Not a child forever escrita por Sadie Ketchum Potter


Capítulo 1
Amor infantil


Notas iniciais do capítulo

Oeeeeee! Espero que gostem!



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Era uma manhã de verão, o ano era 2010, em uma cidadezinha no interior do Japão chamada Tamba, duas crianças brincavam no quintal da casa de uma delas. Um tinha 8 anos, chamava-se Satoshi Ketchum, tinha cabelos pretos e desgrenhados, marcas de Z's nas bochechas e olhos pretos. A outra era Hikari Berlitz, de 6 anos. Ela tinha cabelos azuis escuros, lisos e medianos, olhos azuis claros e pele bem branca.

A dupla brincava de pega-pega, Satoshi era uma espécie de babá para Hikari, já que a mãe da mesma vivia trabalhando. O garoto cuidava muito dela, até fazia comida e costurava a roupa das bonecas dela, porém, naquele exato momento, fugia da mesma para não ser pego. Não adiantou, apesar da baixa estatura da azulada a pequena era rápida como um guepardo.

— Hahahaha! Te peguei Ketchup! - Ela disse, chamando-o pelo errôneo sobrenome.

— Haha, engraçadinha... - Ele forçou o riso, sentindo uma gota cair em seu nariz. Desta mesma gota, iniciou uma chuva de verão. - Vem, temos que entrar.

— Ah Satoshy... - Ela o chamou por seu doce apelido.

— Nananão Hikari, vamos pegar um resfriado desse jeito! - Ele a pegou no colo e levou-a para dentro.

O moreno sabia que as chuvas de verão tardavam a passar em Tamba, deveria distrair sua pequena amiguinha até às 18:00, horário em que Ayako e Hanako, mães das crianças, chegavam do trabalho. Satoshi ligou a TV, onde passava Sailor Moon, um dos animes favoritos da menor. Hikari ficou de pé no sofá, começando a pular e a fingir se transformar. O garoto naquele momento estava na cozinha, fazendo um sanduíche de patê de atum para eles, entretanto, voltou à sala quando ouviu o barulho de um ser caindo estatelado no chão.

— VOCÊ ESTÁ BEM?!?! - Ele berrou.

— Sim! Hahahahaha!

Ele revirou os olhos, colocando-a novamente no sofá.

— Fique quietinha aí! Se você se machucar, o que eu faço? É melhor ficar sentadinha aí enquanto faço um sanduíche de patê de atum.

A pequenina apenas assentiu, fazendo um bico e encarando a TV. Adorava pular no sofá e fazer macaquices, mesmo que levasse bronca do maior e de sua mãe. Olhou de relance para a cozinha, se levantou e começou a pular no sofá de novo. Porém, quando o menino voltou, deu uma bronca nela.

— Hikari-chan! Sabe que não pode!

— Ah Satoshy, você é muito chato! Eu não vou me machucar, olha.

A garotinha pulou mais um pouco no móvel, em seguida, saltou em direção à mesinha de centro, todavia, o objeto virou e a pequena escorregou, batendo suas costas na borda. Ela arregalou levemente seus olhos e começou a chorar de forma estrondosa. Ele ficou apavorado, o que faria para sua amiga melhorar? Não sabia ao certo o que fazer, correu na direção da casa de um vizinho, com a pequena em suas costas. Ao bater na porta, deparou-se com Takeshi Shido, um menino de 12 anos, com traços bem orientais, pele morena e cabelos desgrenhados.

— Satoshi! -Exclamou o maior. - O que houve?!

— Hikari bateu as costas na mesa e eu não sei o que fazer... - Respondeu o menor.

Takeshi pegou a menina no colo, levou-a para dentro e deitou-a de bruços no sofá de couro. Satoshi encarava a menor e fazia um carinho em seus cabelos, tentando acalmá-la. O garoto mais velho retornou com um creme de arnica, na intenção de ajudar sua vizinha a melhorar da dor. Ele avisou, o creme era gelado e com um cheiro bom, talvez a ajudaria.

— GELADO! - Berrou Hikari.

— Eu avisei... - Respondeu o maior. - Acho melhor ficarem aqui até a chuva passar.

Os menores assentiram, ambos sentaram-se no móvel e ficaram encarando a TV que passava o jornal, fazendo a previsão do tempo. A azulada fitou o moreno de canto, estava tímida pois sabia que fizera algo errado, mexia na barra de seu vestido rosado e balançava as finas pernas branquinhas. O garoto a encarou e sorriu, dando um beijo em sua testa.

— Vai passar a dor Hikari-chan!

— T-t-tomara...

A chuva cessou, Takeshi despediu-se dos menores e ficou observando-os voltarem para a casa dela. Era como uma segunda babá, mas sabia que Satoshi cuidava muito bem da menina, talvez porque aprendera a se virar sozinho muito cedo, afinal, Hanako, mãe do Ketchum, trabalhava em outra cidade junto de Ayako, mãe da Berlitz. Ele já sabia cozinhar, costurar, passar, lavar a louça, sabia de quase tudo.

Ao retornarem para o lar dela, entraram na casa. Sem chuva, a dupla poderia brincar nas poças de lama, ou voltarem a brincar de pega-pega, existiam inúmeras possibilidades, entretanto, o menino iria lavar os pratos que tinha sujado, deixando a pequena emburrada.

— Satoshy, vamos brincar! - Ela implorava.

— Já já Hikari-chan, tô um pouco ocupado agora...

