Meu Amor (I)mortal escrita por Rosecchi


Capítulo 13
A Discussão


Notas iniciais do capítulo

Oláá!! Bem, espero que esse cap relaxe o seu core. Depois de tantas surpresas...



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/700377/chapter/13

 A conversa com a irmã acalmou Viviane por um certo tempo, até que, assim que resolveu se deitar, ouviu a voz furiosa do fantasma.

— Como pôde fazer isso?

— O quê? Do que está falando? — Viviane saltou da cama, olhando para os lados, até que, num dos cantos do quarto, viu o fantasma com os olhos dourados possessos de raiva e tristeza fitando os dela.

— Você ainda não sabe do que sou capaz! E a recomendo ficar longe desse seu professor depois das aulas! — Ante o olhar confuso da garota, o fantasma fitou no celular dela, que piscou após alguns segundos.

Temeu aproximar-se do espírito para alcançar o aparelho, já que este estava próximo ao homem irado na sua frente. Mesmo trêmula, ela foi até lá, pegando o celular, e o vulto nada falou; apenas observou. Viu que a luz que brilhava era uma foto, tirada à tarde, de Edward e ela no momento do beijo de ambos. Nervosa, Viviane gaguejou:

— Você... Você viu isso?

— Cada segundo. — Respondeu o vulto, friamente. — Ele não a merece! E você está sob minha direção!

Naquele momento, só faltava Viviane gritar de raiva com a afirmação feita pelo fantasma. Então ele pensava que pertencia a si? Sequer se conheciam! O medo de vê-lo foi evaporado, sendo colocado no lugar, a ira.

— Desde quando você me diz o que fazer? — Viviane avança para o espírito, o mais próximo que consegue até ele. Que continua com o rosto irado por baixo daquela máscara negra. — Acha que vou obedecê-lo? Pense de novo! Eu nem o conheço!

— Está certa. — O fantasma respondeu, mais calmo, porém com o seblante furioso. — Mas se quer chegar ao topo, siga minhas orientações.

— Do jeito que fala, nem parece que vou chegar tão facilmente! Prefiro fazer isso do meu jeito! E pela última vez: me deixa em paz!

A garota deu uma última olhada no fantasma antes de virar-se para deitar na sua cama. Mas então, sentiu a mão dele no seu pulso, segurando-a. Em seguida, ele falou de uma maneira mais calma.

— Eu não a recomendaria. Você lidaria com muita pressão na qual não estaria preparada. Lembre-se: estou criando atalhos para você. Sou seu anjo da música; não pense que não me importo.

No minuto seguinte, Viviane está deitada na cama, coberta e numa posição confortável, pronta para dormir. Pensando nas palavras do fantasma, encostou os dedos na pele do pulso tocado por este. Logo, seu olhos foram ficando mais pesados; e em segundos, adormeceu profundamente. Na manhã seguinte, acordou estranhamente disposta, já que a noite anterior foi um tanto tensa pela briga/conversa que teve com o fantasma. Seu bom humor demonstrava um bom dia. Levantou, e foi para o banheiro, antes de partir ao refeitório, encontrando Emilly.

— Está de bom humor hoje. — Falou a garota, sorrindo.

— Sim. Dormi bem na noite passada. — A outra respondeu, retribuindo o sorriso.

— Oi, dupla de irmãs! — Matt falou, abraçando Emilly e Viviane pelas costas.

— Irmãs?! — Viviane soltou uma risada, copiada por Emilly. Que comentou:

— Olha quem mais dormiu bem ontem.

Os três riram e conversaram durante um bom tempo, até chegarem na sala de balé, onde prosseguiram sem parar com a conversa. Na qual só teve fim quando Edward chegou, com o mesmo humor ríspido. Todos foram para suas posições de costume. E o rosto do professor pareceu diferente quando viu Viviane na sua frente; pareceu mais... Irritado? A garota estranhou o comportamento, afinal, ontem mesmo ele se confessou, e a beijou, demonstrando o carinho que sentia por ela. Mesmo assim, ele nunca se mostrou tão rude assim. Principalmente com ela! E não foi apenas o rosto que indicou que ele esteve irritado com a aluna. Muitas vezes reclamava com a garota, por erros que ela quase não cometia, e inventava um ou dois passos a mais na sua coreografia. Resultado, acabou ficando esgotada. Depois da aula, falaria com Edward, com certeza.

Dito e feito, a garota esperou todos saírem da sala, recusando, até, um convite de Emilly para uma volta na cidade. Com o lugar vazio, ela ia começar a falar, quando o professor a cortou bem na hora.

— Seu desempenho foi muito pior que das outras vezes. Talvez a Emilly te dê umas aulas!

— Do que está falando? Eu estava boa hoje! Você é quem via defeito até onde não havia!

— Não tenho culpa se você se acha a melhor. Pode ter ganhado o destaque, mas isso não significa que é melhor que os outros. Ainda falta muito para ser uma bailarina de alto nível!

Viviane quase ficava louca de raiva e estava perto de xingá-lo pelo modo como a tratava. Ela sabia que fora ótima no ensaio, e dera o melhor de si; como sempre. Mordendo o lábio inferior, respirou fundo e falou:

— Estou confusa se você é hipócrita, bipolar, ou sofre de amnésia! E ontem à tarde? Você mesmo foi quem tomou a iniciativa! Você mesmo que...

