Happy Feet escrita por raexgar001


Capítulo 2
Primeiro dia na faculdade


Notas iniciais do capítulo

Demorei mas voltei, demorou mais do que esperado mas gostei do resultado do capitulo. Espero que gostem, boa leitura.



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O albino desceu do ônibus, teve dificuldades para carregar suas coisas até a entrada da faculdade. Assim que seus pés tocaram o piso da faculdade ele fora bombardeado por inúmeros estudantes, cada um com uma plaquinha ou bottom de seu respectivo clube.

Foi sofrido para ele sair dali, por um momento pensou que não conseguiria. Pegou a chave de seu quarto e entrou seu colega de quarto ainda não havia chegado.

— Festa dos calouros hoje à noite.

Mano escutou quando alguns veteranos passaram no corredor avisando e entregando cartazes, recebeu o seu por debaixo da porta.

— Será que devo ir? – Ponderou coçando seu queixo da mesma forma que seu pai fazia, com a diferença que o albino não possuía barba alguma.

Não tinha muito que fazer por ali, Mano apenas esperou dar a hora da festa. Colocou uma música bastante peculiar, porém bem animada para tocar, Papa Oom Mow Mow. Foi para o banheiro, seu colega de quarto tinha chegado enquanto ele cochilava e logo depois havia ido embora, Mano sequer havia visto seu rosto.

Ao som da música Mano ia trocando de roupa, colou uma camisa de mangas longas branca, uma calça preta com um sinto marrom, sapatos marrons e por fim sua costumeira e inseparável gravata. Se olhou no espelho penteando seus cabelos, um perfume e ele já estaria pronto.

— Tudo bem Mano, você consegue, é só relaxar – Disse para si mesmo após trancar a porta de seu quarto – Todos são novatos, então, relaxe!

Respirando fundo Mano seguiu pelo corredor, foi acompanhado por alguns dos novos alunos, todos indo para o mesmo local. Quando Mano entrou se sentiu perdido, o lugar era enorme e o que não faltava era bebida e som alto.

As pessoas dançavam ao som de alguma música eletrônica famosa. Eventualmente Mano foi empurrado para a pista de dança pela multidão. Tentou dançar, envergonhado, começou a mexer seu corpo lentamente, de um lado para o outro, estava tímido.

[...]

Mano suspirou derrotado, sentado na escada com um copo de ponche na mão. Todos pareciam conseguir interagir bem uns com os outros, menos ele. Deu um último gole em sua bebida decidido a ir embora, mas não antes de dar uma passadinha no banheiro. Subindo as escadas ele encontrou um extenso corredor cheio de portas, teria que olhar cada uma, derrotado começou a procurar. Na terceira ele se deparou com uma garota que estava saindo do quarto.

Os dois se olharam, não puderam perceber, mas seus olhos brilharam no momento que se viram. Mano observou bem a garota, era um pouco mais baixa que ele, tinha os cabelos pretos com mechas loiras, combinavam perfeitamente com seus olhos cor de mel. Ela usava um short jeans, camiseta branca e jaqueta azul, em seus pés um tamanco preto.

— Desculpe... – Mano falou após um longo tempo de silêncio – Estava procurando o banheiro.

A garota riu saindo do quarto e fechando a porta. Ela sorriu.

— Não é aqui – Apontou para a quinta porta do corredor – Aquele é o banheiro. Também estava perdida – Ela coça atrás da cabeça, envergonhada – Você não vai querer entrar ai.

— Anotado – Mano riu divertido.

— Sou Gloria – Estendeu sua mão com um sorriso nos lábios.

— Mano – Apertou sua mão, feliz por finalmente estar falando com alguém legal.

— Que nome interessante – Sorriu mais ainda – Pois bem Mano nos vemos por ai!

O albino a observou até sumir de vista, ela era muito linda. Suspirou apaixonado, em seguida se dirigiu ao banheiro. Mano estava prestes a sair quando a porta fora aberta e por ela entrou um rapaz, bem menor que Mano. Ele usava uma bermuda verde, camiseta preta com um símbolo de alguma banda de rock, por cima usava um colete branco e nos pés sapatos marrom. Seu cabelo era raspado nos lados e no meio tinha um topete preto.

— Vamos embora! – Falou o rapaz fechando a porta com certa pressa.

— Espera o que está fazendo? – Perguntou ao ser empurrado pelo o estranho em direção a janela – Para onde vamos?!

— Não a tempo para explicar! – Respondeu aflito – Eles estão atrás de nós!

— Eles? – Mano parou subitamente fazendo com que o moreno caísse no chão – Eles quem?

De repente a porta é empurrada, pareciam que estavam brigando uns com os outros do lado de fora, alguém grita que eles estavam no banheiro e isso desespera os dois.

— Pula! – O rapaz fala já se atirando pela janela e caindo em cima de uma moita lá em baixo.

Mano se preparava para pular quando a porta é aberta e um grupo de veteranos aparece usando a camisa do time de futebol.

