O Guardião das Florestas Brasileiras escrita por SpyroForever


Capítulo 1
O encontro




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Cidade de Bragança Paulista, estado de São Paulo, no Brasil, às 6:30 da manhã de uma sexta feira, dia 21 de Março de 2016. Rafael, menino de 15 anos de idade, cabelos escuros como a noite e olhos castanhos, estava em sua casa, comendo o seu pão com manteiga habitual antes de ir para a escola.
Rafael não era uma menino especial. Não era um herói, forte, muito menos popular. Seus poucos amigos, assim como ele, não tinham nada de especial, a não ser a inteligência.
O menino comia seu lanche já pensando no que iria passar na escola, já acostumado em ser desprezado e muitas vezes até chacoteado. Assim que deu sua última mordida, se levantou, pegou sua mochila, deu tchau à sua mãe Camila que dormia ainda e saiu, sem levar um único centavo em seu bolso.
Morava na rua Carlos Palazzi, bairro Hípica Jaguary, casa numero 419. Não era um bairro nada especial. Meio pobre até, porém não tanto. Podemos dizer que de classe média baixa.
Começou a caminhar como qualquer outro dia de aula. -Finalmente sexta. Ahh! Depois disso só me deitar na cama e ficar jogando League of Legends o dia inteiro com o Vitor e o Gabriel. Dessa vez nós iremos conseguir vencer os idiotas de Campinas. Hehehe. -Rafael pensava alto, andando tranquilo, demorando apenas 10 minutos para chegar em sua escola, que ficava no bairro vizinha.
Ao chegar em sua escola, adentrou com as mãos dentro dos bolsos da sua blusa de moletom azul escura e com o capuz dela em sua cabeça, escondendo parte de seu rosto.
Sua escola era uma escola mediana, não muito grande. Se chamava Dr. Fernando Amos Siriani. Era uma escola estadual, tendo do sexto ano do ensino fundamental 2 até o terceiro colegial. Em seu período, contando todas as salas, haviam por volta de 400 alunos.
Foi direto para sua sala: sala número 7, primeiro colegial. Ao entrar lá olhou em volta e não viu seus amigos em nenhum lugar. -Ótimo... -Disse para si mesmo e se sentou em seu lugar habitual.
Assim que começou a pegar seu material, alguém colocou as mãos em sua mesa, se apoiando nela. Eram mãos grandes, maiores que as de Rafael, e levemente ralados no começo de seus dedos.
Rafael já sabia quem era. Respirou e olhou para cima para olhar um garoto loiro olhos azuis, alto e musculoso o olhando com uma risada irônica. -Oque foi agora, Messias? -Rafael perguntou.
-O de sempre, ora... Você sabe muito bem oque. Sei que você não é um idiota.
-Eu não trouxe nada hoje cara. Eu falei que minha mãe tá pagando contas e não tá sobrando dinheiro! Por favor né!
-Quer que eu fique com peninha, é? Ohhh... Coitadinho. Mas tudo bem, fazer oque. Na hora da saída eu darei um jeito na crise da sua mãe, não se preocupe, okay, baixinho?
-Tanto faz... -Rafael deu ombros e então Messias saiu da sala.
O garoto loiro era o valentão atual do período da manhã. Estudava no terceiro colegial pelo simples fato de nunca faltar na escola. Todos o obedeciam por terem medo dele, pois era um criminoso e famoso vendedor de drogas, por isso, tinham contatos "especiais".
Rafael continuou colocando seu material em cima de sua carteira, pegou seu fone, seu celular e colocou suas músicas prediletas para tocar até que o professor chegasse.
Realmente seus amigos não haviam botado o pé na escola, na verdade, apenas 10 alunos estavam dentro da sala de Rafael. A razão? Sexta-feira.
Assim que o professor entrou, Rafael tirou seus fones e começou a estudar, escrevendo os devia sobre as devidas materias.
Rafael não tinha nenhum problema com notas ou faltas, oque deixava sua mãe bem orgulhosa, porém, não era muito participativo, ficando sempre na dele e só respondendo algo em voz alta quando lhe era pedido. Era muito tímido e reservado.
Após três aulas de 50 minutos cada, o sinal para o intervalo finalmente tocou e ele desceu para a merenda, onde comeu arroz, feijão e a maldita carne moída da escola, na qual ele odiava, mas se não comesse iria passar fome.
Comendo tranquilamente, sozinho num canto, ele pegou seu celular para mudar de música. Quando ele estava olhando para o seu celular, algo bateu em seu prato, o virando nele, sujando toda sua roupa de comida. -Ahhh... Mas... Que por... -Rafael olhou para cima e viu Messias, rindo.
Não eram muitos que riram junto dele lá dentro. Quase ninguém gostava do valentão. -Que eu saiba, as pessoas comem pela boca! E outra! Você não pode comer isso! Esqueceu? Sua mamãezinha não tem dinheiro para pagar os impostos!
-O cara. Me deixa em paz! Tô morrendo de fome, meu! -Rafael pediu, com medo.
-Quer comer? Beleza! Come aí do chão então, seu merdinha! -Ele diz e se virou, saindo do refeitório.
Messias sentia prazer em fazer isso com quem não se defendia e tinha feito aquilo apenas por fazer.
-Caralho... -Rafael se levantou, batendo em sua roupa. -Que raiva desse moleque! -Ele disse chutando a perna da mesa.
-Quer ajuda aí, cara? -Alguém atrás dele perguntou.
