Maldito seja o amor escrita por Erin Noble Dracula


Capítulo 19
Katerina Lazar




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P.O.V. Henry.

Demorou um tempo, porém finalmente pude conhecer minha filha. 

Nunca vou me acostumar a ver uma mulher de calças.

—Ela é perfeita. Sorridente. Com quantos anos ela já está?

—Só alguns meses. Sete meses. Não é mesmo gatinha? Ah!

Ao ver sua mãe minha filha sorriu, abriu sua boquinha tentando expressar sua felicidade.

—O besta do seu pai nem sabe segurar você direito.

—Se não tomar cuidado faço cortarem sua língua. 

—Faz nada.

—Então, Jenna ein?

—Na verdade não. Mudei de ideia na última hora e batizei ela de Katerina. É, foi a anestesia.

—Anestesia?

—Medicação pra dor. Me deixou meio aérea por um tempo.

As vestimentas do bebê eram muito diferentes das nossas. 

—Ela é uma bruxa?

—Sim. E muito poderosa por sinal. Fala, eu chorei e dei um apagão em Nova York.

—Ela não vai falar, vai?

—Não. Ainda não.

Marishka não permitia que as amas de leite amamentassem Katerina. Era uma mãe extremamente amorosa e zelosa, faltava á bailes e festejos para ficar com nossa filha. Exigia que as amas lhes prestassem esclarecimentos sobre tudo o que se tratava de Katerina. A levava periodicamente para o futuro, ao consultório do médico. Jamais permitiu que o médico da Corte lhe aplicasse sangria ou suadouro, qualquer tratamento.

—Sou um médico muito bem qualificado, senhora.

—Eu sei. Não duvido da sua capacidade enquanto médico, porém o seu nível de conhecimento é muito escaço. A sangria só deixa o paciente mais debilitado e suadouro o deixa desidratado. Em resumo, o seu conhecimento apenas ajuda a morte a levar seu paciente mais depressa.

—Você é mesmo uma bruxa!

—Não sei porque vocês falam isso como se fosse uma ofensa. Não me ofende. Eu nasci bruxa, me orgulho de ser uma bruxa e vou morrer bruxa.

Katerina começou a chorar.

—Oh, é hora de nanar. Vamos nanar. Boa noite Doutor.

—Boas noites senhora.

P.O.V. Doutor Carlton.

Esta bruxa está me tirando meus pacientes. Os que passam nas mãos dela quase sempre saem curados enquanto que os que passam nas minhas quase sempre saem mortos.

Fui até o quarto onde ela estava alojada juntamente com a criança. Não posso tocar na criança, mas nela...

Eu a ouvi cantar.

—Brilha brilha estrelinha, quero ver você brilhar.

Então, notei que apesar de todas as velas do quarto estarem apagadas havia luz. Quando olhei para cima não pude crer. Estrelas. Centenas de milhares de estrelas no teto do aposento.

—Faz de conta que é só minha, só pra ti irei brilhar, brilha brilha lá no céu. Alecrim, alecrim dourado que nasceu no campo sem ser semeado.

Logo o chão estava coberto de alecrim.

—Foi meu amor, que me disse assim que a flor do campo é o alecrim.

Quando a bruxa parou de cantar, as estrelas sumiram assim como o alecrim. Ela deitou na cama e dormiu.

Agora é a hora. Tirei o punhal da bainha e quando estava prestes a cravá-lo no coração dela... senti meu corpo ser arremessado longe e bater na parede. Ao olhar em volta vi a criança de olhos abertos, seus olhos num tom violeta brilhante luminescente.

A mãe acordou, os guardas entraram e agora estou preso.

 


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