Violetta - O Recomeço escrita por Clarinesinha


Capítulo 15
Capítulo 8 - O Reencontro


Notas iniciais do capítulo

Editado...fiz umas alterações mínimas....
Quero agradecer à Larissa Castillo Saramego pela Recomendação...Obrigado mesmo é bom saber que gostam do que escrevo e como escrevo. Este é para Ti...



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Na manhã seguinte Violetta, Rosário e Gérmen acordaram bem cedo, pegaram nas malas e em Clara e saíram de casa, decidiram ir todos para um hotel até Gérmen conseguir a autorização de Angie para Clara poder viajar.

Entretanto Angie acorda e dá conta que adormeceu no carro, a porta do Estúdio. Decide entrar afinal aquele é o seu lugar, o seu refúgio o seu porto de abrigo. Está tudo silencioso, ainda é muito cedo e quer os alunos quer os professores iriam ainda demorar umas horas para começarem a chegar e aos pouco encher aqueles espaços de risos, música, gritos…mas enquanto isso não acontece Angie aproveita aquele silêncio, aquela paz que tanto estava a precisar.

Depois de se instalarem, Violetta não descansa enquanto o pai não sai para ir falar com Leon e com os pais dele. Apesar de ser ainda muito cedo, e apenas para que ela se acalme um pouco, Gérmen acaba por ceder e deixando-as vai à procura de Leon. Quando chega a casa desde é recebido pelos seus pais, que Gérmen conhece à uns anos, pois já fez alguns negócios com a empresa do pai do Leon. Ele pede desculpa pela visita tão matutina mas precisava de falar com eles e com Leon também.

Começa então a contar que irá passar uns tempos em Sevilha em casa da mãe com Violetta e com Clara, e gostaria muito que Leon fosse com eles. Gérmen diz-lhes que sabe que Leon está a trabalhar com Pablo e com Gregório, mas que irá pessoalmente falar com eles se necessário para lhes explicar a situação. Após dizer tudo, os pais de Leon apenas lhe respondem que sendo ele maior, se ele estiver disposto a ir e assumir perante Pablo e Gregório um compromisso de se necessário voltaria de imediato ao trabalho, por eles não haveria problema algum. Gérmen sorri e pede então para falar com ele, contudo o pai diz que ele já tinha saído para o Estúdio; Gérmen agradece então, despede-se e vai á procura de Leon.

Angie está na sala de canto, e aproveita aquele tempo para tocar um pouco, há um tempo que tem aquela melodia na cabeça; pensando bem desde que saiu de casa com Clara, mas com tudo o que se tem passado nunca dera muita importância, e sem saber porquê naquele momento ela voltou á sua cabeça de novo. Angie sabe que não pode evitar mais tocar aquela melodia, pois uma das coisas que aprendera com Maria fora: “Nunca, mas nunca negar uma melodia que vem da alma…pois seria a mesma coisa que negar-nos a nós mesmas. A música é o que nós somos.”, e com o passar dos anos Angie sempre fizera o que ela lhe ensinara. Assim começa a trotear alguns sons…e de repente está a cantar:

“Prometer, nunca te olvidaré
Como vencer como amarte sin caer
Por ti, te miro y puedo decir
Mis dudas se van,
De alguna manera ya no están
Te acercaste Podría morir,
Y esperarte una vida
No tengas miedo a sentir
Te amaría por mil años más
marte por mil años más”

Quando chega ao Estúdio, Leon não vê ninguém, é ainda muito cedo mas ele tem esperança que Vilu chegue bem cedo de forma a poderem falar antes de ela começar a dar aulas. Na verdade ela nunca chega cedo, excepto quando está angustiada com alguma coisa, ou chateada com o pai nessas alturas costuma sair bem cedo para evitar discutir logo de manhã. Assim ele tinha alguma esperança que com tudo o que está a acontecer com o Avô ela chegue bem cedo. De repente Leon ouve o som do piano vindo da Sala de Canto, é uma melodia que ele nunca ouvira e linda, imediatamente se encaminha para lá, pois só pode ser Violetta, era a cara dela compor uma música nestas alturas. Porém quando lá chega vê não Vilu, mas Angie…e para não interromper deixa-se estar á porta a ouvir Angie que como está meio de costas não o vê chegar. No momento em que se vira ela se assusta um pouco não estava á espera de ver ninguém àquela hora no Estúdio e muito menos que estivesse a “espiá-la”.

