Bruxas e Caçadores escrita por ackleholicbr


Capítulo 54
Supernatural?!




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Quinze dias depois...

Em uma cidade qualquer dos EUA. Dean, Sam é Prue entram em uma livraria para investigar mais um caso.

— O FBI está investigando um problema com roedores? – o atendente da livraria perguntou.

— E quanto a áreas frias? – Sam perguntou. – Percebeu alguma queda súbita na temperatura?

— Eu sabia!Vocês estão jogando RPG, não é?

— Como é? – os três perguntaram juntos.

— Vocês são fãs!

— Fãs de que? – Prue perguntou, confusa.

— O que é RPG? – foi à vez de Dean perguntar.

— "Role Playing Game". – o homem disse rindo. – E são bem detalhistas, também.

—  Desculpe, não sei do que está falando. – Dean tornou a dizer.

— Vocês estão fazendo perguntas, como se o lugar fosse assombrado. Como aqueles caras dos livros. – o homem estava visivelmente rindo. – Qual é o nome mesmo... uh... "Supernatural".

— Supernatural? – Prue perguntou.

— Sim. Dois caras e uma mulher usando identidades falsas, com apelidos de bandas de rock. Caçando fantasmas, demônios, vampiros... Como são os nomes deles?

— Eu ainda não tenho idéia do que está falando. – Dean tornou a dizer.

— Sam, Prue e Dean ? – Prue perguntou.

— É isso aí! – o cara disse rindo. – Era uma sequência. Mas, não vendeu muitas cópias... – o homem disse se levantando e foi para uma das prateleiras da livraria. – Tinha tipo um grupo secreto que seguia os livros... Deixa-me ver... Ah, aqui! – entregou-lhes um livro. – Este é o primeiro.

— "Supernatural", por Carver Edlund. – Sam leu.

"Por uma estrada isolada na Califórnia, uma misteriosa "Mulher de Branco" atrai homens para a morte...”— Dean leu a contracapa do livro. – Vamos precisar de todas as cópias de “Supernatural" que você tem.

***

No quarto de motel, Dean e Prue estavam lendo os livros, enquanto Sam estava pesquisando sobre o tal autor da séries de livros intitulada Supernatural.

— Isso é muito insano. – Dean disse.

— Nem me fala. – Prue bufou. – Como é que esse cara sabe de tudo isso? Ele sabe dos meus poderes, e sabe quem são minhas irmãs. – se levantou da cama.

— Está tudo aqui, é quero dizer... tudo mesmo. – Dean disse virando a pagina do livro. – Desde a nossa primeira caçada, até eu fazendo sexo no impala. Estou em nu frontal aqui, cara.

— Como é? – Prue se aproximou dele. – Eu não acredito que...

Ela estava completamente perplexa. Não só aquela noite com o Dean estava naquele livro. as outras também deveriam estar. E ela não podia acreditar naquela invasão de privacidade.

— Isso é invasão de privacidade. – Prue bufou.

— Como é que nunca ouvimos falar dele antes? – Dean perguntou se levantando da cama.

— Não está muito claro... – Sam disse digitando em seu notebook. – A circulação das cópias era quase zero. Começou em 2005... A editora publicou até o mês passado, antes de falir. E, uh... o último livro... O Dean torturando Alastair.

— Que ótimo.... – Dean bufou.

— Mas isso aconteceu a pouco tempo. Ele não conseguira escrever um livro e publicar em um mês. – Prue se aproximou deles. – Isso é muita loucura, como ele sabia o que ia acontecer antes? – sentou-se em uma cadeira.

— Não sei, mas gostaria muito de saber. – Dean disse olhando a pagina que seu irmão lhe mostrou. – Olha só... tem até fãs. – disse com ironia. – Você leu?

—Sim. – Sam respondeu. – E para fãs, esses caras reclamam bastante

— Escuta esse cara o "Simpático" diz: "O enredo dos demônios é banal, clichê." – Dean foi irônico. – Ah, é? Foda-se o Simpático... Nós vivenciamos isso.

— É... continue lendo. Vai ficando melhor. – Sam cruzou os braços.

— Os três juntos?! – Dean o olhou surpreso. – Eles sabem que somos irmãos, né? E que isso nunca. Nunca aconteceria!

— Tipo... juntos, juntos? – Prue perguntou se aproximando de Dean. – Isso é doentio!

— Sim, mas parece que não se importam... – Sam a olhou.

