It's real,baby. escrita por Liids River


Capítulo 1
One


Notas iniciais do capítulo

Hello there sweeties
eu disse que voltava
olha só,deixa eu dizer que eu adorei escrever essa história e que sim,mais histórias virão assim

a pedidos da Kay,minha menina,eu escrevi (marromeno) "If Were Real" (https://fanfiction.com.br/historia/600886/If_Were_Real/) versão Percy.
Eu - particularmente - não gosto dessa one tanto quanto outra. Eu escrevi num momento viajado da minha vida,mas ESSA AQUI TÁ LINDA E AI DE VCS SE NÃO GOSTAR
mentira
amo vcs
Eu tenho histórias prontas aqui,mas atendendo ao pedido dessa coconut candy,eu escrevi essa aqui rapidex ♥


mais pedidos,já sabem.


espero que gostem e já estou responder os comentários na última ♥



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— Ei – murmurei para a garota do meu lado. – Me empresta um lápis?

O que diabos eu estava fazendo? Eu tinha um estojo repleto deles. Número 2,número 8,aqueles de desenho,todo tipo de lápis. Mas lá estava eu,pedindo um para a garota extremamente viajada ao meu lado.

Ela não estava com a cabeça presente naquela aula tinha tempo. Eu podia dizer isso só de vê-la com a ponta da borracha do lápis nos lábios. A cabeça estava apoiada na mão,que estava apoiada na carteira. Os olhos estavam diretamente na cara do professor de matemática,mas ela não ouvia uma palavra do que ele dizia,eu posso afirmar.

Annabeth Chase é viajada. Toda viajada.

Eu acho que assim como eu – e milhares de pessoas boas demais – ela tem um mundinho todo dela naquela cabeça.

O incrível mundo de Annabeth.

Eu sei que fiquei no vácuo,porque ela nem sequer piscou quando me direcionei para ela. E tudo bem,pois eu gostava mais de observá-la do que qualquer coisa.

— Então,quando falamos de polígonos precisamos ter em mente que ... – o professor suspirou – Nico,o que precisamos ter em mente quando falamos de polígonos?

Eu gostava dele. Acreditem se quiser – e acreditem por favor – o nome desse professor é Pierre. Sim,Pierre.O próprio nome do professor ajuda você a lembrar de algumas propriedades da matemática geométrica.

Coloca um “2” na frente do nome dele e você tem o comprimento de uma circunferência. O cara é demais.

 Sem falar que de todos os professor,ele é o mais prestativo.

Tive que conter uma risada quando Nico revirou os olhos e começou a enrolar para responde-lo. Nico era uma das poucas pessoas com as quais eu gostava de conversar. Não é como se eu fosse o cara mais legal da escola. Ou o cara mais estranho.

Esse segundo é o próprio Nico.

Eu só não achava necessidade de ter muitos amigos,ou falar com todo mundo.

Apenas com quem estava ao meu redor. E adivinhem só....ela senta ao meu lado.

Apesar de se sentar no fundo,e o fundo da sala ter esse conceito de que é de bagunceiros,ela era a garota mais inteligente. E mais bonita também,mas vamos por partes. Eu gostava das diferentes faces de Annabeth : ela tinha uma cara pra tudo. Ela tinha uma cara pra fazer uma cara.

Quando ela ensinava o garoto do outro lado sobre as Revoluções Indrustriais,Francesa e Russa. A boca dela ficava em linha reta,contendo-se para não responder as perguntas que ela mesma fazia. Ou quando ela tinha que explicar Biologia para a menina que sentava em sua frente,ela simplesmente sabia demais.

Ou quando ela queria fazer uma pergunta e esperava o momento certo para fazê-la. Ela parecia contar todo o segundo que o professor parava para respirar,para não atrapalhá-lo. Eu gostava disso nela : ela pensa muito antes de fazer qualquer coisa.

Ao contrário de mim,que só anoto minhas perguntas nesses bloquinhos coloridos. Mal sabe ela,que eu anoto só porque eu sou um bobalhão que tem vergonha de levantar a mão em sala.

Duas das coisas que eu mais gosto de observar em sala : Annabeth Chase e o ventilador.

Quantas vezes eu fora pego olhando para ela,pelos professores?Eu conto diversas.

E como existem – desculpem as palavras – professores filhos da discórdia em sala.

Naquele dia,ela estava especial mais bonita. O cabelo estava preso em uma trança de lado e ela vestia uma blusa jeans por cima da camiseta cinza. Os olhos dela pareciam mais cinzentos por conta da camiseta e eu não conseguia parar de olhá-la.As vezes,ela desviava os olhos para o meu lado,e eu como um completo imbecil,desviava os olhos para o meu livro fechado em cima da mesa.

Eu tenho quase certeza de que estava babando. Quase certeza.

—...e então,nesse período de transição,quando os répteis começaram a dominar o mundo terrestres,eles ainda precisam estar ligados à uma coisa do mundo deles – o professor dizia.

Ela batia os dedos na mesa. Parecia nervosa com alguma coisa.

— Acho que alguém pode nos dizer o que é – ele continuou.

Annabeth olhou para mim,com a sobrancelha levantada e continuou batendo os dedos.

Eu acho que tentei sorrir,não sei. Eu perco os movimentos de mim mesmo quando ela olha pra mim.

—Hn... – olhei rapidamente para o professor. Ele me encarava com as sobrancelhas levantadas. Olhou rapidamente para Annabeth e novamente pra mim,como se dissesse : Eu sei que ela é linda,mas você deveria disfarçar um pouco.

Comcei a abrir meu livro da forma mais rápida que consegui.

Ele ia perguntar pra mim.E eu nem ouvi o que era a pergunta.

— Hn... –ele ponderou – Eu sei que alguém deve saber a resposta...

Annabeth começou a procurar alguma coisa no livro dela.

Sai da minha cabeça menina,estou encrencado.

Passei o dedo pelas páginas : moluscos,cordados...nada de répteis.

—Alguém do fundo! – ele começou a andar pela sala.

