O céu estava estrelado, o ar quente, e o navio consideravelmente quieto. Todos haviam ido dormir, a embarcação estava ancorada perto da costa de uma pequena ilha, a qual iriam visitar pela manhã.
Já passava da meia-noite quando Daniel saiu de sua cabine e foi em busca de um ar mais puro.
Ele chegou ao convés e deparou-se com Luce apoiada contra o salva corpo encarando o horizonte.
—Não consegue dormir?- Questionou.

A garota reprimiu o reflexo de pular de susto. Apenas suspirou e disse:
—Não. A lua está tão bonita. Não pareceu justo com ela ir dormir. - Sorriu sem virar para olhá-lo.
O garoto soltou uma risada nasal e apoiou-se ao lado dela.
—E você? O que ainda faz acordado? - Pergunta.

—Calor, eu acho. - Deu de ombros e olhou para Luce com mais atenção, ela usava uma camisola branca longa, seus ombros estavam expostos e os cabelos soltos. O vento marítimo fazia eles balançarem suavemente. Linda. Foi o que pensou.
—Porque está me encarando? - Indaga ainda sem olhá-lo.
—Não posso admirar a minha bela princesa? -Sorriu de lado tranquilamente, mas mal sabia que aquilo havia feito um arrepio subir pela espinha dela, e fechou os olhos suavemente por conta disso.
Luce sorriu suavemente para ele - Obrigada. - disse em tom baixo e então o olhou - Você também não está nada mal.

—Você acha?- Sorriu olhando para suas roupas. - Estou pronto para ir pra cama, não é exatamente um dos trajes menos confortáveis.
Luce passou o olhar pelas roupas dele, estava descalço, assim como ela, vestia uma calça escura e uma camisa branca fina de algodão, cuja nem todos os botões estavam fechados deixando parte do peito do príncipe amostra.
Ele estava mais bronzeado nos últimos dias, uma cor mais contrastante com seus cabelos loiros e olhos quase violetas de tão azuis.

"Você é definitivamente mais do que "nada mal"". ela quis dizer.

—Você fica melhor com as roupas de luta. - foi o que disse.
—Por acaso isso tira sua concentração durante as aulas? Eu ficar tão bonito com as roupas de combate? - Brinca, sorrindo e tirando uma mecha de cabelo que voou para o rosto da garota por conta do vento.
—Nem um pouco. - retrucou.

Daniel não sabia se ela estava mentindo, o que ele sabia era que ela tirava toda a concentração dele.
A expressão feroz que ela trazia quando treinava o ataque com a espada.
A forma como fios de seus cabelos pretos grudavam em seu pescoço por conta de seu suor.
Ele perguntava-se como seria beijá-la ali.
Sem perceber, os olhos dele caminharam até a curvatura do pescoço e sua imaginação divagou. Não percebeu o quanto estava perdido naquele ponto fixo até que a garota se mexeu para olhá-lo. Talvez ela tenha dito algo, mas ele estava perdido demais em seus pensamentos para ouvir.

—Desculpe, o que disse?
—Você está bem?
—Sim. - Não, foi o que ele realmente pensou. Os pensamentos dele o estava traindo. Ele não sabia se eles eram certos ou não, afinal eles eram casados, porém tudo que haviam feito estava resumido a alguns beijos...não que ele soubesse muito o que fazer de qualquer forma.
—Você parece um pouco avoado, deve ser cansaço, não acha melhor ir para cama? -perguntou a moça, notando como as vezes os olhos dele a percorriam.
—Provavelmente você tem razão. - falou.
Os olhos deles encontraram-se.

Daniel seu batimento cardíaco acelerar. Luce sentia suas mãos suarem.
—Eu também já vou dormir. - comentou e desviou o olhar já indo em direção as escadas.
Daniel a seguiu, suas cabines eram uma ao lado da outra, sendo a de Luce mais próxima a escada.
Ela abriu a porta e ele pode ver o quarto por dentro, a cama no centro, velas acessas, viu que mesa  no canto cheia de papéis espalhados.
—Está escrevendo para casa? - perguntou.
—Estou tentando responder para minha mãe. Vou enviar a carta na próxima vez que estivermos em terra. Só que não consigo terminar a carta do jeito nenhum. -Diz indo até a mesa e segurando um dos papéis na mão com um pouco de melancolia, ato que chamou a atenção de Daniel.
—Porque não consegue terminá-la? - parou na porta, não entraria sem a permissão dela.
Luce sentiu seu rosto corar.
—Ela perguntou algumas coisas na última carta que chegou...que - pigarreou - Eu ainda não sei como responder.
—Como que? Talvez eu possa ajudá-la....

Luce balançou com a cabeça.