— Temos que achar esse "Carver Edlund". – Dean fechou o computador.

— É, mas não vai ser tão fácil. Sem referências, sem endereço... Parece que "Carver Edlund" é o nome de uma banda. –  Sam se levantou.

— Mas alguém tem que saber quem ele é. – Dean bufou. – Ele não pode sair por ai falando de nossa vida.

***

Sam e Dean estavam na casa mulher responsável pela publicação do livro, enquanto Prue espera por eles no carro.

— Esperamos que nosso artigo possa trazer uma luz para as séries que não foram devidamente apreciadas. – Sam esforçou um sorriso.

— Sim! Uma vez que tivermos uma boa publicidade, talvez possamos voltar a publicar!

— Não, não, não. Por Deus... não. – Dean soltou. – Quer dizer... por que faria isso?Já é uma... uma série tão completa. Com o Dean indo pro Inferno e tudo mais.

— Ai, meu Deus, esse foi um dos meus preferidos. – a mulher sorriu. – Porque o Dean era tão... forte, másculo, corajoso, gost...

— Está bem. Entendi. –  Dean sorriu.

— E o Sam... – a mulher continuou depois da interrupção. – Tão sentimental, destemido, e... O jeito que os irmão são... Se pelo menos os homens de verdade se abrissem daquele jeito...

— Homens de verdade? – Dean perguntou.

— Quer dizer... sem ofensas... Quantas vezes você já chorou daquele jeito ?

— Bem... agora mesmo estou chorando por dentro... – Dean foi irônico.

— Era pra isso ser engraçado?

— Garota, tudo isso aqui é engraçado. – Dean revirou os olhos.

— Quer dizer estava tudo tão bem. Até entrar aquela bruxa... a Prue. – a mulher disse. – Não me entendam mal. Eu gosto do personagem dela. Mas esse relacionamento intenso e maluco que ela vive com o Dean... Talvez se ela não ficasse com ele... sou muito ciumenta com o meu garoto.

Prue olhava as horas em seu celular de cinco em cinco minutos. Eles estavam demorando uma eternidade para conseguir o endereço do tal autor. Ela saiu do carro, e se encostou a ele. Mais um pouco era capaz de ela entrar naquela casa.

— Que demora! –  Prue se afastou do carro, ao vê-los se aproximar.

— Foi difícil conseguir o endereço com aquela maluca. –  Dean apontou para a casa.

— Tivemos que provar que éramos fãs do livro. –  Sam revirou os olhos.

— E como fizeram isso? –  Prue perguntou ao entrar no carro.

— Mostrando nossas tatuagens. –  Dean respondeu. –  Segundo a maluca, ela é ciumenta com os garotos dela.

— Garotos dela?

— Ela disse que o Dean…

— Não quero saber, Sam. –  Prue olhou para a casa, e então escutaram um grito.

— O que você fez? – Dean a olhou, segurando o riso.

— Eu? Nada. – ela riu. – Então, como se chama o nosso autor oculto?

— O nome dele é Chuck Shurley. – Sam respondeu rindo.

***

Chuck estava em seu pequeno escritório improvisado em sua cozinha bagunçada. Garrafas de bebidas estavam espalhadas por todo canto.

— "Sam, Dean e Prue aproximam-se da casa com ansiedade... Eles queriam mesmo saber os segredos? Que poderiam estar atrás daquela porta? Os três trocam olhares profundos, e então... com determinação Dean aperta a campainha”...— Chuck parou de ler a página de seu livro, ao escutar a campainha.

— Você é Chuck Shurley? – Sam perguntou.

— O Chuck Shurley que escreveu os livros "Supernatural"? – Dean o olhou.

— Talvez... por quê? – Chuck disse.

— Eu sou o Dean, este é o Sam. E essa é a Prue. E você está escrevendo sobre a gente. – impediu que ele fechasse a porta. – O negócio é o seguinte... Nós temos uma vidas, e você as usa para escrever seus livros. – disse nervoso.

— Olha, nós só queremos saber como é que você faz... – Prue se aproximou dele.

— Não estou fazendo nada... eu sou um escritor!

— Como sabe tanto sobre demônios? E fantasmas, e Changelings? – Dean perguntou furioso.

— Isso é algum tipo de obsessão maluca? – Chuck perguntou assustado.

— Acredite, não somos fãs. – Dean disse sério.

— Então o que querem?