Rafael se virou e viu um outro menino o olhando. -Não, não. Valeu. -Com isso foi ao banheiro se limpar. Deve ter demorado uns 15 minutos para isso, pois quando estava voltando para o refeitório, o sinal para o voltar às salas focou e ele suspirou, se virando novamente e caminhando.
Chegou na sua sala e sentiu seu estômago apertar. Estava com fome.
Foi obrigado a passar mais 3 longas aulas lá no seu canto, sua barriga o lembrando da fome que ele estava.
Assim que a aula finalmente terminou, começou a arrumar seu material, sendo o último a sair da escola. Quando estava passando pelo portão da escola, sentiu alguém segurando sua mochila. -Messias... Me deixa ir para casa! Por favor! -Disse o pobre molque.
-Não, não. Eu disse que daria um jeito para diminuir as dívidas da sua mãe, não disse? Sou uma pessoa de palavra, ue! Sem você, as dívidas dela cairiam na metade.
O pobre menino arregalou os olhos. -Oque?!
-Hahaha! Isso mesmo! -Com isso Messias amarrou os braços do menino, colocou uma mordaça em sua boca e amarrou seus pés um ao outro, o levando até seu carro e o colocando no porta malas.
Rafael se debatia, tentando gritar por ajuda, mas apenas grunhidos eram escutados. Assim que foi enfiado no porta malas, fechou seus olhos, começando a chorar, desesperado. Não queria morrer. Nunca quis.
Pôde ouvir Messias dando partida no carro e então começar à dirigir por volta de 30 minutos. Após isso, sentiu o carro parou. Seu pobre coração acelerou ainda mais. Assim que o porta malas se abriu ele pôde perceber atrás de Messias muitas árvores.
O criminoso então o pegou, jogando por cima dos ombros. -Isso logo vai acabar, Rafa... Não se preocupe!
Rafael olhou em volta. Estava em uma floresta, ou pelo menos um lugar com muitas árvores.
Messias o levou para uma cadeira que estava amarrada em uma árvore e o colocou sentado ali, o amarrando duas vezes contra a cadeira e contra a árvore.
Então foi até o carro novamente e voltou com um galão de gasolina nas mãos para o desespero de Rafael, que começou a se debater.
-Hora de tomar um banho! -Messias diz e então dispeja uma parte da gasolina em cima de Rafael, o deixando ensopado. Com isso andou 5 metros para frente e com o resto da gasolina fez um círculo no chão em volta de Rafael.
-Então Rafinha... esse é seu fim. Hahahaha. Veja pelo lado bom! Sua mãe poderá ter uma vida melhor sem você! -Com isso ele pegou um cigarro de maconha do bolso e um isqueiro.
Rafael se debatia o máximo possível, mas não conseguia se libertar.
O loiro então acendeu seu cigarro com seu isqueiro, olhou para Rafael, deu uma tragada e falou. -Até nunca mais, Rafinha. -Com isso começou à andar e jogou o isqueiro aceso na gasolina, que logo entro em combustão e rodeou Rafael em segundos.
O pobre menino podia sentir o intenso calor e chorava muito, tentando ao máximo gritar por socorro. Se apenas uma fagulha encostasse em suas roupas ensopadas, seria seu fim de forma extremamente dolorosa.
O fogo se aproximava mais a cada segundo até que Rafael desistiu, apenas esperando sua morte certa.
Nesse momento, Rafael viu um rápido vulto passar pelo fogo ao seu lado. Assim que o vulto passou, o fogo pareceu o seguir. Novamente o vulto passou na sua frente agora, muito rápido, novamente o fogo o seguiu. Após isso, o vulto passou em volta de Rafael, "pegando" todo o fogo.
Rafael não tinha entendido absolutamente nada. Por mais que olhava em volta, via apenas o fogo andando em volta dele em velocidade média e sem consumir nada.
Com isso, o fogo começou a se aproximar novamente dele, o apavorando. Assim que o fogo passou por dentro de um arbusto, que não foi incendiado por algum motivo que Rafael desconhecia, o menino percebeu que na sua frente estava uma gigante Python, o encarando. O fogo estava em suas costas, porém não a queimava. Sua colocarão era marrom? Porém algumas marcas em algumas das escamas do réptil se pareciam muito com olhos, dando uma aparência mágica para a cobra.
A cobra se aproximava devagar, o fogo em suas costas diminuindo até finalmente apagar, sem nem mesmo causar calor.
Assim que o réptil chegou à 2 metros de Rafael, ele fechou seus olhos, agora com medo de ser devorado.
Porém, para sua surpresa, ele apenas ouviu: -Abra ssseusss olhosss, pequeno humano.
Ele não simplesmente os abriu. Ele os escancarou.
A cobra estava bem na frente de seu rosto. Era a maior e mais bela criatura que Rafael já havia visto. Sentiu algo em sua nuca, desamarrando sua boca. Assim que sentiu o desaperto, jogou a mordaça para fora de sua boca para o lado. -V... Você falou?!
A cobra apenas assentiu.
-Como assim?! Como... Eu... ahhh! Devo estar morto.
-Não... Vocccê não essstá.
-Como iaso é possível?! Uma cobra falar, pegar o fogo e apagar sem queimar nada e nem a ela mesma?! O que é você?!?!?!?! Um espírito que veio me buscar?
A cobra riu, rodeando a árvore que Rafael estava de forma provocante. Sua voz era grossa, porém não tanto. Parecia uma voz humana, masculina. Então a próxima coisa que Rafael ouviu da cobra fez seu coração parar:
-Ssseusss ancccessstraisss me chamavam de... Boitatá.


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