—Er....
—O que é? - insiste o príncipe.
—Ela perguntou...sobre nós. - Disse e olhou para Daniel e fez uma expressão sugestiva.
—O que? - Não havia entendido.
—Filhos. - Foi direta desta vez.
— Ah...- Foi o que saiu baixo pela boca dele.
Um silêncio constrangedor se instalou entre eles. Foi ela quem o quebrou.

—Deixa isso para lá. É melhor irmos dormir.- disse Luce.
—Você está preocupada sobre filhos? Você quer ter filhos? - ele ainda estava parado na porta. - É que nunca falamos sobre isso. Ainda nem tivemos tempo...eu acho.
—Eu... Eu quero ter filhos sim. Assim como sempre quis ser livre. - Respondeu ainda constrangida e olhando para seus próprios pés. Não estava tão preparada assim para essa conversa, principalmente usando aqueles trajes.
—Posso entrar?- Questionou e Luce acenou com a cabeça, ele andou a passos curtos diminuindo a distância entre eles.

— Você não precisa ter vergonha de mim... - Disse baixo.

—Não tenho vergonha de você. - Respondeu quando ele já estava perigosamente perto. Claro que ela não mentiu. -Eu só não sei como agir...- A respiração dela estava ficando pesada - Não sei o que é a coisa certa a se dizer…- Daniel a tocou levemente no braço, e Luce sentiu um choque sobre a pele. -Eu não...não sei o que você quer...

— Quero o que você quiser. - A voz dele estava rouca. Talvez ele estivesse ficando louco, mas já fazia muito tempo que não conseguia parar de pensar nela e em como seria poder tê-la por perto. -Se quiser que eu saia daqui agora, eu saio.


Luce balançou a cabeça em negação. Ela colocou a mão sobre o peito do marido, bem sobre o coração que estava batendo forte assim como o dela.

—Eu também não sei como agir, nem o que dizer, sei que...- Ela levantou o olhar para o dele- Eu estou apaixonado por você. - Sorriram um para o outro.

—Eu acho que também estou apaixonada por você. - Sussurra.- E agora?

—Eu acho que...- Daniel começa mas antes que terminasse Lucinda juntou seus lábios aos dele.

Foi como uma explosão de sensações, eles já haviam se beijado algumas vezes antes, mas aquele beijo era tão diferente.
Daniel passou seu braço pela cintura esposa e a prensou contra o próprio corpo.
No instante em que seus pulmões precisam novamente de ar, Luce foi surpreendida ao sentir os lábios de seu esposo descerem até o seu pescoço deixando suas pernas mais bambas do que já estavam e a fazendo soltar um suspiro baixo quase igual a um gemido.

Daniel estava tão feliz por finalmente conseguir beijar aquele pescoço que tanto lhe seduziu e ouvir os sons que imaginou ouvir dela.
Ele estava sendo movido por puro instinto, afastou-se brevemente indo até a porta da cabine para fechá-la.
Todos os recintos no navio já eram naturalmente escuros durante a noite, a cabine de Lucinda estava iluminada apenas por algumas velas, Daniel assoprou algumas antes voltar para a moça.
— Daniel.- Suspirou quando ele se aproximou, não sabia exatamente o por que dessa palavra ter saído da sua boca, mas ele estava tão maravilhoso sendo iluminado por tão pouca luz. Sua silhueta era tão heróica.
Ao parar em frente a ela novamente, ele tocou seu rosto com as pontas dos dedos, encostou tão delicadamente como se ela fosse capaz de quebrar.
E então que esqueceu toda aquela delicadeza puxando ela para um beijo tão urgente quanto o último.
Suas mãos seguravam a cintura dela com tanta força que a mesma se perguntava se ele tinha medo que ela fugisse.
As mãos da moça foram ao encontro dos ombros dele, apertou o tecido da camisa contra os dedos.
Desceu as mãos pelas costas, e chegou ao cós da vestimenta, que puxou do corpo dele, afastaram-se apenas para tirá-la.
Parte do seu pouco fôlego se foi junto com a camisa, ela já o vira vestido de tantas maneiras, nas quais ele sempre estava lindo e elegante. Mas agora ele estava exposto, e possivelmente ainda mais atraente, ela sentia as pontas dos dedos formigarem.
— Você pode tocar... - o garoto avisa.

—Não sei se devo. Posso estragar isso tudo. É perfeito demais. - Sorri demasiado confusa com todos os pensamentos que passavam de uma só vez em sua cabeça. Ao sentir as mãos dele andarem pelas suas costas até o laço que prendia sua camisola ela sentiu todo o seu corpo esquentar em expectativa.

Luce soltou a respiração pesada ao sentir as alças escorrerem pelos seus ombros.

