Bruxas e Caçadores escrita por ackleholicbr


Capítulo 5




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São Francisco – Califórnia

Um mês depois...

Prue estava dormindo tranquilamente, quando Sam ligou pedindo ajuda. Seu irmão Dean foi eletrocutado, durante uma luta contra um fantasma.

Espera! – ela sentou-se na cama. – Como foi isso?

— Nós estávamos resgatando duas crianças em uma casa abandonada, e o fantasma o atacou. 

— Onde vocês estão? — perguntou levantando-se da cama e, jogando algumas roupas na mala.

— Ford City em Nebraska.

Ok! Vou tentar pegar o primeiro vôo que encontrar. Em que hospital, vocês estão?

— No hospital central.

Prue desligou, pegou sua mala e, correu para o aeroporto. Ela não fazia ideia do porque largou tudo e, foi para Nebraska ajudar a Sam a encontrar uma cura para Dean. Ela só sabia que estava louca de preocupação. O que era completamente estranho, já que eles tinham se conhecido há pouco tempo.

Ford City – Nebraska.

Prue passou pela porta do hospital e, encontrou Sam conversando com o médico. Quando ele notou a presença de sua amiga, saiu do quarto, deixado o médico examinar seu irmão sozinho.

— Como ele está? – ela foi logo perguntando.

— Não sei ao certo. O médico está examinando ele agora.

— Ai, Sam! Vai ficar tudo bem, ele vai se recuperar...

E nesse momento o médico saiu do quarto de Dean e, sua cara não era uma das melhores. Prue sentiu seu sangue gelar ao escutar o que o médico falava...

— A eletrocussão promoveu um ataque do coração bem forte, receio dizer isso. O coração dele está danificado.

— Quão danificado? – Sam perguntou preocupado.

— Fizemos tudo que pudemos. Podemos deixá-lo confortável até agora, mas eu daria a ele algumas semanas no máximo, um mês, talvez.

— Não tem nada que possamos fazer? – a ruiva perguntou. – Algum tipo de tratamento?!

— Não podemos fazer milagres. Realmente sinto muito. – o médico sorriu fraco, os deixando sozinhos.

Enquanto Sam foi conversar com o irmão que tinha acabado de acordar, Prue estava na recepção tentando ligar para John. Mas seu telefone só caia na caixa postal, que pedia que ligasse para o Dean!

John, aqui é a Prue. – ela suspirou. – O Dean está muito mal, acho que você deveria vir pra Nebraska, o mais rápido possível.

— Acho que devemos procurar alguma coisa pra ajudar o Dean. – Sam se aproximou dela.

— Como o que?

— Sei lá, qualquer coisa. Não podemos deixar o Dean morrer.

Prue apenas concordou com a cabeça e, foi para o motel com ele. Eles descobriram como salvar o Dean. Nem que pra isso, ela tivesse que revelar seus poderes.

— Mãos a obra, Sam. – a ruiva sentou-se, pegando o diário de John.

Eles viraram duas noites, fazendo pesquisa, ligando para conhecidos, até que receberam uma resposta. Um dos amigos de John havia dito que tinha um especialista em Nebraska e, que era em uma cidade próxima.

— A única duvida é... Como vamos levar o Dean até essa cidade?!

— Tá esperando alguém?

— Não. – Sam abriu a porta e, deu de cara com o irmão. – Que diabos está fazendo aqui?

— Eu dei alta para mim mesmo. – Dean entrou no quarto. – O que você está fazendo aqui?

— Vim ajudar seu irmão, a achar um jeito de te ajudar. – a garota deu de ombros. – Você é um maluco em ter saído do hospital!

— Não vou morrer num hospital onde as enfermeiras nem são gostosas. – ele a olhou de cima a baixo.

— Sam, seu irmão é um completo maluco. – Prue o olhou surpresa.

— Você pode morrer e...

Dean pareceu não se importar com o que o irmão estava dizendo. Apenas queria entender porque ele chamou Prue para ajudá-lo.

— Vocês dormiram? Parecem pior que eu.

— Andamos pesquisando nos últimos três dias. – Sam se virou para o irmão.

— Por quê?

— Como assim pra que?! Pra te ajudar!

— Um dos amigos do papai, o Joshua, retornou a ligação. Contou sobre um cara em Nebraska, um especialista.

— Não vai me deixar morrer em paz, vai?

— Não vou deixar você morrer de jeito nenhum. Vamos para lá.

— Ela também vai? – Dean perguntou olhando a ruiva de cima a baixo.

