Violetta - O Recomeço escrita por Clarinesinha


Capítulo 17
Capítulo 9 - Duas Viagens, Dois Destinos


Notas iniciais do capítulo

Espero que gostem...Larissa 15 dias não demorei muito...
Nota - Eu sou de Portugal, por isso achei interessante mostrar-vos um pouco do meu país: a cultura, as tradições, as lendas e a historia...Podem ir pesquisar na net imagens do que vos descrevo. Espero que gostem...



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Os voos seguiram o seu rumo: um para Sevilha com escala em Madrid e outro para o destino mistério que Gérmen tinha escolhido com escala no Rio de Janeiro. Ele nunca tinha ido aquele país mas ao pesquisar na Internet pensou que poderiam conhecer algo de novo os dois juntos, era como se um novo capítulo das suas vidas fosse começar. Era um país cheio de história, com locais magníficos e diferentes, com uma cultura popular muito rica…ele tinha a certeza que Angie iria adorar.

Os voos foram feitos durante a noite, o que implicaria uma noite mal dormida…mas nenhum deles se preocupava muito com isso. Todos, menos Clara, ela não estava habituada àquela sensação que altitude nos dava nos ouvidos e estava bastante rabugenta. Rosário tentou de tudo para a acalmar, mas nada a apaziguava; Vilu tentou cantar pois normalmente resultava, mas Clara apenas se mantinha calada por uns segundos para logo de seguida voltar a chorar. De repente teve uma ideia, chamou a hospedeira e pediu-lhe alguma coisa que nem Rosário nem Leon perceberam. Passado algum tempo, recebeu um sinal da hospedeira, colocando os auscultadores nos ouvidos de Clara…esta deu um largo sorriso, como se tivesse visto o Pai Natal ou o Coelho da Páscoa e finalmente adormeceu sorrindo. Rosário e Leon olharam os dois para ela, admirados mas sobretudo curiosos.

— Vilu, posso saber o que é a tua irmã está a ouvir…?

— Podes…- e coloca os auscultadores a Rosário e de seguida a Leon…e sorri.

— Mas…é a voz da Angie…eu tenho a certeza, Violetta endoideceste?- Diz-lhe uma Rosário completamente de boca aberta.

— Vilu, tens noção que todo o avião neste momento está a ouvir a tua tia a cantar?- pergunta Leon olhando-a no fundo dos olhos e olhando para os outros passageiros, alguns já com os auscultadores colocados, e outros a coloca-los por sugestão dos que já a ouviam.

— Sim tenho…- e dando uma olhadela geral ao avião…- e parece que estão a gostar tanto ou mais que Clara.

— Se a Angie sonhasse com isto…acho que te…- disse Leon dando-lhe um beijo.

— Mas ela nunca vai saber…fica o nosso segredo. Prometem?

Os dois olham para ela, que estava muito séria, dão um sorriso e ambos concordam em não revelar aquele pequeno segredo. Ela colocou os auscultadores e não conseguiu evitar um sorriso…era como se Angie estivesse ali ao seu lado a cantar para também ela adormecer, olhou para Clara que dormia tranquila mas com o mesmo sorriso, depois olhou para o lado e viu muitos dos passageiros a dormir ouvindo a sua tia cantar, aninhou-se a Leon e também ela adormeceu ouvindo Angie cantar, a sua tia…a sua “mãe”.

Entretanto no voo para o Rio, Angie e Gérmen falavam de mil e uma coisas: de Rosário, de Vilu, de Vilu e Leon, de Clara; até que Angie fala de Luzia.

— Tu perguntaste sobre Luzia à minha mãe?

— Sim…eu vou viver com ela, pode-me custar pensar nela como “irmã”, e não sei se algum dia o vou conseguir, mas posso ficar a saber mais alguma coisa sobre ela.

— Angie! A mamã não te obrigou a nada pois não?

— Não amor, fui eu que perguntei. Tinhas que ver o brilho dos olhos da tua mãe a falar dela, e dos netos, mostrou-me fotografias deles…e…

— Já percebi que a parte dos netos te emocionou e adoraste os teus novos sobrinhos. Espero que a Vilu não saia ao pai ciumento, senão…

— A Violetta será sempre especial para mim. Ela é a minha sobrinha linda que amo mais que tudo. É como se fosse minha mesmo não sendo.

