Supernova escrita por The Raven


Capítulo 1
Capítulo Único — Ressaca, estrelas e delírios


Notas iniciais do capítulo

O texto não faz mesmo muito sentido porque é algo pessoal da escritora aqui. Se você ficar boiando, não se sinta burro. Eu é que sou louca!

Não esquece de deixar um comentário para mim depois da leitura. Não é obrigatório, eu sei, mas não custa nada escrever alguma coisinha para me deixar feliz! XD

Ah é, a expressão "olhos de ressaca" é do queridíssimo Machado de Assis, não minha. Caso você não saiba o real sentido dessa expressão, sugiro que faça uma busca no Google porque é bem interessante! E vá ler Dom Casmurro! ♥

Não se trata de uma songfic, mas ficaria muito legal se a leitura fosse embalada pela música Tempo Perdido do Legião Urbana.

Boa leitura!



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Olhos de ressaca.

Mas, não, não se tratava de Capitu. Estava longe de ser um mero personagem que saltara as páginas de um livro. Passou despercebido algumas vezes, mas houve uma hora que ele não conseguiu mais se esconder atrás do sorriso sereno e dos gestos descontraídos. Pode ter sido apenas mais um delírio meu, afinal, os escritores – mesmo os amadores – sofrem de delírios criativos e arrancam poesia da dor.

Ele não precisou dizer nada. Os olhos de ressaca eram tão translúcidos que eu quase podia ver sua alma, seus medos e suas dores. Talvez seja apenas um delírio meu, alucinada com a descoberta de uma inspiração completamente nova que emana dos poros de outra pessoa e simplesmente me envolve de uma forma estranhamente calma e ao mesmo tempo turbulenta.

— Por que sua dor me chama atenção, rapaz?

— Por que sua dor me fez voltar a escrever?

— Por que seus olhos de ressaca, no meio de toda aquela luz e de todo aquele barulho, pousaram justamente em mim?

Em mim.

Quando o olhei nos olhos, em meio à música alta, à fumaça e aquele jogo de luzes coloridas, senti uma supernova eclodindo lentamente diante de mim.

— Você é feito de estrelas, rapaz.

Aqueles olhos de ressaca escondiam a imensidão de uma angústia que eu conheço bem. Asas quebradas. Penas arrancadas. Um pássaro machucado.

— Você, rapaz, continua voando, mas não precisa fugir. Não de mim.

Eu sei bem como é sentir os ombros pesados. Os ombros dele precisavam de um descanso. 

— Arde, não arde? Queima feito brasa. Essa dor que a gente carrega no peito ainda dói, incomoda, mesmo após longas caminhadas, mesmo sacudindo a poeira e superando as perdas. Perdas de tempo, de sentimentos... Perdas. Apesar dos olhos de ressaca, rapaz, você está muito longe de ser Capitu. Porque a realidade nos ronda feito um predador e não estamos em uma história onde basta fechar o livro para que tudo fique apenas como uma lembrança.

Dissolvendo-se gradativamente.

Mesmo que ele não tenha verbalizado eu podia sentir. Ainda doía.

— Mas, não se preocupe, rapaz. Eu sei transformar dor em poesia. Eu sei curar pássaros feridos. Eu sei apreciar as estrelas que compõem quem você é. E eu vou.

Os misteriosos olhos de ressaca que conseguiram me arrastar para perto. Tão perto que senti medo. Medo da minha própria curiosidade em desvendá-los.

— Gosto assim, rapaz. Da sua realidade dura que continua surgindo em explosões estrelares. Faz ser quem você é. Do jeito que é. Exatamente assim, com seus olhos de ressaca.

Dizem que escritores tem o poder de imortalizar as pessoas através de seus escritos. Estou imortalizando aquele rapaz que me viu quando ninguém mais viu – nem mesmo eu. Que me arrastou para longe com sua forma serena de sorrir.

— Me deixa mostrar como é bonito ser feito de estrelas?


Nota de rodapé:

"Talvez eu seja melhor com as palavras escritas. Talvez falar não resolva. Talvez seja apenas mais um delírio de escritor."


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Notas finais do capítulo

N/A: Espero que tenham gostado. No mais, agradeço.

XOXO.



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