Mãe? Eu?! escrita por Yennefer de V


Capítulo 1
Benjamin


Notas iniciais do capítulo

Hey õ/

Só quero dizer que AMO AMO AMO Dominique/Lys e que segundo meu amigo Andy, "estou devendo umas 10 ones Lysminique". Então vou escrever uma segunda short, né!



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Dominique sabia que elas tinham aceitado só para enturmar Alice Longbottom, a namorada de Lucy.

Apesar de ser a despedida de solteira de Roxanne (que ia se casar com o bonitão Henry) (que também era um aborto, mas Rox não dava a mínima pra isso), elas foram para o mundo dos trouxas a pedido de Alice.

Alice tinha muita dificuldade em fazer amigos por conta de sua devoção ao mundo dos trouxas (a ponto de ter uma profissão trouxa!) que Rox quis agradá-la. Afinal, Alice e Lucy eram suas madrinhas junto com Molly.

Portanto, Roxanne, a noiva, Alice e Lucy, Dominique, Molly e Victorie estavam na frente do que Alice comentou se chamar balada.

Dominique estava com pouca paciência. Teve outra discussão com Lys, seu namorado, durante a tarde.

Lys queria ter um bebê, Dominique não queria ter nenhum.

 Além do mais todo aquele clima de festividade a deixava irritada. Ela não gostava de barulho nem de multidão. A rua dos trouxas era por si só barulhenta à noite. Havia muita luz, com anúncios piscantes próximos a arranha-céus altíssimos, algumas formas quadradas com rodas que giravam pela rua, deixando uma fumaça fedorenta para trás (Alice chamou de “carros, ônibus e motos”), pessoas indo em direções opostas, se trombando, com cilindros na boca que soltavam fumaça (“cigarros ou baseados”, anunciou Alice), garrafas de bebida, grupos grandes tentando passar por calçadas estreitas, falando alto, gargalhando, algumas brigas em pontos distintos e alguns desacordados nas sarjetas.

Havia carros com luzes azuis piscando no teto, que paravam pessoas aleatoriamente, pedindo documentos (“policiais, como aurores”, explicou Alice), mãos que estendiam panfletos (com fotos que não se mexiam) e muitos recintos chamativos, com portas adornadas e filas enormes para entrar.

— Henry ia ficar fascinado por isso aqui. – comentou Roxanne, alegre.

As seis esperavam em uma fila, sendo lideradas por Alice, enquanto Dominique queria aparatar e sumir, tonta de tanta informação, barulho, cheiros horripilantes e pessoas se trombando.

[...]

Dominique estava bêbada.

Era o décimo copo seguido daquela bebida chamada Cosmopolitan, que pareceu inofensiva à primeira vista. Era uma bebida cor de rosa, pelo amor de Merlin. Não devia fazer tanto estrago assim.

Dominique estava num balcão enquanto trouxas flertavam à sua volta, se beijavam, se enroscavam, gritavam nomes de drinks variados e o barman trazia, fazendo malabarismos descenessarios.

Luzes coloridas piscavam sem parar, fazendo Dominique achar que ia ter uma convulsão a qualquer momento. A música, sem sentido nenhum, sem ninguém cantar, tocava sem dar trégua e era tão alta que Dominique não ouvia seus próprios pensamentos.

A pista de dança ficava mais além, era um espaço amplo que de tempos em tempos era inundado por uma neblina forte (“GELO SECO”, explicou Alice). As suas cinco companheiras estavam lá, sorrindo, dançando sem ritmo, pulando descaradamente e rindo demais.

Às vezes algumas pessoas a abordavam de forma intrusiva, oferecendo uma bebida ou com propostas no mínimo inconvenientes. Mais de uma vez Dominique foi forçada a segurar a vontade de soltar um feitiço naqueles engraçadinhos (vez ou outra uma engraçadinha).

Um babaca se aproximou dela, um sorriso tão idiota e cheio de si que ela se lembrou de Tiago Potter na época de Hogwarts (felizmente ele tinha melhorado):

— VOCÊ ESTÁ SOZINHA? – perguntou o babaca aos berros, tentando conversar naquele fuzuê todo. Por Merlin! Se queria achar alguém para conversar, por que não foi a um restaurante?!