Eu gostava tanto desse professor,por dar uma das matérias que eu mais gostava,mas eu juro que se descobrisse qual era o carro dele,faria questão e passar um pedra pela lataria.

—Que tal... –ele parou do meu lado. – Que tal você aqui,meu amigão Perseu.

Como existe professor filho da discórdia no mundo,não? Engraçado quando professor ficava ao fundo da sala,metade dos aulos que sentam na frente,viram para olhá-lo. E a outra metade,só vira quando ele pergunta alguma coisa para algum aluno extremamente desatento na aula dele.

Todas as cabeças viraram para me olhar. Eu sentia meu rosto quente,porque aqui vai uma novidade,caso você ainda não tenha notado : eu odeio ser o centro das atenções.

—Hn... –pigarreei. Eu podia quase ouvir a cabeça de alguns deles : o nome dele é Perseu? Esse menino é novo? Por que ele não penteou o cabelo? Que cara estranho – Você...pode repetir a pergunta?

O professor sorriu de lado,como se ele fosse o vilão de um filme de terror e tivesse conseguido pegar a menininha indefesa.

Eu devo ser a menininha indefesa.

—Os répteis tiveram que ficar ligados a uma coisa antes de dominar completamente o mundo terrestre – ele colocou a mão no meu ombo,e a outra no ombro de Annabeth,que assim como o resto da sala,me encarava curiosa. – O que foi essa coisa.

— Ai que sede – ela sussurrou,abaixando-se sem tirar os olhos de mim – Que.Sede.

Inclinei minha cabeça sem entender.

O professor levantou uma sobrancelha,ignorando completamente a garota.Ou talvez ele não tenha escutado.

— Que sede terrível,acho que estou desidratando – ela sussurrou com urgência,os olhos arregalados. Pegou a garrafinha de água na bolsa e suspirou.

Eu tinha,sem exagero,34 pares de olhos olhando diretamente para mim. Dentre eles : ansiosos,cínicos,curiosos,e os desinteressados. Eu tinha certeza que alguns ali só espravam uma resposta idiota minha para poderem dar risada.

Annabeth abriu a garrafa,olhando-me.

—Então,Perseu? – o professor me apressou.

— O que...os répteis iam precisar na terra? – enrolei.

Ele assentiu.

Toquei mais um olhar com a garota do meu lado. Eu tinha uma ideia,mas ... por que ela me ajudaria ?

—Água? –perguntei,olhando-a.

Ela mordeu o lábio inferior,tapando a garrafa e assentindo para si mesma.

O professor franziu as sobrancelhas e suspirou.

—Está certo – ele pigarreou – E por que esses animais precisariam estar perto de água?

—Agora você já está pedindo muito – resmunguei,fechando o livro.

—Como é? – Ele olhou-me surpreso.

Assim como os outros 34 pares de olhos.

Mais uma para a minha ficha. Eu aposto.

— Eu não sei – resmunguei,juntando minhas coisas e jogando-as dentro da mochila.

—Você nem se esforçou –ele murmurou. –Ou talvez,a sua cabeça não esteja inteiramente em minha aula,Perseu – o professor olhou rapidamente para Annabeth,que ainda me encarava.

—Talvez seja isso – resmunguei.

O silêncio reinou por alguns instantes. A sala inteira me encarava e eu odiava aquilo. Odiava todos aqueles cabeças ocas que só queriam um pouco de entretenimento. E eu odiava estar servindo como esse entretenimento que eles tanto queriam.

— Talvez você deva ficar com a cabeça em outro lugar lá na sala do diretor,Perseu – o professor murmurou.

— Eu concordo com você – sorri para ele. – Posso? – apontei para a porta.

Eu sabia como irritar um professor. Se há algo que pode tirar um professor do sério,é você se oferecer para sair da sala. Um professor odeia não conseguir manter um aluno em aula.

Ei...isso fica aqui entre a gente. Eu não quero a mãe de ninguém me enchendo o saco por estar doutrinando seus filhos em coisas ruins.

...

...

...mas se você tiver a oportunidade de testar isso,ia ser irado.

O professor suspirou e balançou a cabeça.

Andei pelas careteiras em direção a porta. Era bom,eu poderia procurar o Pierre e tirar algumas dúvidas com ele. Naquele mesmo dia,eu estava sentado no banco do corredor central,com o professor , tentando revolver um dos exercicíos mais difíceis do universo e por algum descuido meu,olhei para cima. Ela andava em direção a saída com a mochila nas costas. Junto ao Nico e a Thalia.

Deitei a cabeça na certeira,observando-a. Nico me disse que depois que eu sai da sala,ela respondeu a pergunta do professor de biologia e pediu licença saindo com a mochila nas costas. Ele havia feito o mesmo,junto com Thalia e mais uns vinte alunos.Eu fui chamado pelo diretor dizendo que eu não deveria iniciar revoluções dentro da escola.

Bobagem. Eles pensam que nós só pensamos em três coisas na nossa idade : drogas,rock e vídeo games. Quando na verdade o que nós pensamos de verdade é : comida,dormir e vídeo games.

No meu caso,Annabeth é um extra.

Ela ainda olhava para o nada. Eu queria poder ler seus pensamentos.

Eu sei que é pedir demais,então eu queria poder estar no que ela pensava. Nem que ela estivesse pensando em chegar em casa e ler algum livro enorme. Eu queria que ela se perguntasse : Será que aquele boboca que senta do meu lado lê alguma coisa?

Já seria suficiente para mim.

Será que ela pensa em mim na mesma frequência que eu penso nela?

Isso é papo de apaixonado,Perseu.

Talvez seja mesmo.

Ela focou os olhos na mesa e deu um sorrisinho tímido. 

Por favor,esteja pensando em mim.

Eu andava pelos corredores do colégio,atrasado como sempre. O direto baixinho e gorducho estava ao meu lado,e já me dava diversas broncas.

— Por que atrasou-se hoje,Perseu? – ele resmungava. Fazia questão de me dar broncas fora e dentro da sala. Como se eu fosse servir de exemplo para os outros.