—Tudo bem? -Precisava ter certeza.
—Sim...- Disse em uma voz fraca- Tudo bem.
Então Daniel prosseguiu e as alças escorregaram pelos braços e a camisola foi até o chão.

Tudo que ela vestia agora era uma calcinha de tecido também claro.
O olhar de Daniel era banhado de luxúria e apreciação.
—Você tá me encarando de novo. - Sentia as bochechas ficarem vermelhas e quentes aos poucos.
O vento que vinha da janela a deixava ainda mais arrepiada e a antecipação fez com que ela se aproximasse mais dele.
Daniel passou a mover-se devagar, levou um das mãos até um dos seios de Luce e a mesma arquejou.
Ele inclinou-se e beijou seus lábios enquanto a mão ainda massageava o seio dela.
—Espera, vem...- Segurou a mão dele o guiando até a cama onde deitou-se devagar esperando que seu marido a acompanhasse.
Daniel deitou sobre ela, e voltou a beijar seus lábios por um breve instante.

—Eu vou tentar algo...- diz e abaixa-se colocando a boca no mamilo dela, Luce soltou um gemido por conta do toque.
Ela leva uma mão involuntariamente para acariciar os cabelos loiros dele, sentir os fios em seus dedos ao mesmo tempo que ele tinha seus lábios nos seios dela.

Talvez ela pudesse explodir de prazer? Não saberia responder, nunca tinha sentido algo assim.
Nunca tinha pensado que era possível sentir algo assim.
Daniel passou a beijar o outro seio delicadamente, e mais sons de deleite saiam de Luce. O príncipe sentia pontadas em sua virilha.

—Era pra estar formigando desse jeito no meio das minhas pernas? - a morena questiona por realmente não saber o que fazer. Achava que já tinha ficado excitada antes, mas não tanto assim. A região entre suas pernas doía de tanta necessidade e formigava de ansiedade.
—Eu não sei, sinto a mesma coisa...- a respiração era ofegante. Daniel levantou-se e tirou a própria calça, a chutando para algum canto.

Luce sentiu todas as células do seu corpo ficarem agitadas assim que viu seu marido completamente sem roupas. Olhou pra ele com tanto desejo que nem ela mesma sabia que existia dentro de si. O olhar de Luce fez Daniel corar violentamente.
Ele voltou a deitar-se sobre ela, e eles trocaram breves beijos nos lábios, ele passeava as mãos por ela e ela por ele, de forma exploratória.
Daniel e Lucinda olharam-se, e mesmo não vendo o rosto do outro completamente sorriram.
Assim que ela sentiu Daniel a preenchendo por dentro, seu primeiro instinto foi se encolher um pouco e fechar os olhos.
Aquilo doía. Isso era normal? Será que doía pra ele também? Ela estava com medo de perguntar. Foi então que ela sentiu uma pontada de dor seguida de um alívio que foi fazendo ela se acostumar aos poucos.

Daniel estava parado dentro da garota.- Tudo bem?
—Estava doendo um pouco, mas acho que agora tá tudo bem. Pode continuar. - Falou sem muita certeza, estavam acontecendo coisas que ela não sabia que deveriam acontecer, não é? Talvez voltasse a doer.

Daniel tinha conversado pouco sobre isso com outras pessoas, mas sabia que basicamente devia se mover.

Seus corpos foram criando juntos os movimentos e a cada vez que sentiram uma pontada de prazer, sons saiam de suas bocas e esses sons deixavam o outro cada vez mais animado.
Em certo ponto, Daniel sentiu a necessidade de aumentar a velocidade com a qual se movia nela.
Não demorou muito e os dois sentiram uma enorme onda de prazer atingir seus corpos de uma só vez fazendo ambos gritarem e Daniel parar de se movimentar beijando sua esposa com a respiração pesada pelo cansaço.

Ele saiu de dentro dela, que sentiu algo escorrer de seu corpo, não sabia se era normal ou não mas sua cabeça estava muito avoada para se preocupar.
Ele deitou-se ao seu lado e a puxou para deitar a cabeça em seu peito.
Ambos estavam suados e grudentos.

—Acha que alguém nos ouviu? - Questionou a garota.
— Acho que todos nos ouviram. -Daniel começa a rir enquanto faz carinho no corpo da esposa. -Mas eu não me importo nem um pouco.
Luce corou e se aninhou a ele -Tudo bem, acho que posso lidar com isso amanhã.

Ela caiu no sono, enquanto Daniel acariciava seus cabelos, ele dormiu pouco depois, o sono que ali se seguiu foi tranquilo e com sonhos bons. A vida de ambos, enfrentou certos altos e baixos, conflitos de diversas naturezas, mas depois daquela noite, em que além do corpo haviam realmente entregado seus corações um ao outro, eles sabiam que podiam contar com o amor para passar por qualquer coisa.