The Green Eyes escrita por Apenas uma Semideusa


Capítulo 1
Único




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Apenas segui a estrada até o colégio. Naquele tempo, o chão era pura terra, solo seco e pedras minúsculas que rolavam do bolo de poeira. 

Meus tênis azuis surrados seguiam o caminho reto até meu destino marcado. Estava ansiosa: Eu iria vê-lo! 

Ele não sabia que eu existia, mas eu gostava de vê-lo todos os dias, bem e saudável. Eu assistia enquanto ele caminhava lentamente até a entrada e ia até sua sala. Depois, eu ia, lentamente, atrás do mesmo, todos os dias, e o via conversar com os amigos, logo depois indo embora.

Eu me sentia totalmente diferente em relação a ele. Ele me causava sensações estranhas e surreais. O olhar dele, quando caía sobre mim, me fazia corar, meu pâncreas embrulhava, um bolo se formava na minha garganta... eu sentia as frias borboletas voarem pelo meu estômago, ansiosas. 

Eu era tímida demais para o conquistar, para conversar. E além disso, algumas amigas minhas gostavam dele também. E eu não podia ser egoísta. Elas deviam ser felizes. Eu devia esquecer esse sentimento idiota.

Mas o simples gesto de um sorriso dele, me fazia ir aos céus de felicidade. eu não sabia o que fazer, perdia a noção do tempo, perdia a noção de tudo quando ele estava perto.

Olhei para cima. O céu da manhã estava numa bizarra mistura de alaranjado do amanhecer com o azulado da noite. Algumas nuvens já se amontoavam ali, junto ao Sol. Contentes por conseguir assistirem o espetáculo do amanhecer tão de perto.

Cheguei ao colégio azulado em que estudava. Tinha grandes portões verdes e seguia-se uma estrada de vidro para dentro. 

Sentei-me no pátio, a aula não começaria agora, mas ele chegaria agora, junto aos amigos. 

E então ele passou. Alto, magricela, cabelos (sempre tão) desgrenhados negros e os olhos verdes-mar tão lindos quanto qualquer um que já tenha visto.

Seu olhar caiu em mim, e sorri. Eu o amava, mas não admitiria, não ainda, não ali, o orgulho não permitia.

Meu sonho era acariciar-lhe o rosto e lhe dizer coisas lindas, beijar sua boca como sempre quis, tão carinhosamente, como se fosse cair a qualquer momento. Para ela, ele era isso: Cairia a qualquer momento. Nunca mais poderia encontrar alguém assim de novo.

Ele, tímido, se aproximou. Beijou minha mão e se sentou ao lado, se aconchegando.

— Com sua licença?

— Toda.

O amor cresceu quando ele disse três sílabas, e me apaixonei. Era puro e sincero. Eu não tinha mais dúvidas. Com aquela idade, conheci o amor da minha vida.


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