— Olha é um deles! – Grita o da frente, logo todos correm.

Mano não pensa duas vezes e se atira pela janela, se espatifando no chão, não demora para que a dor tome seu corpo. Com dificuldades ele se levanta, vê o mesmo rapaz que havia entrado no banheiro sair correndo, ele logo descobre o porquê.

Lado a lado os dois corriam de um grupo de mais ou menos sete atletas. Mano só queria entender o que estava acontecendo, enquanto o pequeno ao seu lado apenas queria salvar sua vida.

— Vamos por ali – Apontou o fugitivo menor para uma esquina.

Mano seguiu seu conselho e correu naquela direção, ao chegarem se depararam com um beco sem saída, o albino já iria xingar quando o menor se agachou entrando em uma passagem estreita do lado da cerca. Foi difícil para ele, porém conseguiu, por fim, despistaram o grupo.

— Mas o que porras aconteceu?! – Gritou Mano ao se certificar que estava sozinho com o moreno.

— Pegadinha para os calouros – O respondeu respirando profundamente – Meus amigos e eu acabamos com os planos deles – Sorriu orgulhoso.

— E o que eu tinha haver com isso?! Me fez correr sem motivos! – Mano reclamava, observando o moreno se levantar e tirar de seu bolso um óculos preto.

— Desculpe... Prazer, meu nome é Nestor – Sorriu estendendo a mão para o albino se levantar.

— Sou o Mano – Disse ao se levantar e bater suas roupas tirando a sujeira.

— Acho que depois do que fizemos, eles vão continuar nos procurando – Comentou Nestor olhando pela cerca o outro lado da rua – Devemos ir para nossos quartos, é mais seguro lá.

— Certo, depois de tudo, preciso mesmo de um banho – Mano olhou suas roupas que permaneciam sujas. Ao olhar para frente, para continuar a conversar com Nestor, ele percebeu que o mesmo já havia sumido.

[...]

O despertador tocou assustando Mano que dormia tranquilamente. Levantou-se da cama coçando sua bunda por debaixo da cueca box branca. A cama de seu colega de quarto estava do mesmo jeito que estivera ontem, ele não havia aparecido.

Não fez cerimônia, apenas seguiu para o banheiro tomando um longo e gelado banho.  Vestiu-se para seu primeiro dia de aula na faculdade.  Uma camisa de manga curta branca, calça jeans preta, sapatos brancos. Colocou sua gravata e se olhou no espelho para pentear seus cabelos (n/a: igual à capa da fanfiction).

Respirou fundo e abriu a porta do quarto, checou novamente o dinheiro em seu bolso, ele era muito temeroso, pois uma vez havia perdido cem reais enquanto voltava de uma livraria. Parou em um restaurante no campus, sentou em uma mesa afastada e pediu um café da manhã, ovos com bacon e uma xícara de café.

— Olha só quem está aqui! – Mano ouviu uma voz familiar falar ao longe, na entrada da loja – Mano não é?

— Nestor! – Mano pareceu surpreso ao reencontrar o pequeno rapaz na sua frente, com outro rapaz de mesmo tamanho.

Nestor usava as mesmas roupas da noite anterior, já o novo estranho usava uma calça jeans azul, camiseta branca com o símbolo do Super-Man e por cima um blazer preto, ele calçava uma bota preta e seus cabelos eram levemente raspado dos lados, no meio um pequeno e quase imperceptível topete preto.

— Este aqui é o cara que eu falei para vocês Rinaldo – Diz Nestor se sentando ao lado de Mano, Rinaldo senta em sua frente.

— Prazer...

— Olá, sou Rinaldo – Sorriu – O Nestor contou a aventura de vocês. Desculpa por termos te colocado nessa, grandão.

— Não me importei muito. A festa estava chata mesmo – Respondeu Mano envergonhado, ele queria parecer indiferente, porém seu plano fora arruinado por Nestor.

— Não se importou? Você reclamou a perseguição toda – Ele acertou os óculos no rosto, a armação era um pouco maior e ficava vez ou outra deslizando.

Os dois menores riram. Mano já havia terminado de comer quando a comida deles chegou.

— Tenho que ir – Avisou pegando sua bolsa de lado.

— Ei, você tem que conhecer os outros caras. Vamos almoçar no refeitório da faculdade – Disse Rinaldo – Aparece por lá.

Mano assentiu, pagou sua conta e se foi para a sala de seu curso. O Lugar era enorme, tinha algumas poucas cadeiras e um enorme espaço para dançar. Mano percebeu que já havia alguns alunos, todos sentados, alguns conversando e outros mexendo no celular.

Não demorou para que um homem entrasse na sala e se apresentasse como sendo professor, seu nome era estranho e Mano tinha certeza que nunca iria saber pronunciá-lo corretamente, Eggbert. Ele era um homem alto e gordo, usava uma camisa xadrez verde e suspensório de mesma cor, sendo mais escuro. Por cima tinha um blazer azul, sua calça era cinza e seus sapatos marrons, ele usava uma gravata azul escuro e seus cabelos eram grisalhos.