Eu não servia de exemplo nem pra mim mesmo,quanto mais para os outros. Pelo amor de Keanu Reeves.

— Eu acordei atrasado. – resmunguei passando as mãos no rosto .

— Vou lhe apresentar o despertador,Perseu – ele murmurou,abrindo a porta da sala sem bater.

E eu vou lhe apresentar meu dedo do meio.

Ele entrou,dando-me passagem. É engraçado e um pouco pretensioso da minha parte pensar dessa forma,mas parece que todos aqueles cabeças ocas vinham para escola no horário só para me ver levar mas um esporro sozinho. Todos os olhos sonolentos me encaravam,como ontem e antes de ontem e antes de antes de ontem e....

... talvez eu deva mesmo comprar um despertador.

— Aqui que vocês estão vendo é um completo irresponsável... – o diretor começou.

Sua avó!

—... vocês precisam chegar sempre no horário. Estamos todos cansados de informa-los que o tempo de tolerância são apenas cinco minutos e nada mais – ele continuou – Vocês sabem que devem acordar cedo,sabem que a escola tem suas regras.

Enfia as regras no orifício!

— ... sabem que regras são feitas para serem seguidas – ele apontou para mim. Annabeth – ao fundo da sala – aprecia ler meus pensamentos nada educados. Ela prendia o riso e meu coração se aquecia por dentro. Eu adorava vê-la segurar o riso e tentar manter a pose – Este colega de vocês,sabe muito bem disso. E vejam,quantas vezes essa semana eu entrei nessa sala para trazê-lo?

Eu sei o caminho,seu gorducho.

— Umas três vezes – alguém zombou. Revirei os olhos,fazendo metade da sala sorrir.

—Exatamente. – o diretor respondeu – Eu não acho certo,vocês acham?

Ninguém disse nada. Muito esperto. Na hora de começar uma revolução,eles se pronunciam.

— Este aluno,é irresponsável –ele disse categoricamente. – Vamos mudá-lo!

Então eu desatei. Eu acho que nunca dei uma gargalhada com tanta vontade na minha vida. Meu rosto começou a ficar molhado pelas lágrimas e eu sentia um aperto na minha barriga de tanto rir. Metade da sala me acompanhou e até mesmo o professor de Artes,deu um risinho. Annabeth ria com as mãos na boca e os olhos brilhavam.

Eu tinha a impressão de que a única pessoa que entendia o meu riso era ela. Os outros eram só um bando de bocós que riam de qualquer coisa. Se vocês soltasse a palavra “pum”,eles dariam risada.

O que o diretor havia dito :

— Este aluno,é irresponsável –ele disse categoricamente. – Vamos mudá-lo!

O que eu ouvi :

— Este aluno é um animal selvagem – disse – Vamos dar-lhe biscoitos!

Não fazia sentido algum,mas eu estava rindo igual a um imbecil. Como se uma sala cheia de cabeça ocas fosse conseguir me fazer levantar cedo.

O diretor estava tão vermelho que eu quase me arrependi de ter rido tanto em plena quinta-feira.

Mas vê-la tampar os lábios tentando ser uma boa menina valeu o dia todo.

—Vamos,Sr. Gregor – limpei meus olhos depois da minha crise de riso – Eu vou assinar a suspensão.

A professora já finalizava a aula e nada de Annabeth me emprestar o lápis. Não que eu precisasse,como eu disse eu tenho um estojo com diversos deles.Ela suspirou de repente,balançando a cabeça,fazendo o cabelo cair em frente ao rosto. Eu bem que queria tirar aquele cabelo da frente e voltar a ter a visão perfeita do seu rosto.

Ela olhou pra mim por um momento,desviou os olhos para baixo e fez a mesma careta que certa.

Sentei em minha carteira dando graças aos Deuses pela sala estar vazia. Tinha chegado na hora,como há muito não fazia.

—Ei cara – Nico replicou ao meu lado. Levantei a cabeça meio sonolento para ele. Que coisa,eu queria dormir um pouco mais –O que foi isso aí? –ele apontou para o meu olho.

Ah,sim. Eu havia levado um soco.

...

...

...o outro cara saiu pior,eu juro!

— O cara lá de baixo estava enchendo o saco do Ivo de novo – reclamei. Não doía,mas não era nada agradável também. – Eu dei um ponta pé nele.

—E ele te deu um soco? –ele replicou. – Quer que eu resolva isso?

Eu tenho algumas consideração sobre Nico :

Nico é sinistro demais.

E muito leal.

— Nah – suspirei,apoiando o rosto na mão fechada – Ele só se sente muito ameaçado pela inteligência do Ivo e tenta bancar o durão.

— Ele te socou e você aí protegendo o garoto – ele revirou os olhos,jogando as mãos para o céu – A escola deveria conhecer o verdeiro Percy Jackson.

—Fica quieto –reclamei,revirando os olhos.

A escola não merecia o verdadeeiro Percy Jackson. Só algumas pessoas dela mereciam.

Fiquei mais um tempo mandando Nico ficar quieto. Algumas pessoas foram chegando,alguns foram nos cumprimentando. Algumas meninas me perguntaram o que havia acontecido mas eu só dava de ombros. Nada que fosse merecedor de um Oscar,calro.

Eu não conseguia conter minha ansiedade em ver Annabeth.

Quando ela passou pela porta e veio em direção ao nosso corredor,eu levantei-me de imediato.

Eu sei,e vocês vão dar risada,mas é algo natural. Se há uma moça,e eu tenho tempo para ser cortês...adivinhe só,eu serei. E Annabeth merecia bem mais que uma simples cortesia.

Os cabelos loiros caiam pelo rosto e ela deu um sorrisinho de lado. Quando levantou a cabeça e me olhou,eu balancei,cumprimentando-a.Ela pareceu confusa,jogando a mochila no chão como sempre fazia.Por fim,sentou-se e ficou virada inteiramente para mim.Sentei-me também,sentindo-me quente. Eu gostava de ter seus olhos curiosos em mim,mas estava com vergonha de ter que explicar caso ela perguntasse.