— A beijei! — Completou o professor, no mesmo tom de fúria. — Sim. Eu sei disso! Eu lembro bem do que aconteceu! Mas saiba que estou tão confuso quanto você! Por quê não falou nada a respeito?

— Você está mais confuso do que eu?! Duvido muito! Acho que errei nos meus palpites. Você é realmente um imaturo idiota!

Ela arrumou um fio solto do seu cabelo, pondo-o atrás da orelha, e em seguida, saiu da sala, empurrando Edward com o ombro. Irritada demais até para vê-lo. No caminho até seu quarto, encontrou Emilly, que andou, simpática, até a amiga.

— Oi Vivi! — Viu o rosto furioso da amiga. — Nossa, qual o problema?

Rudemente, pela briga que acabou de ter com Edward, a respondeu:

— Nada! — E andou a passos largos e rápidos até seu quarto, sem se importar como a outra devia estar se sentindo.

Chegando no seu quarto, a primeira coisa que fez assim que fechou a porta foi arremessar com toda sua força a rede e o elástico que prendiam seu cabelo, que ela desarrumou com os dedos. Esfregou com força as têmporas, antes de pegar o travesseiro e gritar com toda sua força a raiva presa por aquela briga com seu professor. Não sabia muito sobre ele, e torcia que fosse apenas um mal humor. Mas... Ele não devia ter ficado, pelo menos um pouco menos furioso do que esteve? Afinal, ele quem tomou a iniciativa de beijá-la, e ela correspondeu. O seu grito abafado foi seguido de lágrimas, e também de raiva.

Estranhando a atitude da amiga, Emilly pensou em segui-la e descobrir o que houve, mas acabou desistindo, por não querer ter outra briga com ela. Mais a frente, viu saindo da sala seu irmão que parecia tão irritado quanto Viviane. E como a garota conhecia o irmão, provavelmente tiraria alguma informação, caso ele soubesse.

— Edward, você viu o que aconteceu com a...

— Não. Não sei e nem me importo com isso! — Edward interrompeu a irmã de modo rude, nem olhando para esta. Apenas focou na porta que estava trancando.

— Nossa, acordou pior que o normal. — Comentou a garota, quase abrindo um sorriso, até que seu irmão respondeu com mais raiva.

— Acordei péssimo! Depois que recebi aquela... Ah! Quer saber? Porque não vai ver se tem mais alguém que quer ter sua paciência cheia? — Ele terminou de trancar a porta e foi embora, a passos pesados.

Respirando fundo, Emilly lembrou das últimas palavras do irmão e o imitou, murmurando e contorcendo o rosto:

— Alguém que quer ter a paciência cheia... Blá, blá blá... — Ela revirou os olhos e saiu dali.

Viviane estava deitada na sua cama, ainda exalando sua raiva, quando ouviu um sussurro mais do que familiar do espírito que a perseguia:

— Não tem nada com que se preocupar.

— Por favor, — Viviane falou calmamente, sem nem tirar o rosto do travesseiro. — pode me deixar em paz apenas por um minuto?

— Como desejar. E se ainda quiser a minha ajuda, é só me chamar está bem? Sabe onde me encotrar: No fim do corredor. À noite.

Viviane sentiu as mãos dele deslizarem pelas suas costas e ombros, antes delas sumirem e não sentir mais nada ali. Geralmente, nas ocasiões que ficava irritada com algo, costumava ficar sozinha e nem deixava que falassem com ela, muito menos a tocassem da maneira que o fantasma a tocou. Mas a maneira que ele fez... A fez se sentir um pouco melhor. Mesmo assim, estaria disposta a aceitar a proposta dele? Viviane sentou na cama e pensou nisso, assim como pensou nas possibilidades do que aquele fantasma podia querer. Desde algo simples, como um pouco de atenção, até algo mais surreal como a querer para conseguir sua alma. Não era todo dia que se tinha a oportunidade de conhecer um fantasma. Muito menos um que dizia ter a intenção de ajudá-la. Seria uma experiência e tanto.

Passou toda a tarde com os pensamentos ligados ao fantasma e a resposta que daria. A garota andava pelos corredores, pelo palco, sempre com a cabeça nas nuvens, pensando no fantasma da máscara negra, que dizia ser seu "anjo da música". Nos caminhos que traçou, sentiu estar sendo seguida por alguém —claro que já teve essa sensação várias vezes, mas nunca esteve com tanta certeza —, e não cruzou caminho nem com Emilly ou Matt, que deviam estar no centro da cidade naquela altura, e nem com Edward... Mas ele era a última pessoa que queria ver naquele momento.

Enfim, chegou a noite! Esperou todos terem ido dormir para então sair do quarto. Sim, ela decidiu arriscar, com o coração na mão, foi sorrateiramente até o fim do corredor, chegando na mesma parede que teve a passagem para o lar do fantasma. Tudo aquilo que estava acontecendo era tão estranho e ao mesmo tempo excitante.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Hmm... Quem mais adora uma treta além de mim? Sei que só faltava a Viborraine (créditos a mim. Huehuehuehue...) pra fazer a festa. Epa! Quem disse que ela não vai aparecer?



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Meu Amor (I)mortal" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.