Eu te esperarei escrita por Leh Linhares


Capítulo 2
Capítulo 2


Notas iniciais do capítulo

Algumas pessoas pareceram interessadas então eu continuei.
Espero que continuem interessadas
Boa leitura!



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No dia seguinte acordo com uma dor de cabeça horrenda e mais uma vez sozinha. Sentada na beirada da cama aos poucos eu me lembro do dia anterior. Praticamente implorei para Meredith entregar minha carta a Alex.

Flashback on

— Meredith…

— Você não deveria estar aqui, Jo.

— Eu preciso que você entregue uma coisa a Alex.

— Não vou entregar nada seu pra ele. Ele não precisa de mais nada que o lembre da merda que você fez com ele.

 - Por favor… Alex precisa saber. - Digo com a carta na mão.

— Você está bêbada… De novo.

— É, estou, mas isso não interessa. Aqui tem toda a verdade, ele precisa lê-la antes de se decidir.

— Já disse que não vou entregar nada a ele. Não existe o que discutir.

— Por favor, Meredith. Sei que não gosta de mim, mas eu amo Alex mais do que tudo e eu não fiz o que ele acha que eu fiz. Se ponha no meu lugar, se fosse Derek… O que você faria? Deixaria ele ir embora sem fazer nada? Por favor, eu sei que ele não vai me ouvir, mas se você puder convencê-lo a ler… Talvez, talvez a gente ainda tenha uma chance... - Digo isso e choro de novo. Não posso controlar a dor que perder Alex significa. Não quero ficar sozinha novamente.

— Vou entregar, mas não prometo que ele vá ler.

— Obrigada, Meredith. Muito obrigada!- Digo e a abraço.

A loira fica sem reação e eu também ao lembrar fico. Só bêbada mesmo para eu fazer uma coisa dessas. Sóbria começo a temer tudo que escrevi. Foi mesmo uma boa ideia? Será que Alex vai acreditar em mim? Será que ele vai me denunciar?

Permaneço o resto do dia no meu apartamento, andando de um lado para o outro nervosa demais para analisar a situação friamente. Só muito mais tarde eu resolvo sair de casa. Preciso de uma arma e munição para caso John me encontre. Não estou segura aqui...

Ainda nem cheguei à loja, mas já estou chorando isso não é vida para se viver. Escrever tudo aquilo, compartilhar minha história com mais pessoas por mais reconfortante que tenha sido na hora agora é assustador. Cada detalhe esquecido foi trago a tona de novo. Quando fecho meus olhos quase posso sentir a pele áspera de John tocando meu rosto com falso carinho ou seus socos. No fundo os dois doíam quase que da mesma maneira.

Quero fugir, o medo me consome, mas não tenho para onde ir. Por mais que repita que não é real que John não está ali. Não consigo evitar, meu coração acelera, meus músculos se contraem e as lágrimas antes tímidas aumentam. Sei que estou tendo um ataque de pânico. Por mais que o último episódio tenha sido há anos nunca deixaria de reconhecê-lo.

Não consigo respirar, a sensação que tenho é que estou sufocando. Corro por ar, costumava ajudar, mas não ajuda. Só piora na verdade sinto meu corpo todo tremer e suar. Não está passando.

Tento controlar minha respiração, rezar, tudo o que já me indicaram antes, porém nada parece surtir efeito. O que só me desespera ainda mais. Preciso de Alex.

Não penso direito só corro sem direção seguindo um instinto que não sei de onde vem. Meus olhos ardem e minha garganta fecha cada vez mais. Vou morrer sozinha, sem forças eu caio no chão. Estou tonta e fraca demais para continuar andando. Consigo sentir a presença de John nas minhas costas, sua respiração contínua, suas mãos no meu pescoço… Quero fugir, mas não consigo, estou presa nas garras dele de novo.

— Por favor… Por favor… John me deixa em paz! Me deixa em paz…- O terror cresce dentro de mim me imobilizando. Só quero que tudo termine, só quero que tudo termine. Fecho meus olhos e continuo suplicando. Sinto outro par de mãos e estremeço ainda mais o que ele pretende fazer comigo dessa vez?

— Por favor, John…

— Jo... - Ouvir essa voz novamente. É a pior sensação que poderia sentir.

— Por favor… Por favor… - Nada faz sentido sinto meu corpo ser carregado para longe e eu grito pedindo ajuda.

— SOCORRO! SOCORROO! - Eu me mexo o máximo que consigo tentando me desvencilhar dos braços dele. Não posso viver tudo isso de novo. Deus sabe que é a única coisa que não quero viver, prefiro morrer a isso. Abro meus olhos e vejo o mesmo John, ele não mudou nada, usa as mesmas roupas da última noite, e mantêm aquele sorriso cínico e maldoso nos lábios. Estou apavorada, ele não vai ser piedoso dessa vez. Não vou sobreviver.