Mas ela não o fez. Ela continuou me encarando.

Poucas coisas são tão bonitas quanto os olhos confusos de Annabeth.

Ela inclinou a cabeça de lado e mordeu o lábio,como se perguntasse : O que diabos aconteceu aí no seu olho.

Dei de ombro e sorri minimamente para ela. Eu podia sentir alguns outros olhares em cima de nós,mas eu não ligava. Gostava de me comunicar não-verbalmente com ela. Ela franziu as sobrancelhas preocupada.

Preocupada comigo.

Fomos interrompidos  pelo professor que entrou fazendo piadinhas.

Mas naquele dia,ela passou o período inteiro com os olhos em mim,levando minha auto-estima ainda mais além do que deveria.

Estava tão perdido em pensamentos que não notei que a sala estava vazia. A não ser por mim e pela loira ao meu lado. A lousa estava repleta de respostas de exercícios os quais eu não havia prestado atenção na resolução. Tirei o celular do bolso,tirando uma foto. Teria que colocar em dia,toda aquela porcaria de geografia.

Annabeth continuava mordendo a ponta do lápis,dessa vez,olhando para a capa do caderno.

Eu julguei a garota por viajar e lá estava eu,tão viajado quanto ela.

A gente podia viajar junto.

Foi quando eu me dei conta de que eu,e a garota do meu lado tínhamos mais em comum do que eu gostaria de admitir.

— Annabeth? – chamei-a.

Ela fez algumas caretas fofas,franzindo os lábios como se estivesse brava por eu interromper seus pensamentos. Tirou o lápis da boca e batucou a capa do caderno,sem nem ao menos me olhar. Agachei-me a sua altura e suspirei.Ela cheirava a biscoitos.

— Annabeth? – eu deveria deixa-la em paz.

Dessa vez ela deu um pulo e olhou ao redor da sala confusa.

Eu daria tudo para saber o que se passava na sua cabecinha.

Passei as mãos no meu cabelo tentado conter minha curiosidade.

—Ei – coloquei a mão direita em seu ombro,delicadamente – Você está bem? Que tal..você parar de fazer caretas fofas e me responder? Estou ficando preocupado.

Ela focalizou os olhos cinzentos em mim. Tão cinzentos quanto a poluição que um caminhão deixava na rua.Mas ao contrário da poluição,eles eram limpos. Curiosos,e no momento,um tanto confusos. Ela passou a língua pelo lábio inferior,fazendo-me erguer a sobrancelha.

Essa menina tinha que tomar muito cuidado com seus movimentos.Ou talvez ela saiba que é linda e faça de propósito. Que coisa.

—Ahn sim... o lápis! – ela sussurrou com a voz rouca.,sorrindo timidamente.

Eu tive que conter a risada. Ela havia escutado então.

—Ahn..isso faz umas duas aulas – agachei-me a sua altura e suspirei.Ela cheirava a biscoitos. – Você viaja nessa sua cabecinha loira,hein? – brinquei.

Seu rostinho delicado assumiu uma cor rosada. Eu queria apertar as suas bochechas e beijá-la de tão adorável que ela era.

—E- eu não sei bem o que acontece – suspirou – Gaografia não é muito a minha praia. – ela riu baixinho,tirando alguns livros de baixo da carteira.

— A sua geografia é a minha matemtemática – confessei observando seus movimentos tímidos.

— É..deve ser – ela sussurrou desconfortável.

Não queria deixa-la daquele jeito.

—Ao contrário de mim,você não baba na carteira – confessei,sentindo meu rosto quente novamente.

Por que era tão fácil corar perto dela?

—Você tem razão – ela brincou abrindo a bolsa – Você baba.

—E você me observa – retruquei – Srta.Chase.

Ela riu mais um pouco. Anabeth era tão discreta quanto eu,então vê-la exibir os dentes perfeitos para mim,diversas vezes...fez com que meu coração se aquecesse ainda mais.

— Você é um tanto convencido,Sr.Jackson –ela brincou.

Por dentro :

Estavamos brincando um com o outro. Deuses...eu,eu me sinto como um ursinho carinhoso dando uma volta de unicórnio pela arco irís.Eu poderia fazer a dancinha da vitória tomando um milk-shake de morango,cantando Cindy Lauper.

Por fora :

Dei um sorriso de lado.

Ajudei-lhe a guardar os livros dentro da mochila,enquanto tentava pensar em alguma forma de conter meus pensamentos coloridos.

—Então – pigarreei,fechando o zíper de sua mochila lentamente. Eu sentia seus olhos em mim,curiosos – No que tanto você pensava?

Eu queria tanto ouvir ela dizer “em você”. Se ela dissesse,eu não iria conter minhas dancinhas vitoriosas.

— Em nada – ela murmurou com pressa.

Ai. Direto no meu coração.

—Ninguém perde duas aulas...bem,pensando em nada – peguei sua mochila,colocando-a em meu ombro e dando espaço para que ela se movesse.

—Eu penso muito – ela riu baixinho,tímida – É uma confusão de coisas boas.

Isso,qualquer pessoa diria só olhando para o seu rosto,querida.

—Coisas boas? – incentivei.

—Um montão de coisas boas – ela riu,saindo do lugar.

— Se os seus pensamento são iguais aos meus na aula de matemática – ponderei,passando a língua no lábio. Droga,ia me constranger de novo – Eu aposto que são mais interessantes que a aula em si.

Ela me encarou por um segundo.

Parecia ler meus pensamentos de novo.

Um sorrisinho foi se abrindo nos lábios daquele nerd,e ela riu de lado.

Mal sabia ela,que aquele risinho tinha conseguido me prender como ninguém nunca havia feito.

—x-

— Nós aceitamos o amor que achamos merecer –ela sussurrou junto com a televisão.

—Que bela droga – resmunguei.

Ela me deu um tapa e se virou para mim com a carinha brava.