— Vou. Porque se esse cara não puder te salvar, eu faço questão de te matar. – ela esforçou um sorriso.

***

— Acho que é aqui Sam! – Prue apontou para um portão de ferro aberto.

Quando Dean desceu do carro e, viu muitas pessoas entrando em uma tenda branca, não gostou nada do que via. E piorou essa sensação quando leu o que tinha escrito na placa: “The Church of Roy LeGrance – Faith Healer” 

— Vocês são dois mentirosos desgraçados. Pensei que íamos ver um médico.

— Eu disse "um especialista". Esse cara parece ser sério.

— Não acredito que você me trouxe para ver um cara que cura pessoas dentro de uma tenda. Um curandeiro?

— Talvez seja bom ter um pouco de fé, Dean.

— Sabe no que eu tenho fé? Na realidade. Saber o que está acontecendo.

— Como pode ser tão cético com o que vemos todos os dias?

— Exatamente. Nós vemos. Sabemos que são reais.

— Se você sabe que há coisas ruins lá fora, Porque não pode acreditar que também há coisas boas?

— Eu vi o que a maldade faz com pessoas boas.

Prue estava quieta apenas escutando a conversa dos irmãos. E ela se irritou com o modo que o Dean estava agindo, era como se para ele estivesse tudo bem morrer.

— Sabe, eu acho que você deveria parar de reclamar um pouco e ajudar o Sam a te ajudar! – parou de andar e, se virou para ele. – Você está sendo um chato! Para de olhar pra sua tragédia e começa a aceitar a ajuda! – entrou furiosa na tenda.

— Não sei por que ela teve que vir, quando a gente a convidou pra caçar com a gente, ela simplesmente se mandou.

— Vamos manter o foco e apenas tentar?

— Talvez Deus escreva certo por linhas tortas. – uma moça loira se aproximou deles, dentro da tenda.

— Talvez Ele escreva. – Dean sorriu a olhando.

— Vamos, Layla, vai começar. – uma senhora a chamou para se sentarem.

— Aposto que ela escreve certo por algumas linhas tortas. – Dean riu.

Prue revirou os olhos, não acreditou que ele ia tentar flertar com uma garota, mesmo que em uma igreja. Layla sentou-se, uma fileira atrás dos Winchesters e, Prue preferiu ficar de pé na lateral da tenda. Evitou ficar ao lado deles, não queria se intrometer nos assuntos dos irmãos, por mais que já tivesse feito o suficiente disso.  Então o pastou começou a dizer suas palavras...

— É um Senhor que faz a cura aqui, amigos. O Senhor que me guia na escolha de quem curar, me ajudando a entrar no coração das pessoas.

—No coração e nas carteiras. – Dean soltou.

— Você acha, meu jovem?

— Desculpe.

— Não, não. Não se desculpe.

— Posso ser cego, mas ouço muito bem. – o pastor Roy disse. – Qual o seu nome, filho?

— Dean.

— Quero que suba aqui comigo

— Não, tudo bem.

— O que você está fazendo? – Sam perguntou surpreso para o irmão.

— Você veio aqui para ser curado, não veio? – o pastor perguntou.

— Bom, sim, mas... Talvez você devesse escolher outra pessoa.

— Eu não escolhi você. O Senhor escolheu!

Dean mesmo contra sua vontade e, subiu no pequeno palco que tinha no centro da tenda. Foi só então, que Prue reparou em um dos objetos que estavam em cima de uma mesa. Ela podia jurar que já tinha visto aquele símbolo em algum lugar só não se lembrava de onde.

— Olha, não quero desrespeitar, mas não acredito muito nisso. – Dean se aproximou do pastor.

— Você vai acreditar, filho. Você vai. Rezem comigo, meus amigos.

Todos ficaram em silêncio enquanto rezavam e, o pastor colocou uma de suas mãos na cabeça de Dean e começou a rezar. Então Dean começou a sentir uma fraqueza no corpo e, acabou desmaiando. Sam e Prue correram para próximo dele, procurando saber como ele estava. E quando Dean acordou viu um homem estranho atrás do pastor. Prue olhou na mesma direção que ele e, pensou ter visto errado. Ela só podia ter visto coisa.

***

Sam andava de um lado para o outro, dentro de um consultório médico, enquanto esperava que a médica voltasse com os resultados dos exames do irmão. Dean estava calado, pensando no que tinha acontecido com ele e, Prue fazia a mesma coisa, ela tentou buscar a fundo de sua memória, onde ela tinha visto aquele símbolo.