— Amo a forma como falas da Vilu, como os teus olhos brilham a falar dela…- Gérmen aproxima-se de Angie e dá-lhe um beijinho.

— A tua mãe também me mostrou uma foto dela…da Luzia com o marido, Luís…

Angie não tinha ideia se Gérmen alguma vez a tinha visto, e estava com algum receio…ela era a imagem viva de Maria e sinceramente não sabia como ele iria reagir. Mas aquele não era o momento nem o local para contar nada, contudo ela sabia que mais cedo ou mais tarde tinha que lhe dizer…tinha que o preparar para aquele encontro. De repente lembra-se de Violetta, ninguém a preparara para rever a imagem de sua mãe numa outra pessoa, ela era muito pequena na altura mas tinha algumas memórias de Maria, como é que ela reagiria, Angie decidiu que assim que se instalassem no Hotel lhe ligaria…tinha que falar com ela. Enquanto Angie pensava em Vilu, Gérmen continuava a falar…

— Bom, pelo menos um de nós já tem uma ideia…ei Angie?

— Desculpa amor…estava a pensar em Vilu…desculpa…

— A pensar em Vilu…e em Clara aposto. Amor, elas estão bem, o meu pai não tem como nos descobrir em casa da minha tia. Ele não sabe que a minha mãe mora lá.

— Eu sei…mas tenho saudades delas, coisas de mãe…- ele beija-a com carinho e encosta a sua testa na dela.

— Bom mas eu estava a dizer-te que pelo menos tu já a conheces…e eu logo a vou conhecer quando formos para Sevilha.

— Mas nunca tiveste curiosidade, afinal tu sabias da sua existência? Nunca pediste para ver uma foto, sei lá.

— Na verdade não, mas também eu sempre pensei que ela tivesse sido criada longe da minha mãe por um casal amigo, foi o que a minha mãe me contou. E só agora soube onde estava e que a minha mãe sempre vivera com ela.

— E quando soubeste, que ela estava e sempre esteve ao lado da tua mãe, tiveste a oportunidade de pedir para ver uma foto, mas não o fizeste.

— Sim, tens razão. Talvez o devesse ter feito, mas daqui a uns meses vou conhecê-la por isso...- quando ele diz meses, Angie olha para ele...

— "Meses"? Gérmen tu...tu prometeste, iam ser uns dias...não meses...

— Está bem, tens razão eu prometi. E o prometido é devido, certo.- Angie acena-lhe com a cabeça...- mas...e se forem umas semanas...é que só uns dias parece-me tão pouco tempo para matar as saudades...- e ambos se riem e se beijam. Quando se afastam ela encosta a sua cabeça ao peito dele, ele por sua vez começa a brincar com o cabelo dela ora enrolando ora dando "cafoné" nele; e assim ficam até chegar ao aeroporto do Rio de Janeiro. Tratam de todo o processo de Check-in e ficam à espera que os chamem, Gérmen para que ela não saiba para onde vão inventa de ouvirem um pouco de música para se distraírem. Quando os chamam ela está tão distraída ouvindo a música que nem escuta para onde e o voo...e assim continua sem saber onde vai passar a lua-de-mel.

Violetta dorme, encostada a Leon, ele já acordara há um tempo e olhava para ela a dormir. Rosário olhava para Clara que também ia a dormir...de repente a hospedeira vem pedir para que colocassem os cintos pois estavam a iniciar a descida. Leon com cuidado acorda Violetta...

— Amor...Violetta acorda, estamos a chegar...acorda.

— Ah, pai deixa-me dormir mais um pouco, ainda é cedo...- Leon ri-se e tem uma ideia, chega-se ao pé dela e começa a dar-lhe beijos: primeiro na bochecha, depois no pescoço até que chegou...Vilu virou-se de repente fazendo com que os seus lábios se juntassem.

— Interesseira...- e Leon ri-se.

— Não sou nada...mas amei os teus beijos e quero mais.

— Pois mas neste momento não vou poder dar porque...

— Ah! Leon...só mais um por favor...

— Não, mas eu prometo que mais tarde te dou todos os beijos que quiseres, por agora temos que colocar os cintos, estamos a chegar.

