Stalemate escrita por SrtaSmashingKillers182


Capítulo 1
Can’t ignore, won’t ignore.


Notas iniciais do capítulo

Fic inspirada na musica Stalemate - The Story So Far.

Baseada em muitos relacionamentos...



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.stalemate.

 

Akaashi segurava a mão do namorado por baixo da mesa enquanto o mesmo conversava freneticamente com o amigo sentado a sua frente.

 

Já fazia um bom tempo que estavam juntos, o romance teve inicio ainda no ensino médio quando Akaashi se perguntava que tipo de pessoa usava o cabelo pra cima e bicolor. Nunca ligou para o garoto que sentava a sua frente na sala, na verdade Akaashi nunca se importou com nada.

 

E como do nada começou a sentir algo por alguém que usava o cabelo de um jeito peculiar...

 

Para ele o destino estava escrito há muito tempo, terminar a escola ir para uma boa faculdade e arrumar um trabalho digno, não que lhe desse muito dinheiro, mas que fosse digno. Mal ele sabia que uma pessoa poderia lhe tirar o rumo da situação.

 

— Akaashi! - Bokuto balançava a mão perto do seu rosto, chamando sua atenção.

 

O moreno apenas olhou de canto, sem ao menos tirar o queixo que estava apoiado na mão livre.

 

Kuroo riu da cara de ‘paisagem’ do namorado do seu melhor amigo, isso lhe lembrava alguém... Alguém que estava em casa enfurnado no quarto.

 

— Está cansado? Quer ir pra casa já? – Bokuto perguntou frenético, bebendo um pouco da sua bebida.

 

Akaashi balançou a cabeça em negação, sorrindo meio fraco. Voltando para seus pensamentos já que o namorado virou-se para o amigo que lhe mostrava algo em seu celular.

 

Na verdade Akaashi não sabia o que queria, sentia-se indiferente a tudo. Até com o rapaz ao seu lado... Soltando levemente a mão do namorado, olhou fixamente para sua aliança. Logo trocaria para uma dourada, logo teria que entrar em uma casa não o chamando de namorado, mas sim de marido ou noivo. Era muita coisa.

 

Casamento, casa nova. Talvez rolasse até um emprego novo. Filhos?

 

Ontem ele só tinha que acordar cedo e ir estudar, entrar para uma boa faculdade, continuar com o vôlei, talvez. Agora estava sentando em uma mesa de bar, ouvindo dois tagarelas rirem de um vídeo besta da internet. Porque estava tão apavorado com o amanhã? O amanhã que lhe custava um status de liberdade para amarrado com um rapaz que não se toca que o tom do cabelo era ridículo.

 

“Amarrado”. Era assim que via sua relação?

 

Akaashi suspirou afastando aqueles pensamentos estranhos, mas conhecidos.

 

Kuroo se levantou quase levando a mesa junto, olhando rapidamente para tela do celular. Acenando para o casal enquanto se distanciava. Agora Akaashi estava sozinho com um Bokuto quase bêbado, cerveja era o máximo que o namorado conseguia chegar.

 

— Akaashiiiiiii – Bokuto lambeu a bochecha do namorado, que apenas limpou com o dorso da mão. — Amanhã vamos comprar um presente pro Kenma, quer ir? – Perguntou, enrolando com o dedo uma mecha do cabelo do namorado, que olhava pensativamente para fora do taxi.

 

— Talvez... Tenho trabalho amanhã. – respondeu, sem tirar seus olhos da rua.

 

— Eu e o Kuroo também temos, mas a gente não ‘tá nem ai. – Riu alto, fazendo o motorista olhar rapidamente pelo retrovisor.

 

— Claro que não estão... - Murmurou.

 

Akaashi pagou a corrida, agora estava sendo puxado por um bêbado até o elevador.

 

— Hey... Sabe o que podemos fazer hoje~? – Bokuto segurava Akaashi pela cintura, passando suas mãos por debaixo da blusa do menor, uma subindo para suas costas e a outra para seu bumbum. Sua voz estava embargada, seu hálito cheirava a cerveja barata, Bokuto agora beijava carinhosamente o pescoço do namorado.

 

Akaashi mantinha as mãos no ombro de Bokuto, encarando a parede do elevador que o namorado estava encostado. Como não sentia nada com o toque do namorado? Nessas horas Akaashi estava quase nu, mas o mesmo nem sentia arrepios.

 

Akaashi balançou a cabeça na tentativa de afastar esses pensamentos e ignorar a falta de reação do próprio corpo. Beijando intensamente Bokuto, que se surpreendeu com o ato do namorado.

 

Seguiam para seu apartamento sem ao menos se desgrudarem, fazendo algumas vizinhas que entravam em casa rirem ou bufarem de desaprovação.