— Que você pare de escrever sobre nossas vidas. – Dean elevou o tom de voz.

— Eles são personagens fictícios! Eu os inventei! – Chuck gritou. – Eles não são reais!

Dean abriu o porta-malas do Impala, mostrando todo o arsenal . Chuck olha surpreso, tudo o que ele tinha escrito sobre aquele carro e seu arsenal estava bem na sua frente. Mas mesmo assim, continuava achando se tratar de fãs de seus livros. Com custo Os Winchesters e a Halliwell conseguiram provar que eles eram mesmo as pessoas das quais ele escrevia.

— O quanto você sabe? – Dean perguntou. – Você sabe sobre os anjos?

— Ou da Lilith quebrando os selos? – Prue o encarou.

— Espera aí, como vocês sabem disso?

— A pergunta é como você sabe? – Dean o olhou.

— Porque eu escrevi isso.

— Você continuou escrevendo? – Sam perguntou surpreso.

— Sim, mesmo depois que a editora faliu, mas esses livros nem foram lançados. – Chuck começou a rir. – Isso é algum tipo de pegadinha, não é?

— Bem, prazer em conhecê-lo, eu sou Dean Winchester, este aqui é meu irmão, Sam. E ela é a Prue Halliwell.

— Esses sobrenomes nunca foram colocados nos livros... Eu nunca contei isso a ninguém... Nem mesmo anotei.

Chuck correu pra sua casa, e tomou sua bebida de uma só vez. Ele respirou profundamente, mas ao se virar deu de cara com os Winchesters e a Halliwell.

— Vocês ainda estão aí?

— Uhum. – Dean disse encostando-se ao batente da porta da cozinha.

— Vocês não são uma alucinação?

— Não. – Sam disse.

— Bem... então só há uma explicação... Obviamente, eu sou um deus.

— Você não é um deus. – Dean revirou os olhos.

— E de que outro jeito você explica isso? Eu escrevo as coisas e elas se tornam reais? – Chuck ainda estava confuso, então olhou para Prue. – Você e suas irmãs são mesmo bruxas?

— Yep! – ela cruzou os braços. – Eu adoraria te mostrar meus poderes, mas seria capaz de você sair correndo porta afora.

— Ok! – Chuck respirou fundo. – Eu sou um deus mesmo. Um deus cruel, cruel... um deus caprichoso. Tudo o que eu lhes fiz passar...

— Mas ainda estamos inteiros. – Dean colocou as mãos no bolso.

— Eu queimei viva a mãe de vocês, depois matei o pai... – Chuck então olhou para a Halliwell. – E você e suas irmãs?! Aqueles demônios, a morte das duas... E tudo isso pra que? Tudo pela simetria literária? Eu brinquei com suas vidas... suas emoções... tudo por... diversão.

— Você não brincou com a gente, Chuck... Okay? Você não nos "criou". – Sam disse sério.

— Vocês tiveram que passar pela praga daqueles insetos mesmo?

— Sim. – Sam respondeu.

— A sua ida para o inferno?

— Sim... isso também. – Dean revirou os olhos.

— A vida passada da Prue, Alastair...

— Também. – ela sentou-se em uma das cadeiras.

— Eu... sinto tanto... Quer dizer... horror é uma coisa, mas ser forçado a viver um livro ruim? Se eu soubesse que isso era real, eu não teria escrito nem mais uma palavra.

— Chuck, você não é um deus! – Dean gritou.

— Nós achamos que você deve ser só um paranormal... – Sam disse.

— Não... Se eu fosse paranormal, vocês acham que eu estaria escrevendo? Escrever é difícil.

— Parece que você se focou nas nossas vidas... – Prue o olhou.

— Mais precisamente, como um laser. – Dean o olhou.

— Está trabalhando em alguma coisa agora? – Sam perguntou.

— Ah, merda!

— O quê foi? – Dean perguntou não gostando da expressão de Chuck.

— O último livro... É... é meio estranho...

— Estranho como? – Sam perguntou.

— Eu me coloquei dentro da estória... Eu escrevi a mim mesmo na minha casa, sendo confrontando pelos meus personagens.

***

De volta ao motel, Prue e Dean estavam lendo os capítulos que Chuck tinha escrito, enquanto Sam tinha saído para comprar o jantar.

— Estou sentado na cama, lendo sobre mim mesmo sentado em uma cama, lendo sobre mim mesmo... minha cabeça dói. – Dean apertou o nariz, respirando fundo.

