Black Roses escrita por Lady Sanders


Capítulo 3
Desamor Tem Mil Razões (Pregador Luo)


Notas iniciais do capítulo

Oi, tô de volta, bonitos!
Gente, vcs já viram Thats my jam? O mv mais recente do BAP?
Sério, QUE MERDA FOI AQUELA!?



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—Há cinco anos, Jennifer foi integrante de uma banda, Black Roses. Nessa banda também estavam eu, Claire, Margareth, Katarina, mais uma garota chamada Zoe e outra que chamava-se Lyah, e que é extremamente parecida com Kerey.- Loyse explicava aos rapazes que, sentados no sofá azul bebê do apartamento de Kerey, a olhavam com atenção.

—Todas nós estávamos felizes e realizadas na época- continuou Katarina, suspirando -Mas, pouco tempo depois de alguns dias de férias que recebemos, as quais Zoe passou com Jennifer, as coisas começaram a mudar -Terminou, já começando a chorar.

—Zoe passava muito tempo se escondendo da gente... e alguns dias depois foi encontrada morta... na nossa sala de ensaio. -Loyse explicava, com os olhos presos ao chão, recusando-se a ver a expressão de qualquer um deles.

—Ao que tudo indicava foi um assassinato brutal. Ela tinha marcas de cortes e queimaduras pelo corpo todo. Foi horrível.

A essa altura todos os presentes naquela sala já choravam silenciosamente.

—Só que... - falou Loyse fungando e enxugando as lágrimas -Uma noite antes do assassinato, Zoe deu cartas para cada uma de nós, e disse que devíamos abri-las somente quando "algo inesperado acontecesse". E é por isso que acreditamos que há algo a mais por trás de tudo isso, inclusive que Jennifer sabe muito mais do que confessa.

Os rapazes entreolharam-se. Aquilo era bem mais do que esperavam.

—Tá, mas... O que houve com essa menina... Lyah?- perguntou Jongup

—Ah... Ela teve um sério descontrole emocional durante o guardamento do corpo da Zoe. Passou mal e teve que ser hospitalizada.- explicou Margareth.

—É por isso que não se fala muito sobre esse assunto na Fancy Idol. Zoe era nossa maknae, por isso não podemos aceitar um assassinato brutal como esse de braços cruzados esperando algum dia a explicação chegar. E -Loyse prosseguiu, após olhar para suas companheiras -nenhuma de nós conseguiu seguir em frente.

—Podemos contar com vocês?- pronunciou-se Kerey.

