Life Is A Journey escrita por A Garota dos Livros


Capítulo 1
Capítulo 1


Notas iniciais do capítulo

Bom, está aí, espero que gostem, comentem e favoritem
Por favor ;*



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Minha cabeça parece que vai explodir, mesmo o menor ruído é como se fosse uma música do slipknot tocando no máximo dentro da minha cabeça, e meu pai ainda por cima está falando muito alto por algum motivo, e eu não tenho a mínima ideia do por que. Ele abriu as cortinas do meu quarto e quando a luz adentrou eu fechei os olhos rapidamente, e resmungo de dor.

— Pai! Por que você está falando tão alto e por que raios o senhor abriu as cortinas - o repreendo

— Sophie, que horas você chegou? - pergunta e eu o encaro sem entender

— No horário combinado - mas pela cara que ele fez não foi bem assim - Ou não, mas porque o senhor está perguntando? Eu estou aqui agora, não estou? - falo me levantando mesmo com minha cabeça explodindo e sigo em direção ao meu banheiro

Meu pai solta um longo suspiro e depois fala:

— Precisamos conversar

— Não precisamos, não - falo do banheiro

Conversar com o meu pai era a última coisa que eu queria fazer naquele momento.

Ele se senta em uma das poltronas que tem no meu quarto, parecia tenso.

Eu conheço meu pai suficientemente para saber que ele quer me contar alguma coisa mas não sabe por onde começar, por mais que eu não passe muito tempo com ele, afinal quase não paro em casa, mas eu não gosto de vê-lo assim.

—Pai, fala de uma vez é mais fácil - percebo que ele olha meio surpreso pra mim, mas estou concentrada no meu reflexo no espelho enquanto tiro o resto da maquiagem de ontem, seja lá o que ele for falar, não deve ser importante

Ele hesita por uns instantes mas logo fala

— Você vai para Los Angeles

Paro o que estava fazendo, e raciocino o que ele acabou de falar.

Ele estava hesitando em falar que nós iríamos nos mudar? Tudo bem que fiquei um pouco surpresa com a notícia afinal eu sempre morei aqui em Regina, no Canadá uma cidade em que chove quase todos os dia e de repente eu vou para L.A., nos Estados Unidos uma cidade que é conhecida pelo clima quente? Não gostei muito da ideia mas não posso fazer nada se ele já tomou a decisão

— Por que vamos nos mudar? - realmente queria saber o motivo, moramos na mesma casa sempre e eu nunca vi meu pai reclamando daqui

— Não vamos - fala simplesmente

— Mas o senhor acabou de falar qu...

— Você vai para L.A.- ele me cortou - Filha, você vai morar com sua mãe

É, definitivamente eu não gostei da ideia

—Eu não tenho mãe - e realmente não tenho, no momento em que eu vi a Dafne traindo meu pai, ela deixou de ser minha mãe. Naquele dia eu aprendi que o amor não existe e que não se pode confiar em ninguém.

No divórcio o acordo era meu irmão e eu irmos morar com ela e passar as férias com o nosso pai, mas depois do que eu vi, eu quis ficar com meu pai. Ela ainda tentou me convencer mas eu não dei ouvidos, eu estava irredutível. Meu pai teve outro relacionamento, durou alguns anos, mas eles acabaram ficando só na amizade, eu gosto dela, ela sempre vem aqui em casa quando pode. E pelo que parece a Dafne se casou novamente e está com ele até agora. No começo, meu irmão passava as férias aqui com a gente, mas depois eu comecei a me afastar dele, e sempre que ele vinha eu ia para a casa do lago em Vancouver. Eu não vou morar com a Dafne, prefiro virar sem teto, do que voltar a dividir o mesmo teto que ela.

— Sophie, pare com isso! Ela é sua mãe e você vai morar com ela. Aconselho que você arrume suas coisas seu voo está agendado para amanhã de 10:00AM, por favor acorde cedo - ele se levanta e segue em direção a porta do meu quarto

— O quê? Pai! O senhor não pode estar falando sério - eu realmente estou esperando que ele fale que isso tudo foi uma grande piada, mas isso não acontece

— Sim filha, eu estou falando muito sério - ele se aproxima de mim, da um beijo na minha testa e sai do meu quarto.