— Desculpa Angie, pensei que era Vilu…é novo o tema?

— Sim…para te dizer a verdade acabei de escrever a letra. Tinha esta melodia á uns tempos na cabeça e…e tu que fazes aqui tão cedo?

— Bem…- não sabia bem se havia de contar a Angie tudo o que acontecera ontem com Vilu, afinal ela era sua tia, quase mãe, e ele tinha sido um bruto com ela…- eu tinha esperança de falar com Vilu antes das aulas…eu ontem fui…bem…

— Eu soube de tudo…- Leon fica algo ansioso mas ao mesmo tempo pensou que Angie seria melhor pessoa para o ajudar…- e sim foste um pouco duro com ela. Mas eu sei que vocês se amam, e que estavas a sofrer…mas tu sabes que nem eu nem o Gérmen vamos permitir…

— Eu fui um bruto, nem a deixei explicar…nem era preciso ela explicar, eu percebo-a…se alguém a tinha que a compreender era eu.

— Leon…eu sei que tu a amas, e ela ama-te. Sim ela ficou magoada…

— E tem razão ela não me vai perdoar. Eu sou um…o Pablo e a Brenda disseram para não a pressionar…e o que é que eu fiz…

— Leon. Tem calma…porque é que não vais lá a casa e falas com ela?

— Não, eu tenho medo de encontrar aquele homem e não quero arranjar mais problemas á Violetta. Mas posso ligar-lhe? Não ela nunca virá, posso pedir ajuda à Camila…

— Leon…porque é que não lhe ligas tu? Tenho a certeza que é a ti que ela quer ouvir e não Camila.

— Tens razão…Obrigada Angie…tu podes ter saída daquela casa mas continuas sempre a ajudar Vilu…

— Fazer o quê…é a minha princesa…a minha pequenina.

No meio de toda esta conversa entre Leon e Angie, Gérmen chega ao Estúdio e logo se põe a procurar por Leon. Estão poucos alunos ainda, e vê alguns professores já na sala de professores, ele vai entrando em algumas salas: primeiro na de música e na cabine de som, depois vai á sala de dança, ao refeitório, e quando se vai dirigir ao Zoom espreita para a sala de canto e vê-a…Angie. Ele não consegue deixar de sorrir ao vê-la e a ouvi-la, percebe perfeitamente que está a dar conselhos a Leon sobre Vilu, e sobre o que aconteceu no dia anterior. Os seus olhos…os seus olhos verdes brilhantes…ele notou que brilhavam de forma diferente quando falava de Vilu…e o sorriso quando falava de…como é que ele iria viver sem ela, sem ver aqueles olhos todas as manhãs a olhar para si quando ele acordasse, como é que ele iria conseguir viver sem aquele sorriso para o tranquilizar e dizer que tudo iria correr bem.

— Gérmen…- diz Angie que se apercebe naquele momento que ele está à porta a observar…- que estás aqui a fazer? A Clara? A Vilu?

— Tem calma está tudo bem…eu vim falar com…bem na verdade queria falar com os dois por isso ainda que estão os dois aqui.

— É a Vilu não é, ela vai mesmo para Madrid? Não deixe, não pode deixá-lo levar Vilu…

— Tem calma Leon…ela não vai para Madrid. Mas nós vamos viajar sim. E antes de dizerem alguma coisa oiçam-me por favor.

Assim Gérmen conta a ideia da mãe para evitar que José leve Clara e Vilu para Madrid. Pelo menos ganham um tempo, até os advogados que ele também contratou consigam evitar o que José quer fazer. Angie apesar de triste por saber que as suas filhas, porque apesar de não o ser ela considerava Violetta um pouco sua filha, iriam para longe sabia que seria mais seguro para as duas, mas Leon começara a deixar as lágrimas cair…Angie deu-lhe um abraço como que a tentar de alguma forma lhe dar a força que ele precisava de ter para encarar esta separação.

