Essencial escrita por Bex


Capítulo 1
Capítulo Único


Notas iniciais do capítulo

Hey hey heeeeeey!

Primeiramente, quero reforçar: FELIZ ANIVERSÁRIO SHOYOGURT SOLZINHA LINDA! Espero que a fanfic te agrade, porque realmente tive a ideia por conta do seu aniversário (tanto é que pensei logo em sol e veio a ideia da praia) e pra sua pessoinha que mal conheço e considero pakas. Muitos anos de vida e bokuaka pra ti. ♥
(a fic acabou ficando atrasada pro dia seguinte, ugh, porque o pai do meu noivo quis usar o notebook que é minha fonte de escrita mas, espero que me perdoe e considere a intenção ;_;)

Era pra ter 500 palavras, mas eu esqueci como se escreve pouco e saiu esse mini monstrinho. Mini monstrinho porque né, eu costumo escrever mais de 5k mas eeeeenfim

Bokuaka é um OTP precioso e precisei fazer essa fic deles porque a shoyo os ama (eu amo e quem não ama né?) e é isso ai. Deve ter uns erros porque não revisei quase nada então, se encontrarem algo ai, me perdoem. :')

Boa leitura! ♥



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Talvez aquela não tivesse sido realmente uma boa ideia. Deveria ter seguido seus instintos e a recusado. Deveria, porém, é um verbo condicional que não mudaria a areia fofa entre seus dedos do pé, os raios solares escaldantes do meio-dia que insistiam em ignorar o protetor fator cinquenta e deixavam sua pele avermelhada e ardente e, principalmente, o capitão da Fukurodani correndo voluntariamente fazia quinze minutos pela costa litorânea, apostando corrida com algumas crianças que faziam o mesmo — claramente influenciadas pelo próprio Bokuto.

Inegavelmente, não foi uma boa ideia.

Pensando por aquele momento, Akaashi sequer tinha noção em como foi aceitar passar um dia na praia com sua equipe de vôlei: litoral não era e nem seria seu tipo preferido de lugar, principalmente pelas marcas desagradáveis que marcavam sua pele. Não demorou meio segundo, porém, para perceber que não teve que concordar quando foi praticamente arrastado por aqueles olhos amarelados com um brilho cheio de clamor e até um calor particular que era difícil evitar. Difícil, mas um olhar que somente o vice-capitão poderia contraditar.

E claro, ao sentir sua pele dolorida pelos próximos dias, se arrependeria profundamente de não ter dito a palavra que faria aqueles olhos animados murcharem, mas também, pelo menos, ocasionaria de sua pele branca continuar branca e sem dor. Bokuto poderia lidar com a recusa e logo melhoraria, mas...

Ah, deuses, como ele jogaria vôlei com a pele toda queimada?

Não demorou para refutar essas ideias da mente quando, ao se levantar da cadeira de praia onde estava, pode observar Bokuto correndo em direção ao mar.

"Sério, ele não tem jeito, agora quer mostrar como é um bom nadador" Konoha se aproximou correndo vagarosamente, recuperando o fôlego antes de dizer. 

Akaashi quase não escutou o companheiro de equipe, já que estava ocupado observando Bokuto correr em direção ao mar.

"Um bom nadador?" perguntou sem perceber assim que se deu conta de que Konoha tinha falado com ele.

"Sim, as crianças desafiaram ele a ir lá no fundo e ele aceitou, claro.”

Ele sentiu um frio pela espinha que alertou todos os seus sentidos ao lembrar do fato trinta e três do seu caderno de anotações e observar, ainda, seu capitão já na água, se distanciando cada vez mais.

Sua boca ficou mais seca.

"Bokuto vai nadar?"

"Si- Akaashi?" Konoha parou de tomar água em sua garrafa e olhou, confuso, para o moreno. Akaashi não gostava de areia e também não era fã de mar, por isso Konoha estava realmente confuso em vê-lo indo por aquela direção. "Aonde você vai?"

Akaashi respirou e inspirou fundo responder com toda a calma que lhe restava. "Bokuto não sabe nadar."