 

Colocar a chave na fechadura foi uma tarefa impossível para Bokuto, mas nada que um gemido do namorado o fizesse cumprir essa missão. Agora já estavam dentro do quarto, jogando Akaashi na cama passando a ficar de quatro em cima do namorado.

 

Bokuto na verdade tremia, como sempre. Toda vez que faziam sexo, era Akaashi que tomava iniciativa, iniciativa de colocar a camisinha, iniciativa de ficar por cima, iniciativa de lhe dizer...

 

— E-eu te amo! – Bokuto não disse, ele gritou. Akaashi piscou por alguns segundos, vendo as bochechas do namorado mudar de cor rapidamente. — E-eu sei que está infeliz com nosso relacionamento. Mas eu farei de tudo para você não fugir, não ir embora. Posso mudar de emprego, trocar de casa, até tingir certa a cor do cabelo. Mas eu nunca deixarei você ir. – Bokuto aproveitou inconscientemente a bebida e soltando tudo que estava preso em seu peito por dias...

 

Quando a ficha caiu para Akaashi, lágrimas surgiram em seus olhos. Há quanto tempo ele sabia da sua infelicidade?

 

— Kota-

 

— E-eu sei que não anda muito bem. Vi que nem minhas panquecas você come, nem a sua bebida favorita você tomou. Seus chocolates ainda estão no armário. Você não está bem, você está triste. – Bokuto atropelava as palavras, segurando algumas lágrimas que escapavam e atingiam o rosto do namorado abaixo de si. — Eu irei levantar cedo, mudar a cor das paredes só pra te ver sorrir. Irei lavar direito os pratos e cozinhar mais vezes. Faço qualquer coisa só pra te ver sorrindo como eu te vi na primeira vez que nos conhecemos. – Bokuto tremia tanto que Akaashi pensou que seus braços não agüentariam mais seu peso.

 

Akaashi virou o rosto, muito vermelho. Sentiu raiva de si. Como pode ter sido tão egoísta... Bokuto havia percebido seu jeito estranho de alguns dias, ele percebeu e pensou em fazer algo diante disso. Mas ele só pensou em deixar o namorado. Naquele táxi havia um Akaashi determinado a acabar com tudo aquilo, iria deixar Bokuto. Com todas as suas forças desejou que aquele pensamento não tivesse acontecido.

 

— Eu sinto muito! – Disse Akaashi, segurando fortes os punhos de Bokuto, que pararam de tremer.

 

Akaashi soluçava fazendo o coração de Bokuto apertar. Os dois, agora, trocavam lágrimas.

 

Um estava aliviado e outro não estava mais confuso. Mas triste de ter pensado em fugir.

 

— Eu pensei em fugir, te deixar, porque estava triste. – Akaashi dizia sem olhar para o namorado, que apertava os olhos aceitando a real tristeza do melhor amigo. — Estava triste e chateado com nós, achei que nada mais poderia me fazer feliz. Você parecia tão... tão distraído. – Disse, finalmente olhou para os olhos cor de mel de Bokuto. — Achei que você não tinha notado nada...

 

— Mas eu notei! – Bokuto apertou os lençóis. — Eu não só notei como senti que você estava infeliz! E como isso dói! – As lágrimas e angustia atrapalhavam suas palavras, não conseguia montar algo concreto em sua mente para dizer. Mas quem se importa em algo concreto.

 

— Por favor, não me deixe Keiji! – disse, apertando os olhos deixando que mais lágrimas caíssem. — Não me deixe.

 

Akaashi puxou o colarinho de Bokuto fazendo seus corpos colidirem. Akaashi apertou o abraço, agora era ele que estava com medo de perder Bokuto. Ele que sentia o medo do namorado de que tudo aquilo acabasse. O choro continuou por um longo tempo, Bokuto abraçou Akaashi escondendo o rosto na curva do pescoço do menor. Akaashi encarava o teto ouvindo os soluços de Bokuto.

 

Como pode pensar aquilo? Como pode ter imaginado abandonar aquele que mais amava?

 

Como pode ter se imaginado naquele impasse?

 

Akaashi sentiu aquele forte sentimento no dia em que se conheceram. O dia em que Bokuto lhe dissera seus sentimentos, mesmo com poucos dias de amizades ou conversas. Aquele sentimento tomou conta do coração do rapaz, fazendo o disparar em seu peito. Agora poderia dormir com um sorriso no rosto, agora poderia ser feliz, sem aqueles planos imaginários que montara em sua cabeça. Estava curioso com o que viria pela frente, curioso com o amanhã. O que Bokuto poderia lhe trazer...

 

Filhos? Um casamento? Quem se importava? Só estando com ele para descobrir.

 


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Notas finais do capítulo

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