— Leon, não fiques assim, até porque vocês não me deixaram acabar, eu vim falar contigo para te convidar para ir connosco. Já até falei com os teus pais que consentiram desde que fales com o Pablo e com o Gregório.

— Está a falar a sério? Ir com vocês para…- Gérmen manda-o falar mais baixo…- desculpa, claro que vou…quer dizer o que é que Vilu pensou disso, porque nós…

— A Vilu está…não te preocupes o dia ontem foi difícil para todos, bem e Vilu no fundo sabe que tu…gostas dela. Bem e agora vai falar com o Pablo e encontramo-nos na tua casa antes de almoço.

— Sim…Obrigado, a sério…- e virando-se para Angie…- Obrigado Angie, e espero que tudo se resolva…

— Vai…e trata bem da Vilu, estou a contar contigo. – Angie sorriu e lhe deu um abraço carinhoso…Gérmen olhava para ela…para o seu sorriso, para os seus olhos…- Gérmen? Ei Gérmen?

— Ai desculpa, bem podemos ir falar para um local mais privado, a nossa conversa é um pouco mais séria…bem e os alunos estão…

— Vamos para a sala do Pablo…- e pegando na sua mala foi para a Sala da Direcção. Quando lá chegam Gérmen fecha a porta, e olha para Angie, ele não consegue resistir e aproxima-se, olha-a a nos olhos e…- Gérmen, para…por favor…- mas Angie também não resiste, ela ama-o e sente a falta de o ter junto dela, do seu abraço, do seu cheiro, do seu beijo…

— Desculpa-me Angie, mas eu olho para os teus olhos e não resisto…eu perco-me neles…amo-te, e nada vai acabar com este amor.

— Gérmen…- e apesar de não o querer dizer também ela acaba por não resistir àqueles olhos, àquele sorriso…ela simplesmente não consegue evitar…- Eu também de amo…- e desta vez é Angie que se aproxima de Gérmen, é como se eles estivessem de novo naquela bolha onde nada os podia perturbar. – O que é que me querias dizer mais? – diz Angie afastando-se dele com algum esforço.

— Bem, é que para sair do país com Clara preciso da tua autorização, por preciso que assines isto…mas pensando bem…- e olha para ela como se só agora tivesse descido á terra…- porque não vens connosco?

— Gérmen não, eu ainda não estou preparada para isso. Eu nem consegui falar com a minha mãe, fui lá ontem bati mas…não consegui deu-me um medo, um arrepio que me percorreu, não tive coragem. Pensar que lhe ia causar toda aquela dor…

— Angie pensa pelo menos na minha sugestão, por favor. Sabes que um dia terás que enfrentar tudo isto: a tua mãe e Luzia.

— Gérmen…não me pressiones por favor…eu preciso de tempo para me habituar, para…

— Não te estou a pressionar…- e dá-lhe um beijo…-só quero que penses, poderíamos estar em paz lá, juntos, os quatro. Pensa e decide sem pressão…tu sabes que te vou esperar o tempo que for preciso.

— E tu sabes que eu te amo…- e olhou para os olhos castanhos de Gérmen…e se fixou neles…e ele nos dela…e de novo se entregaram ao amor que sentiam. Por mais que quisessem não havia ninguém capaz de os separar, de fazer todo aquele amor morrer neles, tudo era perfeito, tudo se encaixava nas suas vidas quando eles estavam juntos. Era como se aquele amor fosse um puzzle, onde todas as peças se encaixavam, sem erros, sem que faltasse peça alguma.

— Vamos fazer uma coisa…- diz Gérmen segurando a cara de Angie com as suas mãos…- Assina a autorização, o voo é às 09h00 de amanhã, vou-te comprar uma passagem…se decidires ir apareces.

— E se eu decidir não ir?