— Bom, de acordo com os testes, não há nada de errado com seu coração. – a médica disse ao entrar no consultório.  – Nem sinal de que houve. Não que alguém da sua idade deveria ter problemas de coração, mas... Ainda que seja estranho, acontece.

— Como assim estranho? – Dean perguntou.

— Ontem mesmo, um jovem como você, 27 anos, atleta. Do nada, teve um ataque do coração. – a médica os olhou. – Bem vou checar outros pacientes.

— Isso é estranho.

— Talvez seja coincidência. – Sam disse. – Corações param de funcionar de repente, cara.

— Não, não param.

— Olha, Dean, você quer mesmo investigar isso a fundo?

— Por que não podemos agradecer por ele salvar sua vida e seguir em frente?

— Porque não posso combater essa sensação.

— Que sensação? – Prue perguntou, descruzando os braços.

— Quando eu fui curado, eu me senti... errado.

— Como?

— Eu senti frio e por um segundo, eu vi alguém. Um homem velho, como um espírito.

Então Prue teve certeza de que realmente tinha visto aquele homem com desenhos no rosto. Ele deveria ter alguma ligação com o objeto que ela viu e as curas que o pastor Roy fazia. O que ela teria que fazer, era procurar no Livro das sombras. Mas como?! Se nem Sam, ou Dean sabiam que ela e suas irmãs eram na verdade, bruxas.

— Se houvesse algo lá, Dean, acho que eu veria também.tenho visto todo o tipo de coisa ultimamente.

— Me desculpe, maravilha psíquica.

— Você só precisa de um pouco de fé.

— Sam, eu cacei muito para confiar num sentimento desse.

—Tá, tudo bem. – Prue respirou fundo. – Eu vou checar o cara que morreu e, vocês visitar o Pastor.

— Ótima ideia. – Dean se levantou.

***

— Ele era bem saudável. Nadava todos os dias, não fumava. Então esse ataque pareceu meio... bizarro.

— E você disse que ele estava correndo, logo antes de acontecer? – Prue perguntou.

— Sim, ele estava enlouquecendo. Disse que alguém estava atrás dele.

— Ele disse o quê? – algo naquela história não fazia o menor sentindo pra ela.

— Não era nada. – o rapaz respondeu.

— Ei, seu relógio quebrou. – ela apontou para um relógio que estava na parede.

— É, não conseguimos fazer funcionar. Ele parou às 16:17.

— É a mesma hora que Marshall morreu?

— Como você sabe?

— Um palpite de sorte. – Prue deu de ombros.

Agora sim as coisas começaram a se encaixar. Ela foi para o quarto de motel no qual estavam hospedados e, ligou para suas irmãs.

Já estamos nos acostumando com você sumindo de madrugada. – Piper disse ao atender.

— Desculpe, mas precisei vir ajudar o Sam com Dean e...

— E?

— E que acho que uma das coisas que tem em nosso livro está atacando por aqui.

— O que? — Phoebe perguntou.

— Posso estar errada, mas vi um símbolo que juro já ter visto em algum lugar e um homem velho com desenho no rosto. Ah é claro... eu acho que ele substitui vidas.

O que quer que façamos?— Piper perguntou.

— Poderia dar uma olhada no Livro das Sombras e me mandar um e-mail?

***

Prue estava terminando de imprimir os dados que suas irmãs mandaram por e-mail e, juntar com tudo o que tinha descoberto na internet, quando Sam e Dean voltaram.

— Acho que o Dean está certo.

— Como assim? – Sam perguntou ao fechar a porta.

— Marshall Hall morreu às 16:17.

— A hora em que fui curado.

— Exatamente. – a ruiva disse pegando um papel. – Eu fiz uma lista com os últimos curados. Seis ao total. E cada um que era curado, outra pessoa morria com os mesmos sintomas. – entregou a lista a ele. – Na verdade, isso é uma troca de vidas.

— Espera um pouco, quer dizer que Marshall morreu para me salvar?

— Dean, o cara provavelmente morreria de qualquer forma. – Sam disse. – Outra pessoa seria curada.

— Você nunca deveria ter me trazido aqui.

— Dean, eu estava tentando salvar sua vida.

— Sam, um cara está morto por minha causa.

— Eu não sabia.

— Gente, vocês poderiam parar de brigar feito um casal?! – Prue cruzou os braços. – Temos um assunto meio sério pra resolver aqui. – esforçou um sorriso. – Só um pouquinho sério!

Sam se afastou do irmão e, Dean a olhou. Então eles começaram a ler tudo o que ela tinha descoberto até então.

