Calculista escrita por Miss Daydream


Capítulo 1
Capítulo Único


Notas iniciais do capítulo

Oi amores! Tive essa ideia ontem enquanto ouvia essa música da minha banda favorita, espero que gostem!
Apertem o play para ler o capítulo!

https://www.youtube.com/watch?v=FJBw7Co0efc



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Oi Castiel.

Você deve estar se perguntando porque está recebendo uma carta minha. E, pra falar a verdade, nem eu sei a resposta. Talvez eu seja muito covarde pra falar isso frente a frente.

Mas o fato é que eu fiz uma planilha pra você, e calculei a porcentagem de dar errado.

E a resposta é 99%

Aí é que você se pergunta: do que você tá falando, Nathaniel?

E a resposta é, meu amigo, que eu estou falando das nossas chances juntos. Da gente dar errado. E, bem, elas são muitas...

Vamos primeiro calcular as chances de você realmente encontrar essa carta. Que antiquado, uma carta. Podia ser um email, talvez uma mensagem sms ou até mesmo um recado em alguma rede social.

Mas você sabe como eu sou, antiquado. Chato. Sem graça. Como este pedaço de papel em que escrevo agora.

Enfim, as possibilidades são várias. Você pode 1) não ler a correspondência, o que é bem a sua cara mesmo, se quer saber, ou então 2) este envelope pode escorregar por debaixo do seu tapete e você encontrá-lo depois de cinco meses, em estado ilegível, e até mesmo 3) alguém pegar para ler, o que me faria querer morrer sinceramente...

Mas vamos chutar que os 10% de chance de você tê-la encontrado e querer lê-la aconteça.

Então eu te digo, Castiel, que não consigo parar de pensar em você. Como, na verdade, nunca consegui tirar você da cabeça.

Desde que entramos na universidade estadual juntos, você sabe como a nossa relação mudou. Acho que quando somos adolescentes no ensino médio, não temos uma boa noção das coisas. O orgulho fica por cima de tudo, e cobre coisas boas que poderiam acontecer.

Uma prova disso somos nós. Com a ajuda de Lysandre conseguimos finalmente acertar as arestas e começar a nos dar bem. Quer dizer, a maior parte do tempo né? Ainda somos muito diferentes, mas que amamos conversar, trocar ideias e discutir, isso não pode ser negado.

Aliás, foi ideia dele essa carta... Bem a cara da peça né? Agh, não sei nem como topo essas coisas.

O fato é que não aguento mais a solidão. Sei o quanto custa, devo ter calculado isso também (só hoje estou adepto as suas piadinhas sem graça). E dói. É cara pra cacete (e aos seus palavrões estúpidos também). Pesa como chumbo nos ombros, no estômago e no coração.

Odeio o fato de estar tendo que encarar meus sentimentos sozinho, como venho feito faz um tempo. Odeio o fato de sentir isso por você, essa coisa avassaladora e imbecil que aquece e aumenta as batidas do meu coração, além de chacoalhar meu estômago.

Não estou acostumado a ser imprevisível. A não saber o que vai acontecer se eu ficar te encarando até o mundo acabar, algo que tenho vontade de fazer muito frequentemente. Não gosto da incerteza de não saber se você corresponde, mesmo depois daquele beijo que você me deu.

Eu nunca vou esquecer.

Naquela noite em que estava todo mundo ao redor do campus, na festa do Fim do Mundo. E nós estávamos afastados porque você disse que precisava de um tempo. Sentamos naquelas balanças do parque perto da área de recreação e você caiu. Logo depois de eu ir correndo até você checar se tinha machucado a cabeça, você me beijou. Me beijou de verdade.

Eu nunca vou esquecer.

Talvez eu tenha sido só mais um na sua lista interminável de beijos, mas você me marcou de uma forma extremamente forte. Não consegui parar de pensar nisso desde então. Pesquisei inúmeras vezes se tinha feito certo. Se o movimento que eu fiz, em relação ao seu, estava correto.

Não poderia simplesmente perguntar? O que é uma pesquisa sem os entrevistados?