— Eu fico à tua espera...até o dia que decidires voltar...até à eternidade se assim for preciso.

Angie assinou o papel, e olhou para Gérmen, ele a beijou de novo, sorriu-lhe e saiu deixando-a com os seus pensamentos. Seria possível viver “em paz”? E seria ela capaz de conviver com “ela”? Não, era insuportável pensar nisso, como é que ela poderia…seria como se estivesse a trair a mãe. Sentada na cadeira de Pablo, coloca os braços sobre a mesa e enterra a cabeça nestes, tentando controlar as lágrimas que ela sente já a queimar-lhe os olhos. E sem ela reparar Pablo entra no escritório…ao vê-la assim aproxima-se com calma e acaricia-lha o ombro, tal como faria um irmão.

— Angie…Angie…o que aconteceu? Foi Angélica, como é que ela reagiu?

— Pablo…- ela abraça o amigo, que entretanto se ajoelhara à sua frente, ela chorava por tudo: por não ter tido a coragem de falar com a mãe, por não ter coragem de ir com Gérmen, por não conseguir pensar sequer na hipótese de conviver com “ela” mesmo que isso significasse que poderia estar coma “sua família”. Porquê é que tinha que ser tudo tão difícil na sua vida…

— Angie…o que se passa? Estás a assustar-me, por favor, foi Angélica?

— Não…não Pablo. Sou eu…o que se passa é que eu ainda não aprendi Pablo e continuo a mesma atada de sempre….continuo a mesma…

— Não te estou a perceber…Angie podes-me dizer o que se passou.

— Eu não consegui Pablo, não consegui. Fui lá, bati…mas na hora fugi, que nem uma adolescente assustada...

— Angie…- Pablo não queria dizer o que era óbvio, porque nem valia a pena, Angie sabia bem o que ele estaria a pensar. E vê-la daquela forma perdida, ele nunca o poderia dizer…

— Se isso não chegasse o Gérmen esteve aí…e mais uma vez eu vou fugir porque não consigo enfrentar o passado.

— Gérmen? Mas o que ele queria? – e de repente ele olha para Angie com uma cara confusa…- Espera fugir do passado como assim?

— Ele veio dizer-me que vai para fora do país durante um tempo, para proteger a Clara…de José…- o amigo não lhe diz nada e fica á espera que Angie continua. Ela diz-lhe então que Rosário propôs que eles fossem para Espanha para casa dela, sem contar nada a José, de certa forma iriam esconder-se e ganhar algum tempo para que Gérmen pudesse junto dos advogados impedir algum acto tresloucado de José. Como era preciso que Angie autorizasse ele veio pedir que ela assinasse o papel. Contou ainda que ele lhe pedira para ir com eles, que estariam a salvo de José, estariam os quatro juntos…

— E…tu estás assim Angie. Porque é que não estás aos saltos a festejar o facto de terem conseguido uma solução, claro que é temporária, até porque eventualmente a tua mãe terá que saber de tudo…

— Pablo! Se eu for…vou ter que conviver com “ela”, com a recordação de tudo o que gerou esta confusão na minha vida…

— Ah Angie! E tu vais desperdiçar a oportunidade de estares com as pessoas que mais amas: com Gérmen, com Vilu, com a Clarita…por orgulho, porque podes ou não queres ferir o teu amor-próprio.

— Não é assim tão fácil Pablo. Tenho a minha mãe…sinto que seria como se eu a traísse também. Não sei o que fazer Pablo, o Gérmen disse-me que iria comprar uma passagem para mim e esperar no aeroporto amanhã…

— Angie, não deixes a tua vida escapar-te de novo pelas tuas mãos. Eu não te vou dizer o que deves fazer porque acho que tu no fundo sabes o que tens que fazer…e agora por favor podes ajudar-me a dar as aulas de canto pelo menos hoje que fiquei sem professora.

Angie sorriu e abraçou-o, ela sabia que Pablo tinha razão, o que a impedia de ir atrás da sua felicidade era orgulho, soberba e nada mais…dera-se a ela própria umas horas para pensar, e enquanto pensava não lhe custava ajudar Pablo no Estúdio por isso deu-lhe um sorriso como se fosse o sim maior do mundo.

