título de dois casamentos que me causam asco. Não quero a nobreza de ninguém, quero apenas tomar de volta o que é meu, o que é nosso e de nossos irmãos. Eu te amo e te quero do jeito que você é!

O coração do rapaz vibrou com aquelas palavras e naquele momento, seu amor por Sansa se revelou ainda mais forte e sublime. - Que assim seja, minha senhora! – Falando baixo e com um sorriso no olhar, Jon a segurou pela nuca e um beijo cheio de desejo invadiu a boca da garota. – De agora em diante serei para sempre seu! – Sussurrou em seu ouvido sua promessa de amor.

— Para sempre sua! - Sansa levou as mãos até seus cabelos negros e encaracolados, olhou em seus olhos e jurou amor eterno ao rapaz.

Voltaram aos beijos, trocando suspiros apaixonados. Sansa já estava por cima do corpo de Jon, sentou em seu colo tentou tirar-lhe a camisa. Ofegante, ele a ajudou a livrar-se da peça de roupa. Eram guiados apenas por seus instintos e pelo desejo de ter cada vez mais um do outro, estavam dispostos a ir até o final, sem medir todas as consequências de seus atos. Mas, apesar de entorpecida com os toques e beijos de Jon, Sansa parou de súbito. – Não posso! Não aqui e nem agora!


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Notas finais do capítulo

Obrigada pra quem chegou até aqui! Beijos



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