— A poucos alunos por ser um novo curso. Mas não desanimem, vamos nos divertir bastante e claro, aprender.

Mano olhou em volta, havia realmente poucos alunos, sete no total. A aula se seguiu com os alunos se apresentando e o professor mostrando como seriam os quatro períodos que eles fariam juntos até se formarem em dois anos e meio.

O sino soou por toda Faculdade Imperador, chamando a atenção para os estudantes avisando que estavam agora em horário de almoço.

— Tudo bem alunos, podem ir, após o almoço teremos aula até as 15:00, o resto do dia vocês podem participar de seus clubes ou jogos. Não tolero atrasos, estejam aqui exatos 13:15, estou dando 5 minutos a mais que o horário de fim de almoço – O professor sorriu abrindo a porta – Tenham um ótimo primeiro dia.

Mano se levantou da cadeira ao mesmo tempo em que os outros alunos, ele pegou sua bolsa de lado e a encaixou em seu ombro esquerdo. Seguindo para fora da sala ele se deparou com um extenso corredor que agora estava cheio de alunos de faculdade.

— Você sabe onde fica o refeitório da faculdade? – Mano perguntou a um rapaz, um pouco menor que ele, que estava analisando um papel no mural.

O rapaz usava calça jeans, camisa preta e casaco xadrez branco e preto. Em seus pés um tênis preto, seu cabelo era curto e preto. Mano estranhou o fato de o rapaz usar óculos escuros sendo que o local onde estavam era iluminado pela luz das lâmpadas.   

— Sei sim, estou indo encontrar uns amigos lá – Respondeu deixando de lado o papel que lia – Podemos ir juntos.

Mano assentiu. O menor tomou dianteira, guiando o albino pelos corredores e portas da faculdade.

— A propósito, sou o Raul.

— Me chamo Mano.

— Mano? – O menor abaixou levemente os óculos para olhar melhor o outro atrás de si – Mano! Era esse o nome. Você é o rapaz que acabou se metendo na nossa encrenca – Raul riu alto – Desculpe o Nestor, ele sempre acaba metendo gente de fora nas nossas confusões.

— Você é amigo do Nestor? – Mano se surpreendeu, que mundo pequeno, de tantas pessoas naquela faculdade e ele havia encontrado logo um dos amigos de Nestor e Rinaldo.

— Um dos, no total somos cinco – Subiu novamente seus óculos escuros, escondendo seus olhos castanhos – Com você grandão, seremos seis.

Raul abriu a porta do refeitório, Mano olhou todos, alguns sentados e outros na fila do almoço.

— Seis? – Mano perguntou enfim, estava sozinho novamente, olhou ao redor e nada de encontrá-lo, até que, uma mão fora vista acenando, logo sendo seguida de um berro.

— Mano, aqui! – A voz Nestor pode ser ouvida por todo refeitório, chamando a atenção de todos para o grupo.

Envergonhado, Mano se aproximou. Assim como Raul havia dito, era um grupo de cinco rapazes todos menores que Mano, pode reconhecer cada um tirando dois.

— Olá Mano – O rapaz desconhecido falou com um sotaque espanhol. Ele tinha uma camisa de botões azul, com alguns detalhes em branco por toda camisa, Mano supôs que fosse desenhos de pingüins. Em seus pés o rapaz usava botas pretas, calça jeans rasgada no joelho esquerdo, seu cabelo era totalmente espetado preto – Me chamo Lombardo.

— Y yo me llamo Ramon – Se apresentou um último rapaz, ele tinha os cabelos castanhos e encaracolados, curto. Usava um casaco xadrez vermelho e preto, bermuda verde musgo e tênis jeans.

— Prazer.

Eles se juntaram na mesa, Mano se surpreendeu ao ver que seus novos amigos haviam já pegado um almoço para ele e Raul. Conversaram o intervalo todo, Mano descobriu que Lombardo e Rinaldo eram de família mexicana, porém haviam nascido ali na cidade Imperador. Nestor havia se mudado para a cidade aos doze anos, era de família espanhola, já Raul e Ramon eram alunos de intercambio, ficariam na faculdade até terminá-la. Todos os cincos eram de mesma cidade espanhola e haviam se conhecido quando convenientemente vieram se matricular a alguns meses atrás no mesmo horário.

— Acreditamos em destino grandão – Rinaldo comentou – Ele nos juntou e também fez com que Nestor te conhecesse. Você é do grupo agora – Levou sua mão direita fechada em um punho para Mano, que tocou de leve.

Todos parabenizaram Mano, sorridentes e brindando com coca-cola em latinha. O sinal tocou novamente, agora para voltarem para as aulas. Todos se levantaram e partiram para sua sala, no meio da aula, Mano se assustou de repente, havia esquecido-se de perguntar para seus novos amigos como fariam para se encontrar novamente.

“Ótimo Mano, depois de uma eternidade você faz amigos e deixa que eles escorram por entre seus dedos” – Pensou frustrado.


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