Enquanto isso Gérmen foi buscar Leon, que tinha tanto de animado como de agitado. O pai de Vilu riu-se, e Leon olhou para ele intrigado.

— Leon, se não paras de mexer no telemóvel, nas mãos e no cabelo, acho que chegas ao pé de Vilu: com as mãos cheias de calos, sem cabelo e com um telemóvel completamente avariado.

— É que eu…eu acho que a Vilu ainda está zangada comigo, e não estou a dizer que não mereço…mas e se ela não quiser que eu vá convosco…

— Leon…se há coisa que aprendi nestes últimos anos sobre a minha filha é que ela tem um coração enorme, capaz de perdoar "quase" tudo.

— Pois "quase" tudo…- diz Leon algo desmotivado…

— Ainda preciso passar por um sítio antes de irmos para o Hotel…por isso ainda tens algum tempo para te acalmares…e tenho a certeza que não estás incluído nesse pequeno e ínfimo "quase".

— Espero que tenha razão...- responde-lhe Leon...

Ambos se riram um pelo embaraço do outro, e esse pelo nervosismo acumulado. Leon conhecia Violetta, tão bem ou melhor que Gérmen, e o que Gérmen dissera não deixava de ser verdade: ela tinha um coração enorme, e sempre o perdoara mesmo que às vezes, senão todas, não merecesse ela era assim: boa, de coração mole, ingénua por vezes, mas não era uma ingenuidade infantil, simplesmente gostava de acreditar que todos tinham um lado bom. Leon riu-se ao lembrar da amizade dela com Ludmila…quem as tivesse visto há uns anos nunca pensaria que hoje seriam muito mais que amigas, eram aliadas, companheiras, cúmplices, confidentes…eram como que irmãs.

Entretanto no Hotel Violetta estava numa “pilha de nervos” não conseguia ficar quieta no mesmo lugar por muito tempo, olhava para o telemóvel quase de segundo a segundo…Rosário, que brincava com Clara ao seu colo, olhava para ela e sorria.

— A tua irmã ainda vai dar prejuízo ao vosso pai Clarita…- e a pequena mesmo sem saber o que a avó dizia gargalhava com as caras que ela lhe fazia…- ainda vamos ter um buraco no chão com tanto que ela o está a gastar, e aquele telemóvel não sei se vai funcionar durante muito…

— Avó não digas essas coisas? Eu estou…ansiosa, é só isso…

— Ansiosa é pouco Vilu. Se estás assim só porque vais viajar com ele…- e virando-se para Clara de novo…- nem quero imaginar no dia do casamento…

— Avó!- as bochechas dela ficam de imediato coradas, mas olhando para a avó ri-se com aquela imagem do casamento dela e de Leon, e ajoelhando-se junto da avó… – Será que ele vem? Ele estava tão decepcionado por eu não conseguir…

— Não conseguires deixar a tua irmã, de a defender, de a proteger? Se ele te ama Vilu, como tu o amas, eu tenho a certeza que nem pensou duas vezes…- e dá-lhe uma carinho no rosto…Clara que não quer ficar de fora começa a sorrir e a gargalhar para Vilu, que não consegue de sorrir também com aquele gargalhar da irmã.

— Mas e se ele…- e nesse momento batem à porta do quarto onde elas estão, era daqueles quartos que tinham para além de um quarto uma sala de estar pequena…abriu e viu o pai…- Papá! Ele veio? Por favor diz-me alguma coisa?

— Vamos comer? Estou esfomeado…e tu meu amor já comeste…- e ignorando completamente Violetta, dirige-se a Clara que se ri quando vê o pai.

— Papá – grita-lhe Vilu – Ele não veio pois não…eu sabia, ele ficou zangado comigo…

— Eu não disse nada disso, ou disse? – e virando-se para Clara sorri-lhe…- mas vamos comer, é que eu estou mesmo cheio de fome.