Eu sento na beira da cama e tento processar o que acabou de acontecer. Não sei quanto tempo passo perdida em meus pensamentos, mas volto a realidade quando escuto alguém entrando no meu quarto, no entanto dessa vez não é o meu pai, mas sim Carmen, a governanta. Sempre me dei muito bem com ela e com o  Sr. Robert que era nosso motorista, mas agora ele está em L.A., é o motorista da Dafne.

— Menina Sophie, precisa de ajuda para arrumar as coisas? - Carmen me pergunta com sua voz doce e carinhosa

— Não precisa Carmen, eu posso arrumar sozinha - dou-lhe um sorriso de agradecimento e me levanto da cama quando vejo que já são 17:50. Sigo em direção ao closet para começar a arrumar minhas malas

— Você sabe que seu pai está arrasado com essa notícia, não sabe? - Pergunta ela

Se ele estivesse diria que eu não precisava ir se eu não quisesse, como ele pôde chegar e simplesmente dizer que eu vou morar com a Dafne? - falo irritada

— Isso é mais complicado do que você imagina Menina Sophie - ela se aproxima de mim e põe sua mão em meu ombro - Vá descansar um pouco eu arrumo isso para você - eu olho para ela

Iria discutir mas seu olhar me disse que ela estava decidida. Ri um pouco com a sua atitude

— Se você insiste - sigo em direção a saída do quarto mas paro quando lembro de um detalhe - Carmen e os moveis do meu quarto?

— Seu quarto já está mobilhado, mas você pode levar o que quiser sabe disso -me dá um sorriso e começa a arrumar minhas roupas

Desci as escadas indo em direção a sala quando passei pelo escritório do meu pai e percebi que a porta estava entre aberta. Pude ouvir que ele estava falando com alguém ao telefone. Eu iria parar para escutar, mas o meu celular começou a tocar, andei mais rápido para meu pai não perceber que eu estava ali e atendi a ligação.

— Alô? - Não olhei o número então não imagino quem esteja me ligando

— Srta. Hastings, gostaríamos de saber se ainda comparecerá a sua hora marcada no salão

Com tudo que aconteceu hoje eu nem me lembrava que tinha marcado uma hora no salão, mesmo odiando ficar num lugar como esse eu sempre amei ficar mudando meu visual, e já estava na hora de mudar, mas dessa vez vai ser bem diferente

— Claro, já estou indo - encerro a ligação, pego meu skate e saio de casa

Depois de umas 2h sentada numa cadeira no completo tédio, mas pelo menos valeu a pena. Eu saí do salão com um visual completamente diferente, meu cabelo que é loiro natural e fazia um tempo que não modificava, agora está no meio das minhas costas, cortado em camadas e pintado em um degrade vermelho. Ficou em um contraste legal com a minha pele pálida.

Antes de voltar para casa, resolvo passar em lugar antes. Uma pracinha que me pai costumava me levar.

A pracinha estava vazia, mas pela hora não me surpreendi, apoiei meu skate em uma arvore e me sentei num balanço para observar o céu estrelado. Fico pensando em como será minha vida a partir de amanhã, as únicas pessoas de quem vou me despedir são os empregados da minha família e meu pai, não tenho amigos aqui, pelo menos não mais. Depois de tudo o que aconteceu, entre meu pai e a Dafne, eu comecei a afastar as pessoas que eram próximas a mim, meus amigos ainda tentaram se aproximar de mim por alguns anos mas depois desistiram, no final todos sempre desistem. Minhas notas começaram a cair na escola, eu nunca prestava atenção nas aulas e muitas vezes até matava as aulas, comecei a sair escondido, e ir para festas fora da cidade com documentos falsos, com um tempo meu pai descobriu, mas mesmo assim eu não parei, talvez seja isso, talvez meu pai esteja fazendo isso comigo por não aguentar minhas rebeldias, com certeza é isso. Ele também desistiu.

Meus pensamentos são interrompidos pelo som de psychosocial do slipknot.

Alguém está me ligando.