Violetta olha para a janela e todas as recordações do Show de Sevilha lhe vem à memória: os passeios com os amigos, a sua reconciliação com Leon, tudo o que descobriu sobre o pai, o pedido de casamento dele a Angie...está era uma cidade onde fora feliz. Assim que aterraram, foram para a zona de desembarque buscar as malas e o carrinho de Clara, e saíram...

— Avó como vamos para casa da Tia Mercedes?

— Vamos de carro, a tua Tia deve ter mandado o Xavier para nos vir buscar...- Rosário começa a procurar o tal Xavier, de súbito avista alguém. Vilu percebe pela reacção da avó que aquele não deveria ser o "Xavier"...- Rafael, mas que surpresa.- e abraça o tal Rafael, um jovem.

— Olá madrinha...o papá pediu-me para a vir buscar. Ele estava com algum trabalho e como eu não estava a fazer nada...

— Que bela surpresa meu querido. E como estão os estudos? E os teus irmãos?

— Os estudos estão bem, aproveitei uma folga para vir matar saudades da comida caseira da mamã...os meus irmãos estão óptimos.

— Que bom meu querido...Ah! Desculpem nem vos apresentei este é o Rafael é filho da Chica e do Xavier...e é meu afilhado. Está é a Violetta a minha neta, e este é o Leon o namorado dela.

— Olá, como estás...- cumprimenta Vilu dando-lhe dois beijinhos na face, deixando um Leon à beira de um ataque...- se bem que eu te conheci quando eras mais pequena...e a madrinha sempre falou muito sobre ti.

— Desculpa mas não me lembro de ti, e nem sabia que tinhas um afilhado avó...- e olhou para Rosário...

— Prazer, eu sou o Leon...o namorado dela. - Rafael cumprimentou-o e olhou para Rosário sorrindo.

— Então e esta boneca...- olhando para Clara que olhava para ele algo intrigada...- não me digas que é tua filha...vossa filha?

— Não Rafael...esta é Clara, minha neta e irmã de Violetta...

— Ah, não sabia que o tio Gérmen tinha mais filhos...

— Tio Gérmen! - Violetta ficou admirada por ouvir alguém chamar o pai de "Tio", era algo estranho. Se fosse o Gérmen de agora ela nem se admiraria, mas o de antes...não era impensável.

— O Rafael e os irmãos sempre trataram o teu pai de "Tio"...desde pequenitos...vamos…

E assim seguiram para o carro, Rosário ia a frente com Rafael enquanto Vilu, Leon e Clara iam no banco de trás. Iam todos distraídos os da frente a falar e os de trás a relembrar momentos que passaram ali em Sevilha. A casa de Mercedes não era dentro da cidade ficava a cerca de vinte minutos de Sevilha, por isso os três passageiros de trás acabaram por adormecer.

— Vilu, Leon...chegámos.- Chegaram ao grande portão verde, Violetta e Leon ficaram admirados pela imponência daquele lugar: tinha um caminho de ladrilho ladeado por uma sebe de tijoleira marron, ao fundo podia-se ver a casa ou melhor dizendo a mansão magnífica, um pouco mais ao fundo do lado direito podia-se ver uma casa mais simples. Rosário saiu do carro e logo cumprimentou as duas pessoas que os aguardavam, pelo à vontade de Rafael, não foi difícil perceber que aqueles eram os pais dele. Chica aparentava ter à volta dos 50 anos, cabelo grisalho, cara muito redonda, baixinha mas não em demasia, fazia lembrar Olga. Xavier era um homem alto, bem-apessoado apesar de ter todos aqueles trejeitos de um homem simples e do campo. Eram já parte da família, como o eram Olga e Ramalho...sempre viveram ali a servir a Tia Mercedes e mais tarde Rosário, Gérmen e agora Luzia.

— Chica...parece que estive meses fora daqui. Como está tudo aqui?

— Tudo na mesma, a Senhora e as crianças estão lá atrás na piscina. E os quartos já estão prontos.

— Obrigada, não sei o que seria desta casa sem ti. Vilu, vamos até à piscina...

— Ah não avó, preciso de descansar um pouco antes por favor.