Sim,vocês leram certo. Depois do que pareceu um tempão tentando conquistar Annabeth,aguma coisa em mim chamou-lhe a atenção.Ou talvez ela se sentisse da mesma forma que eu o tempo todo. Eu ainda esperava que ela se tocasse de que,cara,ela é muita carga pro meu pequeno fusquinha.

Mas estávamos juntos. Firme e contentes,há dois meses.

A escola virou de cabeça pra baixo. De repente,todo e qualquer garoto começou a reparar em Annabeth.De repente,os professores passaram a pegar mais no meu pé.

Você não converta Annabeth para o lado negro!” – lembro-me das palavras do professor Pierre até hoje.

— Sabe o que a gente deveria assistir? – reclamei,olhando-a de lado.

Ela se recostou novamente em meu peito e entrelaçou nossos dedos.

—Não vamos assistir Footloose de novo,Percy! – reclamou.

—Você precisa admitir que Kevin Bacon está um pãozinho naquele filme – brinquei com seus cabelos,ouvindo sua respiração calminha.

Estavamos em sua casa,sentados na sala de estar,assistindo aos seus filmes favoritos. Seu pai havia pedido para que eu cuidasse dela. Surpreendentemente ,o pai de Annabeth foi mais com a minha cara do que sua mãe.Até seus irmãos mais novos gostavam de mim,mas sua mãe parecia querer me explodir.

E se ela tivesse uma banana de dinamite e um detonador,eu não duvido que ela faria.

Algumas coisas as quais eu não conseguia observar quando não estávamos juntos mudaram. Algumas de suas manias,alguns de seus hábitos.

O Percy de agora tinha muito o que jogar na cara do Percy de antes.

Esse Percy que vos fala é um bastardo sortudo.

Ela estava com seu pijama,seu shorts curto me davam a visão do que eu digo ser um belíssimo par de pernas.

Com todo o respeito.

Ela levantou a cabeça,escondendo o rosto no meu pescoço e suspirando.Uma das suas mãos foi para a minha nuca e eu me recostei inteiramente no sofá. Sentia-me completo e relaxado. Ela fazia isso comigo,o tempo todo.

Annabeth me tinha inteiramente em suas mãos.

—Você vai dormir? – sussurrei,passando seus cabelos para o outro lado,dando-lhe um beijo na bochecha.

—Não – sussurrou,colocando a mão em minha barriga – Tô só sentindo o quão quentinho você é.

As vezes ela falava umas coisas que eu não entendia.Como se...bem,se eu realmente fosse algo idealizado em sua cabecinha.

—Mas nem tá frio – reclamei,puxando sua perna para o meu colo.

Ela riu,mordendo-me no pescoço.

— Você não entenderia nem se eu explicasse – e voltou sua atenção para a televisão.

—x-

Eu empurrei o idiota que tentava abusar do menino Ivo de novo. Que droga,porque eu tinha que fazer esse caminho para ir tirar minha xerox? Que droga!

—Escuta,seu idiota – o babaca do Franklin replicou – Isso não é da sua conta!

Ajudei o garoto a levantar do chão,perguntando-lhe se estava tudo certo.

—Obrigado de novo,Percy –ele sussurrou e saiu correndo.

—Imbecil! – Franklin avançou para cima de mim de e eu empurrei-o. – Você não deveria meter esse seu nariz nos assuntos dos outros!

—Escuta cara,você tem o triplo da idade dele – é sério,ele era repetente – Deixa o garoto em paz.

Ele passou as mãos pelo cabelo ensebado. Eu deveria apresentar-lhe um shampoo qualquer hora dessa.Fnaklin abriu um sorrisinho de lado e tirou a jaqueta jogando-a para o amigo boboca dele.

—Tem razão... –ele murmurou – Talvez eu deva ir atrás de carne nova.

Revirei os olhos e cruzei os braços.

—Faça como quiser – peguei minha mochila no chão,evitando olhar para a rodinha que se formava ao nosso redor.Bando de abrutres.

—Talvez... –ele continuou – Eu vá atrás de garotas dessa vez.

Continuei me afastando,dando-lhe um joinha. Ele que se travesse,aí era assunto da escola.

—Talvez eu vá atrás daquela loirinha gostosa que você anda pegando! – ele gritou.

Sabe aquela brincadeira de estatua? Quando somos pequenos e alguém encosta em você e de imediato você precisa ficar parado?

Então,a minha reação foi completamente diferente disso. No mesmo instante em que meu cérebro lerdo processou as palavras daquele imbecil,eu joguei minha mochila no chão de novo e dei meia volta. A rodinha ao nosso redor era maior e mais cheia de idiotas da nossa sala. Aquilo ia chegar até Annabeth mais rápido do que mensagem no whatsapp.

Eu precisava ser rápido.Inclinei a cabeça de lado e franzi a sobrancelha.

“Lorinha...gostosa”.

—Como é? – perguntei só pelo cinismo mesmo.

—Ah qual é,cê me ouviu! – ele brincou com os colegas. – Mas fala aí,cês tão...sei lá,tão fazendo o que juntos? Porque olha,eu não tinha reparado no quão bonitinha ela era.

“Bonitinha”.

—Eu acho melhor você ..– apontei com o dedo indicador para ele – ..você... – um de seus colegas que dava risada – ...e você – por fim o ruivinho – irem embora antes que eu me esqueça do meu espirito esportivo.

Eles riram,fazendo com que os abutres ao nosso redor dessem risada também.

—Acaba com eles Percy! – eu ouvi a voz de Thalia longe.

—É Percy- Fraklin ironizou – Você sabe que quer dar uma surra nesse rostinho lindo – ele apontou para si mesmo.

Eu fingi olhar algo em minhas unhas. Por dentro,eu estava querendo explodir a escola inteira. Revirie os olhos e fiz uma reverência para ele.

—Nah,eu tenho afazeres – sorri,e continuei meu caminho,pegando minha mochila de volta

—Maricas! – eu ouvi ele gritar. Continuei caminhando,respirando fundo.