— Não, eu perdi a fome, vão vocês. – Responde Vilu indo para o sofá já com lágrimas nos olhos…

— Ah não…Dona Violetta, vais comer sim…e escusas de fazer cara feia…vamos à minha frente.

— Não quero papá…não consigo comer…

— Acho que temos que…- e olhando para Rosário pisca-lhe o olho…- Clara prepara-te vai ser a tua primeira sessão de …- e aproximam-se cada um de seu lado…- …cócegas na tua irmã…- e desatam os dois a fazer cócegas a Violetta, à medida que esta se ria, Clara ria ainda mais alto…- Então vamos comer, porque a sério eu estou com muita fome.

— Tudo bem vamos, mas vais-me pagar por este ataque.

E assim descem os quatro para o restaurante do Hotel, o que Vilu não sabia é que Leon os esperava no restaurante; tudo fora combinado entre os dois: enquanto Gérmen subia para as ir buscar, Leon ficaria no restaurante do hotel à espera… quando lá chegam Gérmen faz de propósito e fala o nome dela bem alto…tinha sido o combinado entre ele e Leon.

— Vilu…que tal mais um ataque de cócegas?

— Não papá…eu desci como pediste, mas não me podes obrigar a comer…- Vilu estava de costas para Leon, que se escondera até os ver, por isso ela não o viu quando ele se aproximou.

— Então e se em vez de um ataque de cócegas...fosse um ataque de beijinhos nessas bochechas…- colocando algum ênfase na palavra bochechas, Leon olhou para ele e percebeu a mensagem…- mas eu acho que vais gostar desse ataque feito por outra pessoa.

Fazendo-lhe um sinal mandou-a virar-se, Vilu não podia crer…Leon. Ele estava mesmo ali, ele viera…ela olha para o pai, de seguida para o amor da sua vida e voa literalmente para o seu pescoço. Quando finalmente o larga, olha-o nos olhos…aqueles olhos verdes onde ela ama se perder, e o sorriso mais lindo que algum dia ela viu…

— Desculpa por tudo, eu fiquei em pânico por perceber que podia perder-te. Desculpa, eu fui um idiota, eu nem te deixei falar, fui logo dizendo que…- Vilu não o deixa acabar de falar, coloca-lhe a mão na boca como que a silencia-lo…e beija-o. Foi um beijo calmo, sereno mas cheio de amor, quando o beijo acabou Leon olhou para Gérmen…- Eu não fiz nada…foi ela.

— Ah, papá foi um beijinho…- e antes que Gérmen dissesse alguma coisa…- Obrigada papá…eu adoro-te. – E abraçou-se de novo a Gérmen que ainda com Clara ao colo a abraça também, a pequenita ao colo do pai por sua vez gargalha feliz…

— Bom…tudo bem, acho que vou ter que me habituar a isto…quando é que te transformaste numa senhorita?- e dando-lhe um abraço forte…- Também te adoro, mas por favor podemos ir almoçar.

Todos se riram e foram comer, o almoço foi óptimo e por momentos todos esqueceram o porquê de ali estarem, por algum tempo foram apenas uma família a almoçar toda junta.

À tarde enquanto Leon e Vilu foram para a piscina com Rosário, Gérmen foi para o quarto onde colocou Clara para dormir. Ele pedira à mãe para passar pelo seu quarto, antes do jantar, pois precisava de falar com ela; não adiantou nada sobre de que assunto se tratava, mas ele tinha tomado uma decisão, talvez não desse em nada mas ele sabia que tinha que tentar, e queria que a mãe soubesse da mesma, até porque tudo iria acabar por depender se ela aceitaria o que ele lhe iria pedir.

No Estúdio Angie acabara e dar todas as aulas, e estava na sala de professores de costas para a porta olhando pela janela, ainda não tinha decidido se aceitaria a proposta de Gérmen: por um lado a ideia agradava-lhe, estar com ele e com as suas meninas, era tudo o que ela queria; mas havia uma parte de si que tinha medo de “a” encarar de conviver com “ela”…Pablo entra, olha para a sua amiga percebe que ela ainda não tomou uma decisão…chega-se perto e dá-lhe um abraço.