— Está é a Violetta...como cresceu. Acho que a última vez que a vi ela era uma bebé ainda mal andava. Foi também a última vez que vi o menino Gérmen e a menina Maria...

— Conheceu a minha mãe?

— Sim menina…era um amor de pessoa. E cantava…meu Deus como cantava…mas estás tão grande.

— É verdade Chica está uma moça e tens que ouvir a minha neta a cantar Chica…se fechares os olhos parece que estás a ouvir Maria.

— Avó…não digas essas coisas…

—.Mas é a verdade...e ia-me esquecendo este é Leon o namorado de Violetta. E esta pequenita aqui a dormir é a Clara...

— Mas que anjinho Dona Rosário...bem mas eu vou acompanhar-vos ao vosso quarto. O berço está no seu quarto, e Luzia também colocou o intercomunicador que era dos meninos.

— Obrigado Chica. Xavier levas as malas por favor depois mais tarde arrumamos tudo.

— Sim claro, Rafael ajudas-me por favor. - E assim enquanto Chica levava Leon e Vilu para os seus respetivos quartos, Rosário foi para o seu deitar Clara, pegou no intercomunicador e logo desceu para rever Luzia e os netos.

— Onde estão os netos mais lindos do mundo...

— Avó...Vóvó...- e de repente ela viu-se rodeada pelas três crianças: a Tati uma menina linda de cabelo pretos e olhos castanhos muito grande para a idade que tinha mas também muito perspicaz; Miguel com os seus cabelos castanhos e os olhos castanho avelã era um homenzinho em ponto pequeno e a pequenita Sofia de cabelos castanhos-claros e a única que herdara os olhos verdes do avô Miguel. Depois de muitos abraços, beijinhos e mimos foi ter com o mais pequenito que estava na sua cadeira junto de Mercedes, já a pedir alguma atenção, pegou em Tomás que era a cópia do pai e de Tatiana: cabelos pretos e olhos castanhos.

— Avó...- diz-lhe a Tati muito séria...- onde está? A mamã disse que ela vinha contigo lá da Argentina.

— Por falar da tua mãe, onde é que ela está? Pensei que hoje estivesse de folga.

— Teve uma emergência lá no hospital, mas deve estar a voltar. Mas a Tati fez-te uma pergunta e eu também gostava de saber a resposta.

— Às vezes não sei quem é pior se os miúdos se tu...- e ri-se do ar da irmã...- a Vilu foi descansar um pouco e a Clara chegou a dormir por isso deitei-a.

— Elas dolmil muto...ta sole e pala acodal...- diz Sofia com um ar decidido mas admirado. Rosário e Mercedes riem-se, mas nem tentam explicar que o fuso horário é diferente em Espanha e que na Argentina aquela hora é de noite.

Vilu e Leon foram descansar, contudo assim que viu que Chica se tinha ido embora Vilu foi ao quarto de Leon, por muito que estivesse cansada não conseguia dormir, tinha saudades de tudo o que tinha deixado para trás: as amigas, o Estúdio, o Ramalho, a Olga e a avó Angélica; estava a precisar de Leon dos abraços dele que a faziam sentir bem, segura...e sem bater à porta entra...

— Que estás a fazer aqui? Pensei que estavas cansada e que querias descansar...

— E estou, mas não consigo. Preciso de ti...dos teus abraços. Para além disso houve alguém no avião que me prometeu um monte de beijinhos e eu vim cobrar.

— Tens razão...- e estica-lhe os braços para que ela fosse ter com ele, como que a dizer-lhe sem usar palavras que a esperava um abraço, Vilu não espera nem um segundo e corre para Leon.- Amo-te...

— Eu também te amo...muito. Tanto que às vezes até dói, eu não iria conseguir ficar longe de ti...tu és a minha vida, o ar que eu preciso para respirar...

Leon não a deixa acabar e beija-a, levanta-se e vai trancar a porta, regressa à cama onde está Violetta com um ar completamente apaixonado. Ele olha para ela como que a perguntar algo que só eles percebem...Vilu chega-se perto dele e beija-o com paixão mas também desejo, aquela era a resposta que Leon esperava...e assim de novo como naquela noite em Paris se entregam um ao outro.