“É só contar até três e respirar. Não se meta mais em confusões,meu amor. O diretor vai te dar mais uma suspensão,e é semana de prova”.

Eu estava tentando,juro que estava.

—Então eu acho que tudo bem se eu for atrás da sua loirinha! – contando e caminhando. Contando e caminhando – Quero dizer,até eu sou melhor pra ela do que você.

Alguém deveria brincar de estatua comigo.Pelo amor de Kevin Bacon.

Virei-me novamente e respirei fundo,voltando-me para ele.

—Cuidado,Franklin – murmurei,chegando ainda mais perto dele. Fiquei cara a cara com ele,e já podia sentir a presença dela,mesmo sem que ela dissesse qualquer coisa. – Muito,muito cuidado.

—Você tá me ameaçando? Creepy –ele riu.

Empurrei-lhe com as mãos em frente ao corpo e fingi me espreguiçar.Ele se desequilibrou e ficou raivoso.

—Seu....idiota! – ele tentou me empurrar de volta,mas eu desviei fingindo pegar alguma coisa no chão.

—Perdão? –procurei Annabeth com os olhos,mas a diaba estava bem escondida – Eu fui me espreguiçar e você estava no meu caminho.

Ele riu sem humor e grunhiu igual um animalzinho selvagem. Continuei procurando Annabeth com os olhos rápidos,mas ela não estava em lugar algum.Encontrei Thalia com Nico atrás de alguns dos nossos colegas de classe e nada de achar Annabeth.Cacetada.

— Você é um imbecil – ele resmungou.

—Você tem o vocabulário muito limitado – murmurei,passando por ele e empurrando-o novamente,dessa vez com a mão direita, fazendo-o se desequilibrar novamente e gritar alguns palavrões  – Opa,vim pegar minha mochila.

— Você fica todo todo quando alguém fala dela não é? –ele riu,zombando – Sabe que é só eu assoviar e ela vem correndo pra mim!

Procurei mais uma vez por Annabeth. Eu estava começando a ficar sem paciência.

—É mesmo? Conta aí pra sua plateia – murmurei. Achei alguns dos seus colegas de estudo e se eles estavam ali,ela estava também.

Vamos lá,meu amor. Apareça logo,antes que eu perca a paciência.

—Você sabe que sim. Ela vem com um assovio – ele levantou os braços e as sobrancelhas. Parecia uma foca ambulante – Fazendo jus a cadelinha que ela é.

Parei de procura-la. Parei de dar atenção a todo mundo e só foquei no rosto perfeito a minha frente. Queixo quadrado,olhos pefeitos,e boca vermelha. A única coisa que faltava naquele rosto,eram alguns hematomas.

—O que foi,Percy? – ele brincou – O gato comeu a sua língua?

—Cala a boca – sussurrei.

—...ou foi a sua cadelinha? –ele riu,fazendo com que seus coleguinhas imbecis rissem também.

—Cala essa boca – murmurei mais alto. Eu vi Nico se aproximar e se postar atrás de mim.

Como eu disse : sinistro e leal.

Aproximei-me do imbecil mais uma vez e suspirei. Eu ia levar uma suspensão daquelas...

Ele se aproximou também quase me beijando. Babaca.Por que esses babacas de hoje em dia fazem isso? O que aconteceu com o bom e velho lutar sem se aproximar tanto? Ele estava invadindo o meu espaço e me deixando ainda mais puto.

Perdão o vocabulário.

Mas eu tô puto.

—Eu sugiro que você saia daqui – murmurei só pra ele. Paciência já zerada – Agora.

—Ou o que?

—Ou eu vou quebrar todos os seus dentes no asfalto – sussurrei. – E logo em seguida eu vou tirar uma foto da sua cara perfeita e postar no instagram com as hashtags  #quebrei e #sai. – sussurrei mais uma vez .

Ele engoliu em seco e riu.

—Isso tudo só por causa da sua cad-

—Cuidado – sussurrei,como se fosse um prece – Muito cuidado,Franklino.

Ele cerrou os olhos e se afastou mais uma vez.Levantou as mãos para todo mundo e me imitando – como sempre fazem – fez uma reverência.

—Oh Deus Percy –ele zombou – Peço perdão.

—Está perdoado,meu filho – sorri,acenando com a mão.

Ele revirou os olhos e arregaçou as mangas. Eu tive que conter uma risada para o seu TERRIVEL E AMEAÇADOR ARREGAÇAR DE MANGAS,OH CÉUS COMO ELE É TERRÍVEL.

Então ele avançou com os punhos pra cima. Tentou acertar o meu rosto com um deles mas eu segurei sem esforço algum.

—Quebra ele,amor! – eu ouvir de longe e sorri.

....

....

Eu sai com uma suspensão e uma unha quebrada.

Bem,vocês podem falar com Franklin quando ele voltar pra escola.

...

...

... digam não a violência nas escolas.

—x-

Eu caminhava muito revoltado pelos corredores da escola. Pro inferno toda essa porcaria de vestibular,essa porcaria de faculdade.

Eu ia vender drogas. Ia virar um cara mau e ninguém ia me segurar.

Cacete,eu sei. Parem de me olhar desse jeito. Eu sei que eu fico com cagaço até de andar na rua a noite,imagina me envolver com esse tipo de coisa. Mas é o que essas malditas pessoas fazem parecer que eu sou.

Que droga.

Estava na aula de gramática,me esforçava ao máximo prestar atenção na aula,mesmo estando ao lado de Annabeth,mas as coisas saiam do meu controle como num passe de mágica. EM uma hora estava feliz,entendendo a matéria e na outra,a aula era transformada em um debate do “Porquê Annabeth estaria namorando um cara como ele”.

Inferno.

Esbarrei em alguém no meu caminho e não me dei o trabalho de pedir desculpas. Inferno, inferno,inferno.

Como se eu fosse um rapaz problema. Ora,mas eu ia mostrar para essa escola o que era ser um problema! Ah se ia!

Você é um fofo quanto tenta mostrar o quão bravo você é.