— Tem algo que esse cara não está dizendo... – Prue desviou sua atenção do papel.

"Prue se levanta da cama, e vai até a geladeira do quarto. Ela começava a ter dúvidas se o Chuck estava dizendo toda a verdade".

A Halliwell deu de ombros, e bebeu sua água.  Abriu o notebook e tornou a olhar para o Dean.

— "Prue olha para Dean, pensando o quanto seria bom se a vida dos dois não tivesse nenhum tipo de lance sobrenatural. Talvez as coisas pudesse ser diferente entre eles"— Dean a olhou tão surpreso quanto ela. –  Isso é verdade?

— Não! – Prue tentou disfarçar.

— O que é verdade? – Sam perguntou ao entrar no quarto.

"Sam entra no quarto com sacolas de comida chinesa, interrompendo a conversa"  — Dean o encarou. –  "Sam mexe seus ombros, e coloca as sacolas em cima da mesa e pergunta - Estavam brigando de novo? - Sam acha que eles deveriam parar de brigar e aceitar que são iguais."

— O cara é bom... – Sam deu de ombros.

O celular de Dean começou a tocar em cima da mesa. Chuck pediu que eles fossem até a sua casa, porque ele tinha que lhe mostrar algo importante.

— Isso era bem mais fácil antes de vocês serem reais...

— Nós aguentamos, fala logo. – Dean disse sério sentado no braço da cadeira da sala.

— É a Lilith. Ela está vindo atrás do Sam.

— Vem matá-lo? – Dean perguntou.

— Quando? – Sam se apressou a perguntar.

— Hoje à noite.

— E ela vai só aparecer do nada? Aqui? – Dean perguntou.

— "Lilith passa a mão na cama, de modo sedutor. Incapaz de negar seu desejo, Sam sucumbe. E eles se afogam na aventura da paixão demoníaca ardente".— Prue leu completamente surpresa aquelas linhas.

— Você está brincando, né? – Sam começou a rir

— Você acha isso engraçado? – Dean encarou seu irmão.

— E você não acha? Ah, qual é... "paixão demoníaca ardente"?

— Esse é só o primeiro rascunho...

— Espera um pouco... Talvez Sam tenha razão... Vai ver você esteja errado, Chuck. Lilith é uma criança. – Prue disse interrompendo a briga entre os irmãos.

— Não, dessa vez ela é uma dentista de Ington, Indianna.

— Perfeito. – Dean foi irônico. – Então, o que acontece depois da "paixão demoníaca" sei lá.

—Não sei... ainda não vi isso. –  Chuck o olhou.

— Dean, não com o que se preocupar. Lilith e eu?! Na cama?

Dean encarou seu irmão, demonstrando que não queria mais discutir aquele assunto, e então se virou para Chuck perguntando como aquela coisa toda funcionava.

— Quer dizer, o meu método? – Chuck perguntou.

— Sim. O seu processo. – Dean disse.

— Normalmente começa com uma dor de cabeça... Uma bem forte. A aspirina não resolve, então eu bebo até cair no sono. Da primeira vez que aconteceu, eu pensei que fosse só um sonho maluco. Só que as coisas que continuavam a aparecer, e eu não consigo parar... – Chuck suspirou.

***

Enquanto estavam a caminho do motel, Prue estava sentada no banco de trás do Impala, lendo as folhas que Chuck havia lhe entregado.

 — Isso aqui... tudo isso aqui é totalmente irracional... – Prue disse. – "Dean entrou seu amado Impala, e saiu... Um pedaço de plástico na janela traseira, se agitava como as asas de um corvo".

— Um plástico? E na janela traseira... E você simplesmente sai dirigindo. – Sam riu. – Você mataria um.

— Ele pode errar nos detalhes, mas não erra quanto ao resultado final. –  Dean deu de ombros.

— Então o que vamos fazer? Não estamos nem de longe preparados para encarar Lilth. – Prue suspirou.

— Eu sei. Por isso, que eu digo que isso não vai acontecer hoje à noite. – Dean disse. – O livro nos dirá o que não fazer... Então se o livro diz pra virarmos à esquerda...

— Nós viramos à direita. – Sam completou o irmão.

— Exato. Assim nós saímos do livro, sem precisar chegar até o final. –  Dean riu. –  Hoje vai ser o "Dia do Contrário".


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