Entretanto no voo mistério Gérmen e Angie dormem, até que uma hospedeira o acorda dizendo que estão a aproximar-se e que é necessário colocar os cintos para a aterragem. Este agradece e começa a acordar Angie com beijos.

— Amor, Angie...estamos a chegar, acorda.- E continua a dar-lhe mimos...

— E posso saber onde chegamos, pois se bem me lembro há alguém que não me disse para onde me trazia...e nem espreitar me deixa porque ficou do lado da janela.

— Tem calma...faltam poucos minutos para anunciarem a aterragem e só nesse momento vais ficar a saber.

Angie olha-o nos olhos tentando ficar zangada, mas basta olhar para aqueles olhos que ela ama, aquele sorriso lindo que ele tinha e logo lhe passa toda a "raiva". Quando estão prestes a aterrar é a vez de ouvir o capitão falar, agradecendo por terem escolhido aquele voo e outras informações como a diferença do fuso horário, como êxtase o clima, etc. No final deu as Boas-Vindas a todos os passageiros à cidade onde se encontravam e ao País.

— Estamos...eu nunca estive aqui, Gérmen obrigado...

— Eu sabia que irias gostar é um país cheio de história, já tenho um itinerário feito...alguns lugares com história porque sei que gostas mas sem esquecer o romance...porque eu quero namorar muito.

Angie nem queria acreditar, ele tinha-se trazido a Portugal, um lindo e pequeno país que se situava na Península Ibérica (Esta península está situada a sudoeste da Europa. É formada por Gibraltar, Portugal, Espanha, Andorra e uma pequena fracção do território de França – as vertentes ocidentais e norte dos pireneus. É a mais ocidental das Penínsulas do Sul da Europa e é a segunda maior em área, ela estava desejosa por conhecer tudo.

— E posso saber por onde vamos passear, o que vamos ver?

— Bom hoje pensei primeiro ir descansar um pouco e depois aproveitar a tarde e a noite para irmos descobrir a cidade do Porto.

Angie abraçou-o porque a verdade é que nada do que dissesse iria descrever o que sentia. Assim saíram do aeroporto e foram para o hotel de "Táxi", quando lá chegaram Angie susteve a respiração era daqueles onde se respirava luxo por todos os lados parecia um palácio, ela estava maravilhada e enquanto Gérmen tratou do Check-in ela foi admirando tudo: o magnífico candelabro, os vitrais, as pinturas...tudo era esplendoroso. Subiram para o quarto, e chegando à porta Gérmen pega nela ao colo entrando no quarto...deu-lhe um beijo demorado e colocou-a de novo no chão. Virou-se então para o bagageiro que já tinha colocado as malas dentro do quarto deu-lhe uma gorjeta e ele saiu fechando a porta. Angie estava já admirando a vista pela janela, Gérmen colocou-se atrás dela e agarrou-a pela cintura dando-lhe um beijo no pescoço...e ficaram assim por um tempo.

— Tudo isto é lindo...o hotel, este quarto...já viste bem este quarto, é magnífico parece um daqueles dos contos de fadas...

— Digno de uma princesa, como tu. Só não gostei de saber que achas tudo lindo...menos o principal...

— Ah! É porque esse não é lindo...é muito mais que isso: é lindo, maravilhoso, bonito, charmoso, tem os olhos mais brilhantes, o olhar mais doce e lindo...amo-te.

— Bom depois de tudo o que me disseste não sei o que te dizer...- e pegando nela ao colo...- por isso não vou dizer nada...vou fazer.

E assim em vez de descansar fizeram tudo menos isso...ao fim de umas horas arranjaram-se e foram passear pela cidade. O Porto é a segunda maior cidade de Portugal, uma cidade cheia de história e de cultura. Foram até à Avenida dos Aliados a rua principal do Porto onde se situa a Câmara Municipal (em Portugal todas as cidades têm uma câmara municipal que é gerida por um presidente, este tem que responder ao governo do país.) é também nesta avenida que se festejam os acontecimentos mais importantes da cidade. Depois visitaram a Livraria Lello bastante conhecida na Europa não só pela grande colecção de livros mas principalmente pela sua escadaria.