— Acho que estás a precisar disto. Não são os dele, mas é o que se pode arranjar…- e sorri tentando que também ela esboce um sorriso.

— Obrigada Pablo, eu precisava disso sim. És o melhor amigo que podia ter. Não, és o melhor irmão que poderia pedir. E os teus abraços são maravilhosos, diferentes…mas maravilhosos.

— E por falar em irmãos, já decidiste o que vais fazer em relação à proposta que Gérmen te fez.

— Acho que sim...tu tens razão. Eu não posso perder a minha família por um capricho meu. Até porque foi por muitos caprichos que tudo isto começou.

— E vais ter com ele ao aeroporto amanhã…queres boleia? Assim escusas de levar o teu carro para o aeroporto.

— Não, preciso de boleia hoje. Mas antes preciso de dois favores?

— Hoje? Como assim? – Pablo não estava a perceber, se o voo era apenas no dia seguinte como é que ela precisava de boleia, e que favores é que Angie queria…

— Sim. Mas antes preciso que ligues ao Gérmen, perguntes em que hotel ele está inventa uma desculpa, que a Vilu se esqueceu de alguma coisa no Estúdio…não sei. Diz que lhes vais enviar por estafeta.

— Ok, tudo bem…eu só não estou a perceber é: primeiro que conversa é essa de Hotel, e porque é que queres a morada?

— Gérmen está num hotel escondido de José até ir para o aeroporto, ele cansou-se das discussões do pai, e de certa forma está a tentar proteger a Clara e a Vilu.

— Ok…mas e para quê é que queres a morada? Que estás a pensar fazer?

— Eu vou hoje ter com o Gérmen. Eu não vou deixar a minha vida fugir, nem mais um segundo. Mas preciso que me leves até lá…

— Para quê, para ter a certeza que entras e não sais?

— Não…sim também. Mas também porque não quero deixar o carro ali.

Pablo liga então para Gérmen, dizendo-lhe que precisava de entregar um envelope de Angie a Vilu, que enviaria através de um estafeta conforme as indicações da própria Angie. Este ao início fica algo surpreendido, mas Pablo depressa inventa a hipótese de serem fotografias, ou alguma música, e assim Gérmen dá-lhe a morada. Entretanto ouvem gritos vindos do átrio do Estúdio, Angie treme ao perceber de quem é aquela voz: José.

— Pablo ele já deve ter percebido que o Gérmen fugiu…ele não me pode ver aqui, e eu…

— Tem calma deixa-te ficar aqui, eu vou lá tratar do assunto…- ele sai da sala de professores e vê José a espreitar todas as salas…- Posso saber o que é que está aqui a fazer de novo, e a gritar dessa maneira?

— Onde é que ela está? Onde está Angeles? Foi ela, foi ela…aquela…

— Em primeiro lugar vai para imediatamente de gritar porque está numa escola e temos aulas a decorrer.

— E quem é o senhor para me mandar calar. Onde está Angeles? Você está a escondê-la...eu sei que ela está aqui.

— Em segundo lugar eu sou o diretor do Estúdio e não lhe admito que fale dessa forma da minha amiga.

— Não me admite…você não e ninguém para me admitir alguma coisa. Eu vou encontra-la nem que eu tenha que mandar isto abaixo…

— Por último, Angie não está, ela tirou umas semanas depois de tudo o que aconteceu.

— Eu não acredito, ela está aqui, eu sei que sim. Eu vou encontra-la, e ela vai-me dizer onde é que eles estão. Angeles! Angeles! Eu sei que estás aqui…eu sei, e vais-me dizer onde eles estão…

— Mas que gritaria é esta…- diz Beto que sai da Sala de música deixando cair metade dos papéis que tinha na mão…

— Beto, faz-me um favor vai ao meu escritório e chama a polícia.

— Policia? Mas Pablo…para quê a Polícia eu só deixei cair uns papéis.

— Beto…vai fazer o que te pedi.- Virando-se para José…- a não ser que o Senhor saia a bem daqui?