Bem, acho que nunca saberei.

Nunca me deram valor. E eu não sei o quanto valho. Talvez seja por isso que me sinto tão inseguro. Talvez eu seja muito superficial para você. Muito constante na sua inconstância.

Mas, se você talvez me desse uma chance, talvez eu saiba o quanto vale o amor. Não que eu tenha pesquisado, claro... Bem, talvez um pouquinho.

Estou aqui faz tanto tempo. A tinta da caneta vai acabar, de tantos rascunhos que eu fiz. E mesmo assim não está bom, então eu talvez passe mais tempo ainda aqui. Se tempo é dinheiro, eu sou um milionário sem noção (insira uma risada estranha aqui. Droga, você deve estar achando tudo isso uma piada né?)

Mas veja, não há nada em nossa frente, há? Nada que seja de fato prejudicial. Sem contar talvez o preconceito de algumas pessoas idiotas. E algumas piadinhas de mau gosto, mas você não pareceu ligar para elas naquela noite. Qualquer um poderia ter nos visto. E você não ligou.

Agh, olhe só meu coração descompassado novamente...

Eu sei que você acha que só vejo números no total. Mas não é verdade. Vejo você por toda parte. Me lembro de você em todos os lugares. Ao olhar para as mais pequenas coisas.

Talvez eu seja mesmo um calculista, mas se quiser alguém pra te fazer sorrir, é só olhar pro lado que estou aqui. Sempre estive.

Estou aqui, e comecei a procurar em quantidade o quanto o que eu sinto por você. Queria um dia poder explicar em números...

Talvez eu pudesse criar alguma equação, já que as palavras não me ajudam em nada... Mas eu estou tão inspirado que até criei um versinho para você. Talvez eu te mostre qualquer dia desses... Claro, partindo do principio que você leu essa porcaria de carta e que gostaria de lê-lo.

O que eu duvido muito... Mas acho que a esperança é a última que morre.

O que eu quero dizer é que eu me apaixonei pela sua inconstância incalculável. Pelo fato de você não chegar nem perto de uma progressão aritmética, ou de uma sequência comum. De você não poder ser descoberto a partir de variáveis ou suposições.

Você é um mistério. Uma metamorfose. Uma equação sem solução.

Uma equação que eu gostaria de passar tempos tentando resolver, mesmo que o número não seja real ou racional.

Não quero ser um conjunto vazio.

Então, se eu tiver sua mão, seu amor, eu vou retirar meu coração daquele leilão. E eu vou me dedicar pra que não aconteça nenhum azar, e a partir dali está valendo.

Me ajuda a provar que, apesar de 99% de probabilidade de dar errado, nós podemos fazer o 1% valer a pena?

Do seu, se você quiser.

Nathaniel.

***

Na manhã seguinte, Castiel acordou com um barulho esquisito de ter algo sendo forçado por debaixo da porta. Irritado, coçou a cabeça e levantou-se.

Quando abriu a porta, não tinha ninguém ali. E nem por perto.

Ele achou que talvez fosse alguma brincadeira de trote idiota... Até avistar um envelope amassado em cima de seu tapete.

Ao abaixar para pegá-lo, o ruivo de farmácia reconheceu a caligrafia trêmula, que dizia o seguinte:

"Eu calculei de novo as probabilidades sobre o destino dessa carta, e elas são:

57% o lixeiro achou que era lixo, 20% o vento levou, 17% você não lerá e 6% você está lendo agora.

Essa última ainda é maior do que a chance de 1% da gente dar certo. "

(FIM?)


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Notas finais do capítulo

E então? Gostaram? Deixem suas opiniões nos comentários!
Bem simplesinha, não gostei muito do resultado final mas decidi postar auhsuah
Pessoal, sou de humanas, então peço desculpas se houver algo gritantemente errado na parte das exatas aujshas
Por favor me avisem se tiver algum erro, para que eu possa corrigi-lo!
Adoro comentários, e dependendo da resposta nessa história, farei uma continuação com a visão e resposta do Castiel a cartinha do Nath sz
Beijão e obrigada, até a próxima!



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