Pego o celular e no visor aprece o nome do meu pai

— Sophie onde você está? Sabe que horas são? - ele soa preocupado. Afasto o celular da orelha e vejo que já são 2:00 da manhã

— Eu já estou indo para casa - ele ia falar alguma coisa mas eu desligo antes

Solto um longo suspiro, me levanto do balanço e pego meu skate, sigo de volta para casa. O caminho é curto, então logo estava em casa. Quase todas as luzes estavam apagas, a única acesa era a do escritório do meu pai, aquilo significava que quando eu chegasse deveria falar com ele, mas não estava com cabeça para isso. Simplesmente liguei a lanterna do meu celular e segui parar meu quarto. Assim que entro acendo as luzes e vejo que Carmen arrumou todas as minhas malas, encaro meu quarto e vejo algumas coisas que eu poderia levar comigo, então pego uma mochila e começo a colocar alguns objetos de decoração que eu adoro, CD's e DVD's das minhas bandas e pego também alguma s coisas que eu acho que são necessárias.Quando acho que já peguei tudo o sol já estava nascendo, então deixei a mochila em cima da cama e fui tomar um banho rápido e me arrumar. Abri um das malas e peguei a primeira roupa que vi, um moletom preto dos Ramones e uma legging rasgada nos joelhos da mesma cor, calcei meus coturnos pretos, faço um coque frouxo no meu cabelo deixando a franja solta, pego alguns acessórios que a Carmen não guardou por que provavelmente sabia que eu ia usar, faço minha maquiagem, olho preto esfumaçado e batom preto. Eu poderia ser a mulher de preto com a roupa que eu estava, mas eu só percebi que estava toda de preto quando eu me olhei no espelho antes de sair do quarto.

Meu pai está na sala falando com o Scott, um dos seguranças. Assim que me vê encerra o assunto e manda ele ir pegar minhas malas.

— O que você fez no seu cabelo? – meu pai pergunta

— Pintei, obviamente – falo

— Isso eu percebi – diz ele

— Então porque perguntou? – falo irritada

Ele solta um longo suspiro e fala

— Filha eu sei que você não quer ir, mas...

— Jura? Não venha me dizer que isso vai bom pra mim, porque não vai. Então por favor me poupe do discurso de pai do ano – o interrompo e vou me despedir dos empregados

Despois de me despedir de todos vou direto paro o carro. Eu realmente irei sentir falta de todos principalmente da Carmem, pra mim eles não são apenas empregados eles são parte da minha família e sempre pude contar com eles pra tudo.

Fomos o caminho todo em silêncio. Chegamos no aeroporto e já eram 9:50AM, era a última chamada do meu voo. Meu pai me puxou para um abraço.

— É o melhor, você vai ver – sussurrou e me deu um beijo na testa – Eu te amo filha

Mas desistiu de mim...

Me viro e vou na direção do embarque, minhas malas já estão no avião, estou apenas com a mochilas que tem minhas coisas favoritas. Vou para a primeira classe, ponho o fone de ouvido oferecido na viagem e durmo

Acordo com uma aeromoça me chamando

— Senhorita, já pousamos – fala gentilmente

— Obrigada – dou um meio sorriso

Tiro os fones, pego a mochila e vou para o desembarque. Chegando lá eu procuro alguém conhecido ou com alguma placa, afinal estava tão irritada que não perguntei quem estaria me esperando, fico alguns minutos procurando até ver alguém com uma placa. Era o Sr. Robert, um pouco mais velho porém não irreconhecível, me aproximo.

— Desculpe está perdida? – pergunta me encarando confuso

— Não me reconhece? – tento conter o riso

— Sophie? – pergunta cauteloso

— Claro! Quem mais seria? Por acaso você me trocou Sr. Robert? – faço drama

 - Oh, não. Longe de mim fazer isso, a última vez que lhe vi você ainda tinha 6 anos – diz me abraçando

— O tempo passa rápido – digo sorrindo

Pegamos minhas malas, saímos do aeroporto e fomos para o carro.

Fora do aeroporto a sol brilhava intensamente, entrei a rapidamente no carro por causa do calor. Depois de guardar as malas, Sr. Robert entra no carro e seguimos para o meu novo inferno, quer dizer... “Lar”. Encosto a cabeça na janela e fico pensado o que me aguarda aqui em Los Angeles.


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Notas finais do capítulo

E aí gostaram? Espero que sim.
Provavelmente segunda posto o segundo
P.s.: Desculpem qualquer erro ;*



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