 

~~~

 

Já passava das 22:00hs, e Loyse andava sozinha em ruas próximas à sua antiga casa, onde passara sua infância. Era bem longe da zona nobre de Seul, onde vivia atualmente, e além de longe, o lugar também era muito diferente. As ruas eram sombrias e só o que se ouvia naquele lugar eram os passos vagarosos da garota.

Nem Loyse sabia ao certo o que fazia ali. O silêncio dos rapazes do B.A.P, na conversa que tiveram mais cedo, a deixou apreensiva. Naquele momento andava olhando para seus próprios pés, e além de insistir consigo mesma que andava sem rumo, sabia que cedo ou tarde chegaria a um certo destino...  O lugar de sempre... Onde conheceu MinHi: A perdição de Venétia.

 

 

 

Loyse, desde pequena viveu na Coréia, nunca soube quem eram seus pais, e nem sua nacionalidade. Só o que sabia, é que fora traficada para a Coréia ainda bebê, e por causa de um pequeno defeito na mandíbula, fora encaminhada para adoção pela família que a tinha comprado. Que ela nunca conheceu.

Não demorou muito para que fugisse do orfanato: tinha doze anos pra ser mais exata. A rua não era lá um lugar muito amigável pra se viver, mas não estava sozinha: Venétia passara por situação parecida. Ela e sua irmãzinha, Allie, eram parisienses, mas viviam na Coréia havia anos. Sua mãe, D. Carmen, ao descobrir que seu marido, o pai de suas filhas, a traía, só faltou se matar! Quebrou quase tudo o que havia em sua casa, e entregou-se à depressão, após separar-se do homem.

Dona Carmen nem reparava que suas duas filhas passavam o dia todo fora de casa com uma completa desconhecida: Loyse. Estava ocupada demais se embebedando deitada em seu colchão, e sentindo pena de si mesma.

Uma vez, as "três perdidas", como uma feirante gorda e sorridente que sempre viam as chamava, viram uma apresentação de música e dança ao ar livre nada inocente. Porém, Venétia, ao ver aquilo apaixonou-se irremediavelmente por tudo, e ao final foi atrás da cantora que viu. A vagabunda se chamava MinHi, e diferente das três, era corana mesmo. O que Venétia não sabia era que além de dançar e cantar muito bem, MinHi "se vendia". Totalmente!

Porém, seu chefe -vulgo cafetão - a deixava por conta de clientes violentos. Depois de três meses "aprendendo" com MinHi, chegou o dia em que Venétia não conseguiu encontrá-la o dia todo. Após procurá-la incansavelmente, à noite a encontrou. Morta. Numa lata de lixo. Seu rosto sangrava e havia marcas de correntes em seus pulsos.

"Coitada" -foi a primeira vez que Loyse teve pena dela.

Venétia, revoltada, foi tirar satisfação com o ex-chefe da amiga morta, apesar dos protestos de Loyse. Resultado: o homem a matou com uma pancada na cabeça. No dia seguinte, o corpo de Venétia foi encontrado pela polícia, que avisou Dona Carmen. Naquele momento, mesmo sem dizer quem era e que a conhecia, Loyse observava tudo de longe. Aquela mulher passou horas chorando com o corpo da filha mais velha sobre seu colo. Poucos dias após isso, uma assistente social levou consigo Allie, que sozinha e maltratada, não tardou a fugir para as ruas novamente.

Uma oportunidade de tornar-se trainee da SM ent. sorriu à Loyse após dois meses. Allie estava sozinha.

 

 

 

Loyse àquela altura já chorava seu passado silenciosamente. Suas lágrimas chegavam ao chão, fazendo companhia paciente aos melodiosos passos que traziam melancólica "vida" à estrada silenciosa que traçara.

De repente, seus ouvidos passaram a receber influências sonoras que iam além das vozes de seu passado que sussurravam em sua mente. Um lugar cujo dono chamava de "boate", mas que, na verdade, só quem dançava era uma garota menor de idade: Allie. Aquilo não era uma boate, e sim um antro de vulgaridade!

Parou e olhou na direção da "boate" pela qual passava. Balançou a cabeça para espantar os pensamentos ridículos que se infiltravam em sua mente. Deu mais três passos... e parou novamente.

"Quer saber? Dane-se!"- pensou, e entrou no lugar onde viu Venétia perder toda a sua juventude e vivacidade.

Num pequeno palco, viu Allie se aproximar com roupa... Com pouca roupa! Um top preto e um "short extremamente curto" dourado. Ambos com franginhas. Ela só tinha quatorze anos pelo amor de Deus!

Olhando pra ela agora, dançando Marionett do grupo Sttelar (só que de forma bem mais baixa e constrangedora), sentiu seus olhos arderem com as lágrimas. Quem era Allie para a sociedade? Só mais uma adolescente que em breve, além de dançar para homens pervertidos estaria também vendendo seu corpinho, e ninguém se importava.

