“Gritos. Mortes. Sangue. Foi assim que o reino elficos se extinguiu, cerca de 20 anos atrás, o suposto último elfo era envolvido pelas chamas de uma enorme fera branca. Dizimados pela ganancia de seu próprio rei, que assistia tudo nas relíquias de seu castelo, com um leve sorriso, acompanhado de duas sombras. Assim foi a quedo do reino elfico.”

...

Em uma pequena taverna, um pequeno anão corria de um lado para outro, tentando dar conta dos forasteiros que residiam, diferente da fama que os anões possuíam, ele não era barbudo, na verdade era totalmente desprovido de cabelo.

—Por favor poderia me trazer uma costela de búfalo, Hank?— Disse uma jovem, com um estranho sotaque.

—Claro!— respondeu o anão com um familiar sorriso— Tudo para a minha caçadora de recompensas favorita.

A garota deu um sorriso, mostrando suas presas afiadas. O anão saiu rapidamente do ponto de visão da garota, atravessou com rapidez o salão, desviando cuidadosamente dos clientes que transitavam o local.

No curto espaço de tempo em que o anão caminhava em direção a cozinha, uma figuras entrava na taberna, usava um capuz que escondia completamente seu rosto.

Ele ergueu o braço, segurando um revolver, atirou duas vezes para cima. Tudo ficou em silencio.

—Onde está aquela mini-golpista?!— disse, ainda com o braço erguido.

—Não faça nada com meus clientes! Sou eu quem você procura!— Disse o anão com uma voz imponente.

O homem caminhou em direção ao pequeno Hank, com passos leves e quase inaudíveis, com certeza era um assassino bem treinado.

—Cadê o meu pagamento?!— Disse ele erguendo o anão, completamente sem expressão na voz.

—Eu prometo que te pagarei, minha filha está doente...— Ele foi bruscamente largado no chão.

O assassino estava totalmente paralisado.

—Magia...Ela morreu desde a extinção dos elfos...— Uma espada atravessou as costas do assassino.

—Adivinha uma coisa... Elfos ainda existem e a magia também— Sussurrou em seus ouvidos, a jovem com o sotaque estranho, arrancando violentamente a espada da coluna do homem.

Sangue espalhado por todo chão, o cheiro penetrava as narinas da garota e ela adorava. Conseguia, mesmo que miseravelmente, alimentar a fera dentro de si.

Um silencio amedrontador tomou conta do local.

—Você poderia embrulhar a costela para a viagem?!— Perguntou a jovem erguendo suas pontudas orelhas.

...

Diante de uma flamejante fogueira escarlate, Atena repousava a cabeça sobre uma enorme criatura, a “kitsune”. Atena, mexia em seus longos cabelos brancos, enquanto lia repetidamente um trecho do livro feras do reino perdido. “Kitsune: Uma linda raposa de Cinco Caudas, mas como toda a Beleza é perigosa esse espécime não fica fora disto, sua arcada dentaria é composta de afiados dentes que perfuram facilmente a pele de um poderoso ogro. Eram usados como montaria pelos antigos povos elficos, usavam magia para conseguirem domar essas magnificas e mortais feras. Se encontrar uma, reze e corra.”

—Hey, Tina!— Disse alisando a espessa pelugem do animal— Você não faria mal nem mesmo a uma mosca, não é?!

A Kitsune respondeu com um grunhido.

—Desculpe você está querendo dormir né?!— Falou a garota, com uma expressão serene— É que estou nervosa sabe... Faz quase uma década que não os vejo...

Depois de um tempo observando as estrelas, a garota adormeceu.

Mas não muito longe daquele bosque duas figuras misteriosas se aproximavam.