— NÃO. – respondeu Dominique automaticamente.

Um sorriso malicioso surgiu na boca do homem babaca. A mão dele se enroscou no pescoço de Dominique.

— SAI PRA LÁ. – ela se irritou.

O homem não a largou.

ESTUPEFAÇA!  - gritou com a varinha escondida tortamente às costas e o babaca voou alguns passos para trás.

O barman e as pessoas à frente olharam em sua direção por causa da movimentação repentina.

— FOI ELE! DEU UM SOCO! – Dominique apontou para um homem aleatório sentado ao seu lado. Uma confusão se seguiu. Dois homens tentaram segurar o “atacante” junto com o barman, enquanto garotas começaram a falar muito alto.

Dominique estava tonta. A multidão aumentou ao redor dela. Sentindo-se extremamente nauseada e sufocada, ela levou o corpo para porta de saída, sem conseguir respirar direito.

[...]

Dominique encontrou um caos. Ouviu sirenes muito altas pela rua e um carro vermelho grande passar, seguido de vários outros menores, todos gritando atenção. As pessoas na rua se entreolhavam, assustadas e dialogavam rapidamente.

Num ponto mais além, talvez duas ou três ruas para frente, o céu estava tomado de muita fumaça. Era tão densa e tão alta que era como se tivessem feito uma fogueira da Torre de Astronomia em Hogwarts.

Dominique ficou perdida. Não havia mais filas nas portas das baladas. Pequenos grupos se entretinham no que Alice explicou serem pubs ou bares (isso Dominique reconhecia), mas a algazarra inicial havia sido substituída por uma energia de preocupação e assombro. Todo mundo olhava para a fumaceira.

— Simplesmente pegou fogo. – comentou um moço com uma tatuagem no braço todo, colorida como a tatuagem que Lucy tinha.

Dominique continuou andando até o foco da fumaça, passando pela rua, sua curiosidade falando mais alto.

Então algo chamou a atenção dela mais do que toda a barulheira e as luzes juntas.

Um garotinho se materializou no meio da rua, os olhos tontos e confusos, Dominique não soube especificar a idade porque era péssima com crianças. Lembrou da briga com Lys e se sentiu amarga.

Ninguém deu atenção ao garoto. Ele estava maltratado, as vestes de dormir estavam rasgadas, os cabelos amarrotados e os pés descalços.

Dominique foi para o meio da rua, onde o garoto estava andando sem destino, olhando ao redor sem entender o que estava acontecendo.

— Garoto! – chamou Dominique e o puxou para sarjeta exatamente no momento que três carros de polícia invadiam a rua, esganiçando as sirenes azuis. – CUIDADO!

Os olhos do garoto se focaram em Dominique. Ela o analisou. Ele tinha cheiro de fumaça. Parecia fazer esforço para respirar normalmente. Tinha grandes olhos acinzentados e cabelos castanhos. A camiseta era uma piada, cheia de buracos. A calça do pijama estava mais aceitável.

— Cadê seus pais? – perguntou Dominique de modo incisivo. – O que você está fazendo aqui?

— Acho que estão mortos. – o garoto respondeu olhando para a fumaceira no céu.

[...]

O apartamento de Dominique e Lys tinha apenas um cômodo. A cama de casal ficava no meio da casa. A única coisa que era dividida por paredes, para manter a privacidade, era o banheiro. A cozinha era composta por um balcão alto um pouco para direita da cama, com suas banquetas e a sala, com a lareira, ficava à esquerda.

Dominique tentou não acordar Lysander, sem sucesso.

— Dominique? – ele chamou da cama na penumbra do quarto, quando a ouviu aparatar no apartamento. – Já chegou?

— Maldição! – resmungou Dominique, segurando no ombro do garoto, zonza da bebedeira e dos acontecimentos recentes.

Todas as velas da casa se acenderam de uma vez e foi como se o próprio sol tivesse entrado pela janela. Dominique praguejou por namorar alguém tão versado em magia como Lys. Se fosse um aborto ou um trouxa, teria que acender vela por vela e ela teria tempo de encontrar uma explicação lógica. Alguém péssimo em feitiços como Alice também teria sido uma boa escolha. Porém, Lys era capaz de fazer feitiços assustadoramente bons.