— Sabias que muitos escritores e produtores de cinema se inspiraram nestas escadarias. Dizem por exemplo que J.F. Kwoling a que escreveu a saga do famoso Harry Potter se inspirou nelas para criar muitas cenas dos livros.

— A sério, e como é que o meu amor sabe todas estás coisas?

— Na Internet...- e virando-a deu-lhe um beijo bem leve. Foram vendo alguns livros...e por fim saíram e foram caminhando até chegar a Igreja dos Clérigos, uma magnifica arquitetura do séc. XVIII em estilo Barroco, a sua nave é decorada por uma magnifica talha dourada. De seguida decidiram ir à torre com o mesmo nome de cerca de 75 metros, apesar de terem que subir mais de 200 degraus, ambos se aventuraram a subir pois a vista segundo o que tinham tido a Gérmen era simplesmente de cortar a respiração...depois tinham o famoso Carrilhão (é um instrumento musical de percussão; é formado por um teclado e por um conjunto de sinos de tamanhos variados, controlados pelo teclado. Os carrilhões são normalmente alojados em torres de igrejas ou conventos e são dos maiores instrumentos do mundo), foi inaugurado em 1995 e é o mais moderno de Portugal. Foi fundido na Holanda e tem 49 sinos que pesam cerca de dez toneladas. O mecanismo para accionar os sinos inclui um teclado que, para ser tocado, exige uma técnica que pode ser fisicamente esgotante.

— É lindo...é como se estivéssemos com a cidade aos nossos pés...

— Sim e lindo...mas não tão belo como tu...já te disse que te amo?

— Hoje ainda não...aliás acho que..."nunca" me disseste...

— Mentirosa! Mas eu digo agora, aqui neste sítio onde quer a terra quer o céu me podem ouvir e bem alto para que todos possam ouvir: EU AMO-TE ANGELES SARAMEGO CASTILLO.

— Estás doido...está toda a gente a olhar...- mas Gérmen não a deixa acabar e lhe da um beijo daqueles apaixonados, profundos...- Eu também te amo doido.

E começam a descer a torre, seguindo caminho para a ribeira onde iriam jantar num daqueles restaurantes típicos. Passaram pela Sé (Igreja principal onde o Bispo da cidade celebra.) e pelo Paço Episcopal, indo ter à Ponte D. Luís com dois tabuleiros o inferior para o trânsito automóvel e o de cima utilizado pela linha do Metropolitano do Porto (uma espécie de serviço de comboio, normalmente subterrâneo, na cidade do Porto tem a particularidade de ser à superfície.), chegaram finalmente ao Cais da Ribeira passeando à beira do Rio Douro...

— É linda está cidade...respira-se cultura em cada esquina, história em cada edifício...estou a adorar tudo.

— Sabia que ias gostar...- e ficam assim abraçados por um tempo vendo o pôr-do-sol sobre o Rio.

Entretanto Vilu acorda, e fica a olhar para Leon que dorme tranquilo, ele era lindo, maravilhoso, doce; deu-lhe um leve beijo de forma a não o acordar e foi-se arranjar já era quase hora de jantar. Quando estava pronta sentou-se junto de Leon e começou a acordá-lo com beijos doces e leves, primeiro nas costas, depois nas mãos, pelos braços, no pescoço e quando ia para o beijar na bochecha Leon vira a cara e acabam por se beijar...bem apaixonados, Vilu acaba por se afastar daquele beijo...

— Leon chega...está quase na hora do jantar. Eu vou descendo, arranja-te e vai ter comigo.

— Ok princesa...mas estava a gostar desses mimos todos...- Vilu dá-lhe mais um beijo pega no telemóvel e sai do quarto mandando-lhe o último beijo, ele faz um gesto com a mão como se apanhasse o beijo que ela mandou, riram-se os dois. Violetta desce e vê Chica.

— Menina, a sua avó está lá fora com a Sra. Mercedes e os meninos...

— Obrigado...- quando chega vê apenas a avó, a tia e Clara que assim que a vê estica-lhe os bracinhos e chama-a "Bilu"...- Olá minha pequena...olá avó...

— Meu Deus, Violetta estás uma mulherzinha...e muito parecida com Maria...estás linda.- diz Mercedes que se emociona ao ver Vilu.