Não esperou o olhar indignado de Konoha, tão pouco buscou entender os pensamentos desesperados que corriam soltos por sua mente quando seus pés deixaram de sentir a areia fofa e começaram a lutar contra a água que começara a subir e as ondas a baterem contra seu tronco. Seus olhos, tão empenhados em fixarem-se no cabelo branco com a raiz negra ao longe não conseguia prestar atenção em mais nada que não fosse não perdê-lo, até Bokuto realmente sair do seu campo de vista.

Pareceu afogar-se em seu próprio desespero por poucos segundos.

Seu coração se contorceu no peito antes que ele respirasse coragem novamente, a água já em seu peitoral não fazia diferença na velocidade dos seus movimentos quando seu corpo inclinou-se verticalmente e começou a nadar até o ponto onde o tinha visto desaparecer. Olhou uma última vez para a esquerda e para a direita, não permitindo o desespero de atrapalhar qualquer ação que fosse fazer. Prendeu a respiração quando observou o corpo já um pouco moreno do capitão boiando a poucos metros de si e voltou a nadar para pegá-lo. Não se preocupou como o levaria de volta quando conseguiu pegá-lo nos braços: sabia que ali ele estaria seguro. Iria salvá-lo e protegê-lo, definitivamente.

Naqueles poucos segundos até o corpo do outro, se arrependeu de não ter recusado aquele convite, de não ter acompanhado Bokuto, de não ter sido mais rápido para pegá-lo; enquanto pensava, porém, seu corpo já fazia todo o esforço para nadar e puxar Bokuto para a areia, rápido o suficiente para que, em cerca de um minuto, já pudesse sentir o solo novamente. Ainda estava focado demais em Bokuto e como ele parecia mais pálido e doente com os olhos fechados para perceber que o resto da sua equipe já estava ali para ajudar a trazer o corpo de Koutaro até a areia firme.

Ajoelhou-se na areia ao lado de Bokuto e não viu seu peito subir nem descer.

“Ele não está respirando, meu Deus!” falou Komi, parecendo assustado.  

Respirar parecia uma coisa simples, mas naquele momento foi extremamente complicado para Akaashi, que já estava sem fôlego pelo nado livre e por carregar um corpo até a praia — que não era nada leve, diga-se de passagem. Concentrou-se, entretanto, em respirar e desobstruir as vias aéreas que fazia Bokuto não conseguir acordar. Os gritos e murmúrios dos seus companheiros da Fukurodani não ajudavam, mas a opinião deles sobre o que estava prestes a fazer não importava.

“E-ei? Akaashi? O que você vai...”

Inspirou mais uma vez. Duas. Três, quatro, cinco vezes antes de prender o nariz de Bokuto com a mão direita e juntar os lábios molhados com os de Bokuto. Assoprou cinco vezes e voltou a olhá-lo, as mãos no peito do outro fazendo massagem cardíaca. Fora os gritos e o barulho daqueles pássaros que sobrevoavam toda a costa, ninguém ali falou nada.

Não havia palavras ou até atitudes para descrever o alivio que Akaashi sentiu quando viu aquele idiota cuspir água pela boca e inspirar fortemente após tossir repetidas vezes, buscando oxigênio. Deixou seu corpo cair na areia, sentando-se enquanto apreciava a visão de ter seu amigo respirando. Estava respirando! Passou a mão no cabelo molhado uma vez antes de olhar para o amigo e vê-lo já sentado, o olhar amarelado um pouco zonzo, mas, ainda assim, brilhante.

Keiji não gostaria jamais que aquele brilho se apagasse.

Ele suspirou e franziu a sobrancelha para Bokuto. “Ainda bem, você sabe que não consegue na...”

“Hey! Hey! Desafio cumprido, ouviram? E ainda sai vivo!” Akaashi observou Bokuto gritar em direção as crianças que o tinham desafiando, cortando e ignorando completamente o que ele estava dizendo. Com a expressão agastada e com a boca semi-aberta, Keiji ainda o viu virar-se para si com o olhar animado, embora o corpo ainda estivesse ofegante. “Você viu, Akaashi? Eu consegui!”