O garoto se assustou com as velas pairando no ar e com a súbita iluminação. Dominique praguejou. Ele tinha acabado de sair de um incêndio por contra própria, claro que ia se assustar. O garoto se encolheu perto da lareira apagada. Enquanto isso, Lys, apenas de roupa de baixo, levantou-se da cama e observou a cena.

Dominique estava num estado lamentável. Seus cabelos louros escuros, mais cedo bem penteados por Roxanne para saírem, estavam sujos e cheirando a fumaça da balada e bebida alcoólica. Sua roupa (um vestido preto e um sapato baixo) provavelmente não estava em melhor condição.

Lys a fitou depois olhou para o garoto. Ele não fez cara de assombro nem de surpresa. Já estava acostumado com a namorada há muitos anos. Ele só perguntou:

— O que aconteceu?

[...]

O nome dele era Benjamin. Depois de uma rápida intervenção de Lys, Benjamin estava de banho tomado, com roupas novas e transfiguradas para terem o seu tamanho, sentado numa das banquetas e comendo cereal esfomeadamente.

Os pés de Benjamin ficavam balançando no ar. Ele parecia mais satisfeito com as velas retiradas de perto dele.

Dominique estava largada numa poltrona com uma dor de cabeça lancinante, os sapatos jogados ao chão, um sentimento de arrependimento a atingindo loucamente.

Lys lhe trouxe uma Poção Sacebak para lhe aplacar a ressaca adiantada e sentou no braço da poltrona, remexendo em seus cabelos loiros.

— Ele é um bruxo, Lys. – falou Dominique, fazendo careta pelo gosto da poção, colocando o copo no chão. – Aparatou do incêndio sozinho.

Lys olhou para o pequeno Benjamin, que tinha oito anos, entretido com uma edição velha d’O Pasquim e comendo seu cereal com leite, alheio a conversa.

— Elas se mexem! As figuras se mexem! – ele anunciou, maravilhado, para os dois. Depois voltou sua atenção à revista, distraído.

— Você o seqüestrou. – ralhou Lys.

— Claro que não. – rebateu Dominique. – Estão todos mortos, Lys. – ela sussurrou. – O prédio todo veio abaixo, por isso aparatei com ele. Os colegas, os vizinhos, os pais... Provavelmente embaixo de escombros se não morreram pelo fogo e a fumaça.

Lys olhou de soslaio para Benjamin, que não parecia ouvir a conversa.

— E como ele saiu?

— Ele me contou que estava apavorado, sozinho no quarto, ouvindo a mãe chamar por ele. Quando a mãe parou de gritar e a fumaça estava quase o desmaiando, ele apareceu na rua. Começou a andar sem entender nada.

Lys arqueou as sobrancelhas.

— Você devia ter deixado as autoridades trouxas cuidarem dele. – Lys argumentou.

— Pra que? – Dominique se irritou. - Para pensarem que ele é louco? Jogarem ele num orfanato? Os pais dele morreram. Ele viu o prédio desmoronar.

Dominique estava tão irritada no fato do namorado não entender a situação caótica da qual ela tinha tirado Benjamin que foi encher uma tigela de cereal para ela. Teve um segundo de duvida, mas encheu de leite também e pegou uma colher.

— Você quer mais? – perguntou para Benjamin, que assentiu com a cabeça. Ela o serviu e Dominique voltou para poltrona.

Lys já tinha se levantado. Ele observou a interação entre os dois. O jeito como Benjamin se tranqüilizou perto dela. O modo como Dominique se lembrou de servir mais cereal para ele, mesmo que não tivesse pensado em deixá-lo tomar banho ou trocar de roupa mais cedo.

— E o que você pretende fazer? – perguntou baixinho para a namorada. – Ficar com ele?

Dominique não tinha pensado em nada além de tirá-lo daquele ambiente traumático. Seus olhos se arregalaram.

— O quê? Não!


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Notas finais do capítulo

Hey!

O que acharam inicialmente? Será que o Lys consegue convencer a Dominique? :l

Comentem õ/



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