— Só não entendo como ele está fazendo. Como está trocando uma vida por outra. – Dean disse fechando um livro.

— Ele não está fazendo nada. – Prue respondeu. – Outra coisa está.

— O que você quer dizer?

— Bem, eu vi um símbolo, na verdade uma cruz diferente no altar, quando Dean subiu no palco. Aquilo estava me perturbando porque, eu sabia que já tinha visto antes. – mostrou um papel com o desenho.

— Uma carta de tarô? – Dean perguntou olhando para o papel.

— Faz sentido. – Sam disse. – Tarô começou na era cristã quando alguns padres ainda usavam magia e alguns deles veneravam coisas sombrias. Necromancia e como enganar a morte ou causá-la.

— E onde o anjo da morte se encaixa nisso tudo? – Dean perguntou.

— Tipo "O Ceifador", coletar as almas, esse tipo de coisa? – Sam olhou para o irmão.

— Anjos da Morte aparecem em todo tipo de cultura com vários nomes diferentes.

 “Então era mesmo o ceifador que eu vi atrás do pastor!” Prue parou um minuto pra colocar suas ideias em ordem e, acabou chegando a uma conclusão. 

— Acho que essa cruz chama o ceifador e com isso ele mata uma pessoa em troca da vida de outra. É como se ele estivesse acorrentado àquela coisa.

— Então impedimos o Roy.

— Não podemos matá-lo. – Sam olhou surpreso para o irmão.

— O cara está fingindo ser Deus, ele decide quem vive e quem morre. É um monstro para mim.

— Não vamos matar um ser humano, Dean. – Prue o olhou, cruzando os braços. – Se fizermos isso, seremos que nem ele.

— Então não podemos matar Roy, não podemos matar a Morte... Tem alguma ideia melhor, senhorita?

— Porque pode não ser ele quem está comandando a coisa toda. Pensa comigo, ele é cego e vai pela cabeça da esposa.

— Acha que é a esposa que está fazendo isso? – Sam perguntou.

— Pra mim faz sentido. – ela deu de ombros. – Ela está prendendo o ceifeiro naquela cruz. Deve haver algum tipo de altar montando em algum lugar perto da tenda.

— Mas Roy está vivo, então por que ela continua com o feitiço?

— Isso eu não sei responder, Sam.

— Ótimo! Vocês dois tentam achar esse altar. E eu vou tentar impedir o Roy. – Dean disse abrindo a porta do quarto. – Ande rápido, a sessão começa em 15 minutos.

***

Sam e Prue conseguiram descobrir onde estava o altar.  O que não foi muito difícil de imaginar.

— Ela está escolhendo as vítimas que acha imoral – a ruiva disse, olhando para o um livro em cima da mesa.

— Tipo não siga minhas regras e será morto?

— Sim. Temos que destruir isso antes que alguém mais seja curado.

Mal Prue terminou de falar e, eles escutaram gritos vindos do estacionamento. Eles correram para destruir com tudo, mas apenas quebrar não daria jeito. Se ao menos, Prue pudesse usar sua magia, conseguira mandar aquele livro pra muito longe da li. Mas como não podia, a solução foi queimá-lo junto com a cruz.

***

— Layla. – Dean soltou surpreso ao vê-la na porta de seu quarto.

— Eu vou pegar um... – Prue saiu do quarto.

— Sabe, eu voltei para ver Roy. – Layla disse ao ficar sozinha com Dean.

— O que aconteceu?

— Nada. Ele colocou a mão na minha cabeça, mas não aconteceu nada. E Sue Ann, ela está morta.

— É, eu ouvi. – Dean sentou-se ao lado dela.

— Quer ouvir algo estranho? Estou bem, mesmo. Eu acho que se é para ter fé, não deve ter apenas quando os milagres acontecem. Você deve ter fé quando eles não acontecem.

— E agora?

— Deus escreve certo por linhas tortas. – Layla se levantou. – Adeus, Dean.

Quando Dean saiu do quarto, viu Prue sentada em um dos bancos do lado de fora do motel. Aproximou-se dela e sentou-se.

— Porque saiu do quarto?

— Porque não queria atrapalhar seu momento com a Layla.

— Que momento? – Dean perguntou perdido.

— Deixa pra lá.  – Prue revirou os olhos.

— Então vamos? – Sam se aproximou dos dois.

— Vamos! – a ruiva sorriu.

— Espera! Você vem com a gente? – Sam perguntou surpreso.

— Bem... Acho que agora podemos caçar um pouco juntos. – ela riu. – E depois estou sem carro.


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