Ela fez um bico, empurrou uma cadeira e subiu na bancada da pia, deixando o menino desesperado. Ele a pegou no colo e deixou-a no chão. Não viu outra alternativa a não ser brincar com ela. Ambos foram para o quintal novamente e começaram a pular nas poças de lama, riam alto e saltavam o máximo que podiam. No último pulo, acabaram caindo e sujando-se por inteiro.

— Acho melhor tomarmos banho... - Ele disse.

— Ah, só mais um pouquinho... - Ela pediu.

Satoshi riu e sorriu, assentiu para Hikari e voltaram a saltar. A dor dela pelo visto havia passado, o que fora um alívio para o maior. Takeshi os observava ao longe, dava um sorriso largo e notava a força de vontade do amigo. Ele sabia que, no fundo, algo iria desabrochar naqueles dois, e talvez isto não fosse demorar.

                                                                                                                  ~~X~~

Haviam se passado 6 anos, Hikari e Satoshi já estavam com 12 e 14 anos respectivamente. Era de tarde em Tamba, o moreno estava estirado no sofá da casa dela e prestes a dormir, porém, ouviu risadinhas do lado de fora. Ele se levantou, na janela, pôde ver sua amiga menor e um garoto da sala dela conversando animadamente. O rapaz era Kengo Takirame, um menino de 12 anos, com pele relativamente bronzeada, olhos pretos e cabelos ruivo-acastanhados. O maior franziu o cenho, abriu a porta da casa e foi até a dupla que conversava.

— Oi Satoshy! - Disse a menina.

— Hikari, quem é ele?

— Sou Kengo, muito prazer! - O outro se apresentou.

O moreno maior a pegou no pulso e levou-a para dentro. Hikari fez um bico e sentou-se no sofá, encarando o amigo. Ela apenas revirou os olhos e ouvia os sermões dele. Satoshi não parava de fazer as reclamações nem por um minuto, estava levemente revoltado com tal situação.

— Sejamos sinceros, você ainda é nova pra ficar desse jeito com meninos!

— Satoshi Ketchum, não sou mais uma criança! Cresci sabia?

— É, m-mas...

Ela o havia fisgado, sabia que havia algo de demais nessa história e que ele não ficaria todo nervosinho por conta de sua idade. A azulada andou até o menino, dava um sorriso sedutor e o deixava ruborizado a cada centímetro que passava. Hikari andava de forma seduzente e parecia estar chamando-o para algo.

— Hi-Hikari-chan... V-você ainda é uma criança! - O moreno dizia, corando e andando para trás.

— Não sou não, eu cresci, e posso fazer isso.

Não demorou muito para a menina aproximar seus lábios dos dele. O gosto doce da boca dela encantava o rapaz que apenas arregalara os olhos negros e esbeltos. A menina pediu passagem para aprofundar o beijo e ele aceitou, fechando seus olhos e aproveitando o momento. Com certeza era algo fantástico para ambos e principalmente para ela, que nunca provará tal sensação.

Ao sentirem a necessidade do ar, pararam. Satoshi abriu seus olhos e arregalou os mesmos, estava surpreso e desesperado, o que Ayako diria? Iria bater nele por ter beijado sua filhinha? Ou iria cortar a cabeça do garoto?

— N-não deveria ter feito isso! - Exclamou o rapaz. - V-você... Você ainda é uma criança! Não pode fazer isso!

— Satoshy... Só me vê assim?

— Assim como?

— Como uma criança que precisa ser protegida a todo momento. Uma criança indefesa e que não sabe o que é amar. Eu cresci, mudei um pouco.

As palavras doíam, eram pesadas demais para o garoto. Ele avistou a amiga subir os degraus até o quarto dela e sem sequer o encarar. Provavelmente o menino era maduro em alguns assuntos... Mas não em todos, e o amor era um desses.

O moreno suspirou, resolveu ir falar com a azulada e resolver a situação. Era óbvio que sentia ciúmes dela, todavia, não assumiria isto de forma alguma. Teve de magoa-la para perceber que era a hora de contar seus sentimentos reais por ela. Satoshi bateu na porta e pôde ouvir a voz de Hikari, avisando-o para entrar.

— Hikari-chan, eu não queria ter te magoado. - Ele pulou na cama e deitou-se ao lado dela.

— Não Satoshy, talvez você tenha razão... - Ela disse. - Sabe, é que eu gosto de você, não só como amigo... E eu te entendo, você deve preferir meninas da sua idade e que tenham corpo, eu sou uma tábua!

— E é a tábua mais linda que existe...

Ela arregalou seus olhos azuis como o céu, fitou-o naquele exato momento e pôde notar um sorriso nos lábios dele.

— Sabe Hikari, eu também gosto de você dessa forma, é só que eu preferia não pensar dessa forma, porque pra mim eu deveria sempre te ver como uma menininha, e hoje você me mostrou que não é assim que as coisas funcionam.

O Ketchum se aproximou do rosto da Berlitz, dando mais um apaixonado beijo na menina. Esse era mais doce e profundo que o outro, demorando até mais para o ar de fazer preciso. Quando terminaram o ato, um encarou o outro com o maior dos sorrisos.

— Eu te amo! - Disseram em uníssono e riram.

Resolveram descer de volta para a sala, passaram o resto da tarde jogando videogame, comendo o bolo de morango que Hanako fizera e trocando beijos. Fora a melhor tarde de suas vidas, sem dúvidas.


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