— ME SOLTA!-Grito no tom maior que consigo. Preciso escapar.

— Jo, você não está bem. Precisa de ajuda. Nos deixe ajudar.

— Não preciso da sua ajuda. Vá embora! Vá embora. Eu nunca pedi por isso. Todos os anos que me deixou presa não foram suficientes? Me deixa em paz. Pelo amor de Deus! - Continuo tentando me soltar, porém ao que parece John é mais forte do que me lembrava. Bato com força nos seus rosto e sinto minhas mãos serem imobilizadas. Vou morrer e Alex nunca vai saber da verdade. Preciso que ele encontre a carta. Não posso morrer sabendo que Alex me odeia, mas também não posso falar sobre ele a John.

Volto a gritar por ajuda e não entendo como não recebi ainda um golpe de retaliação da parte dele. Nunca precisei de mais de duas palavras para apanhar. Um soco seria então inadmissível e razão o suficiente para apanhar por uma semana inteira. Não digo mais nada, não por que não quero dizer, mas por que tenho medo. Bati nele e isso é imperdoável e incompreensível vou ser castigada, vou morrer e começo a chorar ainda mais do que antes.

 Sinto uma picada no meu braço e aos poucos uma sonolência me toma. Tento me manter acordada como se isso pudesse me ajudar, mas quando percebo que é inevitável adormeço.

...

Quando acordo leva algum tempo para ter coragem de abrir os olhos. Não quero vê-lo, não quero enfrentá-lo, porém algo no cheiro do local me desperta confiança. Se parece tanto com o cheio do Grey Sloan Hospital.

Abro os olhos devagar. O ambiente é claro e limpo. Vejo Amélia ao meu lado e me pergunto se não foi tudo um sonho.

— Jo...

— O que me lembro aconteceu mesmo?- Sei que muito provavelmente foi apenas uma ilusão causada pelo ataque, mas pareceu tão real.

— Depende do que você se lembra, mas acho que não. Do que você se lembra?

— John... - Amélia pega minha mão ignorando o quão estranho isso pareceria.

— Ele não esteve aqui. Você está segura.

— Como você sabe sobre isso?

— Não sei na verdade. Você só repetiu o nome dele muitas vezes, dava pra ver que estava com medo, chegou a socar Hunt...

— Eu soquei o Hunt? Desculpa ai meu Deus...

— Ele de todas as pessoas entende. Hunt sofre do mesmo problema que você e sabe como pode ser difícil distinguir realidade de imaginação.

— Pensei que os ataques de pânico fossem coisa do passado, mas aparentemente não.

— A equipe acredita que as ilusões tenham sido provocadas por EPT. Ele geralmente volta em momentos de estresse. Como você está passando com Alex. Os psicólogos e psiquiatras querem saber se há algum médico responsável para ser contatado?

— Não. Nunca precisei, vou me recuperar. Não preciso da ajuda deles.

— Oh Jo, você precisa de ajuda, EPT é um problema sério. Não há razão para ter vergonha. E de qualquer maneira você só terá alta depois de uma consulta com a equipe. Eles estão preocupados. Você poderia ter ferido alguém ou a si mesma.

— Já está tudo sobre controle, não? Você contou a Alex?

— Não, não sabia se deveria.

— Bom. Não preciso que ele ache que sou maluca também. O quê... O quê aconteceu ontem? Não acho que possa confiar nas minhas lembranças.

— Eu te encontrei nos arredores do hospital. Você estava chorando e parecia apavorada. Tentei falar com você, mas você não respondia. Só dizia coisas sem sentido, chamei Hunt e te levamos para o hospital.

— Alguém me viu? Alguém da nossa equipe?

— Bailey com certeza e alguns internos. Só eles pelo o que me lembro. Fique tranqüila todos estão avisados para não comentar. Esse acontecimento não sairá daqui. - Amélia diz isso e segura minha mão mais uma vez. Está com pena de mim e me odeio por isso. Não deveria ser tão sensível.

— Você pode ir. Já estou bem.

— Se é assim que você quer, mas qualquer coisa pode me procurar.

— Claro.

— Amélia... - Digo quando ela já está na porta.

— O quê?

— Não conte nada a Alex... Por favor!

— Como quiser.


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Notas finais do capítulo

Pra quem leu eu quero agradecer por ter dado a chance a essa fanfic que eu gosto de chamar de refúgio, porque mesmo eu tendo milhões de coisas pra fazer ela conquistou de uma maneira que eu arrumei um tempo para escrevê-la
Estou esperando as suas opiniões... Sejam sempre honestos!
Besos



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