Naquela noite, tive uma noite de sono inquietante. Minha cabeça doía a ponto de toda hora eu acordar. Eu sentia minhas pálpebras cada vez mais pesadas e o cansaço tomando conta de mim a cada vez que eu abria os olhos. Mas, depois de muitas vezes acordando, consegui pegar num sono profundo.
Pela manhã, por volta das oito horas, eu desperto novamente. Minhas pálpebras pesadas, a dor de cabeça apenas piorou. Suspiro e encaro o teto branco. Não vou aguentar ficar ali. Quero ir embora, quero estar com Kyle, com pessoas que não sentem necessidade de humilhar outra pessoa. Fecho os olhos e fico ouvindo o silêncio bem vindo.
–Quando Sean me ligou dizendo que você estava péssima, não imaginei que estava tão péssima assim.
Abro os olhos e sento-me abruptamente. Não posso acreditar! Meu coração está tão acelerado que parece que vou ter um ataque cardíaco.
–O que está fazendo aqui? - pergunto sorrindo e levantando-me da cama.
Kyle está ali, encostado na porta do meu quarto e em pé. Está vestindo sua jaqueta de couro preta, calça jeans da mesma cor e um coturno. Ele está com um sorriso maravilhoso estampado no rosto.
Atiro meus braços ao redor do seu pescoço e o abraço. Sinto ele dando uma risadinha baixa enquanto retribui meu abraço. Fecho os olhos e sinto meu corpo todo amolecer.
–Senti tanto sua falta, que horror! Será que isso é normal?
Kyle ri baixinho e me afasta um pouco para olhar para meu rosto.
–Eu te amo tanto, Kyle. - sinto meus olhos arderem e pisco algumas vezes para que as lágrimas não caiam. Mas elas caem.
A expressão no garoto de cabelos vermelhos muda e ele franze levemente a testa.
–Ei, eu estou aqui. Por que está chorando? - ele pega as lágrimas com os polegares.
Balanço a cabeça negativamente e torno a abraçá-lo. Ele não diz nada, apenas retribui meu abraço. Acho que estou parecendo uma louca. Mas eu precisava dele.
–Como veio pra cá? E o seu pai? - olho para ele.
–Que tal eu te contar isso depois? - ele sussurra olhando para mim entrelaçando suas mãos nas minhas.
Concordo com a cabeça e colo meus lábios nos dele.
–A porta está trancada? - sussurro.
–Sim.
Vou até a cama e me sento na beirada dela. Tiro o blusão de moletom que estou usando e observo Kyle tirar sua roupa apressadamente. Eu me deito e ele deita em cima de mim. Fecho os olhos enquanto sinto seus lábios em meu pescoço.
–Você vai ter que ficar quietinha, tudo bem? - ele pergunta. - Senão Sean e seus pais vão ouvir.
Concordo com a cabeça com a respiração entrecortada.
–Não quero ir rápido. - ele sussura no meu ouvido. - Quero matar a saudade, me perder em você, fazer você se sentir bem. - ele continua e sinto-o entrando dentro de mim.
Cravo minhas unhas em suas costas e mordo o lábio inferior.
–Quero ver você se perdendo em mim, Ally. - ele se movimenta devagar, entrando e saindo. - Quero sentir seu corpo suando e tremendo debaixo de mim enquanto eu me perco em você, está me entendo?
–Sim. - eu sussurro.
Suas mãos entrelaçam-se nas minhas do lado da minha cabeça enquanto Kyle se movimenta contra mim num ritmo lento, gostoso e torturante. Olhar nos seus olhos verdes me levam a perdição. Ele tem que levar a mão até minha boca para abafar meus gemidos. Fecho os olhos com força quando sinto meu corpo tremer com o orgasmo enquanto Kyle goza na minha barriga e em meus seios fechando os olhos também.
Ele se deita ao meu lado ofegante e eu me deito en cima dele sonolenta.
–Eu te amo muito. - digo enquanto ele afasta meu cabelo molhado pelo suor da minha testa.
Olho para seu rosto.
–Eu também te amo. Muito.- ele diz.
Acaricio sua barba por fazer e torno a deitar minha cabeça em seu peito enquanto encaro a claridade que já está entrando pela janela.
–E então, - pergunto - como veio pra cá?
–O seu pai me ligou.
Franzo o cenho e olho para ele, meu queixo apoiado em seu peito.
–Ele disse que você estava meio chateada e pediu para que eu viesse passar pelo menos uns dois dias aqui.
–Mas e o seu pai?
–Prometi voltar. Ele disse que não era pra eu me preocupar com isso. Podemos ir para Ohio, eu e você. Foi uma ideia do seu pai.
Estou surpresa quanto isso. Tenho que falar com meu pai depois.
–Por que estava chateada?
Balanço a cabeça negativamente.
–Não vale a pena. Só estou feliz de que esteja aqui.
–É, eu peguei o primeiro voo que tinha para vir para cá. Cheguei faz umas duas horas.
Sorrio e beijo seu peito.
–Obrigada.
Deito-me novamente em seu peito e fecho os olhos.
–Dorme mais um pouco, você está com um monte de olheiras.
–Não dormi direito. - digo.
–Nem eu. Aviões são esquisitos para dormir.
Sorrio e ficamos em silêncio. Sentir as mãos de Kyle acariciando minhas costas nua, não tinha preço. Era relaxante e teve o poder de me acalmar. Não demorei para adormecer.