— Obrigado, tia Mercedes gostava que o papá também pensasse assim...porque para ele, vou ser sempre uma menina pequena.

— Violetta não sejas assim...o teu pai tem que se habituar à ideia. Ah, olha aí vem os miúdos...

— Mãe...é a Violetta, é ela...é ela...- e Tati corre até a Vilu...- eu não acredito és mesmo tu, eu não em posso crer...mamã é mesmo ela...

— Tatiana um pouco menos por favor...lembra-te do que falámos?- Luzia está de costas para Vilu ajudando os outros miúdos a subirem as escadas e com o pequeno Tomás ao colo, quando esta se vira Violetta nem pode acreditar no que vê, não é possível…- Ela aqui em casa é tuia prima certo? Olá Violetta, desculpa mas a Tati é tua fã numero 1…

— Mamã! Eu...não...- e olha para a avó que entretanto já tinha Clara ao colo...- Eu..não consigo...não...- e sai disparada, ela precisa de espaço, de pensar...de respirar.

— Mamã...não percebi...ela chamou-te de...

— Tatiana vai brincar com os teus irmãos por favor...- Tati sabia que quando a chamavam pelo seu nome nem valia a pena dizer mais nada porque a partir daquele momento a conversa era de adultos.

— Como sou parva...eu devia tê-la preparado, devia ter falado com ela...

— Mamã...eu não percebi o que se passou. Porque é que ela me chamou de mamã...

— Porque tu és a imagem viva de Maria, és muito, mas muito parecida com ela.- Responde Mercedes antes de Rosário.

— Já entendi...mas tu nunca me disseste nada disso...sempre me disseste que eu era parecida com o papá...mas nunca...

— Eu devia ter falado com a Violetta...mas nem me lembrei, nem me ocorreu que...- Luzia continuava a olhar para a mãe à espera…

— Tu e Maria são muito parecidas com Miguel, a única coisa que não herdaram foi os olhos verdes dele...isso quem herdou foi Angeles que é parecida com Angélica mas com os olhos de Miguel.

— Olá...onde está a Vilu? - Leon chega e não vê Violetta em lado nenhum, mas ao ver Rosário bastante aflita e nervosa, percebe que algo se passou; Mercedes conta-lhe muito resumidamente o que se passou quando ela viu Luzia e o facto de esta ser parecida com Maria, ele pega no telemóvel e liga-lhe mas Vilu não atende.

— Sra. Rosário o jardineiro diz que a menina saiu, esteve um tempo sentada junto ao muro mas começou a andar pelo meio da estrada completamente perdida...diz que ela estava a chorar.

— Obrigada Chica...eu vou falar com ela...pede ao Xavier que pegue no carro...

— Não...- diz-lhe Leon...- Eu conheço-a, ela está a precisar de tempo para digerir tudo isto, eu vou atrás dela...peça ao Rafael que prepare o carro.

Quando chega ao portão consegue avista-la não muito longe, ela caminhava devagar cambaleando, ele corre um pouco e depressa a alcança, quando Vilu o olha ela simplesmente se deixa cair ficando sentada no meio da estrada. Leon pega nela e leva-a até à berma, aí senta-se ao seu lado e abraça-a, ela aninha-se e desaba num choro convulsivo. Ao fim de um tempo consegue acalmar-se, mas continua sem falar apenas se deixa estar quieta abraçada por ele...tentando perceber como vai conseguir...como vai olhar para ela. Leon resolve então levantar-se...

— Vamos...há um lugar na cidade que eu sei que te vai animar...

— Leon não...eu não quero ir a lado nenhum. E depois como é que vamos?

— Isso não te preocupes, já tratei do assunto...- e de repente aparece um carro com Rafael a conduzir...- Vamos Princesa?

— Não tenho escolha pois não? - Leon ri-se como que a dizer-lhe que não e assim seguem caminho para o local mistério, onde segundo Leon ela se vai animar, naquele momento Vilu pensa que não há lugar algum que a possa tirar daquela angústia...mas deixa-se levar por ele.

Em Portugal Angie e Gérmen jantam num maravilhoso restaurante à beira Rio...a comida é óptima, o vinho maravilhoso e eles estão mais felizes do que nunca. No fim do jantar decidem passear mais um pouco até que Angie tem um calafrio.