Loyse lembrou-se da reação de Lyah quando encontraram Zoe em sua sala de ensaio. Ela, com lágrimas nos olhos, deixou escapar um soluço:"Deus, o que houve com o mundo?"

"O que houve com o Mundo?"

A "apresentação" de Allie já havia acabado e ela desceu do palco. Quando seus olhos se encontraram, Loyse conseguiu visualizar um pouco da inocência que Allie vinha perdendo há muito tempo. E percebeu que esse resquício de inocência gritava por socorro.

"O que houve com o Mundo?"

Com os olhos pedintes e chorões, Loyse suplicava a Allie um pouco de seu tempo para conversar, e esta percebia. Após alguns segundos nessa troca de olhares, Allie optou por seguir seu patrão, e ambos desapareceram numa sala escura.

"O que houve com o Mundo?"

As lágrimas de Loyse continuavam a cair descontroladamente até chegar ao chão. Um homem jovem aproximou-se dela e sussurrou em seu ouvido:

—Desculpe moça, mas isso é uma casa noturna. Você chama muita atenção pela aparência, mas esse seu choro está... desanimando nossos clientes. Peço que se retire.

—Ok. Não tem problema.

Loyse limpou as lágrimas e girou os calcanhares, caminhando lentamente para a saída.

Alguns passos já distante da boate, Loyse virou-se para vê-la novamente.

As cores e luzes brilhavam naquele lugar ferindo-a, como que zombando de seu sofrimento.

—Ah, meu Deus.O que houve com o mundo?

 

 

 

1 Semana depois...

"-Por que não me diz a verdade?

—Eu não posso, Daehyun, eu... - hesitou, e por um instante viu um brilho de esperança passar pelos olhos de Daehyun -Não posso!

Pegou sua bolsa e deixou o dinheiro para pagar a sua parte da conta em cima da mesa, e antes de sair do restaurante despediu-se dizendo:

—Sinto muito!"

Aquela cena repetia-se em sua mente como se a tivesse programado para isso. Daehyun não podia simplesmente deixar pra lá? Não percebia que ela não queria falar sobre isso?

Jennifer pensava em tudo isso enquanto mantinha seu corpo inerte diante do computador, trabalhando. Ou fingindo estar.

No fundo, sabia que Loyse tinha algo a ver com aquelas perguntas repentinas, mas Jennifer preferia acreditar que Daehyun não estivesse envolvido com aquilo. Não. Preferia acreditar que B.A.P, o foco de seu trabalho e sua fonte de inspiração, realmente não estivesse conspirando contra si. Seria péssimo acreditar no contrário.

Suspirou, enquanto o verdadeiro foco de seus pensamentos, a verdadeira forma na qual vivia todos os dias, voltava a ocupar seu devido lugar: Zoe.

Todos os dias eram assim: por pelo menos alguns momentos, era como se Jennifer tivesse certeza de que Zoe estava viva e bem, e que Black Roses não passasse de um sonho muito, muito distante. E que Zoe e Jennifer ainda fossem simples crianças sonhando com um futuro brilhante...

 

 

"Aquele ano tinha sido realmente muito puxado para as duas. E tiveram como recompensa um emprego nas férias de fim de ano... como garçonetes... foi onde se conheceram.

Não era tão ruim. Só era proibido comer, falar, respirar, sentar, ir ao banheiro, rir, fazer perguntas, cantar, brincar... Enfim! Não tinha nada a ver com Zoe, mas D. Andriely disse que "SERIA-BOM-QUE-AS-DUAS-PARASSEM-COM-A-ZOEIRA-E-COMEÇASSEM-A-TER-RESPONSABILIDADE".

Ok, então. Há de se admitir que tentaram.

Depois daquele curto período compartilhando segredos e paixões, seus pais, no natal, deixaram que fizessem a "tal da audição global para a tal da SM". Ambas passaram. O nome Black Roses foi escolhido pela própria Zoe.

Seria completamente inapropriado a banda continuar a fazer sucesso com um coração a menos a bater por ela."

Foi como se conheceram. Foi a maior loucura que fez em toda a sua vida, e se orgulhava de tê-la feito ao lado de Zoe.

Aqueles últimos dias de férias que receberam da SM haviam mudado tudo. E pensar nos últimos momentos em que esteve com Zoe... doía.

E o que teve que dizer à D. Andriely? Não era verdade. A mãe de Zoe merecia acreditar naquela penca de mentiras?

Jennifer começou a andar confusa pela sua sala. Já não era de hoje que não sabia lidar com a tristeza de ter perdido Zoe... Para sempre. E somente Jennifer sabia o que realmente havia acontecido no passeio que fizeram juntas...

"Por que, meu Deus, por que tive que ser eu a entregá-la à morte?" 

 

 

 


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Notas finais do capítulo

https://www.youtube.com/watch?v=bqjPpt6QLz8-música do cap.
tô mt decepcionada com BAP, galera, sério.
Passei a amá-los depois de ouvir one shot, e thats my jam ta mt longe do conceito deles...
O q acharam do cap? Mereço comentários?



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