Aquarela escrita por capitu


Capítulo 1
Prólogo


Notas iniciais do capítulo

Minha primeira tentativa de escrever algo em primeira pessoa, espero ter dado certo.



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Ok. Respire, Emma. Você ainda tem cinco segundos pra cantar pneu e sair em estilo velozes e furiosos.  Posicionei o pé sobre o acelerador e dei marcha ré com toda a calma possível, era um Robin Hood do trânsito. 

Tentei evitar a batida mas aparentemente a motorista daquela merda é uma bruxa que surge do nada na frente dos outros.

Uma batida na janela fez-me encolher e sorrir envergonhadamente. Enquanto me concentrava em meus pensamentos que de nada serviam eis que surge a dona da Mercedes Benz que eu acabei de destruir. Sim, com tantos carros velhos na cidade fui colidir logo com uma Mercedes.

 Mas a culpa não foi minha. O veículo saiu do nada, puft! Se teletransportou magicamente na frente do meu velho Beetle amarelo, graças aos meus brilhantes reflexos pude diminuir um pouco o impacto. O que acabou não adiantando nada, tenho uma mulher muito bonita e mais irritada ainda na minha janela, minha humilde janela que nem sequer abria o vidro automaticamente. 

Como posso eu, mera mortal, dialogar com essa personificação de beleza? Nem sequer me lembro de meu nome.

Desço o vidro da janela, calmamente, enquanto a mulher bonita me ameaça com aqueles dentes perfeitos de propagandas de creme dental e boca vermelha, impecavelmente pintada pelo batom.

Parece até aquelas novelas mexicanas, quando os protagonistas se encontram e os olhares se cruzam, o mundo ao redor perde toda sua importância. Uma pena ela estar gritando comigo.

— Será que você ouviu alguma coisa do que eu disse?

— Me desculpe?

— Além de cega a senhorita é surda também? Oras, destruiu meu carro com essa coisa amarela estranha e nem sequer se dá ao trabalho de prestar atenção no que tenho a lhe dizer. Deveria, pelo menos, descer dessa birosca. - Irritada. Ela fica linda irritada. Opa... ofendeu meu carro?

Abri a porta e me pus - muito a contragosto - para fora de meu belo veículo o qual a senhora arrogante acabou de ofender. 

— Coisa amarela? Estranha? Esse carro é praticamente uma relíquia, senhora. Talvez não se preocupasse tanto se fosse uma boa motorista, ao invés de ficar enfiando essa coisa cara aí na frente do carro dos outros.

Engoli em seco devido a seu olhar intenso. Então será assim minha morte? Seus olhos eram de um castanho chocolate, combinava perfeitamente com o tom de sua pele e cabelo de comercial xampu. Aquele cabelo.

— Sinto muito? Agora a senhorita está tentando transferir a culpa para mim? Qual o seu nome? Certamente é de alguma cidade grande e se deslocou de lá para interferir na minha paz.

— Emma Swan. Sou de um lugar onde os motoristas que causam o acidente costumam assumir sua culpa.

— Então, Senhorita Swan, você assume a culpa pelo ocorrido?

— Metade.

— Como?

— Assumo metade da culpa, o restante é da senhora que enfiou seu carro pomposo na minha frente.

A morena sem nome bufou, provavelmente percebeu que já havia perdido a discussão.

— Qual o endereço da senhorita?

— Por que pergunta? Vai me enviar flores?

— Vou enviar a conta do concerto de meu automóvel.

Maldita seja minha boca.

— Pois não pago. Olhe só, não esta tão ruim. Ainda é dirigível. - disse indicando a traseira amassada do Mercedes.

— Como é? - ela disse com as sobrancelhas levantadas interrogativamente e deu um passo mais perto. - Você está falando sério? 

Apenas o típico cidadão de classe alta que não aceita nada menos que a perfeição. Que sempre usa roupas elegantes e a quantidade certa de maquiagem, tornando-se natural, porém impecável. Que agora parecia perigosamente sexy, inclinando-se e, basicamente, me ameaçando com sua própria presença. Para gerenciar a proximidade súbita que me causou arrepios, me foquei no fato de que desprezava esse tipo de pessoa. Resistindo à tentação de olhar seu decote lhe lancei um olhar desafiador.

— Claro que estou falando sério. Como já falei a culpa não foi completamente minha.

A morena franziu os lábios e seus olhos se estreitaram ligeiramente.

— Então creio que a senhorita saiba que o limite de velocidade nessa pista é de vinte e cinco quilômetros por hora, certo?

Merda. Como não percebi o limite de velocidade? Agora além de estar altamente constrangida terei de pagar tudo - com qual dinheiro eu não sei -.

— Não?

Ela estava praticamente sorrindo com os olhos, maldita. 

— Por que não estou surpresa? Então, você vai me dar suas informações de contato e quando o meu carro estiver concertado vou lhe enviar o valor. Fique aqui, eu já volto. - ela disse e me deu um olhar ameaçador enquanto caminhava para seu carro. - E não se atreva a tentar sair de fininho, porque eu  vou te encontrar.

... e destruir-me com os seus poderes malignos , eu continuei baixinho.  Não, obrigado

— Aqui está o meu cartão. - ela disse e me entregou um cartão elegante, seguido por uma caneta e um pedaço de papel. - Basta escrever suas informações, então eu sei como entrar em contato com você.

— Bem, ainda não tenho um endereço fixo. 

— Como? - ela levantou uma sobrancelha interrogativamente. 

— Acabo de chegar na cidade, aliás, agradeço pelo comitê de boas vindas. Irei ficar em alguma pensão por um tempo.

— Ótimo, só temos uma na cidade. Nem tente fugir de mim, Senhorita Swan. 

Após dito isso a morena caminhou elegantemente até seu carro, me deixando parada no meio da rua feito uma idiota encarando seu cartão.

— Eu não sonharia com isso, Senhora Prefeita. - sussurrei para mim mesma.

 Essa mulher será minha ruína.


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Notas finais do capítulo

Opiniões são bem vindas. Até o próximo.



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