Cala a boca,consciência.

Quando parei de andar,me dei conta de que estava na biblioteca.

Revirei os olhos.Convivência.

Sempre que ela queria ficar sozinha,ela vinha até aqui.

Perdi-me entre as prateleiras de livros. Não que eu tivesse paciência para ler qualquer título ou até mesmo pegar algum para ler.Não tinha. Mas ali,eu poderia encontrar livro sobre assassinatos e vender drogas.

Pare de rir,seu leitor boboca! Eu estou falando seríssimo. Se é pra ser mau,serei mau.

...

...se você não parar de rir,faço questão de fazer você – você mesmo – ser a minha primeira vítima.

Continuei caminhando pelos corredores. Eu sempre acabava nos quadrinhos,que droga.

—Ei! – ouvi sua voz ofegante. Ela estava com os cabelos bagunçados e respirou fundo,tentando recuperar o fôlego – Estava procurando você.

—Eu quero ficar sozinho – murmurei,continuei andando atrás dos meus livros de assassinato – Então...

Ela arregalou os olhos confusa.

—Mas...

—Por que você não volta pra sala,hun? – dei-lhe as costas e continuei a andar – Eu vou logo depois de você.

—Mentiroso! – ela reclamou.

Na nossa esquerda,a tia bigoduda que cuidava da biblioteca fez um “shiu”. Annabeth fez uma careta para ela. Ela costumava ser mais paciente. Isso me fez sorrir,a convivência comigo também estava lhe deixando diferente.

— Olha Percy,se foi pelo o que aqueles nerds disseram sobre a gente-

—Você fala como se não fosse um deles – sussurrei revoltado. Ela era não era?

Não pensava igual a eles e tudo? Talvez seja sobre isso que ela tanto pensa.

— Ei – ela sussurrou,tentando pegar minha mão. Eu levantei no mesmoo momento,fingir coçar a nuca. Mas a convivência também fez com que ela pegasse algumas outras manias minhas. – Pare de fingir!

— Pare de se intrometer nos meus assuntos – sussurrei de volta,com urgência. Olhei discretamente para a tia bigoduda. – Volte para a sala. Seus amigos esperam você.

—Eu não quero estar com eles,você não entende seu...seu cabeça de nós todos! – ela sussurrou com raiva. Os olhos cinzentos brilhantes e as mãos fechadas em punho. Eu diria que ela quase podia me socar. – Pare de fazer charminho!

Ora sua...

Revirei os olhos,engolindo um palavrão. Ela era tão teimosa.

— Charminho –zombei. – Seus amiguinhos vão ficar bravos por você não estar com eles.

Ela respirou fundo,batendo-me no peito

Eu disse que ela estava prestes a me socar.

— Se eu soubesse que você era tão cabeça dura... –ela suspirou,cruzou os braços e fechou a cara. –Minha cabeça bem que me avisou!

Mesmo assim,ela ainda era a garota mais linda do universo. Linda,adorável e como todo mundo gostava de dizer pelos corredores da escola : não era pra mim.

—Na próxima,talvez seja melhor você escutar a sua cabeça – sussurrei bravo. Droga,não,não,não!

Ela pigarreou e assentiu.

—Talvez eu faça mesmo isso.

E saiu.

—x-

—Próxima vez que você for rude comigo,eu vou chutar você entre as pernas – ela sussurrou beijando-me logo em seguida.

— Próxima vez que um dos seus colegas míopes disser que você não deveria namorar comigo – puxei seu cabelo,sem delicadeza nenhuma. Empurrei-a contra a cama e puxei uma das suas mão para cima – Eu não respondo por mim.

— Eles tem inveja de você – sussurrou,passando uma das pernas pelo minha cintura – Todos tem.

—Pare de amaciar o meu ego – murmurei,beijando-lhe nos lábios rapidamente. Encarei-a. As bochechas vermelhas,o meio sorriso denunciando seu divertimento – Não é engraçado quando um idiota tenta me dizer o que fazer ou não.

—Vou conversar com eles – ela puxou meu cabelo e sorriu.

—É sério,Annabeth – resmunguei.Entrelacei nossos dedos e beijei-lhe na testa – Eu não gosto disso.

Ela se sentou,puxando a camiseta de volta pro lugar. Inclinou a cabeça de lado e fez beicinho.

É extremamente difícil pensar quando ela faz essas coisas.Que droga.

—Você quase faz parecer que está inseguro,meu amor – sussurrou.

Fiquei em silêncio absorvendo meu constrangimento.

Eu estava.Estava mesmo.

Vocês sabem desde o início como eu me sinto em relação à ela.Annabeth suspirou,sentando-se no meu colo. Passou as pernas ao redor do meu quadril e passou os braços pelo meu pescoço. Eu queria mesmo me concetrar,mas era difícil.Minhas mãos foram para as suas costas e eu deitei minha cabeça em seu ombro.

— Eu penso em você,Percy-ela sussurrou,bagunçando meu cabelo – O tempo todo.

Mas eu não tinha certeza,já que no instante segundo eu já estava dormindo.

—x-

Ela estava sentada na biblioteca da escola,lendo. A cabeça apoiava no encosto do sofá que tinha ali. A tia bigoduda olhou-me e revirou os olhos,como se dissesse : deixe a menina em paz,seu encrenqueiro.

Diacho.

Haviam poucas pessoas ali. Thalia estava sentada com Nico em uma das mesas,os dois trocavam carinho. Eu senti meu almoço voltar pra minha boca e revirei os olhos pros dois.

— Fofinhos – moldei sem voz para Thalia,que ficou vermelha e me mostrou o dedo do meio. Nico riu e entrelaçou o dedo dos dois. Dei de ombros e encostei-me em uma das estantes. Ele levantou a sobrancelha e olhou para Annabeth.

—Estudando –moldei novamente.

Ele riu baixinho e puxou Thalia para uma das mesas mais reservadas.

A tia bigoduda se levantou e foi arrumar algumas estantes.