Era inacreditável.

“Você conseguiu. Quase morreu e- E eu quase...” Akaashi suspirou mais uma vez, testando sua paciência que, bem, era bem abrangente. A mão que estava em seus cabelos desceu suavemente até alcançar seu próprio lábio, que tinha recém tocado os de Bokuto. Ele tinha beijado Bokuto. Não um beijo, mas... ele tinha feito aquilo. Deuses, aquilo poderia ser considerado um beijo? “E-eu...” Sentiu, involuntariamente, suas bochechas esquentarem antes de dizer, ainda que de forma calma e preocupante. “Eu quase te perdi.”

Bokuto, mesmo sem energia, pareceu perdê-la ao entender o que “perder” significava. Só então pareceu se dar conta do que tinha acontecido e do que sua animação e imprudência tinha causado. Ao olhar pra Akaashi, então, só conseguiu coçar a cabeça meio sem-jeito. Keiji desceu o olhar, não sabendo porquê estava envergonhado. Não era como se uma respiração boca a boca fosse um beijo, ou sequer Bokuto soubesse que ele o fez. Talvez estivesse mais constrangido por não ter cuidado mais do amigo e não tê-lo impedido de nadar. Mais do que não saber responder ao corar do seu rosto, entretanto, era não saber como retribuir o abraço que Bokuto lhe deu no momento seguinte, envolvendo seu corpo com aqueles braços e ficando assim por poucos segundos. Muito poucos. Akaashi não entendeu e pareceu perdido até Koutaro se afastar.

“Desculpe de preocupar. Mas eu tô bem! E olha, eu peguei várias conchas bem legais! E achei essa aqui lá no mar, ai eu mergulhei pra pegar e ai... olha!” Keiji realmente não percebeu que a mão de Bokuto permaneceu fechada por todo aquele tempo, até mesmo quando ele esteve desacordado, foi só quando ele a abriu e mostrou uma concha intacta um pouco maior que as outras que ele havia recolhido enquanto dava voltas pelo litoral. Akaashi mal conseguiu prestar atenção nela, pois Bokuto fechou os olhos com força e começou a fazer uma voz mais dramática. “Me desculpe! Não tá chateado comigo, tá?”

“Não, eu não...” respondeu, meio atordoado pela sequência de informações.

“Nem bravo?”

“Não, está tudo bem, Bokuto-san. Só fiquei preocupado.”

Bokuto respirou fundo e pegou em uma das mãos do Akaashi, lhe entregando a concha que estava na sua. “Pode ficar pra você por... Ah, por... Por todo esse trabalho. Desculpe te preocupar.”

Akaashi conseguiu observar melhor aquela concha com cor de areia queimada depois que conseguiu convencer Bokuto de que estava tudo bem e ele, já recuperando de volta toda aquela energia de uma criança em fração de segundos, voltou a correr e jogar, dessa vez, com uma bola, desafiando os outros da Fukurodani a um jogo de vôlei na praia e convencendo Akaashi a ser seu companheiro no jogo, já que a camisa quatro só se completava com a cinco; Keiji só aceitou depois que convenceu Bokuto a descansar pelo menos uma hora, sentado. O que por si só foi um sacrifício tanto para o capitão como para vice-capitão, que tinha um turbilhão de pensamentos invadindo sua mente enquanto segurava aquela concha que quase causou a morte de Bokuto — e não que ele os transparecesse.  

Pensamentos estes que eram bem persistentes.

Em seu quarto, por todas as semanas seguintes, Akaashi pegava a concha e ouvia atentamente o som tranquilizante do mar por ela, para que seus outros sentidos se lembrassem e ansiassem por aquele dia tão errado, mas que lhe deu a certeza que queria mais daqueles lábios. De toda forma. De todas as maneiras. Em todos os lugares.

Tão essencial para si como a respiração era para o coração bater. 


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostaaaado! E se gostaram ou até desgostaram, deixem um coments e contribua para uma autora de bokuaka feliz! :D