— É melhor irmos andando para o hotel, não quero que te constipes...- e coloca-lhe o seu casaco nos ombros. Angie sorri e dá-lhe um abraço e de novo aquela sensação, aquele sentimento que alguma coisa se passava.

— Gérmen...podemos falar à Violetta...

— Sim claro, quando chegarmos ao hotel ligamos...

— Não agora...não me olhes assim eu sinto que alguma coisa se passou, por favor.- Gérmen ao olhar para aquela carinha tão apreensiva não tem como lhe negar, pega no telemóvel e liga, passando-o a Angie...- Ela não me atende...não atende.

— Calma talvez estejam a jantar e simplesmente não ouve o telemóvel. Vamos para o Hotel e tentamos de novo se ela voltar a não ligar nós ligamos à minha mãe...

E assim seguem para o hotel, Gérmen tenta de novo falar com Vilu mas não consegue, liga à mãe mas ela também não atende. Contudo continua calmo pois se estiverem a jantar no alpendre não vão mesmo ouvir, tenta acalmar Angie...mas não consegue ela está mesmo angustiada. Resolvem subir para o quarto e enquanto Gérmen vai tomar banho ela tenta ligar para Leon...este atende e finalmente Angie percebe o porquê de se sentir daquela forma, o que temia tinha acontecido Vilu reagira mal a Luzia...tentou falar com ela mas Vilu não quis. Leon diz a Angie para não se preocupar que faria tudo para a animar e tentar ajudá-la a ultrapassar tudo aquilo. Explicou que ela estava em choque mas que conhecendo Vilu ela iria conseguir ultrapassar tudo aquilo. Angie pediu-lhe que se fosse preciso lhe ligasse e que amanhã tentaria ligar para falar com ela.

Em Sevilha seguem a caminho do Estúdio onde António se iniciou, e onde Gérmen estudou.

— O que estamos a fazer aqui?

— Não é óbvio? Viemos cantar, dançar...eu conheço-te e sei que assim que começares a cantar tudo se vai tornar menos negro. Anda...

Entram no Estúdio, onde já os espera Francisco, o irmão de António, e os encaminha para a sala de música...Leon segue para o piano, Vilu senta-se junto dele, Francisco e Rafael colocam-se um de cada lado do mesmo.

Un segundo de tu vida Quiero para mí Y sientas que estoy aquí

Un suspiro, una mirada, un bello amanecer Sentir tus labios, tu piel

Y amar cada momento de ti Cada espacio hacerte feliz.

 

Por tu amor lucharé aunque sea Lo último que intentaré

Por tu amor yo estaré a tu lado Para cuidarte y amarte siempre mío lo sé.

 

Parecía una gran locura Pensar en ti otra vez creer que puedas volver

Sí tan sólo escucharas latir mi corazón Intentaría sentir por dos

Y amar cada momento de mi Cada espacio hacerme feliz.

 

Por tu amor lucharé aunque sea Lo último que intentaré

Por tu amor yo estaré a tu lado Para cuidarte y amarte siempre mío lo sé.

 

Si este mundo me escuchara Gritaría que es verdad

Todo lo que te apoderas hoy de mi

Si tan solo no ocultaras que me necesitas

Yo cambiaría el destino y seríamos dos

 

Por tu amor lucharé aunque sea Lo último que intentaré

Por tu amor yo estaré a tu lado Para cuidarte y amarte siempre. Lo sé Lo sé

 

Assim que acabaram de cantar foram ambos aplaudidos, Vilu por sua vez beijou Leon como que a agradecer tudo aquilo, ele conhecia-a bem porque a verdade é que tudo se tornou mais leve e menos cinzento. Cantar fazia-lhe bem, tudo o que a preocupava era colocado em segundo plano e a única coisa que importava naquele momento era a música e tudo aquilo que ela sentia enquanto cantava, era como se tudo o que a prendia fosse desamarrado e ela se sentisse livre. Logo Francisco lhe foi falar dando-lhe os parabéns e convidando-a para aparecer mais vezes. Enquanto isso Leon falava com Rafael combinado algo que ela não ouviu.

 


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Notas finais do capítulo

Estou quase a acabar o capitulo...



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