—Vem cá – Annabeth sussurrou – Você vai ficar paradão aí ou vai sentar comigo?

— Você tá estudando. –murmurei,sentindo meu rosto queimar.

— Eu prefiro fazer isso daquele jeito – ela reclamei,ainda sem tirar os olhos de mim.

Suspirei,indo me deitar em seu colo. Ela puxou meu rosto pra cima,dando-me um beijo rápido.

—Melhor assim –apoiou o livro na minha cabeça.

Eu tinha que concordar...era melhor assim.

—x-

—Eu já disse pra você parar de cuidar dos fracos e oprimidos – ela sussurrou,passando um algodão com álcool em baixo do meu queixo – Que inferno de menino!

—Você sabe... –sussurrei – Você podia cuidar com mais cuidadinho,sabe.

Ela apertou o algodão com força embaixo do meu queixo.

—Ai! – reclamei,me afastando.

Ela tinha os olhos raivosos. Eu adorava ver seus olhinhos raivosos.

—Você vai ficar dando uma de Batman por aí –ela resmungou,sentando-se ao meu lado – Cuidando dos outros... eu deveria dar um surra em você!.

—Amorzinho – zombei – Eu cuido de mim mesmo!

Ela largou o algodão e ficou de pé.

—Imbecil – resmungou se afastando.Puxei-lhe pela mão,fazendo-a cair em meu colo. Eu fazia isso só para irritá-la mesmo. Ela sabia disso. – Na próxima,eu mesmo vou dar uma surra em você.

—Eu acredito – sussurrei,beijando-lhe na testa – Agora anda mulher,me deixa pronto para a próxima.

—...

—...

—...eu vou socar a sua cara.

—x-

— Mas é só eu piscar e tem um Rosildo se jogando em cima de você! – reclemi,segurando a pilha de livros que ela ia comprar na livraria.

—Você sabe ... –ela zombou – Ele só veio me atender.

—Não interessa –reclemi,encanrando o rapaz do outro lado. Ele realmente não tirava os olhinhos azuis de cima de Annabeth – Ele continua encarando.

—Você não pode culpa-lo,eu acordei especialmente bonita hoje – ela colocou as mãos na cintura e me mandou um beijo.

—Mas olha lá – resmunguei – Com quem a senhorita tem andado no recreio pra estar tçao convencida assim?

Ela abriu um sorriso de orelha a orelha e deu-me um beijo na bochecha.

—Você é todo chuchuzinho.

—Eca.

—x-

Tirei minha jaqueta,colocando ao redor de seus ombros e suspirei.Odiava esperar,e odiava ainda mais ter que ir ao cinema com seus coleguinhas.Eu nunca ouvira tanta bobagem quanto naquele dia,e olha que de bobagem,já me basta Nico.

Ela estava linda com seu vestido rosado. Ela me encarou por um momento e entrelaçou nossos dedos.

—Você é todo chuchuzinho.

—Eca. – fiz careta,revirando os olhos – Sem mais nenhum pio,ou eu pego a jaqueta de volta.

—...

—...

—...bruto.

—x-

— Eu te amo -ela sussurrou entre o beijo. Puxei seu corpo para ainda mais perto do meu,apertando-lhe. Que droga de menina melosa da peste - Ai,tá me apertando.

—Você está sendo melosa de novo! - reclamei.

—Mas eu só disse que amo você! - ela reclamou,puxando meus cabelos. - Beijo.

Beijei-lhe novamente,puxando-lhe para o meu colo e sorrindo.Ela passou as pernas pela minha cintura e gemeu baixinho,fazendo-me rir.

— Ótimo,agora você vai ficar rindo de mim - ela sussurrou.

Eu ri de novo.

—Pare com isso - ela pediu,ficando com o rosto corado de vergonha,escondendo o rosto no meu pescoço. - Que coisa.

Beijei seus cabelos,sorrindo.

—Eu também gosto de você - sussurrei.

—...

—...

—...hunf,eu digo que amo e você-

—Tá,tá que coisa! - revirei os olhos,puxando seu rosto pra cima. Olhei em seus olhos cinzentos,as pupilas dilatadas,a boca vermelha. Em expectativa. Eu podia dizer que amava pudim e deixá-la toda envergonhada de novo - Também amo você.

Ela sorriu,e pulou em cima de mim,fazendo-me deitar e trazendo-a comigo.

—Danada.

 

—x-

Minha camiseta dos Smiths ficava muito boa nela.Talvez eu devesse dar à ela.

Annabeth estava deitada em meus aposentos. O cabelo loiro bagunçado,as mãos jogadas em cima do travesseiro,a boca entreaberta enquanto ela roncava baixinho. Os pezinhos cobertos por meias e as pernas desnudas. Revirei os olhos para ela.

Se eu dormir,me acorda.

Nah,como eu poderia?

Kevin Bacon dançava na televisão enquanto o filme ia para as suas cenas finais. Minha mãe me obrigou a arrumar o quarto antes de deixar Annabeth subir. Eu não imaginei que houvesse tanto espaço no chão depois que eu tirei as roupas e os livros. Ela se remexeu,as mãos tateando o lado da cama onde eu estava.Sentei-me nos pés e ela se sentou de imediato.

Os olhos confusos e as pupilas dilatas me encontraram e ela puxou minha mão,fazendo-me deitar com ela.

—Você não me acordou.

—Não consegui –sussurrei,puxando seu corpo e deitando-me com o rosto em seu pescoço – Você ronca.

—Você baba.

—Você faz pum.

—Mentira! – ela resmungou,e deu-me um beijo no nariz – Feioso.

—Melosa.

—Odeio você.

—Eu sei que odeia – ela riu e suspirou – Isso é melhor do que eu imaginei que seria.

Eu sorri,dando-lhe um beijo. Passei minhas mãos pelo seu corpo esbelto e beijei-lhe na testa.

— É porque é real,meu amor.


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Notas finais do capítulo

CLICHEZAAAAAAAÇO PRA KAY,MINHA LINDEZA ♥



volto amanhã