— Isto não fica assim eu vou encontra-los…- ele acaba por sair furioso, olhando para Pablo com uns olhos de raiva que até faz Beto estremecer, Angie sai da sala e abraça-se ao amigo.

— Obrigada Pablo…- e começa a tremer…e sem que se controlar começam a cair-lhe lágrimas de medo, puro medo…

— Angie tem calma…ele já se foi. Tem calma está tudo bem.

— Estou com medo Pablo…este homem é capaz de tudo…prometes que tomas conta da minha mãe? Por favor?

— Nada vai acontecer nada: tu vais atrás da tua família, da tua felicidade…sim? – Angie diz que sim com a cabeça, e abraça-se a Pablo.- Em relação a Dona Angélica…eu tomo conta dela sim. Sabes que para mim ela é como uma mãe.

Quando chega perto da hora do jantar, Rosário vai como ficara combinado ao quarto de Gérmen. Ela sente-o algo nervoso, agitado antes de começar a falar.

— Mamã eu tomei uma decisão…uma decisão importante. Mas preciso de ti para me ajudares. Eu não posso deixar fugir a minha vida…eu não posso fazer isto à Clara…- olhando para Clara uma lágrima escorre-lhe pelo canto do olho, e que ele limpa depressa.

— Gérmen, por favor o que é que se passa? Estás para aí a falar e eu ainda não percebi nada. Deixar fugir o quê? E o que é que Clara tem a ver com tudo isto?

— Eu não vou para Sevilha mamã. Não posso…e não quero.

— Com assim? Vais ficar à espera que o teu pai te tire as tuas filhas? Porque é isso que vai acontecer se tu ficares.

— Mamã, eu não vou para Sevilha. As meninas vão contigo, se tu aceitares levá-las, enquanto eu não resolvo a minha vida aqui.

— Resolver a tua vida? Gérmen és capaz de explicar melhor, eu não te estou a perceber.

— Mamã, eu não posso ir sem a Angie…eu falei com ela, pedi-lhe que fosse connosco, que eu ficaria à espera dela no aeroporto…mas se ela não aparecer…eu não vou conseguir ir. Eu preciso dela ao meu lado, a Vilu precisa dela…e a Clara precisa da mãe.

— Gérmen. Nunca te vi assim, nem com Maria. Claro que eu as levo comigo, mas achas que ela vai aparecer…eu não sei, lembra-te para onde ela vai, com quem vai morar…

— Eu sei, mas um dia ela vai ter que superar isso…a única coisa que eu sei é que não consigo estar longe dela, não consigo imaginar a minha vida sem ela.- Clara começa a chorar, ele pega-lhe ao colo e ela dá-lhe um sorriso igual ao de Angie…- A Clara merece ter a mãe ao pé dela. Rosário abraça-se a ele, e descem os dois indo ter com Vilu e com Leon que já os esperavam para ir jantar. Violetta logo pega em Clara, que logo dá uma gargalhada quando se vê ao colo da irmã…Gérmen adora ver aquela relação das duas e tem a certeza que Clara irá sempre ter Violetta para a proteger e aconselhar, e de certa forma essa certeza acalma o seu coração de pai.

Depois do jantar, os cinco resolvem ficar um pouco perto da piscina: conversam, riem, brincam…até que Gérmen resolve que está na hora de ir descansar, no dia seguinte teriam que ir bem cedo para o aeroporto. Violetta quis ficar mais um pouco, Leon também e se bem que Gérmen não quisesse deixar, Rosário acabou por dizer que ficava mais um pouco com eles, afinal não conhecia assim tão bem o namorado da neta e queria fazer-lhe um interrogatório, todos se riram bastante se bem que Vilu lhe fez cara feia. Gérmen, no entanto subiu com Clara pois já passava da hora dela ir para a cama. Nem Violetta nem Leon sabiam da possibilidade de Angie poder aparecer ou da possibilidade de Gérmen não viajar com eles, tudo ficara entre ele e Rosário.


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Notas finais do capítulo

Próximo capitulo já ai vem...



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